Everybody Loves The Marauders III escrita por N_blackie


Capítulo 11
Episode X




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Episode X

“Perguntas”

Narrado por: Remus Lupin

Camiseta do dia: Mutant and Proud! (Mutante e Orgulhoso!)

Ouvindo: Amanda Palmer – Runs in the Family

Enfiei as mãos firmemente no bolso, e contra toda a minha filosofia de vida, entrei no shopping. Não que a minha filosofia envolva não entrar em shoppings (inclusive, considerando que até alguns meses atrás eu estava trabalhando em um, não faria sentido dizer que estou quebrando minha filosofia agora, né). CONTUDO, e não consigo ressaltar o quanto isso está me deixando ansioso, enquanto eu ponho um pé depois do outro para dentro do shopping, a aula em que eu deveria estar está rolando há uns dez quarteirões daqui, e meus amigos estão lá.

Para simplificar, estou matando aula para vir no shopping. Pronto, eu disse. Olhei para trás e para os lados, sem saber exatamente do que eu estava com tanto medo, e evitei qualquer lixeira alta demais, de onde poderia, sei lá, saltar um fiscal da delegacia de ensino e me prender por gazetear. Com todo o meu nervoso preestabelecido, é de surpreender que eu sequer tenha tido a coragem de decidir fazer isso, mas a situação exigia.

Fazia semanas desde que Emmeline me entregara aquela carta cheia de sangue falso, e apesar de todos os meus esforços (que incluíram comer uma parte daquele sangue, não façam isso em casa) não consegui decifrar a marca comprada pelo meu criminoso-digo, admirador secreto da Emmeline. Eu sabia que só uma pessoa nesse bairro conseguiria decifrar o enigma de forma mais direta e específica, e só uma pessoa teria os contatos e telefones suficientes para descobrir o rastro de quem comprara aquilo.

Phillip.

O mais discretamente possível, cruzei a distância entre a praça de alimentação e os corredores do anexo, e a placa fosforescente da Phill Fantasias me causou arrepios de saudade. O meu verão trabalhando lá, mesmo com os malucos que me ligavam, tinha sido um dos melhores da minha vida. Me aproximei timidamente, meio envergonhado por ter demorado tanto para aparecer com mais tempo, e quando abri a porta, o sino apitou.

Na minha bancada (posso chamar de minha ainda?) tinha um cara poucos anos mais velho que eu, com o uniforme da loja e a expressão mais entediada da face da terra contrastando com olheiras profundas. Por um segundo fiquei confuso, porque em geral essas duas coisas não combinam, até que lembrei que tínhamos acabado de sair da temporada de Halloween. Isso explica muita coisa.

“Hey.” Cumprimentei, meio sem saber como explicar pro meu substituto que ele era meu substituto. O cara assentiu lentamente, até que um grito veio do estúdio atrás seguido de uma sombra gorda e que cheirava a molho de tomate e que veio pra cima de mim numa velocidade felina:

“Bambino! Bambino mio!” Senti os braços de Giulia me envolverem e apertarem o meu corpo como se quisesse fazer os meus olhos saltarem, e minha bochecha ser coberta de beijos afetuosos que a princípio foram muito melosos pra mim, mas depois me fizeram sentir estranhamente em casa. “Bambino mio, caro, que saudades!”

“Oi, Giulia.” Ri por entre seus abraços, e vi as outras costureiras entrarem em polvorosa quando me viram. Fiquei relativamente surpreso com a minha popularidade, mas não resisti a lançar um olhar para o cara novo, com uma expressão que Emmeline gosta de dizer que eu tenho e estou lentamente aceitando. Ela chama de “Madonna Modesta”, ou, segundo uma descrição melhor: “É como se você estivesse, de forma modesta, atestando seu status de alfa!”. Em algum nível, eu me sinto melhor quando ela fala assim.

“Phil está por aqui?” Perguntei assim que consegui respirar de novo. Giulia sorriu. “Preciso falar com ele.”

“Está chegando, bambino. Quer tiramissu? Benito me deu uma porção para trazer pro trabalho, está uma delícia.”

