Everybody Loves The Marauders III escrita por N_blackie


Capítulo 16
Especial Final - Episode I + AVISO


Notas iniciais do capítulo

Olá, todos e todas que ainda verão isso.

A última vez que postei essa fanfic foi em 2015, mas minha história com Everybody Loves the Marauders vem de muito tempo antes, em 2010. Desde então, muita coisa aconteceu. Quando comecei a escrever essa história ainda estava no Ensino Médio, achava que teria tempo infinito e interesse eterno, o que claro que não rolou. A vida acontece e eu mudei muito no processo, mas de tempos em tempos recebia mensagens incríveis de alguns leitores me perguntando quando voltaria, e foi isso que realmente está me motivando para vir aqui escrever isso. Então vamos lá:

1. ELTM irá continuar?

Do jeito que está agora? Não. Tentei continuar do ponto onde parei, sobretudo porque é um cliffhanger e tal, mas não consigo. Como disse lá em cima, eu mudei demais, e a história se passa há alguns anos atrás e seria inútil tentar recuperar aquela atmosfera para seguir a história dos meninos dali. NO ENTANTO, a esperança não está perdida.

2. Como assim?

Bom, eu disse que ELTM não continuaria do jeito que está agora, o que é verdade. Contudo, depois de muito refletir decidi que não seria justo deixar essa fic aí incompleta pra sempre, então como toda boa série que é interrompida no caminho decidi encerrá-la com um pequeno Especial. Serão alguns últimos episódios que se passam nos dias atuais, os mesmos meninos, tudo, só que mais velhos. Acho que isso faz sentido para mim pois eles refletem minha própria história com o mundo nerd, e nesse momento sinto que consigo dar a eles o final que merecem depois de muito tempo nesse limbo.

3. Quando?

Atualmente faço mestrado, então meu tempo para escrever anda reduzido. Pensei em escrever tudo primeiro e depois postar tudo de uma vez, mas não consigo segurar a vontade de colocar essas palavras aqui, então desculpa por isso hahaha Enfim, já estou esrevendo os episódios quando posso, então eles devem sair nas próximas semanas.

Acho que isso engloba as perguntas que tenho recebido, e espero que fiquem satisfeitos com o final dessa série tão querida. Se possível, deixem algum comentário, só para me dar algum feedback desse final e se consegui encerrar a história decentemente, apesar de tudo. Sei que não é a mesma coisa que continuar de onde parei, mas prefiro encerrar assim do que insistir em escrever algo que já não corresponde a quem eu sou hoje.

Obrigada por tudo, vocês são incríveis (e se vocês gostam do que eu escrevo podem aguardar ansiosos porque sim, estou voltando a escrever depois de anoooooss, ainda bem!).

xoxo



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Especial Final

Episode I

“Embaixo da minha camisa sempre há uma camiseta de Star Wars”

Narrado por: Remus Lupin

Camiseta do dia: Meu orientador não sabe, mas estou usando uma camiseta preta com o símbolo da Aliança Rebelde.

Ouvindo: Rey’s Theme – John Williams (lógico)

“Acredito que essa seja a melhor forma de divulgação, “Stephen, meu orientador, riscou uma ou duas palavras num papel antes de olhar para mim, “você consegue mandar o artigo para revisão antes de quarta, Lupin?”

Involuntariamente balancei a cabeça que sim, e quando ele sorriu forcei alguns dentes para fora. Lá se foi minha noite de terça. Alguns alunos de graduação sorriram para mim, mas eu estava preocupado com outra coisa. Me mexi desconfortavelmente na cadeira, e usei a antiga técnica de virar o relógio de pulso para dentro para conseguir ver o horário.

