Jolly Roger escrita por Luangel


Capítulo 36
Principe de Kazemaru


Notas iniciais do capítulo

Oiê! ^^ Tudo bem com vocês meus amorecos? ^-^Titia voltou mais cedo e com um capítulo q apresenta novos personagens xD espero q gostem. Agradeço a cada review,li todos com igual amor e gratidão, mas agora eu não poderei respondê-los, vim postar correndo xD



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“—Digamos que o meu primo me devia uma por eu tê-lo livrado de ser um mosqueteiro. Agora estamos quites!”

Sakura Haruno:
Eu quase gritei de felicidade ao ver primeiro sinal de terra, eu parecia uma criança animada, vibrando e sorrindo a cada remada que nos fazia se aproximar de Kazemaru. Nós estávamos num mediano bote, onde enquanto Sasuke remava sem reclamar, Hinata olhava para o navio que comandara, acenando sutilmente para os homens que tanto nos ajudaram.
Enquanto andávamos em terra firme, notei tudo ao meu redor, aquele lugar era bem diferente de Suna, não era tão bela e pomposa quanto, mas também era mais vivida e populosa do que Konoha, Kazemaru se encontrava em um equilíbrio perfeito entre ambas.
Nos colocamos a andar, procurando algum lugar para passarmos a noite, tomarmos um banho para tirar o sal de nossa pele, mas confesso que a tarefa foi bem mais complicada do que pensei, mesmo oferecendo dinheiro, os donos das pousadas nos olhavam com uma mistura de desconfiança e nojo, e com medo de arrumar confusão, nos convidavam a ir embora e eu não os culpo por isso, afinal de contas, estávamos horríveis mesmo.
O Sol já começara a se pôr, dando ao céu uma bela coloração alaranjada, levando consigo a nossa esperança. Quando comecei a escolher um lugar na sarjeta para dormir, uma pessoa apontou uma lâmina contra minhas costas e um frio percorreu a minha espinha.
—O que você quer?—Perguntei, com a voz mais tremula do que eu gostaria de admitir.
De súbito, o desconhecido caiu numa gargalhada escandalosa, atraindo a atenção de todos nós.
—Sakura, eu queria ter visto a sua cara, sua voz já estava hilária!—Disse a voz já não tão desconhecida quando se recuperou do riso.
—I-Ino?!—Gaguejou a morena, surpresa ao encontrar a Yamanaka ali, e a mesma gracejou, como sempre:
—Sou uma rata de esgoto, queridas, sobrevivo a tudo!—Todos nós estávamos felizes a aliviados em vê-la ali, sã e salva, com a língua mais afiada do que nunca, confesso que até Sasuke ficou feliz em vê-la, soltou um “Hm” indiferente, mas nós dois sabíamos que quanto mais aliados, melhor.
—Poderemos conversar o quanto quiserem, mas temos que arrumar um lugar para ficar.—Disse o moreno, usando um tom frio ao interromper a nossa tagarelice e a loira voltou-se para ele com um sorriso zombeteiro.
—Calma Sr. Galã, eu já arrumei isso.—Em resposta, o Uchiha arqueou uma de suas sobrancelhas, indignado com o apelido que recebera, mas permaneceu em silencio enquanto eu ria baixinho, aliviada de ter a melhor e mais acida campainha de volta.
Ino nos guiou pelas vielas com eximia confiança, como se conhecesse aquele lugar como um lar, como a palma de sua mão, e era nessas horas que eu reconhecia as vantagens de ter um rato de esgoto ao seu lado. Depois de alguns minutos andando, encontramos um homem que nos olhou com espanto devido as nossas roupas maltrapilhas.
Antes que o mesmo nos expulsasse dali como mendigos, ele reconheceu a face da loira e ficou mais tranqüilo, e ficou animado quando a Yamanaka falou que precisávamos de abrigo, comida e que estávamos dispostos a pagar por isso. Ouvindo isso, o homem sorriu calorosamente e nos conduziu até uma casa e nos deixou aos cuidados de sua gentil esposa, que nos cumprimentou trazendo da cozinha o cheiro de carne e cebolas, que torturou nossos estômagos.
Ao ver as moedas em nossas mãos, ela nos trouxe roupas limpas de tecido grosso de lã e algumas peças de algodão. Eu encarei o vestido, quase tentando descobrir como vesti-lo, por onde começar. Céus, há quanto tempo eu não via uma peça dessas! Com um sorriso doce e silencioso, a mulher do fazendeiro me deu um balde de água morna e nos fundos da casa, eu tomei meu banho para remover todo sal do meu corpo.
Com roupas limpas e simples, eu nunca me senti tão relaxada, me senti renascer.
—Amanha iremos procurar o príncipe.—Eu anunciei de noite, quando estávamos ao redor da lareira, dividindo uma cama improvisada com o conde.
Fechei os olhos, aproveitando a sensação de ter o meu corpo aquecido pelo fogo, apreciando aquilo que antes eu não dava a devida importância.