“Por favor, estou precisando passar no restaurante pra dar um abraço neles.” Dei uma risada constrangida. “Benito vai me dar um soco por ter sumido.”

“Ah, certamente. Mas tudo bene, ele é um buono garoto.” Giulia piscou. Como se tivesse se lembrado de repente de algo, parou e apontou para o meu substituto. “Esqueci, este aqui é Bem Fenwick, querido. Ele parece bravo, mas só está cansado. A prima de Phillip se casou na semana do Halloween, ficamos com tanto trabalho nas mãos que pensei que o pobre fosse desmaiar se recebesse mais um pedido. Ah, você sabe, bambino.”

Olhei com pena para Ben, que tinha posto um dos óculos falsos que temos, com desenhos de dois olhos nas lentes, pra conseguir tirar um cochilo sentado. Giulia me levou para dentro, e quase chorei de emoção quando vi o Tiramissu ali me esperando. Depois de mil mordidas, Giulia esfregou as minhas costas.

“E a ragazza, querido?”

“Hm...” Enrolei, e ela pôs a mão na cintura.

“Ragazzo. Cadê a Dorcas?”

“Hm... Nós ‘rmiamos.”

“Quê?” Uma das costureiras, Mary, franziu a testa. Gesticulei com a mão, tentando não entrar muito no assunto, mas elas eram insistentes. Com a maior calma possível – para irritá-las – limpei a boca, pousei a colher e respirei, olhando sério para Giulia.

“Nós. Terminamos.”

“Como?”

“Porque?”

“Você fez alguma coisa, não fez?”

“Não fiz! Digo, também fiz pouca coisa...” Ergui a mão defensivamente, e o sino de entrada soou a tempo de me salvar. Sorri amarelo e corri para a loja, onde Phill pousava uma pilha de fantasias de papai noel no chão. “Hey, Phill!”

“Remus!” Ele sorriu, e foi apertar a minha mão. Ben, ainda encostado no balcão, sobressaltou-se com a exclamação dele e tirou o óculos do olho, arfando enquanto arregalava os olhos e erguia as sobrancelhas. Phil olhou confuso pra ele, e Ben ergueu o polegar.

“Estou acordado!”

“Vá tomar um café, Benje.” Phil tirou uma nota do bolso e pôs no balcão, olhando preocupado para Ben. “Pode pegar um grande.”

“Valeu, Phil.” Benje saltou da banqueta e saiu cambaleando da loja, piscando loucamente.

“Ele é um bom garoto, mas não devia ter deixado a loja no Halloween.” Phil refletiu, mas logo deu de ombros. “Bom, deixa pra lá. Quer seu emprego de volta, Remus?”

“Não, na verdade, eu queria uma consultoria, Phil.”

“Consultoria?” Phil foi pra trás do balcão, e puxei a carta com a amostra.

“Isso aqui é sangue falso, eu preciso saber a marca, e quem comprou.”

“Pra quê?” Ele puxou um par de óculos do bolso e observou o sangue.

“Emmeline recebeu uma série de cartas misteriosas de amor, e essa é até agora a única pista relevante que veio nelas.”

“Hm... É comestível?”

“Não.”

“Você tentou comer né.” Phil olhou cansado pra mim, e sorri amarelo. “Vomitou muito?”

“Só um pouquinho.”

“Bom, boas notícias. Se esse é o sangue não-comestível, e pela cor e consistência, eu acho que sei a marca.” Ele puxou uma lata e abriu. “Se a gente fizer um rastro aqui do lado... Soprar um pouco... Ah.”

Senti minha boca sorrindo sozinha enquanto percebia o sangue da lata adquirindo a mesma tonalidade e consistência do da carta, e Phil assentiu para si mesmo. “Quase certeza que é esse. Sangue em lata não é tão comum, eles geralmente vêm em gotas.”

“No que se pode usar sangue em lata?”

“Hm, o que precisaria de muito sangue?”

Phil deu de ombros. “Sei lá, uma peça de teatro com sangue pra caramba, um filme de terror... Tem algum cineasta amador envolvido nesse rolo?”

