Jolly Roger escrita por Luangel


Capítulo 11
Pacto


Notas iniciais do capítulo

Oiê! Tudo bem com vocês meus leitores? Bem eu peço mil desculpas pela demora, mas é q tô em pleno 4° bimestre e tive um bloqueio criativo em outra fanfic minha INTERLIGADOS, ou seja, acabei me atrasando ><... Ah, eu estou tão feliz! Ganhei uma recomendação!*-*-* Sim, uma recomendação! Não é incrivel?! Iara Carmel, sua fofa!^^ Agradeço e muito os seus elogios, estava achando q essa minha fanfic não estava agradando a todos e tal... Enfim, você tem minha gratidão e dedico esse cap p vc!!o/



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                —Um rato de esgoto como você não pode mesmo conhecer o significado da moralidade ou do respeito pela decência humana. Devia continuar sendo um homem! Você se comporta como todos eles!

Sakura Haruno:

                —Ratos de rua não podem pagar o preço da moral. Pegue essa sua “moralidade”—A loira disse com a voz carregada de desprezo. — e enfie-a no... Onde quiser. Não me importo. —Resmungou cruzando os braços.

                Um silêncio pesado se instalou entre nós, e eu me sentia como uma criança, sem saber ao certo o que fazer, e então eu decidi tentar amenizar a tensão. Quero que nos sejamos unidas, que uma proteja a outra, afinal somos mulheres!

                —Como adivinhou que éramos todas mulheres?—Perguntei tentando mudar de assunto e funcionou já que a loira me olhou com um sorrisinho superior nos lábios.

                —A vida na rua te ensina a olhar além das aparências. —Justificou. —Quem não aprende essa lição rapidamente, não sobrevive.

                —E quando percebeu que éramos como você?—Indagou a morena, mas a pergunta soou como uma afronta, mas a loira ignorou e apenas respondeu:

                —Percebi assim que as duas bonecas entraram no depósito. —Um sorriso brincalhão se desenhou na face da loira ao ver a minha expressão de surpresa. — Confesso que eu fiquei assombrada por descobrir que também pretendiam o mesmo que eu. Sempre achei que fosse a única maluca disposta a abandonar meu sexo e passar-se por um homem para ser mosqueteira. E só aceitei ajudá-las por isso. Se fossem homens, eu os teria deixado cair nas mãos dos guardas para serem postos a ferros. Mas como me dei conta que tínhamos algo em comum, decidi que podiam estar precisando da minha ajuda. —Ela suspirou, como se estivesse aliviada e um sorriso alegre brotou em seus lábios, enquanto ela se levantava e fazia uma reverência exagerada. —Agora sim, cavalheiros, vamos refazer as apresentações! Agora me apresento não mais como Deidara, mas sim como Ino Yamanaka, nascida e criada nos becos de Suna, treinada para ser batedora de carteira, recentemente transformada em mosqueteira na esperança de fazer fortuna sem ter que arriscar o meu pescoço.

                —Hinata Hyuuga ao seu dispor. —Disse a morena se levantando e fazendo uma delicada reverencia digna de uma dama. —Tenho um primo chamado Neji. Ele é mais ou menos da minha idade. Simplório, doce... Ele planta tulipas e não tem a menor inclinação para artes marciais. Creio que é um dos poucos homens que é digno da comida que come. Tomei emprestado o nome dele para tornar-me mosqueteira e vingar os malfeitos praticados por um deles contra mim e contra a minha família. Logo ele estará dormindo com os vermes, e eu estarei dormindo tranqüila em minha cama novamente.

                Hinata se sentou e eu suspirei antes de me levantar e sem muita demora eu me apresentei:

                —Sakura Haruno. Meu irmão gêmeo, Akira, era mosqueteiro antes de morrer vítima da praga maldita, que os piratas trouxeram para nossa pacata vila, em uma invasão monstruosa. Eu o amava muito e teria dado a minha vida por ele, mas só assisti a sua morte. —Falei e a chave que eu carregava por debaixo de minhas roupas pareceu ficar cada vez mais pesada e fria. —Decidi tomar seu lugar e dar ao nome de meu irmão toda a honra que deveria ter sido dele em vida.

                Nós três nos encaramos em silêncio por um tempo, não acreditando que existiam outras de mulheres malucas, como Ino dizia. Nossos olhares se encontravam em um misto de espanto e admiração. Sentia-me até um pouco envergonhada agora, afinal, eu treinei tanto para agir e pensar como um homem, que eu não sabia mais como ser uma mulher novamente. Depois de algum tempo, eu finalmente fiz o que eu queria, levando as mãos sob minha camisa e removendo a faixa que comprimia meus seios, suspirando de alivio por me livrar daquele aperto tão incomodo.

                —Que maravilha!—Exclamei sorridente. —Nunca imaginei que roupas masculinas pudessem ser tão desconfortáveis!

