Minecraft. O Ninho De Creepers escrita por Hermes JR


Capítulo 50
Fim Do Túnel


Notas iniciais do capítulo

"-E agora? Perguntou Esmeralda claramente desesperada.
—Lutamos."



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Assim como próximo a entrada, conforme mais que eles avançavam, mais os rastros de destruição se tornavam visíveis. As paredes cheias de fissuras, os trilhos partidos e retorcidos, espalhados por todos os cantos, pedaços de rochas que bloqueavam o caminho e obstruíam a passagem. Enormes rachaduras, abertas tanto no chão quanto na parede, também deixavam claros que alguma coisa ocorrera ali. Mas como já estava claro também, fora a explosão, alguma coisa a mais ocorrera ainda, afinal, se tudo aquilo fora realmente pelos ares, o que era a única explicação lógica pela quantidade de destroços e pela quantidade de pólvora que lá havia, a passagem devia estar no mínimo extremamente bloqueada, o que deixava claro que ali havia sim algo.

Steve e Esmeralda seguiram silenciosamente e cautelosamente pelos escuros túneis, iluminados e guiados somente pelas luzes de suas tochas. Sombras estranhas e tortuosas e dançavam nas paredes conforme seus passos ecoavam nos túneis, gerando assim uma atmosfera de puro terror, e mesmo assim, Steve não se deixava levar e prosseguia com sua missão. Esmeralda estava inquieta e tentava não demonstrar isso. Sua única intenção em ter ido com Steve era tirá-lo dali, mas mesmo depois de atacado, ferido e envenenado, ele prosseguia.Ela não sabia o que fazer.

-Steve. –Ela disse. –Tenho medo do que pode acontecer com você não voltarmos agora.

-Eu também, e foi por isso que pedi para você ficar. Ele respondeu simplesmente.

-Não. –Ela retrucou. –Não nesse sentido. Oras, agora em suas veias o veneno daquela Aranha pode estar fazendo o maio estrago. E quanto mais você insistir em continuar, pior isso vai ficar.

-Já te disse que não foi nada. Foi uma ferida superficial.

-Se foi superficial, por que sangrou tanto? –Ela indagou. –Steve, tente compreender que o que eu estou falando, o que Bruce falou, é só porque nos preocupamos com você.

Steve cessou a caminhada e, com seu rosto iluminado estranhamente pela tocha, ele disse:

-E eu não sei? Esmeralda, fico... Eu fico... Não encontro palavras para descrever o que eu sinto ao ver que as pessoas se importam tanto assim comigo... Você pode saber pouco de mim, mas isso não acontece comigo há tempos... E só estou aqui para proteger aqueles que amo.

Esmeralda ficou realmente surpresa com a resposta que lhe fora dada.

-E por causa disso vai se matar e deixar essas pessoas sozinhas?

-Antes sozinhas do que...

Uma explosão. E depois, mais uma. A tocha de Esmeralda caiu no chão enquanto ela se preparava ara o que vinha. O que mais se podia esperar de uma explosão no Ninho de Creepers.

Depois de quase cinco minutos numa quase escuridão e silêncio, nenhum outro possível ataque pode ser ouvido, mas os rastros dos outros estavam claros. O caminho que até então seguia em somente uma direção agora estava bloqueado por rochas e mais rochas.

-Acho que isso é só mais um sinal de que não nos querem aqui. –Esmeralda comentou, acalmando os nervos ao perceber que o perigo passara.

-E por que iriam nos querer aqui?

Esmeralda lançou-lhe de repente um olhar dominante, não de ódio, ou de medo, Steve não sabia o que significava, mas entendeu a mensagem quando Esmeralda pôs o dedo indicador entre os lábios indicando silêncio.

Steve passou a tocha para Esmeralda e, com a espada empunhada, avançou. Esmeralda queria impedi-lo, mas para isso teria de gritar, no mínimo, o que não era prudente na ocasião.

Andando e analisando todos os possíveis locais onde alguma criatura poderia se esconder, ele viu uma fenda na parede rochosa que abrigaria tranquilamente uma criança pequena, porém, não uma criatura. O que então ela abrigava ali? Aranhas. Steve não teve muito tempo para raciocinar ao perceber que ali seria o possível ninho delas também. Quando uma ousou pular por cima dele, por sorte conseguira se defender com um ágil golpe de sua espada, que a partiu em dois, espirrando os mais estranhos líquidos em seu corpo e face. As demais Aranhas que saíam de seu esconderijo iam se espalhando pela parede tão rápido como uma rachadura no gelo. Seus hábeis movimentos as levavam por toda a estrutura rochosa do túnel. Steve correu o mais rápido que podia até alcançar Esmeralda. Estavam presos pela parede de destroços.

