Jolly Roger escrita por Luangel


Capítulo 29
Saia do meu banho!


Notas iniciais do capítulo

Oiê!^^ Tudo bem com vocês meus amores? ^-^ Bem, dessa vez eu consegui vir mais cedo com 1 cap grande! Peço desculpas pelo título, mas to sem ideia...



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“—Não esperava que fosse. Além do mais, duvido que você deva voltar a Suna agora. O rei estava furioso com a sua desobediência. Certamente você não vai sobreviver muito tempo se voltar.”

Sasuke Uchiha:

Depois de me ouvir dizer aquilo, Sakura ficou quieta, como se filtrasse a nova informação, como se só agora, percebesse o sério perigo que a mesma se expusera.

—Aqueles... Homens, iam mesmo me matar?—Perguntou a rosada, hesitante, talvez preocupada com a resposta que eu daria.

—Eles pretendiam.—Respondi, depois de um suspiro.—Mas eu os teria impedido. Afinal, você é a minha esposa. Estou sempre pronto para protegê-la de qualquer coisa.

—E... Você teria salvo a vida de Hinata, também, se eu não tivesse sido mais rápida?

—Claro que sim!—Retruquei diante daquela pergunta um tanto estúpida, e a Uchiha ficou em silencio, provando as minhas suspeitas de que ela estava mesmo muito estranha essa noite.— Eu não permitiria que nenhuma mulher fosse brutalizada por um bandido na minha frente, não se eu pudesse impedir.

—Eu tive medo de errar...—Sussurrou a mulher, se encolhendo cada vez mais.— Temi acertar em você, em vez de tirar a vida daquele bastardo assassino.

Vendo ali a justificativa da estranheza de minha esposa, eu a abracei forte, querendo que assim, todo o temor dela sumisse.

—Mas você não errou.—Respondi, passando para ela, toda confiança que eu sentia nela. E então, para diminuir aquele clima tenso e culposo que estava no ar, eu resolvi soltar um gracejo, só para atiçá-la.—Teve medo de ficar viúva, minha esposa...—Sussurrei ao pé de seu ouvindo, sorrindo ao sentir que Sakura estremecera.— Mesmo que tenha se casado comigo apenas para poder continuar lutando impunemente?

—Bem, admito que a viuvez teria sido uma maneira excelente de me livrar de um homem que se casou comigo para atender a seu senso de dever.— Respondeu com o ar orgulhoso de sempre.— Mas, não é esse o caminho que eu teria escolhido...

—Tenho até medo de te perguntar qual teria sido o caminho escolhido...—Murmurei e a rosada não respondeu, o que na minha visão otimista correspondia que a Uchiha não via vantagem em minha morte, pelo menos não por enquanto.—Não duvido que o rei possa ter mandado outros homens ao seu encalço, Sakura. Não posso levá-la para Suna, não por agora.

—Quem bom que sabe que não pode me levar para Suna.—Disparou a mulher.— Por que eu irei a Kazemaru assim que o dia raiar.

—Você ficaria bem em Hihamaru.—Resmunguei, me lembrando de minha terra natal da qual eu sou herdeiro legítimo.— Duvido que o rei ouse invadir o território do duque de Hihamaru. Ele certamente não iria querer correr o risco de ter seus verdadeiros propósitos tão vis e mesquinhos desmascarados.

—Já disse que vou a Kazemaru.—Disse Sakura, ignorando a minha fala, como se não fizesse diferença para ela.— Pedirei ao príncipe Gaara pela vida de Karura, como o duque Yashamaru implorou para que eu fizesse. Em suma, não irei para Hihamaru.

—Você sabe que eu posso amará-la sobre o cavalo e levá-la a força...—Disse, realmente considerando essa ideia.

—Mas não pode me manter amarrada para sempre.—Respondeu a rosada, determinada.— Um dia eu estarei livre, e você vai se arrepender...

Suspirei, não me chocando ao ouvir aquela ameaça tão fatal de minha esposa, já me acostumei com aquilo, uma ameaça a mais, ou a menos não faria tanta diferença assim. Mas, isso não quer dizer que baixe a guarda quando estou com ela, sabe... Só por precaução. Perdido em meus devaneios, percebi que restavam apenas duas escolhas para mim: passar os resto dos meus dias perseguindo a mulher ou me unir a Sakura definitivamente.

—Não posso permitir que você vá sozinha...—Murmurei, pensando alto.

