Minecraft. O Ninho De Creepers escrita por Hermes JR


Capítulo 44
Regresso a Colina Nevada


Notas iniciais do capítulo

"-Não há lugar como o lar. Disse Bruce feliz, inspirando o ar gelado."



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   Depois de todos ficarem sabendo o raciocínio de Steve, não demorou para que lhe enchessem de perguntas.

   -Como você pode estar cedo disso? –Perguntou Bruce.  –Já estivemos lá uma vez e não vimos nada. Além de que depois do que aconteceu o lugar deve estar só nos destroços.

   -Steve, acho que você não devia se precipitar tanto assim. –Comentou Esmeralda. –Como eu já lhe disse, depois de hoje percebi que não sei tanto quanto eu imaginava.

   -Mas vocês não entendem. –Ele tentava convencê-los. –Por tudo o que eu já passei tenho quase certeza de que aquele lugar não é um qualquer. Além de que, se tudo o que eu descobri recentemente for verdade...

   -Steve. –Bruce o interrompeu. –Olhe pelo que já passamos de que saímos de            Colina Nevada! Você foi arremessado de um penhasco! E depois teve aquela ponte velha, e o ataque das Aranhas! Quando chegamos em Téfires e aquele nosso conflito com os guardas! Ficamos presos por sei lá quantos dias nas masmorras! E Nicko é prova de que isso pode ser uma missão suicida! Não quero acabar como ele!

   Steve e todos se calaram. Bruce parecia exaltado e nervoso. Respirava com dificuldade. Logo depois disse:

   -Desculpe... Eu não queria falar assim... É que desde que te conheci só me meti em problemas que quase me tiraram a vida. –Ele deu uma pausa para ver a reação de Steve, que se teve alguma, não demonstrou. Logo, continuou: - Você é uma pessoa muita boa Steve e espero que saiba disso, mas acho que prefiro me manter em segurança dessa vez.

   -Acho que está se precipitando Steve, fique conosco, todos temos problemas demais... –Completou Esmeralda.

   Steve olhou para a fogueira que terminou de queimar e logo se apagou. Logo se sentou de novo e disse:

   -Talvez eu realmente esteja realmente me precipitando. –Confessou. –Mas de uma coisa eu tenho absoluta certeza: Nunca estive tão certo quanto a uma coisa na vida.

   Esmeralda colocou a mão em seu braço.

   -Gostaria de poder confirmar sua teoria Steve. –Ela disse de consolo. – Ir lá para poder tirar nossas próprias conclusões seria bom. Mas acho que agora não é a hora para isso. Bruce é seu amigo, siga o conselho dele, voltem para Colina Nevada e vivam como pessoas normais.

   Steve desviou o seu olhar de Esmeralda. Sua ideia parecera boa no início, mas agora via como parecia estúpida. Não podiam simplesmente chegar lá e se lançarem na esperança de encontrarem alguma coisa. Além de que, se ele estivesse certo, o que parecia improvável, precisariam muito mais do que ele e Bruce para vencerem aquelas criaturas.

    E de repente Adália, que se manterá calada durante toda a discussão, se pronunciou:

   -Eu acho que tem alguns soldados vindo para cá.

   Ela apontou na direção em que ela olhava e todos se viraram. Era verdade, soldados amadurados vinham montados a cavalo ao longe. Estavam em um número relativamente pequeno, mas já era de se esperar depois de tudo o que ocorrera ao exército de Téfires.

   -Devem estar atrás de mim. –Disse Esmeralda assustada.

   -Acho que vieram nos ajudar. –Comentou Bruce.

   -Não mesmo. –Respondeu Esmeralda. –Acho que eles estão atrás de mim sim, mas não por uma boa causa.

   -Esmeralda, deixa dessa paranóia de que seu pai quer lhe matar. –Disse Steve. –Ele não seria capaz disso.

   -Pode até não ser... Mas o povo do reino... Eu seria vista como um monstro...