17:35

Ok, ainda dá tempo. Embaixo da mesa pesada de carvalho de deus sabe quantos anos, meus pés trambolhavam, e eu não sabia pelo que estava mais ansioso. Por um lado, era um grande dia. Finalmente eu, Sirius e Pete conseguíamos sincronizar os calendários para ver O Último Jedi juntos. O filme tinha sido lançado na semana anterior, e eu fizera o incrível sacrifício de não ver se não fosse com meus melhores amigos. Oxford ficava a duas horas e meia de Londres, e eu tinha calculado tudo perfeitamente para chegar a tempo.

Por outro lado, hoje era o dia em que James finalmente voltava. Olhei de relance pro celular que piscou silenciosamente no meu colo, e uma foto nossa apareceu. Era a última vez que Jim viera a Londres, nós saímos para um bar de jogos de tabuleiro para comemorar que ele conseguira tirar férias do MIT, e Peter tomou seu primeiro porre da vida. Sem querer soltei uma risadinha, pensando em como seria bom ver James de novo com frequência.

“Remus?” Stephen perguntou, e ergui os olhos para ele. Stephen era um cara genial, o melhor professor do departamento de história de Oxford. Eu o respeitava, mas as vezes tinha a impressão de que me achava meio estranho. Sorri amarelo, e ele me estendeu um papel com as informações do laboratório para o próximo semestre. Agradeci, e aproveitei que estava esticando o braço para dar aquela olhada no relógio de novo. Me peguei pensando porque não tinha feito isso quando olhei no celular. Sou muito burro mesmo.

17:45

Quase lá. Enquanto ele passava os últimos avisos antes de irmos embora, encarei a incrível lista de leituras diante de mim, sentindo um aperto familiar no estômago. Era um misto de ansiedade e motivação que eu sempre sentia no início das atividades acadêmicas. Estava realmente vivendo o sonho. Então porque não me sentia completo?

17:55

Tentei gingar o quadril para o lado para afastar a pesada pasta de couro que eu usava para as aulas do mestrado, mas tudo o que fiz foi levar uma bela bolsada na bunda. Grunhi, suspirando para mim mesmo que daria tempo enquanto abria o carro e jogava tudo lá dentro. Minha mãe tinha sido incrivelmente generosa comigo, me emprestando o ford dela para que eu pudesse buscar James no aeroporto, mas quando Roger me ligou avisando que ele iria fazer isso eu convenientemente esqueci de avisar, então estava motorizado para aquele dia especial.

O dia de Star Wars. Ou melhor, o dia de ver meu melhor amigo. Depois de ver Star Wars.

Já tinha entrado na estrada quando meu celular tocou, e apertei um botão no volante chique para atender. Um som estrondoso de guitarra elétrica encheu o carro, e sorri para mim mesmo.

“Mas que porr*!” Nymphadora xingou, e a música baixou subitamente. “Foi mal, Rem, esse rádio idiota é muito vintage e tal, mas tem uns controles totalmente descontrolados!”

“Eu vou te dar um medidor de decibéis, pode ser?” ofereci, e ela só riu.

“Acho que o dano já foi feito, você vai ter que aprender a falar mais alto quando eu estiver velha e surda! Como foi a reunião?”

“Foi bem. Stephen está muito entusiasmado com o Simpósio de Verão, então lógico que está fazendo todo mundo trabalhar o dobro. “

“Ele não bate bem não. Já ouviu falar de descanso?”

“É... E você, muito esforço físico?”

Nymphadora começou a responder, mas um som surdo indicou que tinha deixado o aparelho cair no chão, e sorri de novo. Ela era incrivelmente estabanada, e vivia xingando a toa porque deixava tudo quebrar. Um som forte de respiração veio em seguida.

“Muito. Quando me falaram que ser da polícia ia ser emocionante eu sinceramente esperava mais. Pelo menos as pessoas não me enchem a paciência aqui, né. Tem que pensar pelo lado bom. “

“Eu vi seu post no instagram. “comentei. “Bela tatuagem.”

Nymphadora tinha como hobbie inventar desenhos novos para rabiscar pelo corpo, e na última sessão tinha acabado de fechar o braço direito com uma belíssima cabeça de lobo. Não tinha visto ainda, mas parecia uma boa decisão.

