Tamaran escrita por Nightstar


Capítulo 17
Novo conflito


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!

por sorte, consegui voltar 15 dias antes. No tempo que fiquei ausente eu fiz mais 3 caps, porém, postarei somente esse já que estou revisando os demais.

boa leitura.^^



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O comandante armado já podia avistar os inimigos que se posicionavam na varanda a algumas centenas de metros adiante. Ver a cena o fez sorrir. Era uma atitude tão inútil da parte deles... a derrota seria definitiva!

 

“Idiotas.” Ele mergulhou em meio à floresta logo abaixo, desaparecendo da vista dos jovens que antes o observavam atentamente. Agora, estava pronto para o primeiro ataque. Se misturando às árvores e demais vegetações poderia se aproximar ainda com mais rapidez e cautela, principalmente se mudar a rota e dar o primeiro golpe por trás de forma que não fosse percebido pelos oponentes em momento algum. Começaria pelo mais fraco, claro. Mas quem seria?

 

Mutano.

 

Pelo que o guerreiro percebeu no rapaz, este deveria ser o mais vulnerável do grupo. Não pensava antes de agir a maior parte das vezes, seu poder era um tanto “fraco” se comparado ao dos tamaranianos e, principalmente, seria frustrante comparar a inteligência ou maturidade do transmorfo com a de uma pessoa de mesma idade...

 

Era uma boa estratégia, mas tinha um porém nessa história. O garoto tinha seus sentidos muito mais aguçados e poderia detectar a aproximação do inimigo facilmente. Com isso, os heróis poderiam ser alertados e a discrição acabaria...

 

Então... atacar assim não era uma boa opção...

 

O soldado parou de voar por um instante e deu uma pequena risadinha do que acabara de pensar agora. Desde quando não queria atacar no primeiro movimento??

 

“Tive uma idéia...” Ele murmurou enquanto voltava a ganhar velocidade. Talvez devesse enfraquece-lo enquanto agisse para que a ação tivesse maior efeito, começando por um golpe forte e inesperado. Coisas como questões ou assuntos delicados eram boas alternativas. Se um titã perdesse a razão, tanto para a raiva quanto para a tristeza, provavelmente não conseguiria manter a concentração sobre os dons e nem agiria com esperteza, apenas atacaria por impulso. Isso poderia distrair os demais. O que resultaria numa vitória para o tamaraniano...

 

Realmente era um bom plano, e ele mal via a hora de usa-lo.

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“Onde ele foi?” Estelar questionou, preocupada.

 

“Se escondeu para nos pegar de surpresa. Fica ligado aí, verdinho!”

 

“Pode deixar, Ci!”

 

Cada titã se posicionava em uma direção diferente de forma que formassem um círculo sobre a enorme varanda. Era uma seqüência como Robin, Estelar Ravena, Mutano e Ciborgue.

 

Ambos se mantinham imóveis e com sua atenção voltada apenas ao cenário que se estendia à sua frente, de forma que o silêncio dominasse. O ar ao redor estava extremamente tenso. Se todos tivessem uma audição como a de Mutano, seria possível ouvir as batidas pesadas de cada coração e a respiração ofegante de ambos. Quem sabe até uma gota de suor que acabara de cair sobre aquele chão gelado?

 

Depois do que aquele sujeito fizera aos titãs, estes estavam cientes de que se tratava de alguém experiente em batalhas e que tinha seus movimentos movidos por ódio e rancor. Souberam disso principalmente depois de ver o estado final de Estelar...

 

 “Procurando por mim?” Uma voz cínica ressoava pelo lugar. Os cinco começaram a procurar pela origem da voz em todos os cantos com o olhar, mas nada encontraram. “Estão tão ansiosos para um combate, mas sequer conseguem me achar... que tolice!!” Nesse momento, todos olharam para cima. Mas não houve tempo para desviarem ou voltarem aos seus postos. Um forte e longo raio de starbolt de tom lilás atingiu o centro daquela varanda com violência, tanto que não só atirou os titãs para longe, mas fez a construção desabar.

 

Rapidamente, Mutano mudou sua forma para um pterodáctilo e cravou as garras nos ombros metálicos do amigo cibernético. Ravena somente levitou e desviou os destroços que caíam com seu poder e Estelar segurou o líder pelos braços, levantando vôo logo em seguida.

 

Todos se dirigiram para uma outra torre do castelo, a qual teve o teto destruído ao ser invadida, deixando assim um amplo espaço em aberto. Assim que pousaram no recinto, perceberam que o soldado sumira uma segunda vez

 

“Já chega!!” Robin gritava com toda a força. Já estava revoltado com os atos daquele estranho antes, imagine como ficara agora!... “Anda! Aparece logo, covarde!!”

