Jolly Roger escrita por Luangel


Capítulo 13
O inicio do fim, não necessariamente nessa ordem..


Notas iniciais do capítulo

OiÊ! Feliz Natal o/(atrasado, mas tá valendo hahaha XD)E Feliz ANo novo,q 2013 seja repleto de alegria e paz p vcs. Enfim, esse capítulo saiu maior do que eu esperava, já peço desculpas e sei que vcs vão querer me matar, mas a fic ñ está no final ñ,viu? Espero que gostem do capítulo!o/



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Sakura Haruno:

                Com uma força gerada pelo desespero, eu me levantei em um salto, agarrei as duas metades da camisa com uma das mãos e a espada com a outra.

                —Maldito, maldito, maldito! — Gritei, atacando-o com uma fúria súbita que pegou Sasuke desprevenido.

O esforço dos movimentos repentinos foi demais para meu corpo ainda abatido pela bebedeira de ontem. Meu estômago protestou com veemência, minha visão foi ficando cada vez mais turva e minha cabeça começou a girar descontroladamente. Depois de dar meia dúzia de passos cambaleantes, eu cai e vomitei violentamente.

                De repente eu vi o Uchiha ao meu lado, parecia aflito. Sua revolta deu lugar a apreensão.

                —Akira? —Chamou.

Eu não respondi, me mantive imóvel no chão, exausta demais. Não conseguia nem me mover direito. O único pensamento que ilustrava era minha mente, era deixar o local e ir me esconder em meu quartinho abafado até me sentir melhor. Juro por Deus que nunca mais beberei mais uma gota de vinho!

                —Vá embora. —Sussurrei e o moreno inflou o peito, indignado.

                —Akira, você me dá mais trabalho do que vale a pena. Ofende-me e se nega a lutar, depois, quando é ameaçado, ataca-me como se um demônio o houvesse possuído! Merece que eu o abandone aqui á avidez dos corvos.

                Conde, você não sabe que isso é tudo o que eu quero, pensei sorrindo internamente.

                —Deixe-me em paz então! Não preciso da sua ajuda. Vou esperar por Neji. Ele vai me socorrer. —Assegurei.

Ele me ignorou e me ergueu em seus braços, como se carregasse um bebê.

                —Onde vive?—Perguntou tranquilamente, como se não fizesse esforço para me carregar.

Eu tentei, e libertar dele, mas o esforço só aumentou a dor de cabeça e a tontura.

                —Ponha-me no chão. —Ordenei entre dentes.

                Em resposta, Sasuke torceu o nariz, enojado com o cheiro que emanava de minhas roupas, mas mesmo assim não me soltou.

                —Onde você mora?—Repetiu determinado e eu revirei os olhos, era inútil, não conseguiria me livrar do Uchiha. 

                —Na hospedaria da viúva Poussin, no final da rua Fosset. —Resmunguei.

Para minha surpresa, o moreno me acomodou melhor em seu colo, me deixando com a cabeça encostada em seu peito, que emanava calor e conforto que me fizeram corar violentamente, mas felizmente o conde não percebeu.

                 Bem, acho que não correrei tanto risco como pensei. Ele me levaria para casa e eu iria para cama, dormiria até me livrar da náusea e da dor de cabeça, e depois retornaria a vida de mosqueteiro com meu segredo intacto. Tudo ia dar certo. 

Sasuke Uchiha:

                Ergui Akira do chão, resistindo ao impulso de jogá-lo sobre o ombro como se fosse um saco de batatas. A única coisa que me detinha de fazer isso era o medo do Haruno acabar vomitando novamente, dessa vez nas costas de minha jaqueta, em minha calça de couro e no par de botas que mais gosto.  Olhei de soslaio para ele, e confesso que o rapaz estava mais frágil do que parecia. Akira devia ter sido devastado pela praga, ou enfrentara a fome em seu vilarejo natal, porque pesava muito pouco para um homem de sua idade. As pernas eram delicadas, os braços eram delgados, mas o quadril era mais largo do que se costumava ver em homens.

