Minecraft. O Ninho De Creepers escrita por Hermes JR


Capítulo 55
Batalha


Notas iniciais do capítulo

"E de repente, Steve caiu de joelhos, com a mão no peito, sua visão falhou, e ele não conseguia mais respirar."



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/218304/chapter/55

–Vocês dão conta deles. –Esmeralda disse.

–Acho que não. –Respondeu Bruce trêmulo.

–Não estou te perguntando, estou afirmando. –Ela disse.

–E o que você vai fazer? –Indagou Steve.

–Vou cuidar dele pessoalmente.

Esmeralda correu em direção a fenda na qual o homem misterioso escapara.

–Ela não pode nos abandonar! –Bruce gritou.

–Ela é a única capaz de deter ele. –Steve afirmou. –E tenho medo que ela não consiga.

–Assim como nós também não vamos.

Algumas aranhas que vinham descendo chegaram então até onde eles estavam. Bruce atirou numa, que acabou empurrando outra, derrubando-as na água. Steve fatiou umas três rapidamente, manchando de sangue sua espada de diamante.

–Você vai precisar de muitas flechas. –Steve advertiu.

–Ali no baú tem o bastante... Acho...

Os dois tentavam ficar o mais próximo possível um do outro. Bruce mantinha suas costas colada as de Steve, e era assim que eles pretendiam lutar até o momento que pudessem.

Creepers que surgiam das fendas muitas vezes se desequilibravam e caiam no poço de lava. Alguns explodiam antes mesmo de chegarem perto deles. Eles próprios estavam se aniquilando, mas pareciam não se importar. Mas mesmo eles estando se matando, a quantidade deles parecia não diminuir uma unidade.

Steve desferia golpes em aranhas que chegavam de teias pelo vão, cuidando também das laterais, basicamente, ele cuidava somente das Aranhas. Bruce, com o arco dava conta dos Creepers para impedir que eles não chegassem perto deles. Mas uma flecha por vez não era o suficiente para deter as dezenas que surgiam de todos os lados possíveis.

As rachaduras iam aumentando cada vez mais devido aos monstros que se explodiam e quebravam a parede a sua volta. As paredes pareciam começar a ser tornar instáveis, e o pior é que se aquilo fosse abaixo, não teria nenhuma saída possível para eles.

E então, sem que pudessem impedir, Creepers invadiram o círculo de pedra onde eles se encontravam. Logo, estavam completamente cercados de Creepers e de Aranhas venenosas de um metro. Steve e Bruce se mantiveram o mais colados possível, e o cerco de monstros ia fechando cada vez mais. Steve desferia golpes e mais golpes, mas parecia não adiantar, Bruce recarregava o arco e atirava numa velocidade que ele nunca imaginava conseguir fazer.

De repente, um Creeper em algum ponto de onde eles estavam explodiu,e buraco enorme surgiu de onde a explosão viera, abrindo uma passagem para a lava tomar o local.

–Se não sairmos daqui logo...

–Eu sei! Eu sei! Mas não tem como! –Steve gritou.

O buraco começou a deixar a lava debaixo dele se espalhar pelo local. Muitos monstros começaram a ser queimados, caindo e tendo suas carcaças cremadas ali mesmo. Steve começou a atacar mais rápido, dava golpes de cima para baixo, de baixo para cima, e fincava a ponta da sua espada em qualquer criatura que ousasse se aproximar muito. Bruce se preocupava mais com os Creepers, acertando o máximo de flechas que podia na cabeça deles.

Uma explosão, seguida de mais duas criou mais buracos. Steve e Bruce foram arremessados para a beirada do circulo de pedra, quase caindo no poço de lava. Algumas flechas da aljava de Bruce voaram e, como era de se esperar, fritaram num instante. O mesmo quase aconteceu com a espada de Steve, mas ele manteve toda a força possível para que a espada não caísse e queimasse também.

Bruce pôs uma flecha no arco e atirou na Aranha que vinha voando em sua direção com as presas a mostra. A flecha acertou certeiramente o tronco dela na parte debaixo, e o corpo dela caiu em cima de Bruce. Ele jogou a carcaça para o lado, empurrando-a para a lava, e foi surpreendido por um Creeper que surgiu na sua frente. Ele percebeu sua vida passar diante dos seus olhos quando, de repente, a espada de Steve atravessou o corpo dele. O monstro caiu de lado. Bruce se ergueu e arregalou os olhos ao perceber o tanto de criaturas que ainda restavam, o tanto que ainda surgia e ao ver a lava inundando e bloqueando sua única e possível saída.

* * *

Esmeralda pulou as pedras e adentrou a escuridão daquela fenda. Não fazia a mínima ideia da onde aquilo poderia levá-la, mas tinha a certeza de que era por ali que aquele homem fora, então lhe restava ir adiante.

