Tamaran escrita por Nightstar


Capítulo 6
A Fortaleza




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Segundo Estelar, Tamaran era um planeta maravilhoso, repleto de beleza e encantos pelos caminhos. Mas ela tinha se esquecido de mencionar uma parte do planeta, uma parte que ninguém desejaria entrar...

 

Bem ao leste, havia uma região um tanto sombria e com florestas formadas por troncos retorcidos e nus. Parecia que uma parte do planeta estava praticamente morta. Mas como dizem, as aparências enganam.

 

Aquela região era dominada por monstros carnívoros e ferozes. Qualquer um que entrasse lá seria devorado em questão de minutos ou pelo menos voltaria com graves seqüelas, e muitas vezes morria dias depois devido aos ferimentos.

 

Haviam criaturas de tamanhos variados, mas sua ferocidade era o que importava. Segundo os moradores do planeta, cada fera tinha uma força equivalente a três vezes seu tamanho juntamente com a sede por sangue. Algo realmente assustador, principalmente pelo fato de que a maioria dos monstros tem um tamanho mínimo de dois metros e pesava uns oitocentos quilos.

 

As criaturas também eram dotadas por diferentes habilidades, como cuspir fogo ou gelo, voar, camuflagem, rugidos sônicos ou até mudar sua forma animal. Isso reforçava ainda mais o fato de que entrar naquela floresta seria um verdadeiro suicídio...

 

Porém, parecia que alguém naquele local tão sombrio não estava se importando muito com o perigo. Alguém que construiu uma imensa fortaleza recentemente naquela terra seca e escurecida. Esta protegida por algumas das feras antes mencionadas.

 

Dentro da construção, podia se ouvir gritos e berros por corredores que pareciam não ter fim. Vinham de uma câmara cuja fonte de luz eram apenas três lâmpadas presas no teto, já enfraquecidas pelo tempo de uso. Mas eram suficientes para iluminar a prisioneira.

 

“Será que você não entende?” Uma voz dizia no lado mais escuro, impedindo que a vítima a visse. “Essas algemas são imunes à força tamaraniana, e olha que eu digo isso por experiência própria.”

 

“Não vou desistir... eu preciso... preciso sair desse lugar...” Estelar já estava exausta. Nos últimos quarenta minutos ficou dando golpes nas paredes, tentando voar para quebrar a correntes que a aprisionavam e retirar o capacete que bloqueava seus raios. Todo o esforço era em vão. Apenas serviu para que ficasse ainda mais exausta.

 

Ela tinha marcas por todo o corpo. Cortes, pancadas ou arranhões. O uniforme estava repleto de manchas de sangue seco e uma pedra faltava abaixo do pescoço. Justamente aquela que Robin encontrara na floresta.

 

“O que foi, se cansou?” A voz perguntava sarcasticamente, mas Estelar não respondeu. Tinha gastado toda a sua voz com aqueles berros que havia dado. “E eu pensei que você fosse forte... um grande engano! Você nem passou pra segunda fase e já tá assim!...”

 

“Segunda... fase?!” Ela perguntou, com o pouco de fôlego que lhe restou.

 

“É. Agora você só está aprisionada, mas amanhã...” A voz pausou um pouco para rir em baixo tom, como se o que dissesse agora seria como uma diversão para ela. “... amanhã vamos começar a seção de tortura!!”

 

Estelar sentiu um forte arrepio descer-lhe as costas e suas pupilas se contraírem.

 

“Então, queridinha, é melhor se preparar e dormir muito bem hoje. Quero que esteja boa pra gente começar a festa de amanhã!”

 

O dono da voz então saiu da cela e deixou a tamaraniana a sós. Esta continuou ajoelhada. Embora tivesse um capacete que dificultava grande parte de sua visão, pôde ver a sombra do estranho que curtia com seu sofrimento sair pelos corredores.

 

Estelar então voltou seu olhar para o chão e começou a chorar. Chorou tanto que o capacete acabou deixando escorrer as lágrimas que o inundavam por dentro, pouco a pouco.

 

“Robin...” Ela sussurrou para seus pensamentos. “Robin... preciso de sua ajuda!...”

 

Assim ela ficou naquela cela. Um lugar onde as esperanças pareciam não existir...

