“Deixando-me em um misto de decepção ridícula por ele nem ao menos, tentar me tocar.”

Sakura Haruno:

Meus pensamentos iam a milhão, afinal, o que estava acontecendo? Sasuke deixou de me querer? Por que não está fazendo mais nenhum esforço para me encantar? Cruzei os braços, indignada. Me preparei para lutar contra o charme do moreno e o inimigo nem se apresentara! Como é que eu vou me sentir vitoriosa desse jeito?! Para inflamar ainda mais a minha ira, o Uchiha roncou e eu sentia vontade de gritar com ele. Como ele consegue dormir tão profundamente, enquanto eu não consigo nem pregar os olhos?! Aquilo era ultrajante! Em meio á minha raiva, eu ouvi passos do lado de fora do quarto. Uma porta que se abria e se fechava cuidadosamente.O lampejo tímido de uma pequenina chama atraiu o meu olhar e o cheiro de fumaça penetrou minhas narinas.

Eu saltei da cama, pegando a faca que estava na penteadeira ao lado da cama. E gritei, acordando Sasuke. Meus olhos, já habituados com a escuridão, identificaram duas figuras furtivas entrando no quarto. Grunhi, fazendo com que meus dentes quase se esfarelassem, Céus, o rei tem um suprimento inesgotável de assassinos exclusivamente para nós? Como um felino, eu saltei sobre o inimigo mais próximo, desferindo um golpe violento em seu ombro. O homem gritou de dor e recuou, não esperando aquela resistência. O moreno estava em guarda, empunhando a espada e exibindo o corpo gloriosamente másculo. Frustrados com a falha da tentativa de um ataque surpresa, os invasores pegaram a lamparina e fugiram, desaparecendo na escuridão.

Eu parei na soleira da porta, estreitando meus olhos, tentando enxergá-los, em vão. Eu esperei que a minha respiração voltasse ao normal, eu estava ofegante, tanto de susto quanto de medo.

—Devemos ir atrás deles?—Perguntei quando a minha respiração se normalizou e minha voz soou mais firme.

—Não.—Respondeu o moreno, se aproximando da porta com uma cadeira em mãos.—Pode ser uma emboscada. Nós não sabemos se eles estão nos esperando na escuridão...

O Uchiha fechou a porta e a travou com a cadeira encaixada debaixo da maçaneta.

—Quem acha que são?—Indaguei, e mesmo sendo uma pergunta estúpida, o homem respondeu:

—Duvido que quisessem apenas nos roubar. Ladrões ordinários não seriam tão atrevidos.—Refletiu o mosqueteiro, como se estivesse falando consigo mesmo.—Nem atacariam guardas reais.

—Acha que são homens do rei, então?—Sussurrei, mesmo já sabendo da resposta.

—Sim.—Respondeu ele, com tom pesaroso.

—Não consegui ver seus rostos.—Falei, quebrando aquele silencio funesto.—Não os reconheceria se os encontrasse novamente.

—Nem eu.—Disse o conde, suspirando.—Vamos ter de nos manter mais atentos de agora em diante.—Falou pegando sua roupa e se vestindo.— Volte a dormir, eu vou ficar vigiando.

—Acorde-me em quatro horas para revezarmos.—Pedi ao meu deitar.

Sinceramente, depois daquele baita susto, eu não esperava que iria conseguir dormir com tanta rapidez e facilidade, mas consegui. Minha cabeça mal havia tocado no travesseiro e eu já dormia profundamente.