“Ah, você gostou? Quero muito te mostrar, já está quase cicatrizada.”

Combinei de vê-la (a tatuagem, digo!), e Dora desligou. Entrei na saída para Londres, pensativo. Um toque, dois. Atendi.

“Remmie?” uma voz familiar e ao mesmo tempo estranha quebrou o silêncio do carro. Franzi a testa, tentando lembrar de onde eu conhecia o som, mas não podia olhar para a tela do celular ainda. Como se adivinhasse minha confusão, a voz suspirou. “Sério, você me testa. Emmeline? Emme?”

Emme?

“Emme?”

“Voltei de Paris! Quero tanto te ver!”

Talvez não seja tarde demais para dar a volta...

Narrado por: James Potter

Meta Atual: Dar um abraço sufocante na minha mãe

Ouvindo: Sons de aeroporto

“Jim?” mamãe disse de forma sutil quando me viu no saguão do aeroporto.

MENTIRA

“JAMES?” Mamãe berrou descontrolada quando me viu no saguão do aeroporto. Depois de oito longas horas, minhas costas estavam destruídas, eu não dormi um segundo e mesmo assim minhas pernas pareciam ter tomado vida própria, porque corri na direção dela e de Roger como se quisesse realmente confirmar para todos os passantes que sim, somos uma família de descompensados.

“MAMÃE!” Larguei a bolsa no chão e joguei os braços em volta dela, que soluçou me apertando um minuto inteiro antes de me afastar pelas bochechas.

“Você não faz mais a barba? Está todo barbudo!”

“Sirius também!” reclamei. Roger jogou minha mochila nas costas e começamos a ir até o estacionamento.

“Sirius é um rebelde, e ele trabalha com computadores...”

“E por isso pode andar que nem um lenhador por aí.” Completou Roger, rindo. “Ficou legal o visual, hein.”

Mamãe ficou comentando da minha barba até chegarmos em casa, onde um carro desconhecido estava estacionado. Eles abriram a porta e não consegui deter o sorriso. Muita coisa da casa tinha mudado desde que Roger estivera morando ali, e a cozinha agora aberta tinha uma faixa imensa em cima.

BOAS -VINDAS, JAMES!

“O quarteto completo novamente!” Sirius urrou, saltando de trás do balcão e correndo me abraçar. Ele realmente estava moderninho. Uma barba preta bem aparada, um anel no nariz e algumas tatuagens aqui e ali, e mal parecia meu amigo nerd que mexia com computadores. Atrás dele, Peter sorria do mesmo jeito de sempre, com um corte de cabelo diferente e nada mais. E Remus, fantasiado de senhor acadêmico enquanto tomava seu chá de uma caneca que era o capacete de um stormtropper.

Noutro canto, Regulus ergueu a própria caneca para brindar a minha chegada. Ele estava na faculdade ainda, então raramente aparecia também, e em cima da calça jeans simples ele usava um moletom com as iniciais da universidade.

“Foi tão linda a cerimônia, chorei muito.” Mamãe terminou de contar sobre a minha formatura, que ela pode assistir por streaming através do celular do meu pai porque as passagens de Londres para Nova York estavam impraticáveis. Tirei o ipad da bolsa e coloquei na frente deles, mostrando as minhas fotos de beca com papai e Chris no gramado do instituto.

“Legal essa sua graduação, cara. “Sirius riu algum tempo depois, puxando uma cadeira para se apoiar. “Agora vamos falar do que interessa. O último jedi. Viu?”

“Lógico. “confessei, um pouco ansioso pela resposta deles. Remus parecia estar mais nervoso que eu, porque soltou um suspiro pesado de alivio.

“Nossa, que bom. Não ia aguentar ficar com isso guardado em mim.”

“Eu gostei da Rey.” Pete disse, e Sirius o interrompeu.

“Peter é Reylo, pode ignorar tudo o que ele falar.”