Depois de nosso mergulho forçado no mar, a bordo no navio pesqueiro, eu cheguei a pensar que jamais me sentiria aquecida novamente, mas agora isso parecia até engraçado, já que eu estou á beira do fogo crepitante de um lado e do outro lado, o peito de meu marido, e confesso que eu chegava a sentir um certo calor.
—Não podemos ir ao encontro do príncipe nesses trajes.—Avisou Hinata, me fazendo sair de meu transe.—O mais baixo de seus lacaios nos atiraria á rua como pedintes insolentes. Vamos precisar de roupas novas para nos apresentar na corte com o mínimo de decência.
Do outro lado da sala, Ino fez uma careta ao ouvir a morena e confesso que também não gostei da ideia, isso acabaria por atrasar a nossa missão.
—Isso é mesmo necessário?—Perguntou a loira, com a voz quase manhosa, como uma criança preguiçosa.—Estamos apresentáveis!—Disse olhando e apontando para o vestido que usava.—Parecemos fazendeiros sérios, gente trabalhadora e respeitável. Tenho certeza de que o príncipe nos receberá e nos ouvirá.
Em resposta, a Hyuuga fechou os olhos, balançando a cabeça com veemência, pronta para defender seu argumento a todo custo:
—O hábito faz o monge assim como as roupas fazem os homens. Se chegarmos como fazendeiros, seremos tratados como fazendeiros. Se chegarmos como soldados, seremos tratados como soldados.
Eu fiquei em silencio, absorvendo as palavras que minha amiga dissera e que faziam sentido. Quando eu estava vestida como mosqueteira, Sasuke me tratava como um irmão de armas, mas bastava colocar um vestido que o moreno me tratava como uma mulher, quase me colocando em seus ombros para que eu não profanasse meus pés delicados no chão imundo.
E... certamente o conde não seria o único a adotar essa pratica, os reis e a corte também seriam persuasivos pela nossa aparência.
—E se parecermos finas damas?—Murmurei, e minha voz ecoou, fazendo com que os três ali presentes me olhassem.
—Então receberam o tratamento dedicado ás finas damas...—Disse o Uchiha compreendendo a minha linha de pensamento.
O rosto de Hinata pareceu se iluminar, enquanto a Yamanaka se jogou para trás bufando e reclamando o quanto odiava usar vestidos.
—Novas roupas, então, as melhores que pudermos encontrar!—Exclamou a morena, tão empolgada que eu não me surpreenderia se a Hyuuga saísse correndo aquele horário da noite para encontrar os vestidos ideais.—Iremos à corte do príncipe em grande estilo.
—E depois de falarmos com o príncipe?— Perguntou Ino, não compartilhando da euforia da companheira.— O que faremos?
Mordi o lábio, sem saber a resposta para esse dilema. Eu adiei deliberadamente a consideração a esse futuro, decidindo pensar nele apenas depois que o perigo passasse, mesmo que uma voizinha dentro da minha cabeça diga que jamais estarei plenamente segura novamente.
E então, vergonhosamente eu encolhi meus ombros e permaneci em silencio, deixando um silencio desconfortável no ar até que meu marido o quebrasse dizendo com seriedade:
—O rei de Suna deseja a cabeça de Akira Haruno. Agora ele está morto. O seu corpo se perdeu no mar entre Suna e Kazemaru, seria sensato de sua parte deixá-lo lá.
O olhei como se ele tivesse me dado um tapa, me lamentando como uma criança que precisava se desapegar de seu brinquedo favorito, mas meu falecido irmão não era um brinquedo, era parte de mim...
—Não posso mais ser Akira, então? Não posso mais ser mosqueteira?
Sasuke me olhou com gravidade e falou com uma frieza que doeu em meu peito, mas que eu sabia que era verdade, uma dolorosa verdade:
—Você escolheu abrir mão do serviço ao rei em troca da vida de uma mulher que você nem conhece. Decidiu salvar alguém que o próprio rei acusou de traição. A partir desse momento em que você fez essa escolha, você deixou de ser mosqueteira.
—Eu precisava seguir o caminho da honra.—Respondi sustentando o olhar do moreno.
—Se Akira reaparecer, o rei não descansará enquanto não o matar. Mais cedo ou mais tarde, você acabara morta por ele.
Não tive o que retrucar por que eu não era idiota, reconheci a verdade em suas palavras, afinal o rei de Suna é implacável e rancoroso, perfeitamente capaz de matar qualquer um apenas por vingança e capricho.
—Tenho a impressão de que você está diante de uma decisão...—Anunciou Hinata, também séria.—Morrer como Akira ou viver como Sakura.
Eu sabia que eles apenas queriam o meu bem, mas mesmo tendo a verdade esfregada na minha cara, eu não conseguia aceitá-la, eu fechava os olhos para que não sofresse. Eu, inutilmente repetia um mantra mental “Tem de haver outro caminho, tem que haver outro jeito... Eu encontrarei um caminho”.

