Minecraft. O Ninho De Creepers escrita por Hermes JR


Capítulo 5
A Mina Abandonada


Notas iniciais do capítulo

"Em alta velocidade, o carrinho começou a percorrer os túneis, tremendo muito e fazendo curvas bruscas, fazendo os dois balançarem a cabeça loucamente."



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Steve caiu de costas no chão em cima de um monte de pedras, os machucados não colaboraram para melhorar a dor. A primeira sensação que teve foi a de ter morrido, mas isso mudou quando ouviu a voz de Bruce:

–Socorro... v-você ainda e-está aqui?

Antes de falar, Steve tossiu e seus pulmões se encheram de pó, fazendo-o tossir mais. Sem ainda dizer nada, Bruce já voltou falando:

–O que aconteceu? -Havia medo em sua voz. - O-onde será que estamos?

Steve se levantou e uma enorme pontada de dor percorreu por toda a suas costas.

–Devemos ter vindo parar em uma caverna, a explosão deve ter causado esse buraco, já que o chão era oco pelo fato de haver ela em baixo. -Respondeu Steve.

A luz do luar entrava pelo buraco em cima deles, que estava muito distante, a uns seis metros de altura, não havia como subirem.

–Como vamos sair daqui? -Perguntou Bruce se levantando e procurando Steve na pouca presença de luz.

–Teremos de procurar uma saída, é muito alto para escalarmos, e acredite, já é a segunda vez que caio num buraco hoje. -Respondeu.

–Olha o lado positivo, pelo menos estamos livre de monstros.

–Mas não por muito tempo, temos que sair rápido antes que seja tarde. -Falando isso, Steve foi pelo único caminho que por lá havia, e Bruce foi atrás.

–Está muito escuro, não dá para ver nada. -Disse Bruce.

–Vamos tateando as paredes, eu vou pelo lado direito e você vai pelo esquerdo, se alguém encontrar uma passagem ou saída, avisa para o outro.

E eles fizeram assim. Alguns minutos de silêncio depois, Bruce o quebrou falando:

–Você ainda não me disse quem é.

–Eu me chamo Steve. -Respondeu.

–E de onde você veio?

Aquela pergunta não agradou muito ele, odiava o fato de não morar em uma aldeia ou vila, e quando as pessoas que o encontravam o perguntavam aquilo, sentia todo o seu corpo tremer lembrando que era um nômade sem rumo na vida.

–Eu não vim de lugar nenhum, moro na floresta sozinho já faz algum tempo. -O tom na voz dele indicava que continuar com perguntas não seria muito prudente, por isso Bruce decidiu parar.

O tempo foi passando conforme eles seguiam pelo túnel cavernoso que seguia sempre reto e não parecia ter fim. Mais tarde, o caminho se bifurcou e quando Bruce e Steve se deram conta do que estava ocorrendo, pararam para decidir que caminho seguir.

–E agora? -Perguntou Bruce, que como sempre entrou em desespero novamente ao se ver em uma situação daquelas na qual ele não sabia a saída.

–Calma aí. Vamos pensar um pouco. Quando a gente caiu, a sua aldeia estava para que lado? -Perguntou Steve raciocinando.

–Estava ao norte de onde estavámos.

–Nesse trajeto que fizemos, nós seguimos pelo leste ou pelo oeste? -Perguntou Steve a si mesmo, e logo continuou. -Nã dá para saber, vamos ter que escolher algum caminho na sorte mesmo.

–E-eu prefiro ir pela direita. -Gaguejou Bruce.

Já que para eles não fazia a mínima diferença, foram pela direita, e continuaram do mesmo modo, tateando a parede a procura de uma saída. De repente, Bruce bateu a cabeça na parede rochosa em sua frente, o caminho acabara.

–Ai! -Gritou Bruce.

Não demorou muito e logo Steve bateu a cara na parede também.

–Ai!

–O túnel acaba aqui. Ai! -Disse Bruce tateando a parede e massegeando o nariz.

–Vamos ter que voltar então.

O medo tomora conta de Bruce novamente, e se achassem saída? Ese não houvesse saída? Moreria ali no escuro sem nunca mais ver a luz do Sol?

–Ei, tem uma porta aqui! -Exclamou Steve.

Procurando freneticamente a maçaneta, ele percebeu que ela estava quebrada.

–Não dá para abri-lá. -Disse sem ânimo.

–Devagar aí colega, a esperança é a última que morre. Já procurou a maçaneta? -Disse Bruce se aproximando.

–Claro que já, e está quebrada.

– Vamos empurrá-la então.

Juntando toda a força que tinham, empurram ela, porém sem obter sucesso.

–Vamos tentar novamente. -Disse Bruce ofegante.

–Vai ser trabalho a toa, a porta está emperrada, ou a derrubamos ou vamos pelo outro caminho.

–M-mas como? -O desespero no peito de Bruce voltara a crescer.

–Ao meu sinal, nos lançamos em cima dela. Um, dois, três... AGORA!

Os dois se jogaram na porta e ela nem se moveu.

–Novamente, um, dois, três... AGORA!

De novo, os dois descarregaram todo o peso em cima da porta, e o único sinal que ela deu foi um rangido.

– A-acho que e-estamos obtendo um progresso. -Comentou Bruce cambaleando

– Mais uma vez! Um, dois, três... Vai!

Com o peso dos dois, a porta tremeu, indo um pouco para trás.

–Ai! Meu ombro está doendo. -Protestou Bruce.

–Vamos, estamos quase lá. De novo, um dois, três... Vai!

