Jolly Roger escrita por Luangel


Capítulo 39
Canção de amor e saudade


Notas iniciais do capítulo

Oiê! ^^ A titia ta viva! haha xD eu sei, eu sei, eu estive sumida, mas não larguei a fanfic não! É q vo começar facul e ta td bem louco >< Espero q gostem do cap



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E que resposta se poderia dar a uma princesa tempestuosa como Temari além de um sim? E então, eu me inclinei numa mesura respeitosa, mergulhando mais ainda nessa missão que poderia trazer mais conseqüência da quais eu sequer pensava.

Sakura Haruno:
Gaara voltou os seus olhos para mim, parecendo animado com o seu plano recém arquitetado:
—Providenciarei que busquem Sasori imediatamente e cuidaremos de todos os preparativos necessários para a viagem á Suna. Eu ficaria muito grato que vocês os acompanhassem.—Essa ultima frase soava quase como uma obrigação, quando seria impossível responder um não.—E por favor, cuidem para que esse homem não se machuque e não sofra nenhum dano fatal. Sasori vale mais que seu peso em ouro puro para mim, e eu ficaria muito zangado se ele não voltasse para casa.—Eu engoli a seco imaginando que a ira do príncipe era muito semelhante a do rei, seu pai.— Se a vida de Karura não estivesse em risco, eu não o mandaria para essa missão.
Tive vontade de rir, mas eu me contive afim de não ofendê-lo... Do jeito que o ruivo falava, esse Sasori parecia ser o próprio braço direito de Deus.
—Quem é esse tal de Sasori?—Perguntei, curiosa e o rapaz sorriu de modo sombrio antes de dizer.
—Ele é a minha arma secreta. Ele é silencioso, ardiloso e mortal. Nunca fracassou em nenhuma tarefa na qual eu o tenha encarregado de fazer. Em suma, ele é a única esperança da rainha.—Respondeu Gaara, soando orgulhoso do servo em seu comando.
Depois dessa nossa conversa, fomos encaminhados aos nossos aposentos, sendo que o meu seria compartilhado com Sasuke, naturalmente, já que somos casados. O moreno olhava o horizonte da janela, apenas o barulho do mar não deixava o silencio quase fúnebre tomar conta do cômodo.
Me senti culpada ao vê-lo ali, com os ombros caídos, cansado. Afinal de contas, eu apareci na vida do Uchiha e a coloquei de cabeça para baixo, o fazendo renegar sua honra de mosqueteiro e o arrastando á uma vida de fugitivo, onde temíamos inimigos a todo instante, e agora, quando tudo parecia estar se resolvendo, iríamos voltar para Suna, voltar para o covil do lobo que tanto lutamos para escapar...
Eu me aproximei depois de tirar aqueles sapatos femininos que tanto me incomodavam por falta de costume em usá-los. O homem não desviou seu olhar do mar mesmo notando que eu estava ao seu lado.Aproximei a minha mão da sua e a peguei. O conde me olhou, visivelmente surpreso e me senti ridícula quando senti minhas bochechas queimarem violentamente.
Quase me arrependi de ter ido ali perto dele, mas ao mesmo tempo eu queria fazê-lo se sentir bem, como ele sempre fizera comigo.Aquele simples toque, aquele olhar profundo, resultou em um momento em que o tempo não passava e eu senti que poderia ficar ali para sempre, nada de missões, de medo e de fugas, apenas eu e ele, e isso soava maravilhosamente perfeito.
De súbito alguém entrou no quarto, nos fazendo levar um susto e rompendo toda aquela atmosfera linda em que estávamos, como uma bolha de sabão.
—Desculpe interromper o casal.—Disse Ino com o seu habitual tom irritadiço no qual eu já havia me acostumado.
Ao lado da loira estava Hinata, corada com a indiscrição da companheira. Mas o meu olhar se prendeu no rapaz que as acompanhava, era um homem pálido e magro, de cabelos ruivos e olhos despreocupados.
—Este é Sasori, aquele que o príncipe Gaara nos falou.—Apresentou a Hyuuga, com a sua cordialidade.—Sasori, esta é a nossa companheira, Sakura e o seu marido, o conde Sasuke Uchiha.
