Jolly Roger escrita por Luangel


Capítulo 21
A Escolha


Notas iniciais do capítulo

Oiê!^^ Como vão vocês meus amados leitores? ^-^Bem, dessa vez vim + cedo c um cap grande, espero q gostem! Graças a Deus, to d fériaso/ Ah, gente, vim aqui promover um pouquinho a fanfic do meu namorado, o "ShoryHadouken", e se chama "A jóia perdida", é baseada e feita com os personagens de The Legend of Zelda, eu li e gostei ;-)



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“—Não demore muito a tomar uma decisão.—Pediu a caminho da porta. —Aquela prisão não é um lugar generoso e aconchegante para os que estão encarcerados entre aquelas paredes. Aquelas pedras devoram o homem até não restar nada além de uma casca vazia, sem alma.”

              

            Sakura Haruno:

            Assim que o duque saiu eu não me preocupei em camuflar minha inquietação a Sasuke já que ele é mais experiente sobre tais assuntos envolvendo o rei, talvez assim o moreno possa jogar alguma luz para esse meu dilema.

            —Acha que o duque diz a verdade?— Perguntei me segurando para não roer minhas unhas. —O rei pode mesmo ter mentido para mim?

            O Uchiha trocou o peso do corpo para outra perna e cruzou os braços, com ar pensativo.

            —Bem, não é segredo da corte as constantes brigas do rei e da rainha, e não é de hoje, já que dizem que o príncipe Gaara resolveu governar um reino distante daqui por causa disso e levou a princesa Temari junto.

            —Ele abandonou a Karura?—Indaguei, perplexa.

            —Não exatamente, Gaara tentou de tudo para levar a mãe junto, mas a vontade do rei e inflexível e absoluta, e a vontade dele era que Karura ficasse com ele. Naquela época houve muita discórdia entre a família e por fim, deu no que deu, Gaara rompeu seus laços com o pai... Isso me faz pensar, se nem os próprios filhos o agüentam mais, que espécie de homem o nosso rei é?

            De todas as coisas que Yashamaru havia dito essa era a que eu julgava mais difícil de aceitar. Um rei que para seu reino era puro como um cordeiro, e tão amável quanto Deus, ser tão... Mesquinho e ambicioso, colocando sua fortuna em um patamar acima de sua família, como se eles também só fossem de fachada, algo para que a sociedade olhasse e dissesse “Olha como ele é perfeito com sua família perfeita, vida longa ao rei!”.

            —Tem certeza disso?—Perguntei por fim.

            —Absoluta, eu já passei tempo demais guardando aquele castelo...—Respondeu com firmeza.—E já escutei muita coisa também...

            —Então... O duque disse a verdade.—Concluí e ao meu lado Sasuke cruzou os braços, fazendo uma carranca novamente.

            —Por outro lado, eu não confio inteiramente naquele duque...—Murmurou o rapaz, passando a mão por entre seus fios de cabelo rebeldes.

            —Por que não?— Indaguei, não entendendo a lógica que regia os pensamentos do conde. —Você está sendo contraditório, um está certo, outro está errado, não existe um meio termo. A não ser que exista... Uma terceira opinião envolvida...

            Ignorando todo meu raciocínio, Sasuke falou:

            —Não é nada disso é que... Bem, ele falou abertamente que usa roupa de mulher!—Exclamou com indignação.—Que tipo de homem exibe sua perversão com tanta... Franqueza?

Eu não pude deixar de me sentir ofendida, arqueei uma de minhas sobrancelhas. Se o duque é um pervertido por vestir-se de mulher, isso fazia de mim uma pervertida também.

            —O duque é pervertido por simplesmente não se envergonhar de ser como Deus o fez?—Retruquei, irritada.

            —O diabo, mais provavelmente.—Disparou Sasuke, no mesmo tom que eu usei.

            Revirei os olhos, indignada com a falta de bom-senso dele, mas sabia que quanto mais discutisse, mais o moreno rebaterá meus argumentos.

            —Não importa quem plantou na alma do duque o gosto por roupas femininas. Esse é o único que tem para não confiar nele?—Perguntei encarando o mosqueteiro com seriedade.

            —Não gosto desse homem.—Falou, ignorando minha pergunta.—Você não viu como ele a tocou?— Disse fazendo uma careta enojada.—O duque pensa que você é um rapaz inexperiente! Ele tem um gosto pervertido por rapazes...