—Não há nada que possamos fazer quanto a isso.—Retrucou a rosada, de um modo quase feroz.— Ino ficou para trás naquela hospedaria, e agora Hinata não vai poder viajar por um bom tempo, suponho. Minha mensagem não pode esperar tanto assim, a cada dia que se passa, é um dia a menos de esperança de resgatar a rainha.

Ah, então a terceira mosqueteira se chama Ino... É um nome estranho, mas bem apropriado para sua natureza traquina.

—Então, vejo que eu não tenho escolha... Eu, vou com você.—Respondi antes que mudasse de idéia e amarrasse a mulher em meu cavalo.

—Mas o rei te enviou para me deter!—Exclamou ela.

—Não, o rei ordenou que você fosse morta.—Corrigi.— E ele bem pode ter mandado outros homens além daqueles dois que foram eliminados. Não vou pôr em risco a sua vida, não posso permitir que siga desprotegida nessa jornada louca.

—Por que você está tão preocupado?—Disparou Sakura, sua voz beirando a irritabilidade.— Casou-se comigo para cumprir uma promessa feita por meu irmão. Por que você se importa com o que acontece comigo?

Eu fiquei quieto, minha mente respondia aquela pergunta quase que imediatamente, mas eu não poderia simplesmente dizer a rosada que desde o casamento eu passei a respeitá-la e incrivelmente passei a gostar de minha esposa por quem ela era, a criatura mais honrada e leal que eu conheci. E além de que eu... A desejava, muito. Com movimentos calmos e suaves, para não assustá-la, eu acariciei sua delineada cintura feminina.

—Você é minha esposa, eu devo protegê-la.—Respondi com um sussurro, resumindo assim, tudo aquilo que habitava a minha mente.

Ouvi Sakura suspirar e se aninhar melhor em meus braços, antes de dizer, mais calma:

—Você pode ser meu marido, mas não me deve nada. Quando você vai aprender que não tem deveres para comigo?

Sorri e a beijei no rosto.

—Boa noite, Sakura. Durma bem.

Os galhos do pinheiro sacudiam com o vento, fazendo assim, uma canção de ninar.

—Boa noite, conde.

Sakura Uchiha:

A manhã pareceu chegar cedo demais, e ainda por cima, o vento e a chuva vieram junto. Eu me protegi o melhor que pude com o manto e tentei não me incomodar com os pingos gélidos que escorriam por minha nuca e molhavam minhas costas. Agora que Hinata não podia cavalgar, e com o bandido morto no limite da floresta, eu e Sasuke tínhamos quatro cavalos e duas selas.

Então, com o dobro de montaria, nós chegaríamos ao nosso destino com o dobro de rapidez. Eu estava exausta, apesar de ter levantado há pouco, porque eu mal consegui dormir nos braços do moreno. Havia sido uma tortura senti-lo tão perto de mim, de um modo que eu não pudesse desfrutar. Passei a noite toda cogitando idéias não muito puritanas, e no fim cheguei a conclusão de que o Uchiha ficaria horrorizado caso eu o beijasse, como eu queria.

Afinal, ele só se casou comigo por causa do seu senso de honra e dever, por causa de uma promessa que fizera a um amigo. Com um certo pesar, conclui que meu marido não me desejava como um homem deseja uma mulher. Em contrapartida, o conde continuamente tentara me seduzir depois do casamento e sinceramente, por mais que eu relutasse em sua presença, eu estava ansiosa para cair em suas armadilhas.

Agora, restavam apenas o reflexo de uma noite filosófica, a dor de cabeça, o mau humor, e a total ausência de controle sobre minhas emoções, um conjunto de conseqüências pela falta de sono. Felizmente, o moreno também estava distraído, o Uchiha cavalgava em silencio, sério, como se estivesse arrependido de ter tido a decisão de me acompanhar até Kazemaru, ou pior, como se ele estivesse maquinando um plano de me seqüestrar para Hihamaru o quanto antes.

Balancei a cabeça, me sentindo envergonhada de desconfiar de meu marido, afinal, ele é um homem de honra. O tempo foi passando, e eu que devia estar feliz com o progresso de nossa viagem, não conseguia tirar da cabeça, a idéia de como o mosqueteiro estava estranho. Se mantendo distante, me ignorando, me tratando como se eu fosse um farde indesejado do qual não podia se livrar.

Por volta do meio-dia, nós fizemos uma pausa sob uma arvore na beira da estrada para comer pão e queijo que levávamos nos alforjes. O ar úmido me fazia tremer e tudo o que eu desejava no momento era um lugar seco e quente para que eu pudesse me acomodar e dormir decentemente. A tarde chegava ao fim quando avistamos um vilarejo, o primeiro de uma série deles.

