Everybody Loves The Marauders III escrita por N_blackie


Capítulo 3
Episode II


Notas iniciais do capítulo

Queridos e queridas, meu email e o Nyah estão tendo um pequeno desentendimento, e não recebi as atualizações e alertas sobre os comentários postados na fic até agora, desculpem! Aos que estão sem respostas, fiquem tranquilos que vou respondê-los e tentar resolver o problema, de qualquer forma fica aqui a explicação e mais umas desculpas sinceras! Boa Leitura!



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Episode II

“O Primeiro Dia”

Narrado por: Sirius Black

Filme do Momento: True Blood (não que esteja assistindo, mas a Lene está aqui, então...)

Ouvindo: Ruídos de corredor

“Você vai conhecer todo mundo, quero dizer, até Edgar Bones, quero dizer, ele é insuportável, mas você vai gostar dele, quero dizer-“

“Sirius!” Marlene fechou o armário na minha cara. “Eu conheço quase todo mundo, já! Que cheiro é esse?”

“É uma colônia.” Sorri amarelo, e ela só levantou a sobrancelha pra mim. “Acho que vou tirar ali, já volto...”

Joguei a mochila nas costas, e Lene pegou na minha mão. “Também acho legal estar em Stobington, ok? Não me leve a mal.”

Sorri bobamente, querendo me dar um soco por deixa-la me afetar tanto. Sério, cara, se controla! Não que eu não estivesse me preparando psicologicamente pra esse dia desde que soube da vinda dela para o mesmo colégio, mas parece que tudo com Lene sai completamente do meu controle mental. Assenti e ergui o polegar, e ela me beijou de leve na bochecha.

“Nos vemos na aula, vou procurar Lily e as garotas.”

E se foi, me deixando pra trás com o que provavelmente foi o maior toco da história da humanidade. E como se as minhas palavras tivessem atraído o diabo em pessoa, vi Edgar Bones se aproximando, cercado pela turma de sempre de esnobes e reis do drama. Fingi que mexia no celular e colei as costas no armário, mas não foi o suficiente. Quando vi, já estava cercado, e Fabian Prewett tinha pego minha mochila.

“Sério, Edgar.” Suspirei e larguei o ato do celular, tentando pegar a bolsa da mão dele antes que fosse obrigado a estourar os tímpanos de Bones com alguma coisa. “Que foi?”

“Tínhamos um trato, Black, vim cobrar sua parte.”

Ah, pela santa misericórdia. Em algum ponto do semestre passado – se é que foi na droga do semestre passado, pode ter sido em algum momento de uma vida passada minha – a gente se meteu a investigador, e em troca de alguma informação tosca sobre SF (que vale lembrar, não levou a porcaria nenhuma) concordei em usar o photoshop e as minhas mãos milagreiras pra fazer os cartazes de divulgação pra bosta do musical desse ano.

“Que trato, se posso perguntar.” Menti, aproveitando a distração de Fabian para pegar a mochila dele.

“Hey!”

“Ops, mal, Prewett.”

“A divulgação, Black.” Edgar soprou um dos milhares de cachos castanhos que se amontoavam no cabeção dele e suspirou de uma forma que eu, sinceramente, não achei que fosse possível. “Achei que enquanto ator da dita produção, estaria mais interessado.”

“Nem sei que peça vamos apresentar, Edgar, como poderia ter feito qualquer coisa?”

Ok, isso foi meeeio que uma invenção. Não que eu saiba o nome da peça, porque não sei. Mas poderia ter feito alguma coisa. Porém, e vale ressaltar, estava jogando House of the Dead com Marlene, então... Sinto muito.

“Não sei como obtusos como você conseguem entrar no show biz, Black. “ Edgar me entregou um flier com as datas dos ensaios e inscrições. “Aqui, venha à reunião de hoje a tarde e acertamos com Davis a sua participação na produção. Não falhe comigo.”

Rolei os olhos e fiz que sim com a cabeça para ele me deixar em paz. Enquanto eles saiam, vi Pete chegar e guardar as coisas no armário. Fui até ele, e o safado quase morreu de susto.

“Porque fez isso?” Ele fez um barulho muito bizarro e apertou o peito. “Minha família tem histórico de doença do coração, eu podia ter enfartado, sabia.”

“Calma que hoje não é seu dia. Acredita que Edgar veio cobrar aquela promessa fajuta que fizemos sobre eu fazer divulgação do musical?”

“Vish, que saco, cara.”

“E pensar que Marlene vai conhece-lo hoje. Eu realmente espero que ela se irrite e acerte um dos golpes que meu pai ensinou a ela no pescoço dele.”

