Jolly Roger escrita por Luangel


Capítulo 15
Pêssegos


Notas iniciais do capítulo

Oiê! Como vão você meus leitores maravilhosos? Eu vou bem graças a Deus. Ak tá + um cap prontinho! Espero q gostem...



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—Inimaginável!—Repeti enquanto cruzava os braços, agora era a minha vez de ficar indignado. —Você dormiu embriagada no chão do quarto de outro mosqueteiro. —Não acha que é igualmente inimaginável?

                Sasuke Uchiha:

                Ao ouvir minha pergunta, Sakura levantou a cabeça com arrogância e arqueou uma de suas sobrancelhas quase que teatralmente.

                —É diferente. —Respondeu enquanto me dirigia um olhar imponente e fixo. —Foi só uma noite, uma situação completamente inofensiva e...

                Respirei fundo, me controlando para não acabar berrando com a rosada. Inofensiva? De jeito nenhum! Mesmo que a Haruno não admitisse por causa desse orgulho inflamável, ela havia corrido um risco inimaginável de ser desmascarada.

                —Fomos prometidos um ao outro há meses. Meu tio e seu pai assinaram um contrato. Aos olhos de Deus, é como se já fôssemos casados. —Falei mais manso que um cordeiro, mas a mulher não compartilhou do mesmo comportamento.

                Depois de me ouvir, seus olhos se estreitaram e ela se aproximou perigosamente do meu rosto, como uma felina selvagem e fatal.

                —Pode haver centenas de contratos assinados, eu não assumi nenhum compromisso. Nunca prometi nada a você e sua família.

                Sorri de lado, se o problema era Sakura não ter prometido nada, então eu solucionaria facilmente. A rosada me olhou com desconfiança quando eu me levantei diante dela com um ar solene. E quando a Haruno percebeu o que estava prestes a fazer, arregalou as orbes esmeraldinas, mas estava surpresa demais para falar algo.

                —Então, Sakura Haruno, declaro de agora que estamos unidos por um compromisso. De hoje em diante, será para mim como esposa. Serei fiel a você e não me relacionarei com outras mulheres. Serei seu marido, e de nenhuma outra, e faço esse juramento perante Deus e Seus anjos. — Sorri vitorioso e minha noiva gemeu.

Sakura Haruno:

                Eu não pude evitar que um gemido doloroso e frustrado escapasse por entre meus lábios. Sinceramente, não era assim que eu havia imaginado o dia de meu noivado. Vestida com roupas masculinas e grandes, como uma dor de cabeça de enlouquecer... Sasuke está determinado a cumprir essa bendita promessa, mas eu também estou decidida a passar o resto da minha vida como mosqueteira, buscando a honra á Akira.

                Eu me levantei de má vontade, afinal de contas, não seria correto fazer o juramento amontoada no sofá.

                —Conde Sasuke Uchiha. —Comecei, tentando engolir o choro ao pôr os meus pés feridos no chão. —Eu aceito o compromisso entre nós. De hoje em diante, será como um marido para mim. Serei fiel a você e não me relacionarei com outros homens. Serei sua esposa, e de nenhum outro, e faço esse juramento diante de Deus e Seus anjos.

                Sasuke tinha um ar irritantemente triunfante, e que fique bem claro que só o deixei isso de lado dessa vez por que estou cansada demais para falar algo. O moreno venceu esta venceu essa batalha só porque eu estou exausta e indisposta para discussões, incapaz de seguir lutando. 

                —Estou com dores infernais nos pés e na cabeça. Preciso beber água e dormir. —Falei imperativamente, não me importando em parecer uma menina mimada.

                Tudo o que eu quero nesse momento é conforto do sono profundo que me trazia paz e uma sensação de breve e delicioso esquecimento. O Uchiha abriu uma porta que dava para outro aposento, onde havia uma enorme cama cercada de cortinas, que eu pessoalmente achei tentadoramente macia e confortável.