-E agora? –Perguntou Esmeralda claramente desesperada.

-Lutamos.

A primeira Aranha que teve vontade de atacar veio correndo pela parede direita numa velocidade estranhamente rápida. Porém, ela foi parada antes mesmo de chegar perto deles. Esmeralda, de algum modo que Steve desconhecia, arremessou-a longe.

E a partir de então os ataques em massa começaram de vez. Um grupo de quatro pularam simultaneamente em direção aos dois, mas foram partidas em metades pela espada de Steve. Uma outra aventureira ousou atacar sem o menor sinal, e foi simplesmente explodida. Como uma bomba, essa criatura explodiu de dentro para fora, espalhando seus restos por todos os lados.

-Você devia fazer mais isso, sabia? –Steve disse dando uma passa para trás e encostando suas costas na parede de pedra. –Até porque estamos sem saída, se lembra? –No final da frase, ele ficou sua espada na cabeça de uma outra e logo após, a arremessava de volta de onde viera.

-Não temos tempo para isso. –Ela advertiu explodindo uma outra, espalhando aquele líquido pastoso púrpura e verde pelo túnel. –Vou tentar abrir a passagem e você cuida delas!

Steve não respondeu, estava preocupado com a matança.

Esmeralda se posicionou exatamente atrás de Steve e começou seu árduo trabalho, e com o auxílio da magia, pouco a pouco as rochas iam sendo arremessadas para trás. Algumas maiores chegavam a esmagar e a matar as Aranhas.

Eles não tinham muita luz para guiá-los, a tocha que restara acessa estava apoiada na parede ao lado deles e não demoraria a se apagar. Steve se sentiu com medo, mas não iria admitir nem que quase morresse, o que já não era difícil naquela situação.

Conforme as criaturas iam se lançando em cima dos dois, ele as fatiava com rápidos golpes. Uma veio e se lançou sobre e, com a espada empunhada, ele perfurou-a com a ponta da espada. Mais um veio do lado direito, ele se virou e a fincou na espada também. Agora duas das criaturas estavam presas na lâmina da espada, pesada demais para poder ser erguida. Foi então que no meio da distração ele foi atacado e mordido na perna, mas sua armadura o protegeu e ele não chegou a ser realmente picado e envenenado como antes, mas a Aranha tivera força o suficiente para perfurar a armadura. Chutando-a assustado, ele tratou logo de tirar os dois corpos que faziam peso na sua espada. Empurrava o mais forte que podia, e na distração, a mesma criatura de segundos atrás pulou em cima dele derrubando-o. Steve segurou-a pelas patas dianteiras enquanto ela tentava atacar sua face. Ele segurava com força, e ela atacava retribuindo com a mesma. No meio disso, Steve sentiu alguma coisa em sua perna e deu um grito de dor. A Aranha que estava em cima dele agora estava prestes a desfigurá-lo e, de repente, explodiu. Steve ficou todo coberto pelo sangue gosmento da criatura. A outra que mordera a sua perna também explodira. Esmeralda o puxou pelos ombros bruscamente.

-E é por isso que você devia ter ficado lá.

-Obrigado... –Ele falou pegando a espada e tirando os corpos das Aranhas mortas que lá estavam.

-As Aranhas foram embora? –Esmeralda indagou, pegando a tocha e cuidando para o seu fogo não se esvair.

-As que estavam aqui não estão muito bem. –Steve tirava de cima de si todo aquele líquido estranho que o cobria.

-Então é melhor voltarmos antes que apareçam mais.

Steve não respondeu. Logo veio a cabeça de Esmeralda que ele não deixaria essa missão de forma alguma. Quase acabara de morrer a minuto atrás e só estava a salvo por causa de Esmeralda, e, mesmo assim, insistia em continuar.

-Não acredito em tamanha estupidez Steve! –Ela começou. –Quase foi morto e mesmo assim não cede. Você quer morrer?

-Volte a retirar as pedras... –Ele disse vagamente estreitando a visão.

-Não! Não mesmo! Você vai me ouvir agora!

-Volte a escavar!

-Não mesmo! Você tem que me ouvir! Não podemos continuar mais com isso!

-Volte!

-Não!

-Volte rápido! Elas estão voltando!! –Steve apontou para o túnel, e novamente uma quantidade enorme de Aranhas de Caverna vinha na direção deles.

Esmeralda logo entendeu e largou a tocha bruscamente. Agora era escuridão plena para os dois.

-Fique sempre atrás de mim! –Steve gritou, encostando suas costas na de Esmeralda. –E aconteça o que acontecer, faça isso depressa!