“Como?” perguntei indignado, mas sem surpresa nenhuma. É típico do Peter cair no que os roteiristas de qualquer coisa querem que ele caia. Ele shippa todo mundo, tenha dó.

“Eles tem uma conexão!”

“Que foi armada pelo Snoke!” Remus jogou os braços para cima, e uma sensação relaxante percorreu meu corpo quando me dei conta de que estávamos ali, no meu quarto, sentados. Parecia que o tempo não tinha passado. Minha cama tinha sido feita com os lençóis que eu deixara para trás quando me mudei, então lá estava a cara de Obi-Wan Kenobi me encarando como se eu ainda tivesse dezoito anos.

Meu sabre de luz estava pendurado atrás da cabeceira, e alguns livros espalhados por ali indicavam que Sirius vinha usando meu quarto de depósito, aparentemente. Não conseguia ficar bravo, claro, já que ele estava largado num pufe no canto brincando com uma action figure do Doutor Estranho que eu comprei na viagem.

“Isso tudo é uma grande perda de tempo. “ disse, finalmente, quando Remus estava prestes a levantar e convencer Peter de que Reylo era horrível com uma almofadada violenta na cara. Eu, que mal conseguia ver de tanto chorar de rir da discussão, encarei Sirius.  “Vamos falar do que realmente interessa. Carrie. Fischer.”

“A melhor. “ Remus disse imediatamente, e Peter concordou.

“Eu chorei quando ela apareceu, não tenho vergonha de admitir.” Confessei, como se não soubesse que todos eles choraram também.

“Sirius, querido, visita!” mamãe avisou lá de baixo, e vi Sirius sentar reto imediatamente.

“Que foi? Alguém especial?” sorri malicioso, sabendo que Sirius obviamente não tinha virado freira enquanto eu estivera fora.

“Jim?” Marlene esticou a cabeça para dentro do meu quarto, olhando sardônica para nós quatro. “Tá decente?”

“Claro que sim!” Alisei a camiseta, e Sirius parecia ter corrido uma milha.

“Ótimo.” Ela entrou, e sorriu para mim. O cabelo dela, antes de preto, agora estava rajado de vermelho e roxo, e o mesmo anel que Sirius tinha no nariz também cruzava o seu septo. Ela me puxou para um abraço. “Os quadradões do MIT te deixaram criar essa barba? Que progressistas!”

“Sabe, esse estereótipo é bem danoso...”

“Uhum, deve ser mesmo. “ela passeou com os olhos pelo quarto, me ignorando solenemente, e quando viu Sirius ergueu uma sobrancelha. “Ah, você. Ia me avisar quando que James voltou?”

“Quando eu pegasse o celular, que tal?”

“Que seja. Você recebeu o email que a Florence enviou?”

“Não, estava aqui. Meu celular estava ali. “ele apontou pro meu criado mudo. “Óbvio que não vi. Não precisava ter vindo até aqui pra me avisar. “

“Bom, eu não ia vir, “foi a vez dela corar, e olhei confuso para Remus. Ele só rolou os olhos, checando alguma coisa no próprio celular, e fez sinal com as mãos de que iria me falar depois. “mas James chegou e eu queria dizer oi. Satisfeito? Ou você acha que qualquer mulher que olha pra você quer alguma coisa? Francamente. “

Sirius parecia sim achar exatamente isso, porque abriu um sorriso de lado que me deixou desconfortável, e sua voz estava um pouco mais grave que o normal quando se aproximou dela e disse: “Só você, na verdade. “

Marlene rolou os olhos, e voltou a olhar pra mim. Senti o impulso de colocar as mãos para cima e avisar que o que quer que fosse, eu concordava com ela, mas Marlene só balançou a cabeça.

“Bom, que bom que você voltou. Espero que consiga dar algum juízo pro seu amigo. “

E foi embora. Ah, é tão bom estar em casa de novo.

Narrado por: Sirius Black

Filme do Momento: O último jedi???