                 E, apesar da leveza, o rosado tinha um peito extraordinariamente farto, musculoso. Agora, eu o fitava com cuidado o mosqueteiro em meus braços, e tive a sensação de que o mundo girava ao contrário. Seria capaz de jurar sobre a Bíblia que a criatura que carregava era uma mulher! Nenhum homem teria aquelas curvas! Uma mulher... Vestida como mosqueteiro, passando por Akira! Um frio percorreu a minha espinha quando lembrei-me de que o Haruno tinha uma irmã gêmea. Sakura. Segundo o que eu sabia, a Haruno perecera vitima da praga que varrera o sul do império de Suna, destruindo metade da população local. De toda família, Akira havia sido o único sobrevivente.

                Prestei atenção no rosto do jovem que carregava. Os traços eram idênticos aos de Akira. Não há mais dúvidas. Sakura não morrera. A mulher em meus braços devia ser ela, a jovem com quem prometera me casar. Não havia nela a mesma doçura e feminilidade que vira no retrato, mas, ainda assim, prometi desposá-la, e é o que farei, não deixarei de cumprir minha promessa. Essa mulher atrevida que ousara me acusar de covardia seria minha esposa. Logo, tudo foi fazendo sentido, como às peças de um quebra cabeça que se encaixavam perfeitamente... Agora eu entendia por que ela correra a socorrer a jovem criada da taverna. Sakura se identificara com as circunstâncias da criada e decidiu protegê-la.

                A culpa sussurrava em meu ouvido, falando que eu era um tolo, pois não a ajudara na batalha contra multidão de bêbados e devassos que tentavam fazer jorrar seu sangue pelo chão. Eu deixei que a rosada lutasse sozinha contra meia dúzia de homens duas vezes maiores do que ela! Uma mulher! Meu Deus, a Haruno poderia ter sido morta! Desde o momento em que voltara a Suna, essa criatura havia sido Akira, mas diferente do rosado que conheci antes. Os olhos verdes eram os mesmos, mas não me reconheceram com a amizade do passado. O rosto era de meu amigo, mas a alma pertencia a um estranho. Passei noites em claro tentando entender como alguém podia ter mudado tanto.

                A explicação era tão óbvia, que nem cheguei a perceber. Com pesar eu conclui que o Haruno não havia voltado. E nunca mais voltaria. Em vez disso, como ironia do destino, Deus mandara até mim sua irmã gêmea. Eu me casaria com ela, conforme prometi, e cuidaria dela como pudesse. Devo isso a Akira. Tola, impulsiva e linda, ela vai precisar de muita proteção. Nunca mais a deixarei se expor ao perigo. Agora que eu descobri quem ela é realmente, tratarei de protegê-la até a morte, até verter a última gota de sangue de meu corpo. Não posso levá-la á hospedaria, como planejava inicialmente. Infelizmente, eu conhecia a viúva Poussin.

                Sei que ela é uma velhota rabugenta e mesquinha que só se preocupava em aumentar a sua crescente coleção de moedas que mantém sob o colchão da própria cama. Morava perto dali. Eu podia levar Sakura para lá e observá-la até que a rosada melhorasse. Assim, que a Haruno se recuperasse, eu a pressionaria para descobrir a razão de sua farsa e o destino do verdadeiro Akira. Apesar de ser um mosqueteiro eu sentia meus olhos se encherem de lágrimas quando pensava no rosado. Minha esperança de rever o Haruno haviam se extinguido. Se ele estivesse vivo, a irmã não estaria sozinha em Suna, ainda mais vivendo com um mosqueteiro e se expondo a riscos incomensuráveis.

                Que desespero teria levado a jovem a esse ponto? Ela abriu os olhos quando estávamos passando pela porta.

                —Onde estamos?—Questionou Sakura franzindo o cenho, não reconhecendo o lugar onde estava.

                —Em minha casa. —Respondi naturalmente e a rosada arregalou os olhos, surpresa.

                —Mas... Você ia me levar para a rua Fosset... —Murmurou a Haruno, ainda surpresa.

Subi as escadas e abri a porta de meus aposentos, no segundo andar da casa.

                —Acha que vou ficar andando pela cidade com você nos braços, monte de banha?—Provoquei. —Viemos até aqui e isso é mais do que suficiente. Além do mais, você vomitou vinho! Tem ideia do estado de suas roupas?—Perguntei torcendo o nariz. —O cheiro...

                —Pode me empresar uma camisa, então?—Indagou, ignorando as minhas provocações. —Preciso voltar para casa. Prometo devolvê-la amanhã.

                —De jeito nenhum!—Retruquei. —Você não vestirá minhas camisas sem antes tomar um bom banho!

