Jolly Roger escrita por Luangel


Capítulo 14
Condições


Notas iniciais do capítulo

Oiê! Como vão vocês meus leitores lindos? Bem, peço desculaps pela demora, mas é q o cap é bem grande e na reta final eu sneti uma enorme preguiça de postar! xD (Desculpa). Ah, uma coisa que eu queria perguntar, vcs tem tumblr? Se tiverem, me sigam! Aqui: http://tsubasa-by-sakura.tumblr.com/
Bem, acho que todos estão sabendo sobre a tragédia de Santa Maria e queria dizer q desejo a todas as vitimas desse incêndio p q tenham força e fé, pois é nesses momentos de dificuldade e dor, é nesses momentos em que precisamos nos manter de pé por mais dificil que possa parecer.
Rezo por vocês, e que Santa Maria os abençoe...



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—Sim. Devo a Akira a honra que o teria coberto, caso seguisse vivendo como mosqueteiro. Eu amava meu irmão mais do que jamais amei alguém, mais do que jamais serei capaz de amar outra pessoa. Não vou permitir que me impeça de cobrir seu nome de honra.

Sasuke Uchiha:

                Um silêncio quase espectral se sucedeu, mas eu o quebrei falando:

                —Akira também a amava muito.

                —Eu sei... —Sussurrou Sakura enquanto lágrimas inundavam os seus olhos.

Batidas ritmadas na porta anunciavam a chegada da tina de água quente.

                —Hora do banho. —Anunciei e a rosada me fuzilou com um olhar carrancudo, mas permaneceu em silêncio até a criada sair do quarto.

                —Você sabe muito bem que eu não posso me banhar aqui. Não seria próprio.

                —Não?—Questionei me fingindo de desentendido. —Eu pensei que nós dois fossemos companheiros de armas! Soldados de um mesmo regimento! Irmãos de guerras...

                —Engraçadinho... —Murmurou enquanto cruzava os braços.

                Pelo menos Sakura ainda tinha a sua ética puritana de mulher, nem tudo estava perdido...

                —Vou providenciar roupas limpas e deixá-la sozinha enquanto se banha. —Falei, mas a rosada não esboçou nenhuma reação.

                Contive um suspiro e saí do quarto a passos largos, pensando em como a Haruno é uma mulher difícil de lidar.

Sakura Haruno:

                Assim que me vi sozinha com a tina cheia de água quente, eu tirei a minha roupa rapidamente, apenas deixando a minha preciosa chave em meu pescoço. Há quanto tempo eu não emergia meu corpo na água para realmente me lavar? Nem conseguia me lembrar! Em Konoha, passei todo o inverno me lavando com água fria, não sendo tola de desperdiçar a lenha que reunia com tanto esforço para fazer o capricho de ter água quente no banho. Toda energia disponível havia sido necessária para me manter aquecida e alimentada. O quartinho na pensão não oferecia o luxo de banhos, nem mesmo ocasionais. Eu precisava me lavar com uma bacia de água morna cedida de má vontade todas as noites pela mesquinha e carrancuda dona do lugar.

                Nunca tive a ousadia de pedir uma tina cheia de água quente, sabia que não teria, era capaz até da velhota até desmaiar de espanto e choque ao ouvir um pedido tão descabido. Passei alguns minutos, parada, mergulhada na água quente, apreciando aquela sensação gostosa de estar finalmente tomando banho depois de tanto tempo. Logo, eu já estava passando o sabão perfumado providenciado por Sasuke e, ignorei o ardor nos pés e não mãos, esfreguei a pele para me livrar de toda sujeira e gordura, usando um pano áspero deixado na borda da tina para esfregar minhas costas também. Lavei meus cabelos oleosos e sujos. Finalmente, pensei soltando um suspiro de alegria, estava satisfeita com a limpeza completa e com um suave perfume de lavanda em minha pele, eu sai da tina, me enrolando em uma toalha amarela, posta ao lado da roupa.

                Por falar em roupas, a pilha de roupas sujas chegou a me dar desgosto. Agora que eu estava limpa, sentia vontade de queimá-las. O moreno tinha razão: o cheiro era insuportável! Minha cabeça doía, mas não tanto quanto antes, e o meu estômago se aquietara, certamente o banho contribuíra para melhorar a minha disposição. O Uchiha havia mesmo providenciado roupas limpas e eu as vesti, a calça de algodão branca ficara um pouco desconfortável devido ao tamanho do quadril, enquanto a camisa da mesma cor ficou absurdamente larga, a única peça de roupa que me serviu foram às meias. Sentei-me no divã, sentia-me vulnerável vestida como estava, em roupas emprestadas e grandes demais, mas nada me tirava a leve sensação de estar limpa.