O cumprimentei com um aceno de cabeça e realmente não entendia como vossa alteza achava tal homem tão comum tão especial a ponto de ser imprescindível. Com um pouco de conversa para nos entrosarmos, o rapaz educado disse com um sotaque adorável de Kazemaru:
—Digamos que eu sou uma espécie de ladrão do príncipe. Ele sempre me chama quando precisa de alguém com a mão leve e completa ausência moral.—Riu, fazendo piada de si mesmo, mas apenas Hinata riu com ele, já que me limitei a sorrir, achando graça no curioso rapaz.
—Rouba por ele?—Indagou Sasuke, não parecendo muito feliz de ter que trabalhar com mais um ladrão, seu senso de honra ainda não o permitia ser tão liberal assim.
—O tempo todo.—Respondeu, com um sorriso leve.—Segredos principal e basicamente. São fáceis de guardar, mas difíceis de se provar, mesmo que o autor seja capturado.
—Acha que vai conseguir tirar a rainha Karura da prisão em que ela está?—Perguntou Ino, que estava sentada no chão como um moleque de rua, fazendo com que o seu vestido bufante a fizesse parecer um bolo, o que era engraçado.
O ruivo sorriu abertamente, mostrando a fileira de dentes brancos e alinhados.
—Invadir prisões é bem fácil na verdade.—Anunciou e por alguns instantes, achei que ele estivesse sendo arrogante, mas me lembrei de como Gaara o considerava um prodígio, então poderia ser realmente fácil para ele.— Afinal de contas, essas construções foram feitas para manter as pessoas lá dentro, não para impedi-las de entrar. Basta encontrar uma entrada. Depois disso é apenas fazer o caminho de volta e pronto, liberdade!—Enquanto ele dizia, até parecia ser fácil fazer aquilo.
—Já tirou muita gente da prisão?—Indagou Hinata, curiosa enquanto se abanava com um leque, em um exemplo de feminilidade que nem eu nem Ino jamais conseguiríamos ser.
—O tempo todo. Principalmente eu mesmo.—Disse Sasori e dessa vez eu não pude deixar de rir.
Passamos o dia traçando planos e decidimos que no dia seguinte partiríamos, isto é, se tudo desse certo. A princesa Temari mandaria uma carta para o seu tio, o duque Yashamaru para estabelecer uma comunicação, falar que estavam cientes da situação e que ter o apoio dele em Suna seria de muito proveito para toda a nossa operação. Ele seria um aliado e tanto do outro lado do mar.
Não disfarcei a minha surpresa quando vi a loira colocar o bilhete na pata de uma águia pequena para enviar a mensagem á Suna. Não questionei aquele inusitado meio de comunicação, já que a garota parecia muito confiante no animal e na sua capacidade de ser mensageira.
Depois que todos os preparativos, malas, suprimentos e armas estavam organizados, nós jantamos, fomos muito bem tratados e fomos considerados convidados por aqueles nobres. Durante o jantar, Temari conversava com Hinata alegremente, Gaara encarava descaradamente Ino que devolvia o olhar com a mesma intensidade, numa afronta que divertia o príncipe.E Sasori conversava comigo casualmente e eu tentava parecer simpática, mesmo que estivesse apenas brincando com a comida em meu prato, distraída com o meu incerto futuro. Tentando esclarecer a minha vida, notei que a minha missão estava próxima do fim, Sasori iria salvar Karura e a levaria para junto de seus filhos. Mas em contrapartida, o rei não ficaria nada satisfeito em saber que Sasuke falhara em sua missão de me deter, mas tal falha seria perdoada desde que o soberano nada soubesse que eu sou a esposa do Uchiha.