“Ah, mas já falando em quebrar pescoços de manhã,” Remus abriu caminho entre nós para acessar o armário dele, “mas que beleza! Quem é o azarado?”

“Edgar Bones.” Pete deu uma risadinha idiota, e dei de ombros.

“Retiro o que disse. Lhes desejo sorte quebrando o pescoço dele.” Rem olhou para os lados e tirou um maço de papéis dobrados, que guardou num espaço reservado na mochila.

“Que é isso?”

“Não mexa, pelo amor de deus, não mexa.” Ele tirou um manual de xadrez e também guardou. “São as cartas do admirador de Emme. Eu só quero que isso termine, sabe? Parece uma conspiração!”

“Provavelmente é.” James chegou atrás de mim. “Cheguei a cinco minutos, e pelo menos três pessoas já vieram me perguntar sobre o artigo. Porque? PORQUE?”

“Aula de física é o primeiro tempo, hun.” Pete tentou animá-lo, mas eu conheço James. Ele entrou no modo desespero dele, vai demorar um pouco pra sair.

“Se eu pudesse morrer de vergonha...”

Falando em morrer de vergonha, lá estava a professora de física, Srta. Bines, ou como fiquei sabendo, outra das ex-namoradas do meu pai, e que potencialmente vem me odiando secretamente há anos. Entrei na sala de cabeça baixa, e fui surpreendido por ela justamente enquanto tentava me sentar em silêncio.

“Sirius, algum problema?”

“Comigo?” Engasguei. “Não!”

Ela sorriu, e assentiu. “Que bom. Junte-se com o seu grupo, vamos discutir projetos hoje.”

“Eu disse que a professora não ia ficar brava, Sirius.” Remus me ajudou a arrastar algumas mesas juntas. Nós quatro ficamos juntos, claro. “E mais, porque ficaria? O negócio dela com seu pai foi antes até da sua mãe. Hein, hein.”

“E falando em amargor, lá vem ela.” James ajeitou os óculos, e acenei para Hilary. Ela cortou os cabelos e tinha feito um segundo furo.

“Quanto tempo!” Ela me deu um beijo comprido na bochecha e sorri. “Que achou? Estava tão insegura pelo segundo furo, mas fui na sua, hein!”

“Eu disse que combinava contigo.” Passei as mãos no cabelo dela, sentindo falta do comprimento dele, que agora dava nas orelhas. “Bacana.”

“Agora pode usar argolas e pérolas.” Remus comentou, e quando olhamos confusos, ele só suspirou e deu de ombros. “Deixa pra lá.”

“Estou tão feliz por estar de volta.” Ela saltitou de volta pro lugar dela, o que foi ótimo, porque não ouviu James grunhir algo do tipo “só você.”

“Bom Dia a todos,” Professora Bines tinha escrito “FEIRA DE CIÊNCIAS” bem grande no quadro, e lançava uns olhares entusiasmados ao redor da sala, provavelmente esperando que todo mundo jogasse as coisas para cima e ficasse exultante. James imitou uma bandeirinha com a mão. “bom, como podem ver, nunca é cedo demais para falarmos do evento mais estimulante do ano letivo, hein! Hoje começamos a pensar nos nossos projetos, nas teorias que tentaremos aplicar, e não espero menos do que o melhor de cada um para essa feira. Os grupos poderão ir se formando, preciso de alguma confirmação oficial em duas classes, ok?”

“Claro.” James parecia ter tido uma ideia fantástica, porque tinha parado de reclamar um segundo (POSSO OUVIR UMA ALELUIA AQUI? ALELUIA!) e começado a rabiscar freneticamente num papel que encontrou por aí.

“Psiu, psiu.” Ouvi alguém chamando, e quando voltei o olhar para a minha esquerda, vi Ferdinanda acenando. “É verdade?” Ela fez com a boca, apontando para James e Lily silenciosamente. Dei de ombros, e ela respondeu de novo com outro sinal, como se rasgasse o ar com a mão ou coisa assim. Com a boca, fazia a pergunta: “Acabou?”

Assenti, mas logo me arrependi.

Narrador: James Potter

Meta Atual: Começar o brainstorming para minha volta ao primeiro lugar da feira

Ouvindo: Blábláblá aula de geografia blábláblá

Voltar às aulas sempre teve um sabor meio amargo para mim, mas esse ano estava especialmente irritante. De um ano para outro, tudo o que parecia era que a minha vida tinha virado do avesso, e não do jeito bom. Do jeito e-ai-é-verdade-que, pra falar a verdade. Não aguentava mais ouvir perguntas sobre Lily, e muito menos precisar explicar a nossa situação, como se eles fossem o The Guardian ou algo assim.