   -Você salvou Téfires!

   -Isso não importa para eles! Será que...

   -Gente, seja o que for que iremos fazer é melhor ser agora. –Adália interrompeu. –Eles estão chegando perto.

   -Acho bom todos nos escondermos. – Disse Esmeralda. –Vocês eram prisioneiros, não sei o porquê, e eu...

   Ela não pôde terminar de falar, um dos soldados gritou ao longe:

   -Eles estão ali em cima!

   -Como eles nos avistaram?! –Bruce gritou.

   Os cavalos saíram em disparada em direção aos quatro. Vinha em tamanha velocidade que se podia sentir o chão tremer com o peso das montarias.

   -Eles não parecem amigáveis. –Comentou Adália se levantando.

   -Não mesmo. –Complementou Bruce.

   -Corram agora! –Gritou Esmeralda.

   Se os soldados vieram para ajudar ou para capturá-los ninguém ficou sabendo. Todos saltaram de uma vez só e correram na mesma direção. Steve se conteve, sabia que eles não iriam fazer mal a ninguém, afinal estavam com a filha do rei. Mas uma frase dita por um dos soldados o incomodou. Alguém disse gritando:

   -Eles vão escapar! Não podemos deixar! Mais rápido!

   Se aquilo era uma ameaça ou não, Steve não se preocupou muito, pois correu logo atrás de seus companheiros. Foi fácil alcançá-los, principalmente Adália, que por causa de seu estado de saúde era um pouco mais lenta e incapacitada. E como eles sempre fizeram desde que fugiram das masmorras, Steve a pegou e correu.

   Todos estavam cientes de que o estado deles não era dos melhores, e consequentemente eles não poderiam fugir de cavalos, mesmo que estivessem melhores. Adentraram no meio das árvores e de arbustos para tentar dificultar seus perseguidores.

   -Eles vão nos alcançar! –Bruce avisou.

   -Talvez se nos separamos fique mais fácil. –Sugeriu Esmeralda.

   -Não! –Steve descordou rapidamente. –Estamos em menor número, podem cercar-nos facilmente. –Ele não conseguia falar e correr ao mesmo tempo, e por isso parava constantemente para respirar. –Além de que estou mais lento... Posso precisar de ajuda.

   Se eles pretendiam ou não montar um outro plano, não tiveram tempo.  O aumento do barulho dos guardas os alertou.

   A perseguição não foi muito além daquilo na verdade, logo depois um dos soldados acabou caindo pois seu cavalo tropeçara numa raiz, e bloqueou o trajeto. Os outros pararam para socorrê-lo, alguns continuaram, mas pararam metros depois do acidente.

   Os três correram por durante mais alguns minutos, somente para se certificarem de que não voltariam a ter problemas com os guardas novamente. E logo a vegetação começou a mudar, e de uma vegetação praieira ela tornou-se tensa e enegrecida, não demoraria para alcançarem o pântano novamente.

   Todos pararam juntos para descansarem. Apoiaram-se numa grande pedra que lá havia. Bruce se apoiava em seu joelho e soltava longas baforadas de ar. Esmeralda se sentou no chão e tirou o cabelo do rosto vermelho. Steve deixou Adália apoiada na pedra e se largou de qualquer jeito no chão.

   -Vocês... Acham que... Nós... –Bruce respirava mais do que falava.

   -Por enquanto. –Esmeralda o poupou de continuar.

   Ninguém estava muito com vontade de continuar falando, e sob a sombra da pedra eles repousaram. O único barulho que podia ser ouvido era o da respiração deles.

   -O que acham de uma pausa para o almoço? –Sugeriu Adália.

   -E vamos comer o que? –Perguntou Bruce. –Grama.

   -Posso providenciar algumas frutas. –Ela respondeu, e se levantou.

   Adália era a que estava numa melhor situação já que não precisara correr como os outros. Antes de sair de perto deles ela passou ao lado de Steve e o agradeceu.