Mas e eu? Seria suicídio tentar voltar para Suna como Akira, seu falecido irmão, isso mostra como a desobediência perante o rei é fatal e eu realmente não quero morrer, não agora, tenho na verdade, inúmeros motivos para permanecer viva. Mas servir ao rei de Suna não me agradava, na verdade, até me revirava o estomago ter que obedecer um homem desprezível com menos honra que um verme. Jamais me sentiria orgulhosa e honrada ao servi-lo. Certo, está decidido, eu não serei mais mosqueteira. Mesmo que essa decisão aliviasse o meu peito, o vazio logo se apoderou do mesmo, afinal, se eu não serei soldado, o que faço? Talvez eu me torne uma mercenária, possa colocar a minha força e a minha habilidade a serviço de quem pague mais. Assim, eu seria livre para ir aonde eu bem entendesse, lutando em todo lugar onde soprasse a guerra e alguém que necessitasse de minha força.
Antes que eu me empolgasse com a ideia, lembrei-me que nada disso poderia resolver o meu dilema. Seria trocar um amo carrasco por outro quem sabe até pior. Não sinto vontade de lutar apenas por lutar, eu desejo lutar pelo que é certo, por um propósito, pela honra e pela justiça. Sentia-me infantil, com imaginação fértil e pensamentos utópicos. Meu coração pesou ao notar que na realidade, eu teria que aposentar a minha carreira militar e me satisfazer em ser fracassada e derrotada por inimigo que nem sei como é, mas que é muito mais forte do que eu e minha força de vontade. Terei de voltar para Konoha? Cultivar uma terra sem ninguém para transmiti-la como herança. Para que me dar ao trabalho de trabalhar em uma propriedade se não haveria ninguém a quem passar após a minha morte? Se no fim, acabaria vendida a estranhos?
Seria preferível viver como mercenária do que passar a vida com um empenho inútil. Fora que a ideia de voltar a casa em que cresci não era animadora. Ainda tremo ao recordar do inverno que passei lá, sozinha e apavorada, assombrada pelos espíritos de minha amada família. É certo que jamais encontraria paz naquele lugar maldito. Suspirei, achando que talvez a minha condição de homem estivesse de dias contados. Afinal, seria bem mais pratico ser mulher. Como Sakura Uchiha eu não correria risco de morte. Olhei para o moreno ao meu lado de soslaio. Ele bebia o seu vinho com uma elegância que parecia natural e extremamente sedutora. Sendo mulher, seria questão de tempo para que o conde se cansasse de mim. Assim, como mulher, nós não precisaríamos morar juntos, e Suna não me atraia como novo lar.
Prefiro a morte do que viver inutilmente na cidade, sem produzir nada de útil, vivendo apenas na rara chance e expectativa de ver o marido pelas ruas que no passado, percorria ao seu lado. Eu preferiria voltar a Konoha a ter que ser enterrada viva e sozinha, sem o amor.
—E quando chegarmos á Suna?—Perguntei, interrompendo a fala de Sasori, que pareceu desanimado com a mudança repentina e brusca de assunto, não que eu prestasse atenção no que ele dizia antes, mas tudo bem.
—Tenho pensado em qual seria a melhor maneira para resgatar a rainha.—Disse o ruivo.—Preciso de sua ajuda, condessa.
Ao meu lado, meu marido se engasgou com o vinho que bebia:
—O trabalho de Sakura já está concluído.— Anunciou o homem depois de se recompor, usando daquele tom frio que fazia qualquer um estremecer e abaixar a cabeça. Mas a arma secreta do rei não pareceu se afetar, na verdade, o homem apenas sorriu um sorrisinho malandro.—Ela levou a mensagem ao príncipe, a vida dela correrá perigo em Suna.
Em resposta, o outro levantou uma sobrancelha, visivelmente indignado com a fala do Sasuke.
—E a minha não?—Retrucou.—Ou a sua, caso seja conhecida sua participação nesse plano de resgate e fuga?
—A minha segurança é problema meu.—Disparou o moreno, praticamente rosnando.—Você não é mulher. Muito menos é a minha esposa, graças a Deus. Nós iremos resgatar a rainha, mas sem o envolvimento de minha Sakura.
—Precisamos dela para...
—Deixe-a fora disso.—Rosnou o Uchiha, perdendo a paciência com o rapaz.
Eu suspirei alto, impaciente de vê-los tentando regrar as minhas escolhas.
—Essa missão era minha, se lembra?—Disse me virando para o conde, fazendo clara a minha vontade.—E eu não descansarei enquanto a mesma não estiver concluída.
