Minecraft. O Ninho De Creepers escrita por Hermes JR


Capítulo 47
O Ninho


Notas iniciais do capítulo

"Cautelosamente, com a espada preparada para qualquer mínimo sinal de ataque, ele arrastou seus pés até o local. Pareciam levá-lo sozinho, independente dele querer ou não"



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   Enquanto o sol subia lentamente esquentando a nuca de Steve, ele encarava cautelosamente o que julgava ser o ninho. Não havia nenhum movimento suspeito, nenhum barulho vindo de lá, nenhuma luz, nada que mostrasse que lá havia alguém. Entretanto, Steve sabia que aquele lugar devia estar completamente aos pedaços e obstruído, mas não estava. Sua entrada estava completamente escancarada e os destroços que em algum momento bloqueavam sua entrada estavam espalhados e caídos um pouco distante dali, o que era o único sinal que comprovava que o local não estava completamente abandonado, além de que, era para ele a chave que abria a porta para a sua teoria, não havia outra explicação lógica.

   Quando alguns pássaros alçaram voo atrás dele, instantaneamente ele ergueu a espada e se virou, numa velocidade que surpreendeu a ele mesmo. Mas quando se deu conta de que não passava de animais, baixou a guarda e retornou sua atenção ao local pelo qual ele saíra atrás. Sua garganta estava seca e parecia arranhar. Sabia que era tudo por causa de sua insegurança, queria se lançar lá mais uma vez e sanar de uma vez por todas sua dúvida, mas tinha medo, e tinha o porquê também, afinal, caso o ninho realmente se encontrasse ali, entrar e encará-lo sozinho seria nada mais do que burrice pura, ou então, suicido.

   Cautelosamente, com a espada preparada para qualquer mínimo sinal de ataque, ele arrastou seus pés até o local. Pareciam levá-lo sozinho, independente dele querer ou não. E conforme o túnel ia se tornando mais claro para ele, mais seu peito palpitava. Ele sentia sua respiração pesada e seus batimentos, mas não sabia se era realmente medo ou cansaço, já que não dormira a noite toda.

   Já na entrada do local, empunhou sua espada e se colocou na lateral do buraco, logo depois deu uma rápida espiada com a cabeça, lançando os olhos até o máximo que a escuridão lhe permitia ver, mas como esperava, não vira. E foi então que de repente um barulho lhe chamou a atenção, um galho se partiu no meio das árvores por trás dele. Ele se virou com a espada tão rápido quanto quando virou ao barulho dos pássaros, e como daquela vez, não era nada, entretanto, não era nada mesmo, não havia nada que ele podia ver que pudesse ter provocado aquilo, nem um animal, nem ninguém.

   Percebendo que podia ter se metido numa bela e enrascada, começou a ir em direção a mata, determinado a encontrar o que quer que fosse que estivesse atrás dele. Caminhou sempre em posição de ataque, caminhando também um pouco de lado para prevenir ataques laterais, porém, o ataque que estava por vir ele não poderia prevenir de qualquer jeito. Sem o menor sinal de que aquilo estava prestes a acontecer, sua espada saiu de sua mão sozinha e foi arremessada longe, caindo perto da entrada do suposto ninho. Olhando para as árvores novamente, viu um vulto preto mover-se rapidamente. Aquilo provavelmente assustaria qualquer um, mas ele sabia do que se tratava, e relaxando os músculos, ele cruzou os braços.

   -Não precisava fazer isso. –Ele disse sarcasticamente.

   -Só não queria que enfiasse essa sua espada em mim. –Steve reconheceu na hora a voz feminina que veio de dentro da mata.

   Saindo das sombras das árvores, Esmeralda tirou o manto que cobria seu rosto e se aproximou de Steve.

   -Estava só me prevenindo. –Ele se defendeu.

   -Poderia ter chegado sem quase ma matar do coração também. –Ele fez uma pausa na fala enquanto admirava o rosto suado de Esmeralda, sentindo-se feliz por saber que ela estava bem. –Por que está aqui ainda? Não que isso seja ruim, mas pensei que tinha partido para Téfires.

   Esmeralda tirou o a capa preta que a cobria e suspirou.

   -Era onde eu deveria estar indo agora... Mas não estou.

   -Por quê?

   -Pelo mesmo motivo que o trouxe aqui.

   Steve franziu a testa, encarando-a.

   -Você quer dizer... O Ninho?

   -Exatamente.

   Nenhum dos dois disse mais nada, ambos se encaravam. Aquilo foi uma ótima surpresa para Steve, primeiramente por saber que ela estava bem, e segundamente pelo fato de que, indiretamente, ela acabara de admitir que Steve podia estar certo quanto a sua teoria.

   -E... Por que você achou mais importante vir aqui do que voltar para casa? –Steve questionou.

   -Steve. –Ela começou. –Quando você nos disse que sabia onde o Ninho estava de verdade, todos discordaram, inclusive eu. Mas conforme eu parava para pensar, fazia sim um pouco de sentido e pensei que você podia estar certo.

   -Quer dizer que o Ninho de Creepers é... Aqui? – Steve estava com medo da resposta.