Eu olhava com ar sonhador para as tavernas pelas quais passávamos, mas nada disse, embora eu começasse a sentir o peso das roupas molhadas e do cansaço sobre meus corpo. Afinal, Karura estava em piores condições e precisava urgentemente de minha ajuda. Não me deixarei abater por causa de coisas tolas como vento de chuva enquanto a rainha apodrece e enlouquece lentamente na prisão.

Quando os últimos raios de sol desapareciam atrás do horizonte, nós paramos em uma hospedaria e dessa vez, eu não me contive.

—Podemos parar aqui?—Perguntei, sendo essa a primeira vez no dia em que eu dirigia a fala a Sasuke, e confesso que eu estava um pouco ansiosa e nervosa com isso.

Felizmente, o moreno acatou o meu pedido e desceu de seu cavalo, dirigindo-se para a porta iluminada, mas... Infelizmente, o Uchiha nem sequer dirigiu seu olhar para mim, o que de uma forma espantosa, doeu em meu coração.

E como uma tola, senti necessidade de me explicar,falando rápido e gesticulando com as mãos:

—Logo vai estar escuro demais para seguir a nossa viagem, e não podemos dormir no chão com essa chuva.

—Não precisa me convencer de nada.—Disse meu marido, sorrindo de lado.—Confesso que eu fiquei um pouco desapontado por você não ter sugerido essa pausa antes, nos dois últimos lugares por onde passamos.

—Se está tão cansado assim, por que não me avisou?—Perguntei quase em tom de represália.

—Para quê?—Retrucou o conde me olhando com a sobrancelha arqueada. — Para acabar sedo acusado de tentar sabotar sua missão? Não, muito obrigado.

Eu também desmontei do cavalo e fiquei internamente feliz ao ver que o homem estendera os braços para me ajudar.

—Acha que sou tão fria e cruel ao ponto de chegar a negar a chance de repouso de um homem exausto?—Indaguei, sorrindo para o mosqueteiro.

—Acho apenas que você é uma mulher determinada.—Respondeu ele, devolvendo o sorriso.

A proprietária da hospedaria nos recebeu com alegria, logo dizendo:

—Como poderei ajudá-los, pobres soldados? Querem comida? Água quente?— Enquanto falava a mulher tirou de nós, os grossos e ensopados mantos, os deixando perto de uma enorme lareira, para secarem.—Vinho? Uma cama macia e quente?

—De minha parte, eu vou aceitar a água quente dentro de uma tina.—Respondi, colocando uma moeda de ouro na mão da proprietária.— E uma cama quente, também.

Eu e Sasuke fomos acomodados no mesmo quarto e o moreno se jogou na cama enquanto o criado enchia a tina de água quente. Sem hesitar eu tirei as botas e as joguei em um canto.

—Feche os olhos.—Ordenei enquanto desabotoava a camisa, para logo depois jogá-la junto das botas.

Nem mesmo a presença de um homem fará com que eu desista de mergulhar naquela água fumegante.

—Eu vou tomar meu banho.

Em resposta, o moreno resmungou algo incompreensível e eu interpretei aquele som como uma resposta afirmativa e continuei me despindo, sempre de costas para a cama do conde.

Ao mergulhar meu corpo na água, não deixei escapar um gemido de prazer ao sentir na pele a água quente e relaxante. Eu fechei meus olhos, me entregando aquele momento delicioso.

—Chega mais para lá, minha querida.—Disse uma voz masculina que eu conhecia bem.

Ao ouvir a voz do Uchiha eu abri os olhos e me encolhi, tentando me cobrir e ao vê-lo, acabei ficando mais assustada e chocada ainda.

—Você... Está nu!—Gaguejei cobrando meus olhos com as mãos, assim como uma criança. —Você não pode entrar aqui! Você não está nem ao menos vestido!

Mas já era tarde demais para qualquer objeção de minha parte, pois Sasuke já entrara na água.

—Muita perspicácia a sua ter notado que eu não estou vestido.—Disse o moreno, se divertindo de minha vergonha, quase soando irônico.—Só não entendo a razão de sua surpresa. Por acaso, você queria que eu tomasse banho vestido?

—O banho é meu!—Exclamei, irritada, abrindo meus olhos, já que o Uchiha já estava na água, sentado de frente para mim.