O ruivo assentiu, aprovando a minha fala, aumentando ainda mais a antipatia que nascia entre os dois homens.
—Essa é uma mulher corajosa.—Elogiou o ruivo, sorrindo para mim de um modo não muito educado para quem se dirigia a uma mulher casada.—Se o conde já não a houvesse desposado, juro que a levaria comigo aonde quer que eu fosse.
Diante dessa resposta eu sorri para Sasori. Pelo menos existe um homem que se mostra capaz de me aceitar e de me admirar como realmente sou, e não me forçar a ficar dentro de uma redoma de porcelana para adornar um ambiente livre de todo e qualquer perigo.
—Obrigada pela oferta.—Respondi e notei meu esposo se remexendo na cadeira ao meu lado, nervoso.—Se eu já não fosse casada com o conde, talvez me dispusesse a aceitá-la de bom grado.
—Sakura é minha esposa.—Disse o moreno, parecendo uma criança birrenta.
—Infelizmente para mim, isso é verdade.—Lamentou o outro, dando de ombros teatralmente.—Se algum dia a condessa se cansar do seu marido, procure-me. Será sempre um imenso prazer vê-la.—Respondeu o ruivo, me endereçando uma piscadela bem sugestiva.
Ri sem pudor, pensando que jamais que cansaria do meu moreno.
—Obrigada.—Respondi vendo a carranca de Sasuke e me segurei para não gargalhar dele.
Pouco tempo depois o jantar terminara e quando nós dois estávamos em nosso quarto novamente, o Uchiha declarou, irado:
—Esse descarado é um ladrão! Não é nem digno de sua atenção!—o moreno andava de um lado para o outro do quarto, enquanto eu descalçava as minhas botas, pensando em como castigar o meu marido por ser tão rude com o nosso companheiro de viagem.
—Sendo um ladrão ou não, Sasori desfruta de grande estima e favorecimento de seu senhor.—Murmurei apenas para vê-lo ainda mais comicamente irritado.
—Bha, bobagem!—Resmungou o Uchiha, fazendo uma careta.
—Você poderia me ajudar com esses malditos botões? Eu não consigo alcançá-los. —Perguntei, me virando de costas para o que os desabotoou com uma rapidez impressionante.
Eu olhei para a cama enquanto jogava o meu vestido em uma cadeira, imaginando o quão convidativa ela estava para mim e o meu marido. Eu sentia a necessidade de aproveitar o momento... Sei que não passarei muito tempo junto dele. Afinal, ele ainda é um mosqueteiro, e um dos mais favorecidos pelo rei de Suna. Era só manter sigilo sobre sua participação nessa minha missão, e certamente iria continuar com a sua posição privilegiada. Ele não precisava compartilhar do meu exílio, eu não o faria se sacrificar tanto por mim. Mas, até chegarmos em Suna, nós estaríamos juntos, e eu sentia cada vez mais a necessidade de estar em seus braços.
—Ele é um homem atraente.—Murmurei vendo os olhos dele faiscarem de malícia em meu corpo.—Ajude-me com o corpete, por favor.
—Você parecer ter se esquecido de um detalhe importante, minha querida e amada esposa.—Disse Sasuke, bem mais calmo, a sua voz rouca arruinando a minha sanidade, assim como os seus dedos mornos em minhas costas.
—Sim?—Indaguei me virando, enquanto ele retirava o meu corpete.
—Você é a minha esposa.—Anunciou enquanto mordiscava a minha orelha, fazendo com que eu suspirasse profundamente.—Nesta noite eu a farei minha, não somente aos olhos da lei, mas aos olhos de Deus e dos homens...
Eu o ajudei a se despir com a urgência de um faminto e não resisti quando Sasuke me guiou para a nossa cama. Me entreguei por inteiro, sem vergonha ou pudor, sem hesitação ou usando a racionalidade. Eu registrava todos os detalhes, todos os centímetros de seu glorioso corpo contra o meu, todos os gemidos e juras com doçura e amor, os reservando para me manter viva quando me tornasse sozinha e infeliz. Nas noites gélidas e solitárias, eu invocaria tais momentos para aquecer a minha alma para que eu não sucumba ao desespero e não morra de tristeza...