“Não,” meu estomago deu duas voltas, “mas tem um Sweeney Todd rolando no colégio.”

“Sweeney Todd, hun. Poucos personagens usam tanto sangue na mão.”

Cerrei os punhos e Phil assustou quando esmurrei a mesa. As cartas dramáticas, não participar diretamente de nenhuma compra para o clube, sempre colocar os Prewett na frente... Meu grito ecoou pelas lojas, e se tivesse um time da SWAT por perto teria me ouvido:

“EDGAR BONES!”

Narrado por: Peter Pettigrew

Primeira Impressão: Novembro está sendo uma droga

Ouvindo: Música Irlandesa

“Amaldiçoado seja, Edgar Bones!” Remus entrou barulhento no meu quarto, e atrás dele veio a minha mãe com um sorrisinho preocupado. “Edgar Bones, Peter, Edgar, BONES!”

Depois ele balbuciou tantos palavrões que pensei na possibilidade de ele estar sendo possuído por Sirius ou algo assim, e se jogou na minha cama, urrando para o meu travesseiro. Me afastei delicadamente do computador e acenei para Zoe, que desligou o Skype com uma cara de apreensão que não pude criticar.

“Edgar Bones está apaixonado pela Emmeline?” Enunciei sem acreditar que aquelas palavras estavam saindo da minha boca. Seria possível conciliar duas agendas sociais tão diferentes? Acho que nem o amor mais intenso do mundo consegue fazer esses dois ficarem juntos...

“Aquele rato! Aquele... Meu deus eu nem sei do que chamar esse cara!” Remus socou o travesseiro, e depois parou, arfante, e correu a mão pelos cabelos, tentando se acalmar. “Tá, fica frio, Lupin, eu só preciso dar um jeito de não matar Edgar Bones, e fazê-lo confessar tudo para Emme.”

“Ué, mas você não vai dizer a ela?”

“Ele vai contar.” Remus estava realmente muito indignado, e catou um punhado de biscoitos que estavam do lado do teclado e enfiou na boca. “Mumhumhumhmghumm Bones-“

“Ok, acho que agora é uma boa hora pra você tirar umas férias desse lance de detetive, que tal?” Sugeri o mais timidamente possível, para Remus não achar que eu estava duvidando da capacidade investigativa dele.

“Porque? Está duvidando da minha capacidade?” Ele fez uma cara de coruja (sabe, com o olho arregalado e o pescoço meio pra trás) e fungou. “Eu já resolvi esse mistério maldito, agora começa a parte policial no negócio. Vou pegar Bones na escola, pressioná-lo e ele vai ter que contar a Emme que é o autor daquelas cartas.”

“Não entendi ainda sua insistência em ele contar-“

“Ora! Emmeline é uma garota legal, popular, e bonita. Se Bones não tem coragem nem de admitir que vem mandando cartas pra ela há meses, como vai ter coragem de ficar com ela e acabar essa loucura de correio secreto? Não, eu não posso contar. Emme iria querer falar com ele, e seria um desastre, porque Edgar faz tanto drama com as coisas que ele provavelmente iria rir da cara dela só pra se safar.”

Remus saltou da minha cama novamente, e encarou a vizinhança do mesmo jeito noir que eu estava começando a achar que ele estava forçando. Com o punho encostado no vidro da minha janela, ele sussurrou:

“Mas ele se safou pela última vez, Pete.”

“Posso abrir outra possibilidade?” Puxei o meu pote de biscoitos pra perto, senão ele ia comer todos. “E se você estiver exagerando um pouco?”

“Eu nunca exagero!” Remus fez a cara de coruja de novo. Ergui uma sobrancelha sarcasticamente.

“Ok, eu estou falando com o cara que teve um acesso nervoso no almoço ou você é o estagiário? É da sua saúde mental que estamos falando. Esses mistérios têm que acabar. Ou quem vai acabar é você, sério.”

“Hmpf.” Ele cruzou os braços. “Você está soando que nem a minha mãe.”

“Sua mãe é uma ótima médica, isso não está me ofendendo.” Cruzei os braços também.