 

“Devia ter cuidado com o que deseja, Robin...” Os cinco então se viraram num baque. Lá estava ele, parado em pleno ar e de braços cruzados como se estivesse aborrecido. Seu único ato era encarar os cinco pares de olhos nervosos que o fitavam agora. “Será que não percebem? Nunca vão me vencer.”

 

“Por quê não nos deixa em paz?? O que você quer com a gente?!”

 

“*suspiro* Odeio explicar a mesma coisa duas vezes.” Ele disse, desviando o olhar. “Caso tenha esquecido, não são vocês que eu quero, e sim ela!” Estelar engoliu seco ao vê-lo apontando para si, e sentiu um forte arrepio lhe rodear o corpo enquanto o soldado pronunciava as palavras seguintes. “Os outros podem até se mandar daqui que eu nem ligo, meus assuntos pendentes são com a ruiva e não desistirei da minha meta até cumpri-la totalmente. Sendo assim, eu deixo vocês quatro voltarem pro seu planeta numa boa sem sofrerem nada. Mas com uma condição: Estelar tem que ficar!”

 

Ambos se entreolharam e depois fitaram a titã. Ela estava mesmo nervosa sobre a proposta que fora feita. Tinha medo que, se ficassem por ela, sofressem as mesmas torturas que passara na fortaleza ou talvez fossem expostos a coisas ainda piores. Mas ao mesmo tempo tinha medo de que decidissem deixa-la naquele lugar assombroso com aquele louco.

 

“Esquece, cara! A gente não vai fazer isso!” Mutano disse.

 

“É, não somos loucos pra cumprir um trato desse!...” Ravena se preveniu e retomou a pose de ataque, concentrando parte dos poderes nas mãos. Os outros, menos Estelar, copiaram a ação e se prepararam para o combate, já que o soldado teve sua vontade negada e, é claro, os atacaria por isso.

 

“Vocês têm mesmo a certeza de que querem trocar a liberdade por... essa aí? Humpf! É melhor pensarem bem. Se fizerem isso, saibam que não terei um pingo de piedade em nossa luta!”

 

“Não vai machucá-la de novo! Antes, terá que passar por mim!!” Robin sacou o bastão de seu cinto e se posicionou em frente à garota de garota de olhos verdes. Esta se surpreendeu com a atitude tomada.

 

“Acha difícil?” O tamaraniano questionou em tom de deboche. “Bem, depois não diga que não avisei!!”

 

Ele fechou os punhos com força, fazendo com que as luvas metal liberassem uma lâmina afiadíssima em cada mão. Em seguida, avançou com força total.

 

“Titãs!” O líder gritou após desviar da faca que passara a poucos centímetros de seu peito. Ciborgue aprontou o canhão e tentou apontar para o sujeito, mas este era bem ágil. Em uma fração de segundo, o robô estava jogado no chão e um longo corte marcava o peito metálico, liberando faíscas. Nem chegou a ver o que aconteceu com ele. Em um momento estava preparando-se para agir, e em outro, derrotado! O pior era que o agressor sumiu num piscar de olhos como se fosse um fantasma.

 

Mutano decidiu pegá-lo em pleno ar. Nenhuma novidade. Essa estratégia era uma das mais usadas por ele. Primeiro, voaria em forma de falcão, depois, ao avistar o atacante, se transformaria numa baleia ou tiranossauro e o pegaria de surpresa. Parecia ser um bom plano ao seu ver...

 

Mas como foi dito, apenas parecia!

 

Quando o pássaro atingiu uma boa altitude para observar o pequeno campo de batalha parou e esperou pelo movimento inimigo. Um erro imperdoável! Tinha praticamente se submetido ao golpe violento que fora lhe dado na cabeça pouco tempo depois. Rapidamente despencou em queda livre sem nenhuma possibilidade de algo ou alguém impedir o impacto. Por isso, logo em seguida, foi possível ouvir o ressoar de uma ave chocando-se contra parte dos destroços que se encontravam no chão da antiga torre.

 

“Fácil demais!” O tamaraniano disse ao assistir o garoto se levantando com dificuldade. Tinha ferido a testa na queda, assim como os ombros e lábios e agora cuspia o sangue que se acumulava na boca aos poucos. Odiava quando isso acontecia. Um exemplo foi quando tinha o pescoço de um dos guardas cravados em seus dentes de velociraptor. Nunca esqueceria daquilo, principalmente agora! “Escuta, garoto... você nunca se cansou de ser tão inútil?” O guerreiro questionou.

