Tamaran escrita por Nightstar


Capítulo 12
Ainda na cela




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Pelo menos uma dúzia bestas invadiram a cela onde os titãs foram presos horas antes. Estavam fortemente armadas.

 

“O quê está havendo aqui?!” A figura do soldado aparecera entre seus servos. Não parecia estar muito contente com a situação...

 

“Os prisioneiros, senhor! Eles... eles fugiram!!” O maior de todas as bestas ali presentes começou. Era um dos poucos que falavam a língua do estranho, assim como a de outros animais nativos do planeta.

 

“Como assim, seu inútil?! Quero uma explicação imediatamente!!”

 

“Eles não saíram da fortaleza, meu mestre. Ainda estão por aqui, mas escondidos!”

 

“Então ache! Você, Urkharlls, é o líder de todas essas criaturas. Como pôde deixar quatro pivetes simplesmente sumirem?!!”

 

“Nenhum de meus irmãos avistou os terráqueos saírem da cela, senhor. Caso avistássemos, estariam estirados nesse mesmo solo que piso agora...”

 

O sujeito de armadura refletiu sobre a resposta que recebera da criatura. Como não poderiam ter saído da cela? Então, após um breve momento de silêncio, ele recuperou o tom de superioridade e voltou a falar (ou melhor, gritar) com seus servos.

 

“O que estão esperando pra começar a procurar aqueles idiotas?? Andem!!”

 

As bestas se entreolharam por um instante e correram para fora daquele lugar, se separando por toda a fortaleza. Seu mestre, no entanto, continuou observando as algemas e correntes que foram deixadas pelo chão da cela.

 

Por sorte, ele só não percebeu a passagem porque os titãs haviam fechado-a com a pedra removida...

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“Essa foi por pouco!...”

 

“Shiu!” Robin interrompia o amigo de pele verde. Todos estavam recostados na parede que envolvia a passagem já fechada, ouvindo o que acontecia no outro lado. “Acho que já foram...”

 

“Então isso significa que a gente tem que sair daqui agora.” Ciborgue dizia num tom baixo, temendo a presença de alguém na cela oposta.

 

“Certo, mas como? Sem meus poderes nós não poderemos ir muito longe...”

 

“Temos que usar a estratégia... correr e atacar ao mesmo tempo...” Robin disse.

 

“Mas e a Estelar? Se formos atacando e correndo, ela não poderá ser levada...”

 

“Poderá sim, se alguém a carregar...”

 

Logo, um estrondo pôde ser ouvido no lado de fora da cela. Parecia que as criaturas iriam vasculhar o local onde eles estavam.

 

“Temos que ir!!” O líder exclamou, erguendo o corpo amolecido da amiga. Uma grande tristeza tomou posse de si nesse momento, pois percebeu que, nem mesmo esse ato a fizera despertar.

 

“Deixa que eu faço isso, cara. Tenho mais força e-“

 

“Não, Ciborgue. Eu sou o único da equipe sem poderes, bom, com exceção da Ravena no momento. Por isso é melhor que vocês usem suas habilidades pra me dar cobertura enquanto corro pela fortaleza com ela.”

 

“Quanto você aposta que isso é só uma desculpa esfarrapada pra ele carregar a Star?” Mutano cochichou no ouvido do robô.

 

“Não precisa apostar nada, é óbvio!”

 

Outro estrondo ecoou pelos corredores afora, fazendo os titãs trocarem olhares aflitos entre eles. Estavam tentando arrombar a porta de aço. Era um sinal. Agora sim, deveriam sair da cela imediatamente.

 

“Titãs...” O líder disse como formar de prepara-los para o pior, pois a porta estava quase cedendo com tamanhos golpes que recebia a cada segundo contado. Assim, Ciborgue ativou o canhão sônico e tomou uma posição de ataque, apontando-o para a direção da porta. Mutano também se pôs em posição e já imaginava qual animal sem e transformaria para deter aquelas feras. Ravena não podia fazer muito, pelo menos uma pequena parte dos seus poderes havia voltado, mas não o bastante para atacar os guardas. O máximo que podia fazer era criar um escudo. Por isso, se preparou fisicamente para a batalha que se iniciaria em breve.

 

“Espero que você agüente...” Robin murmurava para Estelar. Esta continuou sem reação alguma. Seu corpo permanecia amolecido, com a cabeça pendendo para trás e os braços praticamente jogados para baixo como se fossem feitos de pano. Se o rapaz não soubesse, diria que ela estava morta.

 

Essa era uma cena horrível de se presenciar...

 

Não demorou muito para que a porta fortificada cedesse e caísse no chão, espalhando uma densa poeira acinzentada por todo o local. Desse jeito, era quase impossível enxergar quem ou o quê havia causado aquilo. Na verdade, lá no fundo, os titãs nem queriam saber quem fora o responsável pelo ato...

 

No começo, foi possível ver uma sombra no meio daquela poeira pálida que cercava a cela inteira. Uma sombra bem grande.

 

“Ah não...!”

 

Mutano tinha um excelente motivo para murmurar essas palavras. Desde a batalha que tivera com aquela criatura da floresta, não imaginava outra que fosse pior. Porém, se enganara! Como ele estava na frente de todos os outros, pôde ver como a besta era perfeitamente, isso o assustou na hora.

 

Não era como a última. Era... muito pior!

 

A fera lembrava um tiranossauro, mas possuía um couro semelhante a uma camada óssea que, em muitos pontos, se acumulava de uma forma que se tornasse longos espinhos de quase um metro de altura. Alguns, inclusive, eram menores e ficavam ao redor do rosto. Suas garras enegrecidas não eram muito grandes ou afiadas. Na verdade, pareciam ter sido lixadas. Provavelmente devido a algum castigo ou fase de treinamento imposta pelo seu mestre. Mas o que mais intimidava seus opositores eram os dentes, pois, ao invés de ter apenas uma fileira de dentes afiados em cada maxila, como qualquer outro animal, este tinha duas.

 

Outro ponto que intimidava muito os titãs era os olhos. Suas íris eram rubras, de forma que refletisse qualquer feixe de luz que por elas passassem, e a esclerótica tinha um tom negro. Isso deixava à mostra sua sede de sangue e de carne. Também empunhava uma lança com ponta luminescente, usava uma pequena armadura como se fosse “uniforme” de um guarda da fortaleza e tinha um pequeno brasão centralizado no peito. Um brasão dourado com uma pequena estrela de cor preta.

 

Até o momento, o animal apenas encarava o Mutano de uma forma... intensa.

 

Cara... to me sentindo um bife na frente do ciborgue...

 

Como reação a isso, o transmorfo permaneceu imóvel, temendo caso o monstro agisse primeiro. Robin, estranhando o comportamento da criatura, começou a observa-lo sem hesitar. Tinha um pequeno palpite sobre ele, mas precisava confirma-lo primeiro.

 

Esse monstro... ele parece não estar...

Antes de o garoto terminar seus pensamentos, a criatura começou a farejar em todas as direções da cela sem parar. Não parecia dar importância aos quatro jovens ali presentes, só ao seu faro. Dando grunhidos de vez em quando.

 

... enxergando!

 

Robin percebeu isso na hora. A criatura era quase cega e só poderia confiar no que sentia ou escutava. Por isso tratou de seguir a idéia do amigo verde e ficou imóvel como uma estátua. Porém, isso era bem difícil quando se tinha uma garota em seus braços. O peso o estava forçando para chão a cada segundo.

 

Agora, o líder rezava para que a guarda se convencesse de que não havia nada na cela e partisse o mais rápido possível dali...


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