                Suspirei, agora eu poderia enfrentar o conde, mesmo estando no território dele. Deixei que um longo suspiro escapasse dos meus lábios enquanto eu pensava da melhor maneira de convencê-lo a não revelar o meu segredo. Certamente eu não teria futuro como uma mulher, se eu fosse obrigada a abandonar o regimento, o nome de meu irmão será injustamente esquecido para sempre! Além do mais, agora eu sou uma mosqueteira e tenho orgulho disso. Nunca voltarei à vida regrada e confinante de mulher, só de pensar nas costuras, na cozinha, as conservas e a limpeza, uma careta de desgosto se formava em minha face. Maior era a glória de proteger o imperador de seus inimigos! A vida de um homem poderia ser bem mais digna e aventureira do que a existência quase inútil de mulher.

                Não. Que Sasuke venha, não importa o que ele falasse, ou que até me ameaçasse, a decisão estava tomada. Eu sou Akira Hrauno, e não vou desistir dessa minha nova identidade enquanto viver.

Sasuke Uchiha:

                Quando retornei eu encontrei Sakura sentada no divã, desembaraçando os cabelos rosados com um pente de osso entalhado. A rosada vestia roupas grandes demais, e a Haruno parecia frágil e vulnerável demais.

                —Sente-se melhor?—Perguntei e ela respondeu:

                —Sim, obrigada. E também estou cheirando melhor.

Eu deixei sobre uma mesinha de canto, uma jarra que carregava ao entrar. Comprara a jarra do boticário do outro lado da rua, e esta era uma receita infalível para acabar com bolhas e cortes.

                Enquanto a garota tomava seu banho, eu aproveitei para suprir o meu estoque. Sentei-me no divã ao lado dela que me olhou com cautela. Ela cheirava a lavanda, uma fragrância muito melhor que a anterior, que era uma mistura de suor, poeira e vinho azedo.  Respirei fundo, desfrutando do delicioso perfume.

                —Dê-me suas mãos. —Pedi e surpreendentemente Sakura atendeu ao pedido.

Espalhei uma gota do remédio sobre a palma ferida e calejada da rosada que mordeu o lábio inferior para suportar o ardor sem gritar. Confesso que fiquei admirado com a coragem da Haruno.

                Sei por experiência própria que a aplicação do remédio causava dor intensa.

                —Então, esteve pulando muros?—Perguntei, tentando distrair a garota enquanto espalhava o remédio oleoso com movimentos circulares. —Não é o que eu esperava de um mosqueteiro ambicioso.

                —Não queríamos ser pegos. —Respondeu com tranqüilidade, sem desviar o olhar das feridas. —Tenho que pensar em honrar o nome da minha família.

                —Não por muito tempo. Logo você vai ter que se preocupar em honrar o nome da minha família. —Falei e Sakura me fitou, mas dessa vez ela não me olhava com ódio, a rosada estava séria, como quem tinha certeza do que queria e bem, eu realmente preferia o olhar de ódio...

                —Já discutimos esse assunto. —A Haruno falava calmamente, como uma mãe que explicava algo ao filho. —Eu já disse que não vou me casar com você. Serei mosqueteira.

                —Prometi ao seu irmão que cuidaria de você, caso ele não estivesse aqui para isso. —Insisti. —Você não vai me fazer quebrar esse juramento. Vamos nos casar, nem que eu tenha que amarrá-la e arrastá-la até o altar aos berros.

                A máscara de seriedade que antes cobria o rosto da garota se rachou e quebrou, seus olhos se estreitaram levemente, e uma sobrancelha se arqueou sutil e ameaçadoramente .

                —Esquece que sou um soldado?—Falou friamente. —Não teria muito tempo de vida como meu marido, se me obrigasse a isso.

                —Duvido que perca seu valioso tempo atentando contra minha vida. Caso não saiba, mulheres que matam seus maridos são torturadas e mortas na prisão. —Retruquei encarando Sakura com o mesmo olhar desafiador.

                —Não se preocupe, eu nunca seria pega. —Assegurou a rosada enquanto exibia um sorriso sombrio e desafiador. —Sou cuidadosa demais para isso. Não sei se você sabe, mas... Muitos maridos morrem “acidentalmente” depois de comerem cogumelos envenenados, e suas esposas jamais são punidas.