   -Isso eu não posso lhe responder. Mas antes de partir eu tinha que me certificar e revelar para mim mesma a verdade, por isso vim aqui. –Ela fez uma pausa para olhar a entrada do ninho. –E acho que, com o que descobri, o Ninho é aqui.

   Steve não respondeu nada, nem teve coragem para perguntar alguma coisa também.

   -Mas como você sabe? –Conseguiu dizer um tempo depois.

   -Steve... –Ela pensava no que dizer. –Como já estou cansada de falar, a magia é mais complexa do que parece. Mas o ponto em que quero chegar é que, como feiticeira, posso sentir a presença de outros magos ou da magia no ambiente. Mesmo eu não sendo completamente informada sobre o assunto, pois é complexo até para mim. Enfim, eu vim dar uma olhada, e sinto uma aura mágica vinda daquele lugar como nunca vi em nenhum outro.

   -Então isso significa que... –Steve tentava raciocinar. –E caso ali more algum outro mago? E...

   -Steve, é só ligar os pontos, como você mesmo fez. Todos sabem que esse maldito ninho está escondido em algum lugar. E veja esse local, abandonado, afastado, escuro, um lugar perfeito para isso. Além das grandes quantidades de pólvora que você encontrou antes. E esse lugar devia estar aos pedaços quando o fogo entrou em contato com a pólvora, mas não está, além da aura mágica que ele emana. Não tem outra explicação lógica!

   De repente, ambos perceberam alguém se aproximando ao longe, Steve estava muito distante da sua espada, um erro básico, mas se preparou para enfrentar o perigo com as mãos mesmo. Esmeralda tinha o auxílio da magia para se defender. E então eles perceberam a silhueta de Bruce e Adália caminhando lentamente. Puderam ouvir Bruce gritando, enquanto balançava os braços tentando chamar atenção:

   -Esmeralda! Esmeralda! Você está bem! E aqui também!

   Eles esperaram Adália e ele se aproximarem. Quando os quatro estavam reunidos novamente, as indagações logo vieram, tanto de Bruce quanto de Adália. Ao fim da breve explicação de Esmeralda e de todos estarem cientes da situação, a insegurança dominou todos de novo.

   -Então o Ninho está diante de nós? Não posso acreditar nisso. –Disse Bruce. –Ele esteve debaixo do nosso nariz o tempo todo e nunca nos demos conta disso.

   -Não é por menos. –Interveio Esmeralda. –Esse lugar com certeza foi pensado com todos os detalhes para não ser achado.

   -E o que fazemos? –Adália indagou. –Contamos para alguém? Deixamos quieto?

   Esmeralda refletiu antes de responder.

   -Contar seria arriscado. Acho que seja lá quem for que esteja por trás disso já sabia que estavam atrás dele... E conseguiu nos persuadir fazendo-nos acreditar que o Ninho estava em outro lugar, que na verdade era uma armadilha... E que tirou a vida de muitos...

   -Acho que não vai deixar para entrar no Ninho de verdade. –Completou Steve.

   -Com certeza não. Não mesmo. Atacar é arriscado, mas acho que deixar assim, sem mais nem menos não é a escolha certa a ser feita.

   -Queria poder entrar aí e acabar com tudo. –Bruce balbuciou com ódio.

   -Mas sozinho de jeito algum. - Esmeralda interveio de novo. – Isso precisará esperar...

   Ela não pôde terminar sua frase, todos perceberam então que alguém estava vindo de dentro da entrada do Ninho. Caminhava carregando uma tocha. Os quatro correram e se esconderam entre as sombras das árvores, seguindo sempre Adália. O homem então se revelou perante a luz do sol, e todos puderam ver seu rosto, o que foi um choque para Esmeralda.

   -Não pode ser... –Ela estava sem voz para continuar. –Mas...

   -Você o conhece? –Bruce indagou.

   -Shhh! –Steve fez.

   Eles continuaram a olhar para o homem na entrada do Ninho. Ele olhava para todo o ambiente com calma e estudava todos os cantos possíveis onde alguém podia se esconder. Eles tiveram de fazer muito esforço para se manterem invisíveis.

   Depois de um minuto tenso, o homem deu uma risada e revelou um sorriso malicioso. Tirou então alguma coisa do bolso e a ergueu no ar. Era a estaca que o pai de Steve dera a ele antes de morrer, a mesma que ele perdera na mina abandonada.

   -Nós sabemos que estão aí. –Ele caçoou. –Não adianta se esconder, o fim já está próximo.

   Partindo com uma incrível força a estaca em dois pedaços, ele a atirou no chão, fazendo antes uma pausa dramática, ateou fogo a ela.

   -E isso é só uma lembrança. –Ele disse, rindo. Logo depois voltou ao Ninho.

   Steve sentiu a raiva aumentar em seu peito, o ódio o dominar como nunca. Estava perdendo o controle. Esmeralda percebeu que ele estava alterado.

   -Não tente fazer nenhuma besteira. –Ela o advertiu.

   -Ele que fez.  –Respondeu friamente.

   -Steve, a última fez que agiu pela raiva e ódio não deu certo. –Bruce também o advertiu. –Está lembrado do que acabamos de passar.

   -Meu amigo, você não conhece a raiva de Steve. –Ele respondeu.

   -E o que vai fazer?

   -Uma besteira muito grande.


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