Para me distrair – e voltar ao lugar que me pertence no topo do ranking de grandes mentes desta escola ridícula – resolvi começar a desenhar meu grande plano para conquista da feira de ciências. Quem sabe eu não consiga finalmente os recursos necessários para um raio de destruição com o qual eu possa demolir o colégio, meus problemas, e todo mundo que entrar no meu caminho? Nunca se sabe, então é melhor manter minhas opções abertas.

Estava ali, então, me aprontando para dominar o universo, quando alguém esbarrou na minha mesa e derrubou meu caderno no chão. Não que eu seja muito ciumento com meus cadernos, mas levantei os olhos irritado, pensando que Nate já estava procurando me irritar mais um ano seguido.

“Licença.” Sibilei, olhando de relance pro professor antes de procurar meu agressor. Só que em vez da figura grandalhona e musculosa de Nate, quem se abaixou para pegar as folhas espalhadas foi um cara que, olha, podia ter saído de um filme de terror. E não da parte do elenco que morre.

“Desculpe.” Ele murmurou, e me entregou o caderno com raiva. Peguei e coloquei na mesa, mas fiquei preocupado pela minha própria integridade. Quero dizer, o cara tinha um cabelão (até aí tudo bem, eu mesmo gostaria de ter um cabelo enorme se o meu não ficasse idêntico ao do Jimmy Neutron depois de levar um choque quando cresce muito. ), só que todos os fios pareciam ter sido encapados de uma gosma estranha, mas surpreendentemente natural. Demorei um pouco pra me dar conta de que a tal gosma era sebo, mas aí são outros quinhentos.

Ele era magricela, e branco, muito branco. Sério, eu pareço uma estrela de filme de salva-vidas perto dele. REMUS parece uma estrela de filme de praia perto dele. E Rem mal sai de casa. Usava uma calça jeans e uma camiseta preta, beleza, e tinha uns olhos meio doidos, como quem não dorme direito há muito tempo. Olhei para o meu caderno, e realmente estava esperando que tivessem marcas dos dedos compridos dele na capa. Claro que não tinham, hehe, só estava brincando.

Agradeci, ainda meio desconfortável, e quando olhei para frente, vi que Peter encarava o garoto novo com uma expressão muito engraçada, muito parecida com o dia em que Roger alugou “A Mosca” (isso, o filme em que o cara vira uma mosca, esse mesmo!) em vez de “As Moscas”, o documentário sobre insetos que nós queríamos ver na quinta série pra um trabalho. Na altura em que o erro foi descoberto – mais ou menos quando percebemos que aquele cientista realmente não estava ali para explicar as moscas, mas para se transformar em uma, veja bem – já era meio tarde, e os Pettigrew tiveram de fazer um investimento não-programado que envolvia telas nas janelas e inseticidas pela casa toda.

Quando o sinal tocou, ele chegou perto todo arrepiado. “Ele é igual ao cara da Mosca, Jim. Meu coração até acelerou.”

“Deve ser aluno novo.” Começamos a sair, e Lily passou com Marlene. Sirius ganiu.

“Sério, você precisa conhecer alguém.” Remus disse, e concordei com a cabeça. Esse amor reprimido que Sirius desenvolveu está creepy demais pra mim.

“Estou tentando, ok?” Ele reclamou, e um apito o fez tirar o celular do bolso. “É isso aí, reunião do teatro em vinte minutos. Rezem por Edgar Bones, porque eu vou mata-lo se algo der errado.”

“Ele é tão agradável.” Peter observou Sirius indo embora apressado, e dei de ombros. Tinha coisas mais importantes em mente.

“Potter!” Carter chegou perto e deu um tapa nas minhas costas que quase certamente tirou um dos meus pulmões do lugar. Quando recuperei a respiração, apertei a mão dele.

“E aí, Carter.”

“Treinador mandou avisar que tem preleção hoje, saiu a tabela do regional.” Ele deu dois mini-pulinhos de alegria, e toquei nos ombros maciços dele para fazê-lo parar.

“Estava indo pra lá agora. Viu Nate e Mintch?”

“Uh, não, mas eles devem estar indo... Acho...”

“Tudo bem, podemos nos falar no campo mesmo. Se chegar antes de mim diga que avisou, e que estou indo, ok?”

“Beleza, cara.”

Não tive sequer tempo de dar outra olhada nas minhas anotações, e fui.

Narrado por: Peter Pettigrew

Primeira Impressão: Eu podia ter escolhido outra coisa senão esta banda

Ouvindo: Ritmo ensurdecedor de tambores.