Seus pés batiam com força no solo rochoso, ela estava fraca, mas sabia que o esforço iria valer a pena. Esmeralda suava e os músculos das pernas doíam.

Uma pessoa normal não conseguiria andar ali, muito menos correr, mas ela tirou proveito de suas habilidades mágicas para guiar-se no escuro.

O buraco Ia ficando cada vez mais apertado, e ela então teve se agachar para poder passar. Seu coração palpitava com o medo de encontrar alguma criatura ali, e para sua sorte, até agora ela só esteve sozinha.

Chegou então a um tipo de sala, era espaçosa e cheia de baús. Havia inúmeros daqueles altares de pedra negra com livros que flutuavam sem nada por perto. Tochas cuidavam da iluminação do local.

Esmeralda sabia muito bem do que se tratavam aqueles alteres. Caso os Creepers fossem realmente frutos de algum tipo de magia negra, ela tinha certeza de que era ali que eles surgiam.

Mas Esmeralda não pôde continuar raciocinando, ela foi arremessada em direção à parede rochosa. Suas costas bateram com força e ela ficou imóvel. Tentou mover os braços, as pernas, mas nenhuma parte de seu corpo obedecia aos seus comandos.

–Confesso que você me surpreendeu. –Ela ouviu uma voz tenebrosa dizer. –Sempre a subestimei... Mas não acho que foi um erro muito grande.

Esmeralda viu a figura de Naum surgir então, o homem que trabalhava para o seu pai, de quem ela sempre teve uma certa desconfiança.

–Naum! Seu... –Esmeralda se contorcia e tremia, tentando se libertar.

–Naum não existe mais, Esmeralda. –O homem disse sorrindo. –Ele se foi.

O sangue que antes escorria no peito dele em decorrência da flecha já não estava mais lá. O sangramento havia sido estancando, incrivelmente.

–Quem é você então? –Esmeralda disse. Ela realmente sabia que não era Naum, não pelo menos com aqueles olhos brilhantes.

–Quem eu sou não importa. –Ele respondeu friamente. –Vamos falar de você. Naum, quando estava vivo, me falou muito sobre você. –Ele deu uma pausa. –Que você era uma feiticeira, que treinava sem o saber de seu pai, e que... Você já sabia que lá havia alguma coisa errada. Garota esperta.

–Sempre houve algo de errado lá. –Ela grunhiu. –E Naum sempre esteve na minha lista de suspeito, mostra também que eu nunca estive errada.

Ele riu, dando de ombros.

–Naum nem sempre foi um cara mal. Mas... Ele foi esperto ao saber o que estava por vir, se juntou a mim assim como os outros e...

–Há outros em Téfires?! –Esmeralda interrompeu-o.

–Se houver ou não, acha que eu vou te dizer? –Ele perguntou retoricamente. –Só vou dizer que: estamos em todos os reinos, estamos em todas as cidades, em todas as aldeias. Nada pode escapar de nossos olhos e ouvidos, e a cada dia que se passa somente ficamos mais fortes, é maior do que imagina.

Esmeralda ficou em silêncio, não sabia o que fazer naquele momento. Tentou recorrer a magia, mas não deu certo.

Na tentativa de ganhar tempo, ela perguntou:

–E para que isso? Vocês estão montando um exército?

–Isso não te importa! Mas... –Ele hesitou. –Já que vai morrer mesmo, não faz diferença eu te contar um pouco... É maior do que imagina, não é só um exército, estamos em todos os lugares, e pretendemos fazer mais do que simplesmente matar as pessoas...

–E por que Naum estava com você? –Esmeralda interrompeu, ela não queria saber o que ele queria ou não fazer, mas sim o quanto foram espionados em Téfires.

–Naum, assim como muitos outros por aí, são os homens de alto escalão. Graças a eles nada pode nos pegar desprevenidos, eles são os espiões, e cuidam e controlam tudo o que ocorre. Pode não saber, mas todas as cidades já estão sobre nossos controles.

–E é só isso? Você tem espiões, como Naum era, para mantê-lo informado sobre o que ocorre nos reinos?

–Não somente para isso, mas vou dizê-la somente que Naum era somente uma das muitas peças do quebra-cabeça para a execução do plano final. –Ele parou e sorriu. –No momento final, quando todos estiverem em desespero, lutando até a última gota de sangue, vocês pensarão que estarão entre amigos, mas o mal vai estar tão perto quanto agora, e mal vão saber! Vocês não podem nos pegar de surpresa, sabemos de seus planos, vocês não podem nos esconder suas táticas, estaremos sempre informados! Vocês...