                A face exausta dela se tornou em uma expressão de puro terror, quase que cômica. Se eu não soubesse que ela era uma mulher, eu teria descoberto agora, diante do horror que Sakura demonstrava com a ideia de tomar banho em minha companhia.

                —Nada... Nada de banho. —Sakura decidiu, lutando para não gaguejar e eu reprimi um sorriso ao ver a rosada encurralada desse jeito. —Posso acabar pegando um resfriado.

A tentação de atormentá-la era tentadora demais, ainda não me livrei da vergonha que acompanhava o meu ferimento no braço. Era realmente humilhante ter sido ferido por uma garota.

                —Não se preocupe, vou aquecer a água. —Falei.

                —Não preciso de banho. —A Haruno insistiu. — Não quero que seus criados se incomode com água quente. Não é necessário. Só preciso de uma camisa limpa, e voltarei a exalar o perfume das margaridas.

                Olhei cético para a calça manchada e para a jaqueta imunda.

                —Tem certeza?

A jovem examinou as próprias roupas com desagrado, e suspirou.

                —Eu tive uma noite difícil. Prefiro tomar banho nos meus aposentos, se não se importa.

Suspirei. Que tipo de criatura é essa minha noiva?

                —Brigou novamente?—Perguntei tentando soar como quem não queria nada.

Ela levantou as mãos que estavam cortadas, arranhadas e cobertas por bolhas de aparência feroz.

                —Não. —Respondeu, mais calma. —Não costumo brigar sem que haja um bom motivo. Estava apenas fugindo dos efeitos daquela primeira briga. Nunca imaginei que pudesse pular muros com tanta rapidez!

                Segurei as mãos de Sakura e as examinei, tentando definir a real extensão de seus ferimentos. A rosada se encolheu ao sentir o contato doloroso.

                —Isso precisa de um curativo. —Falei.

                —Não é nada sério. Meus pés estão bem piores. —Disse a Haruno fazendo uma leve careta.

Ignorei os protestos e eu desamarrei as botas da jovem e as removi. As meias, nos pés dela, estavam cobertas de sangue seco.

                —Esteve andando com essas meias desde ontem?—Perguntei e ela assentiu.

                —Não pensou em cuidar desses ferimentos ontem á noite?

                —Não voltei para casa. —Respondeu calmamente. —Passei boa parte da noite bebendo com... Com dois companheiros, e acabei dormindo no chão sem remover as botas. Não tive tempo para trocar as meias.

                Fiquei tenso de repente. A Sakura, a jovem com quem vou me casar, havia passado a noite com dois de meus companheiros?

                —Com quem esteve dormindo?—Rosnei, furioso e a tempestuosa rosada ergueu o queixo de modo desafiador.

                —Não é da sua conta! —Retrucou.

Mordi a minha língua para não falar o quanto a Haruno estava enganada. Prometi a Akira que cuidaria de sua irmã, caso ele não pudesse protegê-la. Acreditei que a morte da jovem tivesse me libertado dessa promessa, mas, agora eu sabia de toda a verdade, nada me impedia de passar o resto de meus dias ao lado dela, protegendo-a.

                —Uma pergunta simples merece uma resposta simples. —Disparei e Sakura parecia indignada.

                —Qual é o problema? Há alguma lei que proibindo um mosqueteiro de dormir no chão do quarto de um companheiro?

                —Não diga bobagens!—Disse revirando os olhos.

                —Então, qual o problema?—Insistiu a rosada.

                —Você não devia dormir no quarto de um homem estranho!

                —Não eram estranhos. —Ela retrucou. —Eram mosqueteiros, como você e eu!

                Balancei a cabeça. Ainda estava surpreso pela jovem ter conseguido se disfarçar tão bem a ponto de enganar todo o regimento. Como eu pude deixar de notar sinais que eram tão óbvios, agora que conhecia a verdade? O olhar altivo, o queixo delicado, a pele macia... E como deixei de questionar sua incompetência com a espada, sabendo que Akira havia feito progressos elogiáveis no ano anterior? De repente, onde antes havia confusão e contradição, tudo se tornava tão claro quando o dia. Sakura era uma mulher. Por isso, era inútil continuar discutindo com ela. A rosada era como todas as outras mulheres que eu conhecia, teimosa e incapaz de um mínimo de sensatez.