            Inconformada com aquela fala ridícula de Sasuke eu passei a minha mão por meu rosto. Por que os homens são sempre assim? Tão ilógicos e pouco razoáveis?

—Então, você não tem motivos para desconfiar dele, exceto pelas roupas de mulher e por suas preferências... Intimas?—Perguntei falando as palavras lentamente, e meu tom de voz não escondia a minha descrença naqueles argumentos ridículos, tom que não passou despercebido pelo moreno.

—E não é o suficiente?—Exclamou o Uchiha, irritado.

—Não!—Rugi, me levantando da cadeira, decidida a por um fim nessa discussão idiota.—Um homem deve ser julgado por suas palavras e ações, não pelas roupas que veste. Você declara que o duque diz a verdade sobre a verdadeira personalidade do rei e sobre suas ações com sua esposa e é verdade que ele a mandou para a prisão. Então, por que não devo confiar no duque? Por que não devo ir á Kazemaru?

O conde me encarou por alguns instantes e eu realmente pensei que ele iria gritar comigo, mas ao contrário do que eu pensava, o homem só suspirou e depois apesar respondeu:

—Por que a viagem é longa e difícil, o país não é nem um pouco acolhedor e o verão lá é longo e escaldante. As mulheres são feias, a comida é horrível e o vinho é simplesmente imprestável.—Justificou com uma careta.

—Sou um soldado.—Respondi com frieza.—Não espero desfrutar de prazeres mundanos enquanto cumpro o meu dever. Além do mais, não me importa se as mulheres são feias, desde que os homens sejam corajosos e agradáveis ao olhar.

—A travessia será dura nessa época do ano.— Retrucou, o tom de voz dele era severa.

—Não tenho medo de água.—Respondi devolvendo o mesmo tom de voz.—Deus me guardará e me manterá em segurança, se for essa a Sua vontade.

—Você jurou lealdade ao rei de Suna, como eu. Não pode se esquecer do seu juramento.

Contra isso, eu não tinha como contra argumentar. Eu havia jurado ser leal ao rei, devo servi-lo com fidelidade e obediência, como prometi, ou... Eu posso quebrar esse juramento em nome da verdade e da compaixão? Onde está a honra?Qual era o real dever da moral? Depois de alguns minutos de reflexão e hesitação e voltei meus olhos para meu esposo.

—Se eu for, você irá comigo?—Indaguei esperançosa, esperança na qual foi esmagada pela fala fria de Sasuke.

—Somos mosqueteiros a serviço do rei. Não estamos a serviço do cunhado dele, o duque Yashamaru. Também não cuidamos de libertar da prisão aqueles que o rei condenou por serem traidores de Suna. Sugiro que permaneça aqui...

—E seu contrariar sua sugestão?

               O Uchiha se aproximou de mim, ficando a poucos centímetros do meu rosto, sua intenção era me amedrontar com se porte alto e robusto, mas aquela proximidade me despertou muitas sensações, menos medo.

               —Você é minha esposa. Irei atrás de você e a trarei de volta á Suna pelas orelhas, se for preciso.

*          *          *

            —O rei ordenou que a prisioneira fosse mantida em isolamento e na escuridão.—Disse Ino, desinteressada, recostada nas almofadas de cetim dos aposentos de Hinata.—Não há velas, lamparinas... Nenhum tipo de luz. Nem cartas. Nem encomendas e pacotes. Não há mensagens ou visitantes, exceto o próprio rei. A alimentação consiste de pão podre e água, e ela só é alimentada a cada dois dias. Nem mesmo os guardas podem falar com ela, ou se expõem ao risco de sofrerem a mesma condenação.

            —Você está inventando tudo isso.—Acusou a Hyuuga ao meu lado.—Como você pode saber dessas histórias?

            —Li a carta que o rei enviou ao governador da prisão.—Respondeu dando de ombros.

            —Quando?—Perguntei, não me lembrava de ter visto a loira lendo a carta.

            —Na carruagem. Havia luar suficiente para que eu identificasse a letra, apesar do rei ter uma caligrafia terrível.—Reclamou arrumando a pena em seu chapéu.

            —A carta estava selada!—Exclamei com espanto.— O rei lacrou a mensagem com seu anel real! Como você conseguiu...?

            A Yamanaka tirou de seu bolso uma pequenina faca que girou no ar antes de guardar novamente no mesmo local.

            —Uma lâmina afiada é capaz de romper qualquer lacre sem deixar marcas.—Justificou como se fosse a coisa mais simples do mundo.