Sasuke Uchiha:
Levei a mão de Sakura até os meus lábios e a beijei devotamente.
—Lembra-se de que lhe prometi sapatos novos quando nos casamos?—Disse sorrindo para a rosada que retribuiu o gesto.—Agora você pode ver que eu cumpro minhas promessas.
A mulher olhou para os próprios pés e fez uma careta ensaiada dizendo:
—Você me prometeu botas novas. Sapatos de salto alto não correspondem ao que me prometeu.
—São da cor dos seus olhos...—Elogiei, mas minha esposa não corou ou agradeceu, na verdade, nem pareceu ouvir o que eu lhe disse.
—Deus me proteja de ter de lutar usando essas coisas!—Exclamou e eu ri da expressão que ela fazia.—Perderia o equilíbrio e cairia sozinha. Mataria meus inimigos de tanto rir!
—Mesmo assim, ainda seria a mulher mais linda do mundo.—Falei beijando sua testa e ela corou, mas não se afastou, mas disse, tentando não gaguejar, como se lutasse contra si mesma:
—Você não precisa me fazer sua corte. Guarde suas belas palavras sem sentido para quando estivermos cara a cara com o príncipe de Kazemaru.
—Não se preocupe, minha querida. Nenhum nobre se negaria a receber uma dama tão bela.

Sakura Haruno:
Eu suspirei impaciente, esperando as meninas terminarem de se arrumar e realmente preferia que o moreno não me chamasse de bela... Sei lá, toda vez que o Uchiha o falava, eu sentia como se ele debochasse de mim, fazendo-me sentir menos feminina do que nunca.
—Não me importa o que ele vai pensar da minha aparência.—Decretei.—O príncipe pode me considerar um trapo velho, não vai fazer diferença alguma para mim. Enquanto eu estiver em Kazemaru, continuo sendo um soldado com uma missão para cumprir, e não uma peça decorativa.
—Eu sei muito bem disso, minha querida esposa, mas o príncipe ainda não sabe disse.—Respondeu o homem, não se abalando com minha irritabilidade.
Logo, Hinata e Ino chegaram até nós, a morena usava um vestido cor de menta, delicado e a loira lutava para não tropeçar em seu elegante vestido azul. E assim, vestidas de seda e cetim, dizendo trazer uma mensagem de Karura ao filho, logo estávamos na presença do príncipe.
O príncipe era ruivo como o pai e herdara os mesmos olhos gélidos, o que fez com que toda a minha coragem evaporasse, mas a mão de meu marido nas minhas costas, me fez continuar a andar. Ao lado do inexpressivo soberano havia uma mulher loira, que se abanava com um leque, tendo em seu ombro, uma fuinha de estimação.
Nos curvamos respeitosamente e me lembrei de que aquela mulher deveria ser a princesa Temari, uma bela mulher, que nos cumprimentou com um sorriso largo e pareceu ser a porta voz do irmão mais novo:
—Diz que traz uma mensagem de minha amada mãe, Karura. Certamente, uma mensagem tão bela só pode trazer boas noticias!—Disse enquanto acariciava o animal delgado em seu ombro.—Vamos, vamos, deixe-me tomar conhecimento das novas enviadas por minha mãe. Sou toda ouvidos.
Diante de tamanha animação, eu quase me senti desconfortável de estragar a alegria da princesa com tal noticia ruim, mas era necessário. Olhei ao meu redor, com evidente nervosismo, notando o interesse dos lacaios e puxa-sacos que cercavam o príncipe e era mais que evidente que eu não podia anunciar que a rainha Karura fora aprisionada pelo próprio marido em frente de toda corte.
Notando o meu nervosismo, Ino tomou a fala e disse em alto e bom som, soando até um pouco imperativa demais diante nobres:
—Karura pediu para que eu só transmitisse a mensagem aos ouvidos do príncipe.
Ao termino da fala, um burburinho correu pelos presentes, o sorriso da loira pareceu perder parte da luminosidade, e o ruivo, exibiu uma expressão, mesmo que fosse mínima, como um levantar de sobrancelhas.
—Ela pediu?Bobagem.—Disse Temari, sorrindo novamente.—Tenho certeza de que todos aqui ficarão felizes quanto eu com as noticias...
—Vossa graça...—Disse a loira com suave impaciência.— Permita-me transmitir a mensagem em particular, conforme solicitou sua mãe. Não me sinto a vontade falando diante de tantas pessoas.
Gaara riu, quase que de forma ácida e a Yamanaka sustentou o olhar do ruivo de uma maneira pouco feminina e fina como suas roupas a tentavam deixar e naquela hora eu percebi que a loira odiara aquele homem.


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Notas finais do capítulo

E aí? o/ mereço reviews ;-)? Recomendações ;-D? Ou Tomates T.T? O que vocês acham q vai rolar?
:*



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