                Aproximei-me da porta e, abrindo-a, chamei pela senhora que cuidava da casa. A mulher se aproximou correndo, trazendo com ela um delicioso aroma de carne assada que servia todas as noites no jantar.

                —Preciso de uma tina de água quente. Depressa. Um de meus companheiros esteve lutando e precisa de cuidados. —Disse para a criada e ela sorriu.

                —Certamente, senhor. Precisa de mais alguma coisa?—Perguntou educadamente.

                —Algumas bandagens, se for possível.

                —Imediatamente, senhor. —E ela se afastou apressada.

                A Haruno me encarava com um olhar capaz de congelar o oceano, os braços cruzados sobre o peito.

                —Não vou tomar banho. —Anunciou a jovem.

Suspirei, não vou discutir com ela, vou ordenar.

                —Sim, você vai. Olhe só para essa imundície!

A adaga que Sakura pegara parecia ameaçadora.

                —Não vou. Não pode me obrigar. —Falou a rosada entre dentes.

A Haruno esperava me assustar com aquela faquinha de descascar maças? Eu sentiria vontade rir se não estivesse começando a ficar irritado.

                Sentei-me diante da jovem e a fitei nos olhos. Como eu poderia revelar que conhecia o seu segredo?

                —Escute, eu sei por que você não quer tomar banho.

                —Duvido!—Retrucou ela. —Se eu pegar um resfriado...

                —Você é mais forte do que parece. —A cortei, sério.

                —A praga me enfraqueceu. —Retrucou Sakura quase que automaticamente.

                —Compreendo. Só não acredito que a praga o tenha transformado tanto assim. —Falei calmamente, sabia que estava pisando em um campo minado prestes a explodir a qualquer movimentação.

                —O que quer dizer?—Perguntou a rosada.

                —Um homem em uma mulher... —Respondi pausadamente.

                A Haruno ficou mortalmente pálida e por alguns instantes eu até pensei que ela fosse desmaiar. A jovem tremia tanto, que até a voz era sacudida pelo choque e pelo medo quando ela sussurrou:

                —O que foi que disse?

                —A verdade. —Respondi e Sakura brandiu a faca se recuperando do susto, sua surpresa dando espaço à cólera.

                — Juro que eu vou matá-lo por esse insulto!—Gritou a rosada, porém eu não me movi, sabia que a Haruno não tinha forças para matar alguém. Pelo menos não nessa manhã. Posso apostar que ela ainda está vendo tudo em dobro.

                —Chega Sakura. —Falei determinado. —A farsa acabou. Sei quem você é!

                A jovem fechou os olhos. De repente, parecia ter perdido todas as forças. O corpo trêmulo caiu sobre o divã e a mão soltou a faca.

                —De que nome me chamou?—Perguntou Sakura com um fio de voz.

                —Sakura. É isso, não é? A irmã gêmea de Akira. —Falei mais suavemente.

                —Você está enganado. Eu sou Akira. —Insistiu a rosada, mesmo sabendo que aquilo não adiantaria em nada.

                Eu a encarei em silêncio e a Haruno, incapaz de sustentar o olhar, desviou o rosto.

                —Você não é Akira.

                —Não sou. —Admitiu ela com a voz baixa, frustrada.

                —Sakura?

                —Sim. —Respondeu a jovem voltando a me olhar.

                —O que aconteceu com o seu irmão?—Indaguei e os olhos verdes de Sakura foram inundados pelas lágrimas.

                —A praga o levou. —Respondeu a rosada depois de suspirar e conter as lágrimas.

                Abaixei a cabeça, incapaz de esconder o pesar, agora que confirmara minha suspeita.

                —Eu já imaginava... —Murmurei e segurei as mãos da Haruno por alguns minutos.

Inicialmente a jovem ficou tensa, mas logo foi relaxando e juntos, nós choramos a morte do irmão e amigo que tanto amávamos. Era reconfortante poder sentir a mão dela nesse momento de dor. Akira seguira sua viagem para um mundo melhor, mas deixara na terra uma parte dele. Eu cuidarei de Sakura da melhor maneira possível. Após alguns momentos, a rosada secou os olhos na manga da jaqueta e respirou fundo, esforçando-se para recuperar o controle sobre as emoções.

                —Como descobriu?—Perguntou a Haruno.