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Robin esperava sentado numa grande pedra enquanto observava o objeto em suas mãos. Não parava de fitar a pedra verde que encontrara. Era como se fosse uma relíquia para ele.

 

Bem, talvez fosse...

 

Ah, Estelar... onde será que você está?...

 

Ele deu um longo suspiro e ficou imerso em pensamentos... de novo. Tantos problemas em tão pouco tempo estavam começando a lhe causar uma forte dor de cabeça.

 

“Robin!” Uma voz exclamou de trás dos arbustos. “Que bom que a gente te achou, tava cansado de revirar esse mato!”

 

“Oi, Ciborgue. Encontrou alguma coisa?”

 

“Umas pegadas e evidências de um possível incêndio que teve há quase uma semana... nada além disso.”

 

“E eu?!” Mutano entrou no meio. “Encontrei uma cidade vazia! Não devia estar reclamando!”

 

“Vai ver os cidadãos viram você... e fugiram!”

 

“E por quê fariam isso?”

 

“Talvez porque nunca viram um cara verde e orelhudo feito você.”

 

“Cara, o povo daqui é laranja, não fugiriam por uma causa dessas!!”

 

Robin queria bater no rapaz por essa última palavra. Afinal, estaria insultando a própria Estelar.

 

“Por quê não param com essas discussões e façam algo de útil pelo menos uma vez??” Agora era Ravena quem apareceu, fazendo-os se calarem. “Eu não encontrei nada, só rastros de algum animal que passou por lá.”

 

“Bom... eu encontrei algumas coisas que acho que serão importantes para a busca. Isso é familiar pra vocês?” Ele estendeu a pedra na direção dos três, que logo foi pega por Ciborgue.

 

“É a pedra da Star.” Mutano começou.

 

“Sim, eu a encontrei em uma das poças de sangue que estão espalhadas ali no chão.”

 

“O quê?!!” Os três questionaram em alto tom de voz.

 

“Deixem que eu explico.”

 

Robin começou a explicar sobre o, sangue, a pedra e as marcas dos starbolts no solo. Também comentou sobre suas conclusões sobre o ocorrido, isso fez com que ficassem ainda mais preocupados, pois se fosse verdade, Estelar teria muitas chances de estar... morta!

 

“Cara, a gente precisa encontrar a Star!!”

 

“Não me diga...” Ravena voltou ao seu sarcasmo. “Como chegou a essa conclusão, gênio?”

 

“Não começa, Rae!”

 

“Parem de discutir, a gente tem que descobrir quem foi que raptou a Estelar, lembram?”

 

“Tá, Robin, mas como vamos fazer isso?” Ciborgue perguntou.

 

“Segundo o Mutano, a civilização estava deserta quando a encontrou. Não duvido que isso esteja relacionado ao desaparecimento dela... temos que começar por lá.”

 

“Mas hoje?” Ravena interferiu. “Já está quase escurecendo e precisamos nos abrigar e dormir, senão não teremos forças para encarar qualquer inimigo que encontremos pelo caminho.”

 

“Ela tem razão. Mesmo que a gente encontre o cara hoje, não conseguiríamos enfrenta-lo nessas condições. Estamos exaustos e não sabemos do que ele é capaz.”

 

Ao ouvir as palavras do robô, Robin teve de concordar. Queria estar bem para poder resgata-la e leva-la à torre sã e salva. Do contrário, só piorariam as coisas e poderiam cair numa armadilha pelo caminho. Assim eles voltaram ao T-Ship e se abrigaram em seu interior, salvo de qualquer criatura que perambulasse as florestas durante a noite.

 

Porém, o menino-prodígio não conseguia se acalmar. Sabia que, enquanto dormisse, ela talvez estivesse em apuros ou gravemente ferida devido às marcas deixadas. Era como se ele estivesse deixando-a na mão!

 

Não. Ele nunca faria isso com sua melhor amiga. Se está deixando de busca-la é para ganhar forças e acabar de uma vez com o responsável, e isso era o que mais queria no momento.

 

Robin então suspirou como uma tentativa de espantar todos aqueles maus pensamentos e para tentar se acalmar um pouco. Algo realmente difícil de se fazer.

 

Só espero que ela fique bem até lá... onde quer que esteja...


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