                Ao meu lado, a morena arrancou o que ainda restara de seu bigode falso, jogou o chapéu para um canto qualquer e deslizou sua mão pelos seus cabelos azulados e que alcançavam o meio de suas costas.

                —Detesto usar chapéu, mas sou feminina demais sem ele. —O rosto normalmente sério relaxou, iluminado por um sorriso e eu tive que admitir, a Hyuuga era linda, com uma aparência angelical. —Creio que vou abrir mão do bigode no futuro, porém. Odiaria vê-lo cair no meu prato durante o jantar. Seria repugnante. — Falou fazendo uma careta.

                Ino suspirou alto e se acomodou sobre o braço de uma poltrona.

                —Calças são muito mais confortáveis do que vestidos para quem vive nas ruas. Acho que eu nunca usei um vestido em toda minha vida. Não que eu me lembre...

                —E agora?—Perguntei enquanto respirava fundo.

                —Vamos beber, descansar nosso pés, e depois eu e você iremos para casa, quando os guardas desistirem da busca. —Respondeu Ino, como se fosse a coisa mais simples do mundo.

                —Certo, mas não foi isso que eu perguntei, Ino.            

                —O que foi, então?—Indagou a Yamanaka e eu senti o peso do olhar de Hinata sobre mim também.

                —Bem... Não podemos continuar fingindo que não conhecemos o mais sombrio e profundo segredo de cada uma de nós, podemos? Então, o que vamos fazer sobre isso?

                —Vamos guardar esses segredos até o fim de nossas vidas, é claro. E, se me traírem mesmo com uma simples insinuação, eu as atirarei aos lobos. Combinado?—Falou Ino com a voz segura e sério, fazendo com que a doce Hinata engolisse a seco a ameaça.

                —Só isso?!—Perguntei indignada.

                —E o que mais você quer Sakura?!—Retrucou a loira já perdendo a pouca paciência que tinha.

                A encarei por alguns minutos, sustentando o olhar da Yamanaka. Contei até dez três vezes, até recuperara a calma para poder falar com clareza.

                —Ino, podemos facilitar a vida uma da outra! Sozinhas como estávamos até agora, corríamos o risco de atrair a atenção daqueles que desejavam se aproximar de nós, forjar laços de amizade. Se pudermos manter nossos companheiros distantes, acabaremos despertando mais cedo ou mais tarde suspeitas por conta de nosso estilo solitário. Sozinhas, estamos vulneráveis. Juntas, nós podemos formar uma barreira contra o resto do mundo, uma muralha que nossos inimigos não poderão transpor.

                —Uma por todas e todas por uma?—A loira fingiu estar pensando teatralmente, mas logo depois exibiu um de seus sorrisos irônicos e disse: —Muito conveniente!

                —Estou falando sério. —Rosnei me levantando da poltrona, já começando a ficar irritada novamente com as atitudes de Ino.

                —Por quê? O que tem a ganhar com isso?—Questionou a garota se levantado de forma arrogante de sua poltrona.

                Lembranças invadiram a minha mente, pensei nas noites solitárias que passei no quarto apertado e abafado no sótão da hospedaria, ansiando desesperadamente por alguma companhia.

                —Por quanto tempo é possível ser um mosqueteiro sem ser realmente?—Perguntei calmamente. —Por quanto tempo alguém pode sobreviver cercado por pessoas em que não pode confiar?

                —Eu sempre vivi assim. —Respondeu a Yamanaka com uma voz tão fria quanto seus olhos azuis, que agora pareciam fuzilar a minha alma.

                Fiquei em silêncio, não conseguindo imaginar tamanha solidão que parecia transbordar dos olhos da garota a minha frente. Eu sempre tivera Akira para amar e me ouvir, Hinata tinha Neji e... Ino? Ela nunca teve ninguém... Odiava essa sensação de desconfiança e de não poder contar com ninguém.

                —Isso não é vida, Ino!É existência. —Exclamei segurando seus ombros, e a loira imediatamente tentou se afastar, mas eu a segurei mais forte. —Não se cansa nunca? Duvido que você nunca desejou ter um amigo com quem conversar.

                —Quanto tempo você acha que vai demorar até seus companheiros notarem que nunca vai nadar com eles?—Hinata acrescentou encarando sombriamente a Yamanaka. —Ou que nunca se despe para lavar-se depois de um dia duro de treinamento? Sei que os homens não se incomodam muito com higiene pessoal, e que talvez nem notem essas coisas, mas, mesmo assim... Podem notar.

                —É simples: se não os incomodo, eles não vão me incomodar. —Respondeu a garota dando de ombros.

                —Você pode cuspir e praguejar como eles, mas nunca vai poder urinar em um canto do pátio como eles fazem. Mais cedo ou mais tarde, de um jeito ou de outro, alguém vai te desmascarar.

                —Os homens são todos nojentos!—A morena reclamou fazendo uma careta de nojo. —Enfim, o que sugere que façamos Sakura?

                —Vamos nos unir. —Respondi sorrindo. —Não por uma noite, mas para sempre.