                Eu engoli a seco, a ideia de passar o restante de meus dias resguardando a própria guarda não me agradava. Mas eu estava encurralado, não tinha outra alternativa: eu tinha me casar com essa perigosa Haruno. Fiz um juramento solene a Akira, o homem a quem amei como irmão. Agora, eu era responsável pela garota perante Deus. E só quando fossemos marido e mulher, eu poderia protegê-la de fato. Voltei a encarar Sakura, interrompendo os cuidados com os ferimentos, enquanto encarava a face angelical da rosada. Desconfio desse ar de serenidade já que a pouco a Haruno havia ameaçado me envenenar, caso nos casássemos. A garota sustentou o meu olhar, e eu confirmei as minhas suspeitas de que um dia ela seria a minha perdição.

                Sakura era como uma sereia, bela e encantadora, mas cruel e indomável quando queria.

                —Mas mesmo assim, aceito me casar com você. —Falou a rosada com a voz alta de clara, sem nenhum sinal de zombaria ou manipulação, seus olhos verdes da Haruno esboçavam sinceridade.

                —Aceita?—Indaguei, ainda desconfiado com a súbita decisão da imprevisível garota.

                —Com uma condição. —Decretou e eu suspirei, sabia tudo que estava indo fácil demais...

                —Qual?—Perguntei sem ânimo.

                —Eu vou continuar vivendo e me vestindo como homem, morando em meus aposentos, levando a minha vida independente. —Eu abri a boca para discordar, mas o olhar seco e fatal que Sakura me dirigiu, me obrigou a permanecer em silencio e escutar o que ela tinha a dizer. —Seguirei sendo mosqueteiro. — Falou a rosada com convicção. —E você, não revelará a ninguém, por palavras ou ações que eu sou uma mulher. Não vai interferir na minha vida e eu não interferirei na sua vida. Seremos estranhos um para o outro. Se você concordar com isso, eu aceito me casar com você e colaboro para que cumpra sua promessa.

                Não pude conter o riso, a audácia de Sakura era tão absurda que chegava até a ser divertida, os olhos verdes da rosada faiscaram maleficamente e eu contive o riso. A Haruno... Ela não pode estar falando sério, nem poderia estar pensando que eu concordaria com exigências tão ultrajantes. Eu pretendo me casar com ela para protegê-la e de acordo com as condições dela ficaríamos longe um do doutro e assim seria impossível cuidar da segurança da garota. Suspirei, de qualquer maneira, Sakura está aberta a negociar, o que é um bom sinal.

                —Você disse uma condição, e colocou no mínimo três!

                —Aceita?—A rosada questionou, ignorando a minha fala.

                —Não posso me casar com um mosqueteiro. —Falei calmamente “E sua teimosia cega o seu bom senso” completei mentalmente.

                —Nesse caso, não haverá nenhum casamento. —Concluiu e se levantou do divã, a Haruno gemeu ao apoiar o peso do corpo sobre os pés feridos. —Obrigada pelo banho. Estou indo embora. Adeus!

                Observei estático aquela cena. Ou Sakura falava sério, ou a rosada é a melhor negociadora que já encontrei!  A Haruno realmente partiria, caso eu negasse acatar aquelas exigências absurdas.

                —Espere! —Pedi puxando-a de volta ao divã. Preciso ganhar tempo a fim de convencê-la de que eu não aceitaria um “Não” como resposta. — Ainda não tratei de seus pés. Podem infeccionar, se não cuidar das feridas.

                —Meus pés estão ótimos! — Retrucou a garota, empinando o nariz.

                —É evidente que estão doendo. —Insisti. —Mal consegue andar!

                Eu me ajoelhei diante dela e removi uma de suas meias. Hmm... Sakura tem belas pernas, conclui. Até me casar com a rosada não será tão ruim, afinal, desde que pudesse acorrentá-la á cama e mantê-la ali. Especialmente se o restante do corpo fosse tão tentador quanto a perna que vejo neste momento. Suspirei e dissipei tais pensamentos de minha mente, não era hora para isso... Os pés da Haruno estavam em condições ainda piores do que eu imaginara.

                —Não pode ter se machucado tanto em uma única noite!—Falei enquanto ia espalhando a pomada sobre uma bolha do tamanho de meu polegar.

                —Não foi só em uma noite. —Ela murmurou em resposta.