Voltar a tocar na banda da escola foi.... Entediante. Eu, que achava que a Irlanda tinha me ensinado boas lições sobre ritmo, estava me sentindo completamente inútil em ficar soprando e batendo instrumentos altos para que os outros ouvissem e se irritassem. Porque vamos ser sinceros: alguém consegue se sentir feliz com uma banda tocando por perto? “Ah, mas Peter, onde foi parar o seu entusiasmo? Conhecer Paul McCartney!”

Na altura em que Paul quiser me conhecer, já estarei surdo!

“EEEEEE, PARE!” Gritou o nosso coordenador. Larguei os pratos que estava segurando (isso, fui “promovido” ao instrumento mais inútil de todo o bloco) e ergui o polegar, tipo, posso sair daqui?

“Que foi, achei que gostasse da banda!” Angie estava me esperando, como sempre, nas arquibancadas, e tinha descolorido completamente os cabelos nas férias. Agora parecia uma cantora retrô anos 80, o que não é exatamente a minha praia, mas quem sabe um dia ela não resolve seguir umas tendências hippies e ouvir Beatles comigo?

“E eu gostava, mas voltar me deu a mesma sensação de comer barrinhas de mel e banana.” Fiz uma careta horrível, e posso jurar que meu estômago se contorceu só de pensar naqueles lanches horríveis de dieta que eu costumava fazer.

“Putz, sinto muito. Não tem nada que possa tentar como alternativa?”

“Conhece alguma banda cover procurando um Ringo?” Sorri deprimido e esfreguei a ponte do nariz, como se esperasse que ele fosse crescer e ficar estranho e enorme que nem o do meu baterista preferido.

Entramos no corredor dos vestiários, e assim que entrei, Nate passou por mim com um empurrão nada gentil.

“Não me irrite, Pettigrew.”

“Hey, o que houve com all we need is love? Estava falando sério!” Ergui os braços e catei meu chapéu Sgt. Pep

“UUUUUUUURGHHHH”

Tá, não foi exaaaatamente esse o barulho que ele fez. Mas essa descrição é a melhor que eu consigo.

“Alguém tá de mau humor hoje, hein.” Angie seguiu Nate com os olhos quando sai. “Que será que aconteceu?”

“Eu achei que ele ia ficar contente, sei lá, a Lily terminou com o James e tudo!”

Começamos a andar, passando pelo treino das meninas da dança. Lily e Emme estavam lá, se alongando e me deixando envergonhado de não usar as articulações que a natureza me deu. Passamos pelo treino de futebol também, e achei que James fosse explodir de tão vermelho que estava. Quando entramos no corredor, no entanto, Angie parou que nem uma estátua, e ficou quase tão vermelha quanto James estava.

Parei também, sem entender porque ela estava tão envergonhada. Até soprei na mão pra ver se eu estava fedendo ou algo assim. “Ang?” Chamei, e ela só deu uma risadinha, olhando fixamente para algum ponto atrás de mim. Girei o corpo, e entendi menos ainda. Estávamos sozinhos no corredor, exceto por um garoto novo aí que entrou na minha classe de sociais.

“Ang? Anda, eu preciso comer.” Insisti, balançando a mão diante dos olhos dela. Ainda bem vermelha, ela afastou a minha mão (!) e recomeçou a andar, só que parou pra conversar com o tal cara. Gente, o que ela está pensando?

“Amos?” A voz dela, juro, tinha ficado duas oitavas mais fina e meiga. Eu nem sabia que Angie podia ser meiga, ela não ser meiga é um dos motivos pelos quais ela gosta de sair comigo! O cara novo era mais ou menos da altura de Sirius, meio magricela na minha sincera opinião, e sorriu de um jeito simpático demais pro meu gosto.

“Oi, precisa de algo?”

“Angelina,” ela estendeu a mão, que parecia um controle de ps2 no meio de uma luta importante, de tanto que tremia, “Hall. Angelina Hall, prazer. Minhas amigas falaram que estava meio perdido, precisa de ajuda?”

Que amigas? Angie não tem amigas! Ela tem um AMIGO, que sou eu! Eu podia sentir fisicamente os sulcos se formando na minha testa. O cara novo – ah, desculpa, Amos, - continuou com aquele sorrisinho tosco dele e mostrou as listas de inscrição na parede.

“Estou me decidindo sobre quais grupos eu ainda vou participar, você conhece algum deles?”

“Ouvi falar que a banda é ótima.” Sugeri, meu pé batendo num ritmo no chão. Angelina me olhou feio, e dei de ombros.