                Fui pega de surpresa quando, meu “noivo” me pegou os braços como se fosse uma criançinha e me levou até lá, me depositando gentilmente sobre as cobertas perfumadas.

                —Pedirei para trazerem água para você e depois poderá dormir por quanto tempo quiser.

                Não respondi e ao ouvir seus passos se distanciarem, fechei meus olhos com tranqüilidade, respirando profundamente e absorvendo daquele cheiro tão bom de lavanda que vinha das cobertas. Tirei as desconfortáveis calças que apesar de grandes, não comportavam direito o meu quadril e me enfiei debaixo das cobertas.

                Suspirei enquanto me entregava lentamente ao sono que parecia sussurrar sedutoramente ao meu ouvido. É... Talvez esse casamento pode ser tolerável, afinal...

Sasuke Uchiha:

                A observei dormir. Enquanto dormia, Sakura parecia mias feminina do que nunca, talvez porque desse modo, a rosada não conseguia mostrar garras e dentes ou fazer ameaças. Mesmo com o copo que ela pediu em mãos, eu não a despertei e o coloquei sobre o criado-mudo.

                Quando a Haruno acordasse, ela poderia saciar sua sede. E espero que a dor de cabeça sirva de lição e a impedisse de beber em excesso no futuro. A bebida já havia arruinado a vida de muitos soldados de grande competência, mais do que eu gostaria de ter conhecido. E eu não vou permitir que tal vício destrua minha esposa.

                 Enquanto a mulher dormia, eu pedi para que um garoto buscasse as coisas dela e rapidamente o garoto voltou. Ela não possuía muitas coisas. Uma pequena mala de mão com algumas peças de roupa limpa e uma adaga de cabo entalhado. Eu instantaneamente a reconhecia, a arma outrora pertencera a Akira.

                Deixei seus pertences silenciosamente no cômodo da adormecida Sakura e me sentei á escrivaninha para polir meu arsenal. As tarefas simples de um soldado me ajudariam a manter a mente livre de pensamentos envolvendo o corpo de uma certa mulher que dormia no aposento ao lado, em sua cama.

                Quando eu polia cuidadosamente a adaga que fora de Akira, e que agora era de sua irmã, eu ouvi um grito sufocado vindo do quarto e assustado eu corri até lá e encontrei a rosada sentada na cama, com os olhos esmeraldinos arregalados fixos em algo que só ela podia ver.

                —Água... Água... —Pedia insistentemente como se não me visse ali.

                Eu peguei o copo de água do criado mudo e o aproximei de seus lábios secos. A Haruno bebeu ávida, sem se importar com o fio que escorria por seu queixo e molhava sua/minha camisa. Após beber toda a água do recipiente, a mulher se acalmou e logo depois de se deitar, adormeceu profundamente novamente, como se nada tivesse acontecido.

                Eu ainda permaneci ao lado dela por um tempo, afagando-lhe a testa e me certificando de que o pesadelo que a atormentara não retornaria. Sakura era tão corajosa e forte, que ficava fácil esquecer o quanto a rosada já havia sofrido e quanta dor ainda devia haver em seu coração amargurado.

                Os horrores que a Haruno enfrentara ao testemunhar a morte de toda família teriam sido suficiente para destroçar o espírito de muitos homens que conheço.  E ela era somente uma mulher. Forte, determinada e confiante, mas uma mulher. De súbito, os lábios dela se moveram, soltando palavras sem som no ar e eu me aproximei dela, talvez Sakura pedisse mais água.

                —Itachi-san... —Sussurrou suave e lentamente, e a certeza dela ter dito esse nome me acertou como um soco no estômago. —Mostre-me o oceano...

                Afastei-me dela com os punhos cerrados e minha mente voltou para mais cedo, nesse mesmo dia, quando Sakura ainda era Akira, e sua fala ainda estava fresca em minha mente. “—Como ousa disser isso?! Itachi era o homem mais honrado que já conheci! Era bondoso e defendia os que precisavam da justiça... Sou muito grato a ele, já que o mesmo homem que você julga como menos digno que um cachorro, salvou a vida de Sakura. Se não fosse por ele... Ela não teria passado dos sete anos de idade.”