                Eu cuidava dos dedos, um a um, e realmente preferia estar acariciando outras partes daquele corpo sedutor, mas não podia pensar nisso agora. Teria muito tempo para saciar meu desejo quando Sakura fosse minha esposa.

                —Quando, então?—Perguntei.

                —Sempre. —Respondeu calmamente. —As botas de Akira estão grandes demais para mim. A fricção constante do couro causa bolhas dolorosas.

Quando formos casados, eu cuidarei para que a rosada nunca mais tivesse que usar botas emprestadas.

                —Precisa comprar botas novas de couro mais macio e meias mais grossas. —Aconselhei. —Seus pés estão emprestáveis!

                —Um par de botas era suficiente para meu irmão. Terei de me contentar com o memo. —Disparou.

                Devia ser uma experiência dolorosa. Eu não sabia como a Haruno conseguia se manter em pé ao longo da ultima semana, muito menos como pudera saltar e correr como fazia nos treinos. Mais uma vez eu me surpreendia com a determinação que governava Sakura nessa nova vida de mosqueteira. O trabalho que terei para convencê-la a me aceitar como marido poderia ser maior do que eu havia antecipado. 

                —Case-se comigo, e eu lhe darei outro par de botas. —Falei quebrando o silêncio e pela primeira vez em que a vi “como mulher” a rosada riu, um riso sutil e espontâneo, que a Haruno deixava ainda mais bonita.

                —Essa deve ser a melhor oferta que já recebi. —Falou sorrindo.

                —Melhor ainda, vou comprar para você macios calçados de veludo bordado e seda, e você nunca mais terá uma única bolha em seus pés. —Observei a face dela a procura de alguma hesitação, por mínima que fosse.

                Nenhuma mulher usaria botas em lugar de calçados macios e confortáveis. Por que minha noiva seria diferente?

                —Prefiro as botas. —Respondeu sem hesitar. —Nunca vi um mosqueteiro lutando com os pés em sapatos de veludo.

Se Sakura não queria os sapatos, eu não a forçaria. Eu sei que esse tipo de atitude só causará ressentimento. Eu preciso convencê-la de que nenhum outro curso de ação era viável e não estou falando só dos sapatos...

                — Eu tenho um dever de honra com a memória de Akira. Prometi que me casaria com você e a protegeria.

                —Seu dever de honra não é da minha conta. —Retrucou com rispidez.

                Terminado o trabalho com o primeiro pé eu peguei o outro. A persistência de meus pensamentos nada puritanos com a rosada chegava a me perturbar.

                —Está mesmo decidida a seguir como mosqueteiro?—Perguntei com seriedade.

                —Estou. —Respondeu usando o mesmo tom de voz. 

                —Não quer viver uma vida de felicidade, uma vida de luxo e conforto, vestidos de seda e finos vinhos, em meu castelo no interior? Como minha esposa, nunca mais teria de sofrer com bolhas nos pés.

                —Não quero viver no ócio egoísta e na inutilidade. Não quero ter uma vida desprovida de significado ou propósito. Seria preferível morrer.

                Mantive-me em silêncio, eu conhecia este sentimento sufocante. Experimentara algo muito parecido no passado, mas nunca imaginei que uma mulher pudesse sentir o mesmo.

                — Prefere ter uma vida de esforço e privação como soldado, trabalhando dia e noite, e se for necessário, passando fome e frio onde não há lenha para o fogo ou comida, sacrificando a própria vida em casos extremos?

                —Preferia ser uma humilde abelha servindo minha comunidade da melhor maneira possível a ser uma linda borboleta cercada por beleza exótica, mas sem nenhuma utilidade.

                —O que você faria se eu a delatasse a Jiraya? —Não que eu pretendesse realmente traí-la.

                Tanta coragem merecia um tratamento mais digno. Mas queria saber qual era a reação da Haruno.

                —Eu o mataria, ou morreria tentando. —Respondeu com sinceridade e seriedade, seus olhos estavam bem mais penetrantes do que antes.

Sem querer, deixei que um suspiro de exaustão e devolvi a meia para a garota. Eu conseguia ler a determinação nos olhos dela, mas eu também estou igualmente determinado.  Porém agora, eu me via sem alternativas, encurralado, a menos que forçasse Sakura a me aceitar como seu marido, o que seria detestável.

                Não posso promover um começo tão desastroso para essa união. Sei que terei tempo de sobra para fazê-la entender meu ponto de vista depois do casamento, e terei que convencê-la que tenho razão, se quero ter uma casa tranqüila. Nenhum lar poderia abrigar dois soldados sem se transformar eventualmente em um campo de batalha.