“Você está na banda e odeia, Pete, não seja assim. O teatro é legal, eles vão produzir algum musical esse ano, sabe cantar?”

“Ah, um pouco, só, não sei se consigo... Devem ter alunos muito mais talentosos por lá do que eu, imagino.”

“Não! Não fale assim!” Angie sorriu e puxou uma flipeta do cartaz do musical. “Aqui, vá tentar, não custa nada e você pode fazer ótimos amigos. E qualquer coisa, pode falar comigo, viu?”

“É, não custa nada mesmo...” Amos olhou para o papel meio tímido (com certeza fingimento) e assentiu. “Muito obrigado, Angelina, de verdade. Estou meio perdido esses dias, é bom poder contar com amigos.”

“Magina!”

Ele andou na outra direção, e coloquei as mãos na cintura. “Pronta? Podemos comer?”

“Você é muito chato, Pete, Amos está só perdido.”

“Uma lágrima escorre por ele, anda. Tô com fome!” Comecei a arrastá-la para o refeitório, esperando que nesse tempo de conversa inútil ninguém tenha pego as minhas mars bars que reservei.

Narrado por: Remus Lupin

Camiseta do Dia: The Game Has Changed (O Jogo Mudou – Tron)

Ouvindo: Coldplay – Life in Technicolor

“Ele é gostoso, Remmie. G-o-s-t-o-s-o.” Emme abanou a si mesma com a mão, o que eu acho que era pra me impressionar, mas só me irritou. Estávamos avaliando as cartas recebidas durante as férias antes de eu correr pro xadrez, e tudo o que ela conseguia fazer era descrever esse aluno novo pra mim. Foco, por favor!

“Entendo, podemos desistir das cartas, então?”

“Não seja mal humorado, Remmie, você prometeu que ia me ajudar. Você já viu Amos, por acaso?”

“Não, não vi.”

“Ele é alto, forte, mas não forte tipo forte, só fortinho, sabe? E aquelas sardas no nariz, com certeza ele tem no ombro também. Ai, Rem, com certeza ele tem sardas no ombro... E o cabelo castanho, dá vontade de passar a mão nele, sabe?”

“Sei.” Murmurei enquanto grifava marcadores de caligrafia naquele diabo de carta. Ela apoiou o rosto na mão.

“Você precisa conhecer Amos. Ele é tão gentil. Acredita que quando a minha borracha caiu ele abaixou, pegou, e me disse que gostava da minha bolsa? Acredita nisso?”

“Emme, preciso ir ou Marvin vai me matar. Ou me dar bronca, o que é ainda pior que morrer.”

“Ai, desculpa te atrasar. Viu alguma coisa nova?”

“A mesma coisa que vi semana passada, e na outra. Esse seu admirador é um retardado.” Joguei as cartas na mochila e abaixei o volume do Tudor. “Desculpa não poder ficar mais.”

“Não se estresse, amor. Vou stalkear o moço um pouquinho, bom xadrez!”

“Até amanhã, Emme.” Dei um beijo na cabeça dela e fui até a biblioteca, onde Helen me esperava na mesa lendo um pouco.

“Marvin está maluco atrás de você, desculpa.”

“Me pergunto porquê.” Dei de ombros e joguei a mochila num canto, e quando cheguei nas mesas do fundo, Marvin realmente me esperava ansioso, segurando um papel no ar freneticamente.

“Lupin, sua impontualidade é impressionante!”

“Marv, dá um tempo. O que é isso?”

“Isso, Lupin, é uma ficha de inscrição. Precisamos de você no time do campeonato.”

“Marv-“Tentei argumentar, mas quando ele colocou o maldito papel, meu nome já estava lá.

“É essencial que participe. Perdemos John.”

“John se formou, Marv, não seja assim.” Rolei os olhos, e olhei a ficha. “É só ir nos jogos?”

“É só ir nos jogos? Companheiros, ele pergunta se é só ir nos jogos!”

Me joguei na cadeira. “Marvin.”

“É, é sim. Não pode chegar atrasado ou perdemos por W.O.”

“Tenho dois relógios, pode deixar.”

Ele puxou os tabuleiros de treino, e começamos a jogar. Estava concentrado movendo peças e apertando relógios quando, de relance, os vi. Era um flash cor de chiclete, entre as estantes de ficção científica e fantasia, que eu vi mais de uma vez e me desconcentrou durante o fim da partida, me custando a vitória, mas podia jurar que não era alucinação.

“Troquem!” Marvin ordenou, e fiquei de costas para as estantes, querendo virar para ver se não estava vendo coisas. Helen continuava lendo, e estava tudo tranquilo. De onde tinha vindo esse flash cor de rosa?


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