                —Comeremos e beberemos juntas. — Falou a Hyuuga retribuindo o sorriso.

                —Guardaremos nossos segredos. —Completou Ino dando um sorrisinho contido.

                —Cumpriremos juntas nossos deveres.

                —Cuidaremos dos interesses umas das outras.

                —Seremos irmãos em armas!—Exclamei brandindo minha espada.

                Hinata sorriu e bateu palmas enquanto a loira assoviava alto com dedos na boca.

                —Vamos comemorar!—Gritou a Yamanaka procurando por mais uma garrafa de bebida.

                Enquanto bebia o vinho recém-aberto, eu observava as duas mulheres ao meu lado e suspirei aliviada. Tenho companheiras e tudo o que nos falta agora era uma aventura que servisse para testar o nosso espírito de luta, algo que comprovasse o nosso valor para o mundo. Sem que percebesse acabei adormecendo ali mesmo na poltrona da casa de Hinata e foi ali que tive um dos sonhos mais estranhos da minha vida!

                Tudo começou em um barco, um enorme barco que estava cheio de marujos, com uniformes na cor azul e branco, eram mosqueteiros de Suna, assim como eu. Estava um ótimo dia para se navegar, o céu não tinha nuvens e os raios do sol tingiam delicadamente o mar tranqüilo. Respirei com gosto, aquele cheiro de água salgada e na proa do navio havia um homem que chamou a minha atenção.

                Ao contrário dos outros homens, este se portava com imponência e elegância, como um verdadeiro guerreiro. Seus olhos estavam fixados no mar, como se o oceano tivesse algum poder medicinal para o rapaz. Um vento mais forte alcançou o navio bagunçando o longo cabelo do homem e este se virou rindo, enquanto tentava tirá-lo da frente do rosto. E ao ver a face dele eu senti como se meu coração tivesse parado de bater, e minhas pernas ficaram bambas, como se não sustentassem o meu peso.

                —Itachi... —Sussurrei ao ver o homem que amava ali, sorridente e vivaz, do mesmo jeito que o vi pela primeira vez, ainda criança.

                Guiada pela saudade e pela surpresa, eu dei um passo para frente e então percebi que quase tropeçara no longo e belo vestido que usava. Um frio percorreu minha espinha, o que eu estava fazendo ali? Como uma mulher?! Olhei ao meu redor, e os tripulantes do navio não pareceram perceber a minha figura feminina. Arqueei uma de minhas sobrancelhas, afinal, a entrada de mulheres em navios do império era rigorosamente proibida, tanto por causa de leis machista e também por causa da forte superstição que os marujos tinham contra mulheres em navegações.

                —Capitão!—Gritou um dos mais jovens mosqueteiros, devia ter um pouco mais de 15 anos, uma criança.

                —O que foi?—Perguntou Itachi ainda sorrindo como se nada pudesse preocupá-lo.

                —O que é aquilo?—Indagou o garoto estreitando o olhar em algo no mar.

                Seguindo seu olhar, o moreno arregalou os olhos ao ver um navio pirata e logo seu sorriso brincalhão desapareceu. O Uchiha assumiu uma postura fria e séria, como um capitão agiria em uma situação perigosa como essa. Os piratas também viram os mosqueteiros e a tensão no parecia expandir cada vez mais no ar, o ódio era quase palpável...

                —Derrubaram uma embarcação... —Murmurou um mosqueteiro mais velho que o capitão, mas que parecia realmente respeitar seu superior. —Olhe para o mar, dá ainda para ver os restos do barco...

                —Tem... Uma criança!—Exclamou Itachi de repente, se inclinando sobre a borda do navio, assustando o mosqueteiro grandalhão com quem conversava.

                —É uma menina... —Murmurou o mosqueteiro, parecendo surpreso. —Quer dizer que era uma embarcação...

                —Era uma embarcação civil, Kisame... —Rosnou o moreno irado de fúria, seus olhos antes pacíficos, agora fuzilava a embarcação inimiga como se quisesse queimar-lhes a alma.

                —Acalme-se capitão... —Aconselhou o homem, parecendo mais preocupado do que antes.

                —Me acalmar?!—Retrucou o Uchiha, suas mãos estavam fechadas em firmes punhos. —Embarcações civis nem possuem canhões! Eles mataram inocentes: mulheres, crianças e pais de família estão apodrecendo nesse mar! E você quer que eu tenha calma?! Quero que estes malditos queimem no inferno, é onde devem ficar!—Gritou apontando para a bandeira negra inimiga. —Nem que eu tenha que mandá-los para lá!

                A tripulação parecia concordar com seu capitão, apesar de seu descontrole.

                —Quais são suas ordens senhor?—Perguntou o garoto de antes.

                —Quero que salvem aquela criança no mar, e preparem os canhões meus amigos, vamos fazer um pouco de justiça, em nome desse sangue inocente derramado...


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Notas finais do capítulo

Reviews?
:*