Esmeralda parou de ouvir, se concentrando num plano de fuga. Sabia que teria e lutar com ele uma hora ou outra, portanto precisava ser a mais cautelosa possível.

Com auxílio da magia, obviamente, ela retirou uma tocha presa a parede e, sem que ele percebesse, ela atirou-a certeiramente no rosto dele enquanto se gabava. O feitiço que a prendia então ficou vulnerável, e ela escapou.

–Acho que você me subestimou de novo. –Ela disse, preparando-se para uma possível luta.

–E você eu. –Ele disse, se levantando.

Sua cara ficou completamente deformada. Seu rosto ficou com manchas pretas e, em algumas partes, na carne viva. Sangue escorria, porém, ele não apresentava o menor sinal de dor.

Um golpe então inesperado veio. Todos os baús que lá estavam se abriram e a pólvora contida neles começou a flutuar. Elas saíram e começaram a rodar ao redor de Esmeralda, fazendo como um tornado.

–Vamos ver se agora o que é magia de verdade. –Ele disse.

A pólvora em volta dela começou a girar rapidamente. Esmeralda tentava das diversas maneiras possíveis descobrir algum feitiço para tirá-la dali, mas a parede que girava era tão forte quanto uma de rocha. Ela lançou feitiços diversos, mas eles se desfaziam ao tocar a pólvora.

–Diga adeus! –Ele gritou.

Esmeralda sabia exatamente o que ele queria fazer, ia explodi-la, naquele tornado de pólvora. Tinha de escapar rápido. E foi então que sua ideia suicida veio. Criando uma proteção em volta de si, ela começou a tacar bolar de fogo na parede de pólvora, então foi tudo para os ares. Esmeralda foi arremessada, porém, não se machucou tanto, pois, como esperava, seu feitiço protegeu-a.

Procurando o meio rápido de sair dali, ela fugiu pelo mesmo local que entrou, não deu importância se matara ou não ele, o importante agora era escapar, até mesmo porque, ela sabia que matá-lo não era uma tarefa para qualquer um.

Correu mais rápido do que quando veio, agora que já conhecia o caminho, não se preocupava tanto.

Ao conseguir sair, se deparou com outra cena horrível. Steve e Bruce lutavam, a beira da morte, num pequeno canto que estava sendo tomado pelos monstros e pela lava. Esmeralda desceu correndo e pulou onde eles estavam. Com um feitiço, arremessou todas as criaturas perto deles para a lava.

–Estava na hora. –Bruce disse.

–Ele está morto? –Perguntou Steve.

–Certamente não. –Ela respondeu. –Nossa única chance de sair daqui vivos é fugir o quanto antes.

–Tão fácil... –Bruce disse atirando uma flecha para uma fenda ao longe. –Só temos esses malditos monstros e a lava que bloqueou nosso caminho...

Ninguém disse mais nada. Esmeralda matava criaturas que surgiam ao longe, juntamente com Bruce, que cuidava somente das que estavam ao seu alcance. Steve dava conta dos monstros que estavam mais pertos deles. Era uma tática perfeita, exceto pelo fato de estarem perdendo espaço.

Steve desferia golpes perfeitos que ele mesmo não acreditava, a perfeição da espada de diamante tornava seus movimentos divinos, e não permitia que nada chegasse perto deles. Bruce atirava com a melhor pontaria que tinha, afinal, para eles desperdiçar flechas não era uma alternativa. Esmeralda, além de cuidar das criaturas ao longe, quando um Creepers ousava explodir perto deles, ela criava uma barreira mágica que não permitia os destroços chegarem neles.

Mas a lava não ajudava muito, ela começava a diminuir o espaço deles, além de que, cada vez que outro Creeper explodia, seu tempo diminuía.

Eles continuaram lutando durante minutos a fio, até que, o que eles juravam que não aconteceriam, aconteceu. Os monstros finalmente pararam de surgir, de nenhuma rachadura as criaturas surgiram, e nem mesmo do vão, e o local então ficou na mais completa calmaria. Eles, entretanto, não baixaram a guarda.

Alguns segundos depois Bruce comemorou:

–Conseguimos! Eu... Eu... Não posso acreditar... Saímos vivos! Estamos vivos!

–Eu não cantaria uma vitória agora. –O homem no corpo de Naum surgiu na rachadura.

Seu rosto estava todo deformado, seu corpo inteiro estava sangrando, alguns ossos expostos, era pior que os monstros que enfrentaram.

–Somente agora que seus problemas vão começar. –Ele disse.

E de repente, Steve caiu de joelhos, com a mão no peito, sua visão falhou, e ele não conseguia mais respirar.

–Lembra que eu te disse que você só morria quando eu quisesse? –Ele perguntou, sorrindo. –Então... Eu quero.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!