Eu me mantive alguns segundos assim, perplexa, pensando no perigo em que a garota havia me exposto, ela não tinha limites?

            —E se o governador tivesse percebido?—Retruquei, irritada.

            —Ele foi arrancado da cama no meio da noite.—Respondeu a mosqueteira passando a mão pelos cabelos dourados, em um notável gesto de desinteresse.—Eu sabia que ele ainda estaria bêbado, depois de uma noite de farra com as mulheres da taverna, confuso demais por ter sido acordado, ou sonolento demais para notar qualquer coisa.

            —E se ele tivesse notado?—Insisti, irritada com a indiferença dela.— O que você teria feito?

            Em resposta Ino estalou a língua e disse:

            —Para que se preocupar com isso? Já passou e ele não percebeu nada... Não seja dramática, Sakura.

A morena interferiu, antes que aquilo se tornasse uma discussão feia.

            —Não é esse o ponto.—Disse a mosqueteira, com sua voz calma e gentil como o de habitual.—Temos que decidir o que fazer quanto ao pedido do duque. Resgatamos a boa e doce Karura, ou ficamos em casa e a deixamos apodrecer na prisão?

            —O duque Yashamaru vai nos compensar pelo trabalho?—Interrompeu a loira e eu a ignorei, nós estávamos discutindo honra, fé e obediência, não um punhado de moedas de ouro.

            —Dinheiro não é importante.—Disse Hinata, como se pudesse ler meus pensamentos.

            —Para você, talvez. Para mim, é. —Protestou a Yamanaka e a morena revirou seus olhos perolados.

            Uma vez rato de esgoto, sempre rato e esgoto, pensei. Ela pensava como um mascate de rua. Seu impulso de vida era sempre a ambição.

            —Sim, nós seremos recompensadas.—Respondi, querendo encerrar aquele assunto, já que assim a mosqueteira nos deixaria em paz para discutirmos os detalhes importantes. —Mil moedas de ouro para cobrir os custos da viagem, e a mesma quantia para quando retornarmos.

            Num pulo, Ino se levantou e disse:

            —Então, devemos ir a Kazemaru. E iremos em grande estilo!

Apesar do “apoio” da loira, eu ainda não havia me decidido. Eu queria fazer o que era honrado, mas... Onde está a honra? Meu marido me aconselhou a ficar, alegando não confiar no duque e por temer por minha segurança.

            Já a Yamanaka sugeriu que atendêssemos ao pedido do cunhado do rei e que ganhássemos um bom dinheiro com isso.

            —Bem, o rei a acusa de traição.—Falou a morena.—Certamente, não teria aprisionado sem um bom motivo para isso, certo?

Em resposta, a outra mosqueteira gargalhou como uma hiena, e Hinata fechou a cara numa carranca.

            —Não seja ingênua!—Exclamou Ino, depois de controlar seu riso.—Nem todos os que são acusados de alguma coisa são realmente culpados. Conheci pelo menos meia dúzia de indivíduos que foram enforcados por crimes que não cometeram. Sim, eles eram culpados de muitas outras coisas, mas não daquelas pelas quais foram enforcados.

            A morena fechou os olhos e suspirou antes de anunciar sua decisão.

            —Eu acredito no duque. Creio que a rainha seja inocente da acusação de traição e que o rei a aprisionou apenas por não ter conseguido as informações que queria. Não vejo nada nessa situação se não a ambição dos homens que estão sempre rebaixando as criaturas mais fracas aos seus caprichos. Voto pelo resgate da prisioneira.

            —E nosso voto de lealdade ao rei?—Indaguei mordendo meu lábio inferior.—O que faremos com eles?

            —De minha parte, eu negaria um juramento feito ao próprio Deus em troca de mil moedas de ouro.—Respondeu a loira rindo.— Deixar de cumprir um juramento feito ao rei de Suna não é nada difícil.

            —Para mim, justiça é mais importante que obediência.—Justificou a outra mosqueteira.— Eu quebraria um voto feito a qualquer homem, inclusive o rei, para não contrariar a minha consciência e cometer uma injustiça contra uma mulher a quem posso ajudar.

            Eu senti que agora é a hora de fazer minha escolha: Cumprir o dever ou seguir minha consciência? Hinata estava certa, não havia alternativa. Em breve eu teria as minhas pernas doloridas por passar horas sobre um cavalo, mas, por enquanto, tudo o que eu sentia era o alivio por ter tomado a minha decisão e ter certeza de que eu estava certa.

