Tamaran escrita por Nightstar


Capítulo 7
Segundo dia




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“AAAAH!!!!” Um grito ecoava pela floresta inteira às 6:30 da manhã. Vinha do T-Ship.

 

“Ciborgue! O que-” Mutano saiu correndo da cápsula da nave. O que tinha visto era realmente perturbador. “CARA!!”

 

A nave dos titãs estava com as asas totalmente roídas e as turbinas pareciam ter sido despedaçadas. Era como se um rato enorme tivesse a visitado durante a noite!

 

“O que aconteceu aqui?!”

 

“E você acha que eu sei, Robin?! Parece que alguma coisa grande e gulosa quis experimentar o T... e gostou!!”

 

“Calma, Ciborgue, a gente vai descobrir quem fez isso...” Ravena tentava esconder a surpresa ao ver tal cena, mas não teve tanto sucesso como em outras vezes que fizera o mesmo.

 

“Vai? Como assim ‘vai’?! A gente TEM que encontrar esse desgraçado, isso sim!!”

 

Robin começou a observar o solo. Algo lhe chamava a atenção.

 

“Titãs, venham aqui!”

 

“O que foi, Robin?” Mutano começou.

 

“Olhem!” Robin apontava para inúmeras pegadas vindas de um enorme buraco feito no solo. Eram pegadas grandes e profundas, indicando que provavelmente seria de uma criatura imensa. O buraco deveria ter servido para sua locomoção.

 

“Peraí, quer dizer que isso tudo foi causado por uma toupeira gigante?!” Mutano começou.

 

“Vai saber, agente tá num planeta esquisito e tudo pode acontecer...” Ciborgue argumentou.

 

De repente, um leve tremor abalou os quatro.

 

“Tipo isso?”

 

O tremor logo se tornou mais forte e os quatro tiveram dificuldade para manter seu equilíbrio. O pior foi quando o solo começou a se trincar numa forma circular. Se os titãs não saíssem logo dali, poderiam ser engolidos pela terra fofa que cedia a cada segundo.

 

Por sorte, eles perceberam o perigo e saltaram para longe do local. Tudo o que viram em seguida, foi uma extensa camada de poeira se levantar juntamente com o estrondo do solo cedendo. Ver algo no meio daquilo era praticamente impossível.

 

Assim que a poeira baixou, acabou revelando a tal criatura.

 

Era enorme e com uma pele com escamas endurecidas como pedras. Um par de dentes extremamente longos se destacava bem abaixo do focinho, seguidos por vários outros conjuntos ainda mais afiados que permaneciam para fora da boca. Tinha espinhos bem longos e curvos nas costas. Patas pequenas com um par de dedos equipados com garras super afiadas. Dois chifres voltados para frente e uma cauda com uma ponta afiada na forma de gancho. Enfim, parecia ser algo muito difícil de derrotar.

 

“Titãs, atacar!!”

 

Ravena levitou algumas pedras e começou a lança-las contra o animal, mas este nem se mexeu com ataques tão ‘inúteis’. Ciborgue, ao ver aquilo, decidir agir e preparou o canhão sônico. O pior foi que, ao atirar, o raio se refletiu no couro da criatura, se voltando contra o robô.

 

“Ci, você tá legal?” Mutano gritou.

 

“Vou sobreviver.” Ele disse enquanto se levantava. “Afinal, do quê é feita a pele dessa coisa?!”

 

“Sei lá, mas a qualidade é muito boa por sinal.”

 

Mutano então se transformou num triceratops e avançou.

 

Esse cara tem o mesmo tamanho que eu, e chifres também...

 

Ele inclinou a cabeça e apontou os três chifres para o animal que se distraía com outros ataques.

 

Então a luta está por igual... isso quer dizer que eu posso dar o máximo de mim agora!

 

Infelizmente, Mutano estava errado. Como fora mencionado antes, há um mito de que os monstros vindos daquela região sombria tinham a força equivalente a três vezes o seu próprio tamanho.

 

Por isso, ao atacar a criatura com sua maior força, apenas a empurrou alguns centímetros a mais do local onde se encontrava. Seus chifres quebraram e a dor que sentira foi quase insuportável, fazendo-o voltar à forma humana e posicionar as mãos na cabeça para aliviar o tormento.

 

Porém, a criatura ficou ainda mais irritada. Com um forte rugido, o golpeou com uma das patas e, devido às garras enormes que possuía, acabou ferindo o garoto que fora lançado contra um rochedo próximo.

 

Ao ver que um dos titãs fora derrubado, Robin ficou nervoso. Tinha que vence-lo. Tinha que sair daquela situação imediatamente ou os outros acabariam do mesmo modo.

 

“Ravena, vá ver o Mutano. Eu e o Ciborgue vamos atacar!!”

 

Ela obedeceu ao líder e foi curar o metamorfo. Robin e Ciborgue então começaram a batalhar como nunca. Um dava golpes com o bastão e discos explosivos enquanto o outro dava inúmeros socos fortíssimos. Mas não deixaram um arranhão sequer.

 

O único golpe que teve um pouco de sucesso foi um com o bastão do menino mascarado, que acabou quebrando o longo dente do roedor ao meio. Isso o deixou ainda mais furioso.

 

A criatura avançou no titã numa velocidade incontrolável. Se preparava para ataca-lo com seus chifres. Tinha-o na mira. Ele não poderia escapar!