                O que será que aconteceu no passado da rosada? O que teria Itachi a ver com isso? Por que a Haruno o defendeu com tanta veemência?! Suspirei e saí do quarto com uma infinidade de perguntas martelando em minha cabeça.

Sakura Haruno:

                Abri os olhos e olhei sonolenta ao meu redor, por poucos instantes me assustei sem me lembrar de onde estava, mas logo a confusão se dissipou e eu me lembrei de agora estar morando com meu noivo. Passei a mão por meu rosto, me lembrando do agonizante pesadelo que tive.

                No sonho, eu parecia ter pegado a praga novamente só que dessa vez eu estava sozinha, sem ninguém para me ajudar. Eu gritara por água com todas as minhas forças, e um anjo misericordioso me socorreu vertendo o liquido tão preciso entre meus lábios e afugentando meus demônios.

                Não entendi direito o porquê, mas o anjo tinha o rosto do Sasuke. Minha dor de cabeça era agora um leve latejar, mas em compensação eu estava faminta, e um delicioso aroma de carne assada alimentava-me o apetite tentadoramente. Passei o dia todo sem comer, e meu corpo suplicava, pedia, exigia, e sussurrava por comida.

                Ainda vestida com as roupas do conde, eu saí do quarto, disposta a encontrar comida e saciar minha fome voraz.

                —Pensei que fosse dormir até amanhã. —Disse o moreno, sua voz vinho detrás de mim e quando me virei, o vi lendo um livro desconhecido por mim, mas que eu rezei por não ser poesia, já que eu detesto poesia!

                —Eu estou com fome. —Disparei, ignorando sua fala. —O que tem para se comer aqui?

                Com o queixo, o Uchiha apontou para mesa repleta de comida, da qual vinha o cheiro tão inebriante de antes. Sem desperdiçar tempo com as palavras, eu me sentei na mesa e comecei a contemplar a suculenta variedade de alimentos. Carne assada, galinha frita, uma variação seleta de vegetais, e suspirei desejosa ao ver pêssegos frescos, um banquete como eu não via há meses, desde que Akira morrera.

                Incapaz de resistir ao aroma dos pêssegos, eu mordi a fruta com um apetite invejável e lambi os lábios quando senti que o suco escorria por eles.

                —Estou no paraíso!—Murmurou e Sasuke sorriu, parecia se divertir com meu apetite.

                —Se você for morar em minhas terras no interior, poderá comer pêssegos todos os dias. —Falou fechando o livro que lia. —Temos um pomar cheio deles, e sem querer parecer arrogante, os de lá são bem melhores que os de daqui. Quando eu era menino, eu costumava me entupir de pêssegos até ficar enjoado. —Um sorriso nostálgico iluminou a face do Uchiha, enquanto ele servia-se de carne.

                O ultimo pedaço da fruta pareceu ter pedido o sabor quando eu ouvi a declaração do moreno e em silêncio eu depositei o caroço em um parto vazio.

                —Não queria arruinar seu prazer tão simples. —Falou mostrando-se arrependido.

                —Não tem importância. —Respondi.

                Servi-me sem me deixar ser seduzida pela fartura dos alimentos. Não me deixarei tentar pelos pêssegos do interior, afinal lá,eu ficaria aprisionada, e nem mesmo a doçura das frutas tornaria aquela prisão menos amarga. Até agora eu havia conseguido me infiltrar perfeitamente no regimento, e lutarei com todas as minhas forças pelo o que eu havia conquistado.  


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Notas finais do capítulo

E aí? Mereço reviews? Recomendações? Ou pêssegos podres? T.T bem, sei q o título fico um pouco nada a ver, mas tava sem inspiração para bolar algo legal. Bem, o que vocês acham que vai acontecer agora, ein? Até o prox cap!
:*