Ouvindo: Marlene urrando de tesão reprimido lá embaixo

“Vou supor que vocês estão super bem e que ela só está brava por coisas do trabalho, certo?” James perguntou depois do show que Marlene deu no quarto dele, e eu demorei um pouco pra me tocar que ele estava falando comigo.

“É, a gente não tá superamigos não.” Admiti, tentando estabilizar a respiração que tinha saído do normal perto dela. Era mais forte do que eu, Marlene tinha um poder especial de me deixar totalmente descontrolado. Quando estava irritada comigo, então, era como se um espírito tomasse conta de mim, pegando as partes mais libidinosas da minha mente e criando as imagens mais malucas.

“Você também não ajuda, né.” Remus me censurou como sempre, mas só dei de ombros. A pior parte de perder o controle com ela era que eu sabia que ela também não conseguia se controlar perto de mim. Pra quem não a conhecia há tanto tempo quanto eu ela só estava muito brava comigo. Mas eu sabia como Marlene ficava realmente brava. Não era assim. Peguei o celular rapidamente e fingi checar o email.

‘Já volto. “avisei, e os garotos continuaram discutindo o filme enquanto eu saia pelo corredor. Marlene estava sentada no primeiro degrau da escada, e fiquei atrás dela tentando escolher o que iria falar.

“Vamos ter que refazer o código da parte de cadastro, estava vazando informações-“ ela começou. Assenti antes de perceber que ela não estava olhando para mim, e fiz um barulho para indicar que estava ouvindo. “To de saco cheio desse cliente. “

“Eu também. Você precisa relaxar...”

Palavras erradas. Erradíssimas. Ela levantou e me olhou com raiva de novo.

“Você já tentou relaxar? É um paradoxo!”

Não consegui conter o riso, e me aproximei dela.

“E claro que a melhor frase para expressar esse momento é de Rick & Morty.”

Depois que vi a série sozinho, fiz todo mundo assistir, óbvio. Marlene era a única que tinha dito que não assistiria nada que eu recomendasse por causa do meu “péssimo gosto para séries”. Ora, ora.

“Eu assisti só uma parte. Não é tão bom assim. “

O cheiro dela me deixava tonto. Me aproximei mais um pouco, testando os limites de espaço que ela me deixaria invadir dessa vez.

“Confesse.” Reforcei, meus olhos grudados nos dela. Sua boca estava entreaberta, e eu já não conseguia mais disfarçar o que queria fazer de qualquer forma, então dane-se.

Segurei a cintura dela a trouxe subitamente para perto de mim, sorrindo ao sentir todos os meus pelos arrepiarem quando ela suspirou perto demais do meu ouvido. A beijei como já nos beijamos um milhão de vezes, e meu corpo não pareceu ter ficado nem um pouco acostumado com a sensação incrível das mãos dela passeando pelo meu peito, pescoço e cabelo.

Ainda com a minha boca na dela, encostei suas costas na parede do corredor, tentado a leva-la para o meu quarto. Todas as camadas de roupa que eu usava pareciam um tremendo desperdício perto do calor que eu sentia passando a mão nela, mas fiquei com medo dela quebrar o contato se eu fizesse menção de me mexer, então desisti. Os dedos dela me tocavam que nem uma pianista experiente, e ela sabia exatamente onde apertar para me deixar sem ar.

“Essa relação... é... péssima...” ela sussurrava enquanto me beijava, e eu assenti, concordando, mas simplesmente não conseguia tirar as mãos dela. Marlene me irritava, me cobrava o tempo todo no trabalho e na vida, e tinha o triplo de horas que eu em World of Warcraft. Pra piorar, ela ainda era da Aliança, e eu da Horda. Mas algo acontecia quando a gente se beijava. Era uma fogueira que não apagava de jeito nenhum.