—Não seja tão egoísta, Sakura.—Disse o moreno, ainda sorrindo de lado, aquele maldito sorrisinho cafajeste.— Sua mãe nunca lhe disse que é preciso dividir?—Perguntou o homem, fingindo estar indignado enquanto ensaboava o peito.

Irritada demais para me preocupar com o meu pudor, eu me levantei bruscamente, não suportando a idéia de ficar tão próxima assim de um homem nu, mesmo que seja meu marido!

—Não posso dividir meu banho com você!—Exclamei e o ouvi estalar a língua antes de me segurar pelo pulso, me puxando de volta para a água.

—Não seja boba, Sakura. Você pode esperar eu terminar, mas a água não vai estar mais tão quente, e por isso não vai ter a mesma eficiência e alivio em seus músculos cansados.

—Vou pedir mais água quente, não tem problema.—Murmurei, envergonhada com aquela situação e com a latente vontade de matar o conde.

—Você não espera mesmo que aquela mulher esquente duas tinas de água!—Retrucou meu marido, me olhando com fingida reprovação.—Ela já deve ter usado a lenha e um dia inteiro para isso...

Eu me mantive quieta, em choque na verdade, processando a infeliz conclusão de que não haveria mais água quente para mim. Mas, não vou me privar do meu glorioso e esperado banho por causa dele.

—Eu vou fechar meus olhos e fingir que você não está aqui.—Resmunguei, jogando água em meus ombros doloridos.

—Eu tenho uma idéia ainda melhor.—Murmurou Sasuke, me puxando para perto, e me virando para que eu ficasse de costas para ele.— Eu ainda posso ajudá-la a esfregar as costas.

Com as mãos ensaboadas, o moreno começou a manipular cada músculo tenso dos meus ombros, passando pela nuca e depois pelas minhas costas. Eu podia jurar de que os dedos do Uchiha eram mágicos e que gradativamente, iam removendo todas as minhas dores corporais.

—Os braços...?—Pedi com um fio de voz, adorando os toques do conde.

—Ah, as coisas que eu faço por vocês, minha esposa...—Sussurrou.

O conde suspirou, mas não negou que meus braços tivessem o mesmo tratamento. Ao final da massagem, eu movi meus ombros com uma sensação de alivio, eu realmente estava renovada, inteiramente renovada! Minhas costas e meus ombros estavam libertos de toda tensão de antes.

—Obrigada.—Disse começando a me levantar, mas foi então que o homem me segurou e com as mãos ensaboadas, começou a lavar minha barriga.

—Guarde a sua gratidão para mais tarde, minha Sakura, eu ainda não terminei.

Corei de vergonha, e percebendo que eu estava gostando demais daquilo, eu me levantei, agradeci o melhor que pude, me secando com rapidez, para logo depois me jogar na cama e dormir logo em seguida. Sonhando com o toque mágico dele... O dia nascia quando eu abri meus olhos, Sasuke dormia ao meu lado, nu, assim como eu. Eu mudei de posição, querendo interromper o contato de nossos corpos, mas em contrapartida, o moreno resmungou algo e tentou me puxar de volta.

Saltei da cama rapidamente e comecei a vestir as roupas intimas úmidas e imundas, mas eu não tinha alternativa. Silenciosamente, o conde se levantou e começou a se vestir, de costas para mim. Fechei os olhos, repetindo para mim mesma que eu não vou mais me distrair com o Uchiha, não vou sequer olhar para ele, e não falarei com ele a menos que seja necessário, estritamente necessário até o fim de nossa jornada a Kazemaru.

Posso estar casado com o conde, mas isso não quer dizer que eu sou obrigada a me relacionar com ele... A menos que eu deseje. E em meio a esse mar turbulento de emoções e lembranças da noite passada, nós seguimos viagem. Eu me recusara a sentar e comer, levando comigo apenas um pedaço de pão e de queijo que eu fui devorando no caminho. O homem ainda parou e ficou fitando com desejo o guisado de coelho servido no desjejum, mas não falou nada, limitando-se apenas a me seguir.

—Vai me ignorar o dia todo?—Perguntou ele de repente, me tirando de meus devaneios.—Você está aborrecida com alguma coisa, ou é só mau humor?

—Eu não estou ignorando você...—Respondi, olhando para o horizonte.—

Eu estava apenas... Pensando.—Respondi, resumindo precariamente tudo o que passava em minha mente.


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Notas finais do capítulo

E aí? o/ Mereço reviews ;-)? Recomendações ;-D? Ou Tomates T.T? O que vocês acham que vai rolar?
:*