                —Nesse caso, parece que não tenho escolha. Vou me casar com minha mosqueteira. Mas também tenho minhas condições.

                —Quais?—A rosada me encarou, desconfiada e cautelosa.

Vou tentar propor um compromisso com o qual possamos conviver e que permitisse que a Haruno aceitasse graciosamente o casamento sem ter que abrir mão do orgulho.

                Era como domesticar uma gata selvagem até fazê-la comer em sua mão. Pressa ou pressão só a afugentariam, e depois seria mais difícil reaproximar-se. Pigarreei e comecei a falar com firmeza:

                —Em público você será um mosqueteiro, e eu não levantarei nenhuma suspeita por palavra ou ação sobre sua verdadeira identidade. Ninguém jamais saberá que é uma mulher e minha esposa. Mas em particular, você será a minha esposa, não só legalmente, mas na prática, também. Viverá comigo em minhas acomodações, e me será fiel e verdadeira em todos os sentidos.

                Ela balançou a cabeça e um sorriso pálido iluminou seu rosto.

                —Não posso ser sua esposa na prática. O que Jiraya faria comigo se descobrisse que, além de ser mulher, espero um filho?

Era incrível como Sakura pareceu ler meus pensamentos. Eu pensei que se algum dia a rosada engravidasse, certamente perderia o interesse pela vida de soldado e se tornaria uma boa esposa e uma mãe dedicada. A maternidade domesticaria a Haruno muito mais rápido do que qualquer coisa que eu pudesse fazer.

                —Exigirei fidelidade, Sakura, e nem pense em anular o contrato posteriormente por inexistência de consumação. Nosso casamento deverá ser real. —Falei, frisando cada palavra.

                —Sou uma mosqueteira e mulher de palavra. Não sou uma meretriz, então não trairei sua confiança em mim, mas não posso ser sua esposa em todos os sentidos. E se insistir nessa condição, não haverá casamento. —Retrucou.

                —Aceita ao menos ir viver em meus aposentos?—Perguntei, afinal eu precisava ter Sakura por perto para conquistá-la.

                —Sim, aceito, se for mesmo necessário, mas como colega de regimento, não como sua esposa. —Falou sem ânimo algum.

                Terei que seduzi-la. Se eu for decidido e cauteloso, a rosada não poderia resistir por muito tempo. Afinal, era só uma mulher. Não dispunha da mesma determinação e força de vontade de um homem. Mais cedo ou mais tarde, a Haruno fraquejaria e eu estaria por perto para tirar proveito desse momento.

                —Então, não insistirei para compartilharmos o leito, embora reclame do direito de tentar fazê-la mudar de ideia.

                —Não vou mudar. —Disparou e eu sorri, seria realmente divertido tentar seduzi-la e domesticá-la.

                Seria um desafio interessante, mas eu sairia como vencedor.

                —Estou disposto a me empenhar por isso. —Murmurei e aparentemente a garota não chegou a ouvir.

                —Então... Eu aceito.

                —Ótimo! Os proclamas serão lidos na igreja pela primeira vez no próximo domingo, e então estaremos praticamente casados.

                —Então, voltaremos a nos ver no domingo. —Sakura falou enquanto se levantava com esforço do divã.

                —Vou mandar um garoto ir buscar suas coisas A partir de hoje, você vai passar a morar comigo.

                A rosada que até então estava com a face tranqüila me olhou horrorizada ao ouvir aquelas palavras.

                —Morar com você?!—Exclamou a Haruno. —Mas... Ainda nem somos casados!

Dei um sorriso cínico de lado e falei:

                —Não sei ao certo se já posso confiar plenamente em você, minha adorada futura esposa. Nada me garante que você não vai fugir para alguma cidade distante sem deixar pistas, buscar outro regimento para reconstruir sua vida de soldado. Agora que a tenho aqui, pretendo mantê-la sob minha vigilância constante. Além do mais, se estiver aqui dormindo comigo, não vai precisar dormir no quarto de outro companheiro qualquer. —Falei amargurado a ultima frase.

                —Mesmo assim, eu não posso dormir com você antes de nos casarmos. —Insistiu um pouco mais calma, mas não menos horrorizada. —Sou mulher, você é homem. É... Inimaginável!

                —Inimaginável!—Repeti enquanto cruzava os braços, agora era a minha vez de ficar indignado. —Você dormiu embriagada no chão do quarto de outro mosqueteiro. —Não acha que é igualmente inimaginável?


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