Ino Yamanaka:
Eu não tinha motivos plausíveis para estar tão irritadiça, e o fato dessa irritação sem sentido tirar o meu amado sono, me deixava ainda mais irritada. Ao meu lado na cama, Hinata dormia profundamente, me causando inveja de seu descanso que eu não tinha. Tentei encontrar uma nova posição para tentar cair no sono, mas a morena ao meu lado resmungou algo, quase acordando e temi por atrapalhar o repouso da Hyuuga por minha causa. Terminei levantando, decidindo que talvez caminhar pelos corredores desse grandioso palácio me ajude a espairecer a cabeça e finalmente dormir profundamente como um bêbado.
Enquanto caminhava, fui notando as coisas valiosas que me cercavam e a tentação de tomá-las para mim fazia as minhas mãos coçarem, mas as controlava. Sorri comigo mesma: desde quando eu hesitara em roubar? Cresci em meio ás ruas, aprendendo a malandragem como arte e oficio, ludibriando desavisados e enganando os caridosos com um sorriso ingênuo de uma criança que buscava sobreviver sem se importar com os meios, desde que os fins proporcionassem o que eu desejava. Trocados, relógios, qualquer coisa roubada era lucro, mostrava que você não morreria de fome, pelo menos não por aquela noite.
Confiança era uma coisa para idiotas, idiotas tais que acordavam pouco antes de morrer com uma adaga na garganta. Amigos? O máximo que tínhamos eram companheiros por conveniência, até que alguém oferecesse algo a mais para você ou para eles. Mas agora, essas palavras que antes soavam distantes e ridículas estão sendo vividas por mim. Tive uma infância difícil, uma adolescência pior ainda, mas agora tudo isso parecia um passado que não me amarrava mais. Eu não precisava mais roubar, a minha vida agora tinha outro sentido alem do individualismo de sobrevivência.
Francamente, desde quando eu sou tão sentimental? Eu estou parecendo a Hinata! Deve ser a falta de sono. Perdida em meus pensamentos, eu notei que já estava próxima de uma varanda que dava para o mar, logo percebendo como a lua estava especialmente brilhante esta noite. E foi então que eu escutei uma canção sendo guiada pelo vento noturno. Eu não reconheci a língua da musica e até duvido que aquilo seja alguma linguagem. Mas a musica era linda, simples e suave... Até o mar parecia se silenciar e acompanhar o ritmo daquela bela voz feminina. Curiosa, eu procurei por quem estava cantando e na areia, molhando os seus pés na água salgada, era Temari quem me surpreendera e encantara com aquela voz maravilhosa.
Mas... Por que diabos ela estava cantando para o nada a essa hora da madrugada? Eu ouvi passos atrás de mim e no momento em que me virei já em alerta, vi quem eu menos esperava e queria ver naquele momento. O príncipe Gaara caminhava lentamente, usando uma camisa leve de algodão em gola em v, revelando de modo não muito puritano, a sua pele alva. Não irei mentir, se esse ruivo não fosse tão imbecil, eu não veria nenhum problema em passar uma longa noite em sua cama, algo nesse homem me excita e me irrita ao mesmo tempo.
O rapaz olhou para mim com um sorrisinho irritante e olhar malicioso e foi então que me dei conta que estava apenas com uma camisola longa e totalmente desleixada, não que eu me importasse com isso é claro.
—Sempre alerta, não é, senhorita Ino?—Disse Gaara, parecendo estar degustando o meu nome em sua fala.
—O que você está fazendo aqui?—Perguntei, soando mais irritada do que a educação recomenda tratar um príncipe.
—Acho que eu moro aqui.—Respondeu o nobre, rindo enquanto me encarava como se eu fosse idiota, e eu me mantive em silêncio.
O silencio se estendeu novamente sobre nós e a canção fluiu pela brisa litorânea que brincava com o meu cabelo:
—Você veio escutar Temari cantar?—Perguntou ele, se aproximando da varanda, a fim de enxergar a sua irmã mais velha.
—Ela canta muito bem...—Murmurei sem olhá-lo, mas senti o olhar dele sobre mim e eu tive vontade de socá-lo, mesmo que sem motivo.
—É uma bela canção.—Concordou o homem ficando ao meu lado.
—Você sabe do que se trata?—Indaguei, a minha curiosidade falou mais alto que a minha antipatia por ele.
—É uma musica de saudade, de dor e distancia de pessoas que se amam...—Murmurou o príncipe, os seus olhos perdidos no mar, como se aquela musica também refletisse tais sentimentos do seu coração.
—Você tem uma pessoa a quem cantar?—Perguntei antes mesmo de notar o quão impulsiva e intrometida eu estava sendo, mas em resposta Gaara se voltou para mim com um leve sorriso em sua face.
—Acredito que todos nós temos alguém a quem cantar saudade... Já para mim e para Temari, é para Karura, nossa mãe. O dom da voz de minha irmã fará com que o mar ajude a nossa mãe a saber que estamos aqui, com ela.
Eu realmente não entendi o que aquilo quis dizer e preferi pensar que se tratava de alguma figura de linguagem ou uma comparação poética, mas de qualquer maneira aquelas palavras acabaram gravadas em minha cabeça, carregando mais significados e enigmas do que eu pensava... Depois notei que desde que estamos aqui, essa foi a primeira vez que Gaara chamou a rainha de mãe.


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Notas finais do capítulo

E aí? ^-^ O que você acharam desse mega capítulo? �/ Mereço reviews? ;-) Recomendações? bjs!



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