 

Para sua surpresa, o titã cibernético apareceu bem à frente de Robin e agarrou o par de chifres. Em segundos, concentrou toda a força que tinha nos braços e o atirou contra uma grande pedra, a mesma que o Mutano havia sido atirado. Por sorte, Ravena o afastara de lá a tempo. Ao chocar-se na rocha, o animal acabou batendo a cabeça violentamente e ficou imóvel no chão.

 

“Assim é bem melhor!” Ele disse em tom vitorioso.

 

“Não sei... tem certeza de que ele desmaiou?”

 

“Hum... não! Mas não to a fim de ficar pra descobrir, vamos sair daqui rápido!!”

 

“Concordo. Ravena, sabe o que fazer!”

 

A empata nem precisou pensar muito para entender o recado. Ela imediatamente segurou Mutano pelo ombro com a mão direita enquanto a outra se mantinha aberta na direção de Ciborgue e Robin ao mesmo tempo em que fechava os olhos. Estava se concentrando.

 

“Azarath, Metrion, Zinthos!”

 

Mesmo que fossem poucas, as três palavras foram o suficiente para abrir outro teleporte de magia negra. Em segundos, os titãs desapareceram...

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Estelar estava sendo puxava por um par de correntes enormes. Agora não usava o capacete. Não era preciso. Antes de ser guiada, injetaram um líquido que bloqueava suas starbolts por completo. Só o que tinha no momento eram as grandes algemas que a impedia de usar a força tamaraniana.

 

E agora?...

 

Duas criaturas, servas daquele estranho que nunca se revelava, continuavam puxando-a pelos corredores escuros e silenciosos. Era horrível estar naquela situação. Estava amarrada, indefesa, fraca. Quando aquele que a aprisionara tiver vontade de elimina-la, não terá a menor dificuldade. Do jeito que estava, bastava um estalar de dedos e pronto! Acabou! Seria o fim da titã!

 

Não tenho forças para reagir... se tentasse, esses monstros me derrubariam num só golpe...

 

Estelar então decidiu parar de pensar um pouco. O ar doentio daquela fortaleza a estava deixando com falta de ar e pensar mais na sua situação só iria consumir ainda mais o pouco de energia que lhe restara...

 

Assim, os dois monstros pararam de caminhar e se colocaram em frente a uma grande porta de aço. Encima havia um letreiro em tamaraniano. Significava ‘Sala de Tortura’.

 

“Podem entrar!” A voz gritou por dentro da sala.

 

Assim que a porta se abriu, as criaturas jogaram Estelar no chão sem o menor cuidado. Era como se ela fosse algo... descartável. De fato, talvez fosse aos olhos do mandante de sua captura.

 

“Oi, Star... saudades?” Ele perguntava cinicamente. Agora já era possível vê-lo, mas não a identidade. Estava usando uma espécie de uniforme militar. Um grande capacete que desfigurava a voz, impossibilitando que a tamaraniana distinguisse se era homem ou mulher. O resto do uniforme se tratava de uma verdadeira armadura de guerra. Feito de um tipo de minério muito encontrado pelo planeta e famoso pela resistência a ataques perfurantes.

 

Resumindo, nem mesmo seus seguidores sabiam quem ele realmente era. Só sabiam que tinham de obedece-lo, senão, sofreriam as conseqüências...

 

“Então...” Estelar começou. “Você é um... tamaraniano?”

 

“Por quê a pergunta?”

 

“Você me disse que essas algemas são imunes aos poderes de meu povo... e que sabe disso por experiência própria. Então você deve ser um tamaraniano também.”

 

“Sabe... você até que é esperta. Sim, sou tamaraniano, mas isso não vai mudar nada no que vou fazer com você...”

 

O soldado a segurou pelo braço com força, tanto que parecia faltar pouco para que os dedos penetrassem naquela pele tão delicada. Aquilo a fez gemer de dor. Porém, o que sentia agora não tinha comparação com o que ele faria a seguir.

 

O estranho pegou algo de seu bolso. Um objeto que parecia ser uma chave de fenda. Mas quando o posicionou no braço que agarrava, revelou sua verdadeira utilidade. Logo, uma forte descarga elétrica tomou posse do corpo de Estelar. Fazendo-a gritar num tom agudo e quase que ensurdecedor.

 

Devido à potência usada, ela acabou sendo lançada contra a parede da sala. O comandante apenas abriu um sorriso.

 

“Agradeça por pertencer a este planeta, garota. Pois somente membros desse povo resistiriam a uma descarga dessas...”

 

“O que... o que eu te fiz para que me tratasse de forma tão... brutal?...” Ela mal conseguia abrir os olhos. Seu corpo inteiro estava latejando de dor.

 

“Quer mesmo saber?”

 

Ele se agachou em frente à ela e começou a sussurrar.

 

“Você nasceu!”

 

A resposta foi seguida de um forte soco no estômago que a jogou para o lado oposto do recinto. Ela havia perdido uma boa parte do ar que possuía naquele golpe.

 

“Já está assim? É uma pena...” Ele dizia, enquanto erguia um longo bastão de ferro. Uma de suas pontas brilhava num tom vermelho, indicando a temperatura. “Saiba, menininha, que isso está apenas começando!...”

 

Durante um bom tempo naquele dia, uma fortaleza, que antes era silenciosa, agora ressoava gritos e berros de dor que chegavam a ultrapassar suas grossas paredes de pedra...


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