Meu celular bipou, e começou a tremer freneticamente em cima da mesa. Remus parou de fazer birra e se aproximou, e franzi o cenho quando vi que era Sirius me ligando.

“Fala, Sirius.”

“Pete, tem como você imprimir o trabalho de geografia pra mim? É um mapa simples com algumas anotações climáticas...”

“Hm, posso sim, sua impressora quebrou?”

“Não, aconteceu uma merda gigantesca aqui, cara, eu não sei se vou ter tempo até amanhã-“

Troquei um olhar tento com Remus, que começou a fuçar no computador, e como todas as “merdas gigantescas” sempre parecem envolver uma certa blogueira cor de rosa, ele acabou direto no site dela.

“Sirius, o que houve?”

“Não posso falar direito agora,” Ouvi o som da porta do carro batendo, e algumas pessoas falavam no fundo, com sons de telefones tocando e movimentação, “pode quebrar meu galho nessa? Fico te devendo.”

“Tudo bem, só não to entend-“

E, claro, ele desligou na minha cara. Fechei o celular e fiquei olhando pra ele por um minuto, sem entender que merda gigantesca devia ser essa que Sirius não tinha nem tempo de me contar. Procurei Remus, e ele estava vidrado no último artigo da SF, rolando a página rapidamente antes de acabar de ler e me olhar assustado.

“Que foi? Ou vai desligar na minha cara também?” Pousei o celular na mesa com frustração. Remus deu de ombros.

“Acho que não. Cara, acho que Sirius estava indo pra delegacia.”

“Porque?” Quase empurrei-o pra fora da cadeira, e rolei a página pra cima de novo. Era uma foto de Mintch, recortada de alguma outra de uma festa qualquer. “Oh, merda.”

Mintch tinha sido preso.

Narrado por: Sirius Black

Filme do Momento: Meu Deus, que merda gigantesca

Ouvindo: Telefones tocando e clima tenso

Digamos que essa era a primeira vez que eu entrava numa delegacia, e digamos que foi uma sensação estranha. O teto alto de prédio antigo parecia baixo demais por conta de tantas luzes brancas em todo o lugar, e um balcão vitoriano se estendia com alguns policiais atrás, alguns de cabeça baixa atendendo o telefone, outros preenchendo formulários, e um ou dois em computadores mais velhos que andar pra frente, apertando os olhinhos para passar coisas anotadas em papeis para, sei lá eu, o Word 97.

Espalhados em banquinhos periféricos estavam algumas pessoas, que eu supus serem ou criminosos (no caso de um cara que tinha a camisa cheia de um líquido que eu rezei pra não ser sangue) ou a família deles (uma mulher chorava copiosamente perto de mim). Fui andando um tempinho até avistar, de longe, Marlene e sua mãe, que esperavam lado a lado em silêncio enquanto o Sr. Mckinnon conversava com um guarda por perto, balançando a cabeça.

“Hey.” Me aproximei, e Marlene pareceu despertar ao me ver. Ela estava com um rabo de cavalo muito bonito, mas parecia cansada. Não sabia há quanto tempo estava ai.

“Hey.”

“Fiquei sabendo agora há pouco do que aconteceu, cara, podia ter me ligado.” Não quis parecer que estava cobrando nada, mas deve ter soado um pouco assim. Eu juro que não foi a intenção, mas ela não precisava estar naquela delegacia, podia ter ido pra minha casa.

“Não quis incomodar vocês, foi um dia maluco.” Ela tinha uma expressão dura, mas quando se aproximou de mim e me abraçou, pude sentir que estava nervosa. “Mintch se ferrou, Sirius. Foi pego ajudando uns caras a arrombar uma loja.”

“Onde ele está agora?” A deixei se desvencilhar de mim quando quis, mas continuei com a mão em seu ombro. Lene respirou fundo, e sob aquela luz branca horrível, seu rosto escureceu.

“Lá dentro. Meu pai está tentando qualquer coisa pra tirá-lo daqui, mas não acredito que isso tá acontecendo. Ai, Sirius, não acredito.”