                —Você me incomoda há semanas. —Desabafei, exibindo um sorriso de canto. —Exibia o rosto de Akira, mas eu sentia que não era ele. Então, passei a observá-la e registrar mentalmente tudo o que fazia, mas não conseguia determinar o que havia mudado, o que a tornava tão diferente dele. Então, há pouco, quando a peguei nos braços, tudo ficou claro. Naquele momento eu tive certeza de que você não era um homem. Soube que era uma mulher.

                —O que pretende fazer?—Indagou a jovem, sua expressão era ilegível, a qualquer momento ela poderia se desmanchar em lágrimas ou desmanchar o meu corpo com alguma arma.

                —Eu vou me casar com você, como prometi a Akira que faria, e a mandarei para o Shimogakure no Sato a fim de viver em segurança, conforme ele e eu havíamos combinado. Minha mãe esperava ansiosa para conhecer minha esposa. Ela saberá cuidar de você. Agora que está ficando mais velha, minha mãe vai apreciar alguma ajuda na administração da casa.

                —Escute aqui. —Sakura cortou minha fala, ela parecia nada feliz com o que eu disse. —Eu decidi ser mosqueteira para não ter de me casar com um estranho e ir viver como uma exilada em Shimogakure no Sato. Ou seja, não vou me casar com você.

                Encolhi meus ombros, sentia como se alguém tivesse jogado um balde água fria em mim. A rosada realmente não tem mesmo nenhuma sensatez. Que outro tipo de casamento ela está esperando? Sem pai para fazer arranjos, e depois do tempo que a Haruno passou disfarçada de mosqueteiro, que outro matrimônio ela queria? Era sorte da jovem, ter sido prometida em casamento pelo irmão. E mais sorte ainda é ter um noivo cujo senso de honra me impelia a cumprir a promessa feita a um amigo já falecido.

                —O que mais eu poderia fazer?—Perguntei.

                —Posso ser mosqueteira. —Respondeu ela calmamente. —Como sou agora.

                —Não existem mosqueteiras, Sakura. Só mosqueteiros. —Retruquei entre dentes. —Você é uma mulher! Não vai resistir aos rigores do regimento.

                —Por que não?—Disparou Sakura, orgulhosa e arrogante. —Eu já sabia cavalgar antes de vir para Suna. Nas ultimas semanas aprendi a lutar. Trabalhei duro todos os dias, superei meus limites, e ontem á noite consegui-me defender de um bando de bêbados ferozes e violentos. E escapei da guarda enviada para deter os encrenqueiros da taverna. E não se esqueça de que o feri em uma luta limpa e enfrentei a morte com meus olhos aberto. A que rigores você se refere, exatamente? O que pode ser pior, “Sir Conde”?—Perguntou a rosada ironizando a ultima palavra.

                Eu realmente não entendo por que a Haruno preferia enfrentar todos esses problemas, quando tinha nas mãos uma solução muito mais simples e confortável.

                —Mas você é uma mulher!—Insisti. —Devia passar o tempo criando filhos e cuidando da casa, como fazem as outras. Não devia estar aqui aprendendo a lutar!

                —Você me ensinou a lutar. —Falou a jovem com seriedade.

                —Mesmo assim, ainda é uma mulher, não um mosqueteiro!

                —Escute aqui, saiba que não hesitarei em matá-lo para proteger meu segredo!—Falou ela com a voz sombria e mais firme do que nunca.

                Eu engoli a seco, e não duvidava do que Sakura pudesse me matar. Afinal, a rosada já havia tentado contra minha vida anteriormente. Mas eu não lutaria contra uma mulher.

                —Meus companheiros acreditam que sou Akira. Eles rirão de sua alegação. Negarei que sou uma mulher e o desafiarei a uma luta de morte pelo insulto. —Falou a Haruno, seus olhos pareciam cravar em minha alma, mas a jovem parecer ter se esquecido de que seria relativamente fácil provar tal acusação.

                Na noite anterior, ela havia mostrado publicamente o caminho para desmascará-la publicamente. Eu só precisava de uma espada afiada para cortar o cordão de sua calça, como a mesma fizera com o valentão da taverna. Então pronto, estaria acabado.

                —Quer mesmo ser um mosqueteiro?

                —Sim. Devo a Akira a honra que o teria coberto, caso seguisse vivendo como mosqueteiro. Eu amava meu irmão mais do que jamais amei alguém, mais do que jamais serei capaz de amar outra pessoa. Não vou permitir que me impeça de cobrir seu nome de honra.


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