Xinguei baixinho quando ela se afastou de mim. Ofegando, percebi que quem estava encostado na parede era eu, e não me lembrava de ter mudado de posição. Meu casaco estava semiaberto, e a calça meio aberta onde a mão dela tinha estado segundos antes. O batom vermelho todo borrado dela indicou que eu também fizera um estrago, e ela pareceu despertar de um transe quando percebeu que seu casaco estava no chão.

“A gente não pode fazer mais isso.” Ela sussurrou, e me perguntei por quê. “Qualquer dia desses os dois vão ficar muito doidos e-“

“E o que-“perguntei, todo o calor que estava me abandonando voltando com tudo. Cada centímetro da minha pele parecia reclamar por não estar sendo tocada por ela, e usei as costas para dar um pequeno impulso na parede e me aproximar de Marlene de novo.

“O que você acha que queria fazer comigo, Marle?” me aproximei de novo dela, meus olhos passeando pelo corpo fervendo dela, o colo subindo e descendo, me deixando doido.

“Hm, eu não vou olhar porque não quero ser chato” Pete apareceu com os olhos fechados. “James quer saber se vocês vão demorar muito aí porque ele quer ver a terceira temporada de Rick & Morty com a gente. Ele disse que alguma coisa legal acontece, eu quero saber porque não tive tempo de ver.”

Narrado por: Peter Pettigrew

Primeira Impressão: eu interrompi alguma coisa intensa no corredor

Ouvindo: Sirius e Marlene balbuciando

“Então?” perguntei, meio cansado de ficar de olho fechado. Como se eu não soubesse o que eles estavam quase fazendo ali. Pensei em abrir o olho, encarar os dois, mas percebi que não queria ver qualquer casal fazendo qualquer coisa naquele momento.

Todas as meninas me lembravam de Zoe.

Claro, fazer faculdade de música na Irlanda foi a melhor ideia que eu já tive, mas obviamente não foi pela liberdade ou pela tradição irlandesa de música boa. Lógico que não.

Fui para Dublin para ficar com ela. Achei de verdade que nunca mais voltaria a Londres, mas é óbvio que não vou falar isso para os caras. Não quero que eles saibam. Até porque não faz sentido, né?

Zoe e eu terminamos. As coisas não estavam perfeitas, estavam ok... Ok é bom, não é? Aparentemente não.

“Pode abrir o olho, Peter.” Marlene disse, e quando obedeci vi que ela estava parada de braços cruzados já na metade do caminho para baixo. Sirius ainda estava escorado na parede, o lábio inferior um pouco vermelho e uma expressão idiota no rosto. “Tchau. Sirius, responde o email fazendo o favor.”

“Pode d-deixar.” Ele lambeu os lábios e quis desviar os olhos de novo, mas só olhei meio puto na direção dele.

“Não acredito que você é tão fraco.”

“Eu sou. Sou um verme controlado pela cabeça errada. É isso que eu sou. “

Entramos no quarto de novo, e James encarou Sirius parecendo sentir um pouco de pena. “Vou supor que ela ainda está revoltada contigo?”

“Supôs certo.”

“Na Irlanda tem um ditado muito bom. “comentei, ignorando o aperto no coração que me dava toda vez que falava de lá. “Um homem pode viver tendo perdido a vida, mas nunca tendo perdido a honra.”

“Hm, interessante este ditado. “Remus comentou, franzindo a testa. “Você sabe se isso é mitológico ou histórico-“

“Chega de estudos, aff. Quer dizer que você precisa tomar jeito e manter a cabeça erguida.” Disse, e Sirius me olhou sarcástico. “Eca, outra cabeça erguida. Para de pensar nisso!”

“Ok, desenhos? Que tal?” James sorriu, colocando o notebook no lugar e dando um chute em Remus para ele sair da frente e poderem sentar na cama.

Dentei no chão e coloquei os braços para apoiar a cabeça. Depois de anos, parece que tudo mudou, e ao mesmo tempo, continuamos os mesmos. E pela primeira vez desde que Zoe tinha me excluído da vida dela, me senti em paz.

É bom ter amigos.


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