            —Para Kazemaru, então!—Exclamei, animada e minhas companheiras também sorriram.—Esta noite?

            A Yamanaka ergueu um punho cerrado e exclamou:

            —Por mil moedas de ouro? Conte comigo!

            —Para Kazemaru.— Reforçou a morena.

            —Er... Sakura...—Chamou a outra, me olhando com desconfiança.—E seu marido?Ele não vai se incomodar com esse seu repentino interesse pelo ar distante de Kazemaru?

            —Bem, o conde ameaçou arrastar-me de volta á Suna, pelas orelhas, se fosse necessário. Esta noite ele estará de sentinela. Temos de partir antes de ele voltar para casa. Farei tudo o que eu puder para apagar nossas pistas, mas, se formos alcançadas, talvez tenhamos que lutar contra ele.

            —Mal posso esperar por isso.—Murmurou Ino, esfregando as mãos, em sinal de ansiedade. 

Sasuke Uchiha:

            Eu andava de um lado para o outro diante dos aposentos do rei. Eu estou tendo um pressentimento incomodo que não consigo sufocar. Sakura não dissera mais nada sobre aquela idéia suicida de ir a Kazemaru desde que eu ameacei trazê-la de volta pelas orelhas, mas eu não confio em seu silencio. Antigamente, quando o verdadeiro Akira se deparava com alguma alma precisando de ajuda, ele não hesitava em socorrê-la sem questionar se a ajuda era merecida.

            E pelo visto, infelizmente ou felizmente a rosada é muito parecida com o falecido irmão e isso me deixa apreensivo, muito apreensivo. Mal posso esperar pelo novo dia que me libertará da obrigação de montar guarda! Meu desconforto crescia em meu peito com o passar do tempo, algo me diz que a Haruno precisa de mim, tenho certeza disso. Eu cochilava de pé, como fazem todos os soldados, até que um mensageiro aflito e suado chegou ao corredor dos aposentos do rei.

            A manhã já se anunciava no céu avermelhado, e eu não contive o meu suspiro aliviado, finalmente meu turno havia chegado ao fim.

            —Eu trago uma mensagem urgente ao rei, mosqueteiro!—Anunciou o mensageiro, ofegante, como se houvesse corrido durante muito tempo.

Eu bati na porta do quarto e o pajem que a abriu olhou assustado para o mensageiro e o convidou para entrar com um gesto preocupado.

            Eu ameacei segui-los, como devia fazer um vigia em minha posição, mas o menino pajem colocou-se em meu caminho, impedindo-me de prosseguir.

            —O rei o espera.—Explicou.—Esse homem é confiável.

Eu assenti, mesmo não gostando daquela idéia de deixar o rei tão exposto, mas não tenho escolha.

            Assim eu continuei a guardar o corredor enquanto o pajem fechava a porta do quarto, que voltou a ser aberta momentos mais tarde, e então o menino me chamou para o interior. O rei ordenou para que o pajem servisse vinho de uma garrafa sobre a mesa. Ele sorveu todo o conteúdo da taça antes de começar a falar com o rosto tenso, apreensivo.

            —Você sabe alguma coisa de um certo Akira Haruno? Um mosqueteiro do seu regimento?

            Meu coração disparou, martelando violentamente contra as minhas costelas, temi por minha esposa. O que ela fez para chamar a atenção do rei dessa maneira?

            —Sim majestade, eu o conheço.—Disse tentando não gaguejar.

            —Parece que esse Haruno foi convencido por meu cunhado, o duque Yashamaru, a aceitar uma missão. Uma missão que o levará á Kazemaru.

            Ao ouvir aquele nome eu senti meu sangue congelar em minhas veias. Como os espiões do rei podiam ter descoberto tão rapidamente sobre o pedido do duque? O próprio duque Yashamaru a traíra? Se for esse o caso, mesmo sendo cunhado do rei, juro que esse homem não escapará de minha vingança.

            —Parece que meu cunhado, o duque real, tem em mente criar problemas entre Kazemaru e Suna. Ele subornou a lealdade de um de meus mosqueteiros com essa finalidade. Eu estou muito constrangido com essa situação... Quero que ele seja encontrado e detido antes de chegar a Kazemaru. Você partirá imediatamente com essa missão... 


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Notas finais do capítulo

E aí? Mereço reviews ;-)? Recomendações ;-D? Ou tomates T.T? E agr, o q vcs acham q vai rolar?
:*