 

“O quê??”

 

“Ah, vai dizer que não sabe! Você sempre foi o mais fraco desse bando de crianças que vocês insistem em chamar de... heróis!”

 

“Isso... isso não é verdade!”

 

“Ah é? Então me explique, por que você é sempre a última pessoa a quem eles consultam, ou ainda, que tem um papel realmente importante numa luta?” As palavras usadas por ele estavam erradas, mas Mutano não percebera isso. Estava tendo lembranças de cenas em que isso sempre acontecia. “Admita, não passa de um verdadeiro fracasso! Se está nesse grupo foi porquê precisavam de alguém do seu nível para que se sentissem mais inteligentes...”

 

O garoto estava começando a se enfurecer.

 

“Não!! Você só tá me enrolando com essa babozeiras!!”

 

“Tem certeza? Ora... então é ainda mais burro do que pensei!...”

 

Com isso, Mutano se transformou num rinoceronte e avançou furiosamente. Não pensava mais, apenas queria feri-lo, assim como este fizera a si. O soldado por sua vez sequer se moveu. A sua única atitude tomada foi esticar um dos braços com a arma afiada na direção do animal de pele verde.

 

“NÃO!!” Ravena gritou enquanto atirava uma placa de ferro no rinoceronte, jogando-o para longe. Em seguida, levitou inúmeras pedras pontiagudas e usou seu poder para que avançassem da direção do inimigo.

 

Ele ficou imóvel novamente como se esperasse um ataque melhor, mais forte. Afinal, as pedras eram praticamente despedaçadas assim que entravam em contato com a armadura. O material que a constituía era mesmo muito forte.

 

“É só isso que vai fazer?” Questionou, percebendo que a empata havia parado.

 

“Fiz a minha parte.” Foi isso que ela respondeu segundos antes de desaparecer em mais um portal. Estranho. O que queria dizer com isso? Não houve tempo para responder. As palavras foram poucas, mas que, em pouco tempo, foram esclarecidas.

 

O tamaraniano apenas sentiu um impacto extremamente forte na nuca e a textura rochosa e maciça de uma das paredes que chocou-se contra as suas costas. O golpe foi dado com força. Tanto que, além o fato de sua cabeça estar doendo muito agora, o capacete que usava continha uma longa e profunda rachadura que se iniciava do ponto mais alto e prosseguia até um canto próximo à bochecha, revelando alguns fios de cabelo de cor negra.

 

Ele passou a mão pela cabeça como se tal ato diminuísse a dor que sentia, podendo assim perceber o dano no acessório. Isso o enfureceu. Mas ao abrir os olhos viu Robin o encarando a alguns metros adiante, empunhando o bastão em uma das mãos. Era evidente que fora este a origem do ataque.

 

“Tem certeza de que é invencível?” Robin questionou enquanto retomava a pose. O oponente apenas trincou os dentes. “É melhor pensar de novo!”

 

O garoto então avançou. Corria com menção de golpear o inimigo com o dobro da força usada anteriormente, o que provavelmente terminaria de quebrar o capacete e o faria vencedor. Mas quando saltou para fazer o movimento, mesmo que por uma fração de segundo, pôde ver um sorriso perverso cruzar o rosto inimigo. E com a mesma velocidade que sorriu, o guerreiro recolheu as pernas para si e depois as esticou violentamente, chutando o estômago do mascarado com força total. Era o troco. Robin fora atirado para longe assim como fizera com o tamaraniano pouco tempo atrás.

 

Agora ele se encontrava estirado no chão, se contorcendo de dor e sufoco. Aquilo havia tirado-lhe quase todo o ar que possuía.

 

“Você fala demais. Eu avisei que não teria piedade!” Robin fez um pequeno esforço para se levantar, mas tudo o que conseguiu foi se manter de quatro no chão. Foi aí que notou que estava ferido. O lugar que tinha sido chutado continha uma pequena mancha de sangue que aumentava aos poucos. Isso foi devido às botas de ferro que fazia parte da armadura do vilão. Ambas continham uma ponta afiada de apenas dois centímetros de comprimento. Sim, eram pequenas, mas, com a força que fora usada naquela hora, acabaram fazendo um estrago... “E agora, quem é que está controle?”

 

Robin olhou para cima a tempo de ver a lâmina que ‘decorava’ a luva direita do vilão ser direcionada para si. Estava pronto para perfurar o corpo do rapaz sem dó ou piedade. Era o momento perfeito!

 

“Tchauzinho, Robin!” Disse em tom de deboche. Em seguida, a lâmina cortou o ar que a rodeava em linha reta, produzindo um som agudo e suave.


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