Esmeralda reuniu todas as suas forças e com o auxílio da magia começou a retirar as pedras mais rapidamente, inclusive as mais pesadas. Elas as arremessava para trás e não parava peara pensar no que fazia. Steve continuou sempre colado a ela, contato agora era o mais importante porque, no escuro, era o único jeito de saber que o outro estava bem.

Sem ter como enxergar sua mão, mesmo que a encontrasse no seu nariz, Steve estava largado a própria sorte. Dava golpes no ar aleatoriamente esperando atingir algo. Ia da esquerda para direita e vice-versa, e de cima para baixo, além de golpes diagonais. De repente ele atingiu alguma coisa, uma Aranha certamente, mas muito fraco para poder causar algum dano letal. Podia-se ouvir as pesadas pedras sendo arremessadas conforme Esmeralda desobstruía a passagem. Steve sentiu então alguma coisa em seu braço, e, com agilidade, partiu o monstro em dois e, enquanto voltava para uma posição de defesa, acabou por atingir mais uma acidentalmente. Se a matara ou não, não havia como saber, mas fora o suficiente para ferir gravemente.

-Como está aí?! –Ele gritou sacudindo a espada.

-Mal. - Esmeralda respondeu aos gritos também. –É muita pedra, vai ser difícil!

Steve foi empurrado sem precedentes para cima de Esmeralda de repente e sentiu a armadura em seu braço ser prensada pela força da mandíbula da Aranha. Com a espada, atacou o que estava lhe atacando e voltou a sua posição inicial.

Aquilo levou ainda cerca de mais uns dez minutos, com golpes frenéticos e irregulares, Steve os defendia enquanto Esmeralda, com a magia, lhes abria a passagem. Depois de muito esforço, o braço dele já doía e ele podia jurar que não agüentaria um segundo a mais.

-Acho que já podemos passar! –Esmeralda gritou.

Ela então pegou a mão de Steve e o puxou. Tropeçando em uma pedra que não fora retirado, acabou deixando a espada cair. Queria poder voltar para pegá-la, mas as criaturas, a escuridão e Esmeralda lhe puxando dificultavam-no.

Ambos seguiram correndo pelo túnel escuro. Era possível escutar as Aranhas se rastejando logo atrás deles, o que era um incentivo a mais para eles apertarem o passo.

Esmeralda não soltava a mão de Steve e o guiava com uma velocidade sobre-humana.

-Como você sabe por onde ir?! –Ele gritou para ser ouvido.

-Só não solta a minha mão que a gente vai sair inteiros!

Uma guinada brusca para a direita fez Steve se calar. Eles entraram então em outro túnel, e este descia. Começaram a correr mais rápido por causa da inclinação e conseguiram impulso por isso. Os pés de Steve batiam contra os trilhos e o solo rochoso e ele quase caiu vária vezes se não fosse por Esmeralda lhe segurando. Ele não conseguia manter um ritmo constante na decida, com Esmeralda o puxando e a descida se inclinando cada vez mais ficava difícil manter uma sincronia, além de ter de se preocupar com as criaturas atrás deles.

Tentando diminuir seu peso, ele tirou seu elmo e o jogou para trás. Nesse momento Esmeralda já não lhe segurava mais, mas mantinha-se próxima. Com movimentos ágeis e desajeitados ao mesmo tempo, ele conseguiu tirar também seu peitoral, arremessando-o para trás. Teve o máximo de cuidado possível para manter-se com o arco e a aljava, que era o que lhe restava agora, além da parte de baixo da armadura. Apesar disso, não funcionou como ele esperava, embora ele se sentisse bem mais leve.

-Você não poderia fazer alguma coisa?! –Ele gritou enquanto corria.

-Não correndo. –Ela respondeu aos gritos. –Mas posso tentar.

O barulho da corrida de ambos voltou novamente. De repente, um barulho de pedras caindo logo atrás deles, as paredes pareciam explodir.

-Você está derrubando o túnel?!

-Estou causando uma... –Esmeralda foi empurrada.

Steve tropeçara no trilho velho que tinha sua lateral totalmente dilacerada. Caiu em cima de Esmeralda, e ambos foram ao chão. As flechas foram espalhadas para todos os lados e Steve não pôde ver onde ser arco foi parar. Sentiu seu coração gelar quando percebeu que estava desarmado e indefeso.

De repente Esmeralda proferiu alguma coisa gritando extremamente alto, e um clarão de luz iluminou todo o túnel. Steve fechou os olhos enquanto aquela luz alaranjada tomava tudo. Escutou por fim as criaturas soltarem um tipo de grito de agonia e, então, o silêncio reinou e a escuridão retomou tudo novamente.


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