Era de manhã na Torre Titã. Não fazia muito tempo que os cinco heróis haviam despertado. Só era estranho o fato de nenhum crime ter acontecido na noite passada ou enquanto dormiam. Era algo raro de se acontecer. Era por essa razão que eles faziam o possível para não se aborrecer naquele dia tão parado.

Ciborgue e Mutano disputavam o videogame como sempre. Ravena? Lendo, claro. Já Robin disfarçava o tédio enquanto posicionava o jornal em frente ao rosto. Mas estava faltando alguém no meio deles...

“Alguém aí viu a Estelar?” Robin começou, sem abaixar o jornal que sequer estava lendo.

“Só quando me levantei. Ela tinha acabado de se levantar e tava meio... estranha.” Mutano respondeu.

“Defina ‘estranha’.”

“Muito quieta, não falou nada quando passei por ela. Nem ‘glorioso’ ou ‘bom dia’...”

Agora sim, Robin abaixou o jornal e olhou para o garoto de pele esverdeada.

“Nem ‘bom dia’?!”

“Não.”

Ele se levantou num baque e caminhou de forma apressada até a porta automática. Ao sair, Mutano e Ciborgue se entreolharam.

“O que deu nele?”

“Sei lá, verdinho, o Robin tem muitos problemas...”

“Deixem ele em paz. Não está acostumado a passar dias calmos na torre...” Ravena disse, abaixando seu livros alguns centímetros.

Os três então deram o assunto por encerrado e voltaram às suas atividades anteriores. Ler e jogar. Qualquer coisa para não passar o dia entediado.

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“Star?” Robin a chamava pelos corredores enquanto ia a caminho do quarto da garota. Assim, se deparou com a porta aberta. “Star??” Somente Silkie permanecia lá, deitado na cama cor-de-rosa. Nenhum rastro da Tamaraniana.

Estranho, isso não é normal. Ela daria ao menos um bom dia pra gente.

Ele continuava caminhando pelo corredor. Concentrado em suas dúvidas. Mas parou quando se viu frente a frente com a escadaria da torre. Se continuasse imerso em pensamentos como antes, teria tropeçado e caído na hora.

Se ela não está no quarto...

Robin subiu às pressas cada degrau.

... só pode estar no terraço!

Ele tinha medo que algo de ruim tivesse acontecido a ela. Tudo aquilo era muito estranho. Estelar nunca tinha deixado de cumprimentar os amigos assim que acordava ou se encontrava com eles.

Assim que subiu o último degrau, abriu a porta cuidadosamente, para que não fosse percebido. Lá estava ela. Sentada na borda como sempre fazia. Aparentemente não havia nada de errado ou estranho. Estelar estava apenas imersa em seus pensamentos.

Mas no quê estaria tão concentrada, afinal?

“Erm... Estelar?”

Ela se virou rapidamente ao perceber que Robin se sentava ao seu lado.

“Robin! Você me assustou!...”

“Se quiser eu vou embora...” Ele tinha se convencido que tudo estava bem, que Estelar apenas admirava a paisagem e nada mais. Mas quando ia se levantar novamente, uma mão delicada segurou o seu braço e o impediu de continuar.

“Não, não é preciso ir...” Ela parecia nervosa. “Eu... só estou surpresa por... ter chegado sem prévio aviso...”

Robin por sua vez percebeu o nervosismo da tamaraniana. Isso chamou sua atenção. Não era sempre que Estelar ficava assim. Parecia temer... algo.

“Tá tudo bem com você, Star?”

“Claro, por quê não estaria?”

“Não sei, você andou muito quieta hoje... na verdade, a gente nem te viu.”

“Eu... estava ocupada...”

“Star...” Ele sabia que Estelar estava mentindo. Para mostrar isso, esboçou uma expressão séria enquanto a olhava. “O que aconteceu?”

“Ah, Robin... eu não queria te dizer isso...” Ela deu uma pequena pausa. “Mas recebi uma mensagem de Tamaran há algumas horas.”

“Não é outro casamento, né?!” Robin se assustou, não queria passar por aquilo outra vez.

“Não, claro que não!... é que Galfore foi para uma missão fora de Tamaran...”

“E daí?”

“É que, como sou a princesa, devo me encarregar do trono e liderar o planeta enquanto ele estiver fora. Partirei amanhã de manhã...”

“O quê?!!”