De repente, a madeira da porta se partiu em vários pedaços, abrindo a passagem. Do lado de dentro estava completamente escuro também.

–E de novo voltamos a estaca zero. -Disse Bruce em um suspiro de desânimo.

–Ainda não. -Steve procurou dois pedaços de madeira e começou a esfregá-los um no outro.

Logo a madeira velha começou a pegar fogo por causa do atrito causado pelos esfregãos de Steve, formando uma tocha.

–Como fez isso?! -Bruce perguntou boquiaberto.

–Olha garoto, eu vivi oito anos sozinho nas florestas do mundo afora, se eu não soubesse fazer fogo com madeira não estaria aqui hoje. -Foi a resposta dada por Steve.

–Como assim oito anos na floresta? Quer dizer, você me disse que vivia na floresta, mas sozinho e a oito anos? -Perguntou Bruce mais espantado ainda.

Steve não respondeu, olhava ao seu redor atentamente, até que percebera onde estavam, e Bruce também.

–Estamos em uma velha mina abandonada.

–Ei, perto da minha aldeia tem uma entrada para uma mineradora abandonada, seria essa aqui?

–Se não for, é muita coincidência. -E dizendo isso Steve seguiu o caminho dos trilhos.

–Aonde você está indo? -Perguntou Bruce seguindo-o.

–Não vamos sair daqui se ficarmos parado, não acha? E a propósito, você faz perguntas demais.

Steve saiu iluminando o caminho dos trilho pelos diversos túneis que lá haviam, e a cada curva, mais caminho se estendia por metros e desanimava Steve e Bruce.

–Vamos ficar aqui por horas, existiam diversos túneis, não vai ser fácil achar a saída. -Disse Bruce se sentando nos trilhos enferrujados.

–A esperança é a última que morre. -Steve respondeu.

–Disso eu sei, e vamos morrer primeiro que ela. -Reclamou Bruce quebrando facilmente uma parte da madeira dos trilhos e jogando-a longe.

Steve odiava encarar a verdade, por qualquer que ela fosse, e o medo de morrer ali com certeza assombrava os dois, porém ele já sobrevivera a tantas coisas que escapar de um labirinto de túneis parecia algo simples.

–Não vamos parar agora, temos mais caminho pela frente. -Disse Steve tentando animar o clima tenso, sem obter resultado.

Steve estendeu a mão para Bruce, ajudando-o a se levantar, e dando um leve tapa no ombro dele disse:

–Se morrermos vai ser com orgulho de quem somos.

Bruce não conseguiu evitar um sorriso, e então eles seguiram pelos extensos túneis. Em um certo momento eles encontraram um baú, esperavam encontrar algo que lhes pudesse ser útil, mas no baú só havia pólvora.

–Pólvora, para que tudo isso de pólvora? -Indagou Bruce.

–Eles deviam usá-las na fabricação de explosivos para abrir mais túneis. -Tentou explicar.

–E como eles faziam para se locomover aqui dentro? Tipo, existem centenas de túneis, se perder como nós é muito fácil.

–Bruce eu já lhe falei, você faz perguntas demais, e essa eu não sei lhe responder.

Eles saíram caminhando pelos túneis a procura da saída. Steve fez mais duas tochas para iluminar, que estavam próximas a acabar. Encontraram um carrinho completamente enferrujado e se rodas. E novamente, mais baús cheio de pólvora.

–Eles faziam explosivos para abrir túneis ou explodir a caverna? -Perguntou Bruce passando a mão na pólvora.

–Devia ter alguma outra função, pois não tem cabimento o uso de tanta pólvora. E Bruce, por que a mina foi abandonada?

–O ataque de monstros, principalmente os Creepers. Na verdade é o que dizem, pois desde que eu me lembre essa mineradora nunca funcinou.

De repente um carrinho veio andando sozinho nos trilhos e passou por eles, e o carrinho continha pólvora.

–M-mas o q-que é isso?! -Grito Bruce apontando para o carrinho que continuou lentamente seu trajeto.

–Eu acho que não estamos a sós. -Falou Steve entre os dentes. -Mantenha as tochas sempre a frente, qualquer coisa a usamos de defesa.

–Mas e se forem fantasmas, n-não vai dar para atáca-los.

–O que que custa tentar.

Eles seguiram silenciosamente pelos túneis mal iluminados. Ambos soavam frio e estavam sempre alerta, foi quando um barulho de algo se mexendo os chamou a atenção.

–O que foi.... ÁÁÁÁ!!! -Bruce mal teve tempo de terminar a pergunta e foi atingido por um carrinho que passou por ali rapidamente e jogou os dois para dentro dele.

Em alta velocidade, o carrinho começou a percorrer os túneis, tremento muito e fazendo curvas bruscas, fazendo os dois balançarem a cabeça loucamente.

–Como vamos parar o carrinho? -Gritou Bruce.

Steve mal teve tempo de pensar e o carrinho deles foram atingido por outro que veio de trás, cheio de esqueletos armados. Bruce engoliu em seco. Logo uma flecha passou voando, porém longe deles.

–Temos que sair de perto deles! -Gritou Bruce apontando para os monstros ossudos.

–Obrigado pela informação, Senhor Óbvio! -Retrucou Steve.

O carrinho dos esqueletos se mantinha sempre perto deles, quase nunca se afastava.

–Tenho um plano! -Gritou Steve para que sua voz pudesse ser ouvida através do urros do vento que passava por eles. -Mas não sei se vai dar certo.

–Quem não arrisca não petisca. -Falou Bruce.

–Então se segure que agora a coisa vai ficar feia.





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