Meu celular começou a tremer dentro do bolso, e enquanto Lene ia tomar água, ignorei mais uma chamada de Summer. “Ocupado, te ligo daqui a pouco, ok?” Mandei a mensagem, e fui dar um abraço na mãe de Marlene.

“Olá, Sirius,” O Sr. Mckinnon apertou a minha mão, e parecia mais exausto que a própria Lene, “menino, posso te pedir um favor? Tire a Leninha daqui, delegacia não é lugar pra gente da idade de vocês.”

“Não sei se ela vai querer sair, Sr. Mckinnon.”

Lene voltou com um copo de água pra mãe, e o pai dela a chamou. “Leninha, vá com Sirius pra casa, ok?”

“Pai, eles não vão soltar Mintch hoje?” Ela olhou insistentemente, e fiquei feliz por não ser em mim que aqueles olhos lindos, mas intensos, estavam fixos. O Sr. Mckinnon suspirou.

“Não sei, querida, estou fazendo o que eu posso, tá? Vamos, Sirius vai ficar com você.”

Esperei ela se despedir, e quando fomos para fora, Marlene entrou no carro e ficou quieta. “Se quiser ficar, posso fingir que fomos embora.” Ofereci, mas ela negou com a cabeça.

“Acho que preciso de um abraço.” Ela parecia anormalmente delicada. Coloquei a chave na ignição mas não liguei o carro. Em vez disso, estendi o braço e peguei a mão dela.

“Sabe que estou aqui, né.”

Ela sorriu fraco. “Eu sei, você sempre está aqui.”

Dirigi até em casa, e subimos para o apartamento. Meu pai estava meio ocupado com uns papéis que tinham chegado de manhã, mas parou para oferecer um chá a Marlene, que aceitou. Dona Mere também estava por lá, e a abraçou de um jeito só dela que cura até gripe.

“A sua família é um doce.” Lene sorriu já no meu quarto, segurando a xícara do Batman contra o rosto. Sorri.

“Eles gostam de você. E eu também. Sério, pode ficar aqui o quanto quiser.”

“Estou com medo, Sirius. E se Mintch for preso?”

O silêncio daquela pergunta me deixou pensativo, e só consegui colocar uma manta nas costas dela, dando um beijo em sua bochecha.

Narrado por: James Potter

Meta Atual: Não quebrar o meu modelo em miniatura do projeto

Ouvindo: OneRepublic – All Fall Down

Usei o pé pra bater na porta do apartamento de Roger, e minha mãe abriu com um susto diante da quantidade de coisas que eu carregava. De costas, entrei, e consegui finalmente pousar o meu modelo do projeto de ciências em cima da mesa de canto. Estava a tarde toda no laboratório, com Jane e June, trabalhando naquela coisa, e achei o clima muito estranho quando procurei Roger pra dizer oi.

“Aconteceu alguma coisa?” Perguntei à mamãe, quando ela me impediu de ir pro quarto do Sirius.

“Ai, querido, aconteceu tanta coisa hoje. O irmão da Leninha foi preso.”

“Mintch foi preso?” Não consegui não soar surpreso, e recebi em resposta um olhar feio da minha mãe. “Desculpa, mas nossa...”

“Pois é, Sirius está com Marlene, a ajudando. Quer chá?” Ela estendeu o bule na minha direção, mas não consegui desviar o olhar de Roger. “Ele está ocupado, Jimmy.”

“Eu sei, mas com o que?”

Roger separou mais alguns papéis, e depois arregalou os olhos para um cartão de Natal que viera pelo correio. Tenso, e aparentemente aterrorizado, ele abriu o envelope vermelho, e leu o cartão como se tivesse recebido uma bomba pelo correio.

“Roger?” Mamãe pareceu preocupada, o que me deixou ainda mais tenso. Roger virou o cartão, uma, duas vezes, como se procurasse por alguma anotação escondida no verso, e finalmente pousou o papel na mesa, chocado.

“É da minha tia, Mere,” ele leu de novo, balançando a cabeça, “eles querem que a gente passe o natal com eles.”


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