   Cerca de dez minutos depois ela voltou com alguns peixes.

   -Como os conseguiu? –Indagou Steve.

   -Não foi muito difícil. –Ela sorriu. –Estavam parados na beira. Mas acho que precisaremos de uma fogueira. A não ser que gostem de peixe cru.

   -Eu posso cuidar disso. –Esmeralda se pronunciou.

   E não foi muito difícil para ela fazer uma, com o auxílio de seus poderes, em menos de um minuto uma fogueira ardia à frente deles.

   -E agora? O que você vai fazer? –Perguntou Bruce a Adália, enquanto os dois estavam num canto mais afastado.

   -Não sei... Nunca cheguei a pensar exatamente no que fazer caso saísse de lá... Não tenho família nem amigos e...

   -Você pode ir para Colina Nevada comigo e Steve. –Bruce sugeriu, esperançoso. –Pode ficar na minha casa e morar lá.

   -Não sei Bruce... Agradeço muito, é sério, mas...

   -Ora, vamos, o que você tem a perder? Juro que não irá se arrepender. E se não gostar, pode ir embora.

   -Puxa Bruce, é muita boa vontade sua... Não sei nem o que dizer... Acho que... Acho que sim.

   Bruce sorriu de uma orelha a outra.

   -Prometo que não ira se arrepender.

   Os peixes logo saíram e eles comeram. Ninguém estava muito à vontade, pois se sentiam com medo dos guardas voltarem para pegá-los, mas para a sorte deles isso não aconteceu.

   Após a refeição ter sido finalizada e eles descansarem mais um pouco, Bruce sugeriu:

   -Bom, eu não sei o que todos vocês pretendem fazer, mas acho que devemos continuar... Quero voltar a Colina Nevada o mais rápido possível.

    Steve concordou com a cabeça.

   -E você vem com a gente Esmeralda? –Perguntou.

   Ela hesitou, mas não havia outra saída para ela, caso o que ela pensasse estivesse realmente certo.

   -Acho que posso passar uma noite lá... –Respondeu. –Mas não posso permanecer por muito tempo, traria problemas para mim, vocês e quem sabe até a aldeia.

   -Você quem sabe. –Respondeu Bruce. –Mas só vou avisando que a caminhada vai ser longa.

   -Não se preocupe muito, acho que a distância não será problema, posso nos proteger quando a noite chegar. –Esmeralda os informou.

   -Então vamos logo.

   O dia inteiro logo após o almoço seguira daquele jeito, numa longa e dura caminhada debaixo de um sol escaldante. Mas logo que chegaram definitivamente ao pântano isso mudou, as árvores bloqueavam a entrada da luz e eles estavam mergulhados numa escuridão quase que parcial.

   Quando a noite estava preste a surgir, eles trataram logo de procurar um abrigo, mas num pântano não seria fácil. Quase uma hora depois que o sol sumira eles encontraram um local. Não poderia ser chamado de caverna porque era muito pequeno, mas grande o suficiente para que eles pudessem passar a noite. Esmeralda disse que cuidava da entrada e pronunciando algumas frases confusas, ela logo se afastou para se juntar a eles.

   -Mas o que você fez? –Indagou Bruce.

   -Coloquei barreiras de proteção aqui na entrada. –Respondeu. –Agora caso alguma coisa tente entrar aqui eu saberei.

   -E isso funciona mesmo?

   -Nunca deu errado...

   A noite passou sem preocupações, e quando o primeiro raio de sol surgiu no horizonte, eles já estavam de pé. Comeram uma rápida refeição de peixe novamente e continuaram.

   Eles estavam realmente mais rápidos do que quando estavam indo, já que agora estavam preocupados em ir mais depressa. E logo alcançaram a ponte velha, que pendia no desfiladeiro. Isso teria sido um grande problema caso não estivessem com Esmeralda, que uma incrível rapidez conseguiu por a ponte no lugar.

   -Não vai durar muito, mas dá para todos passarem. –Avisou.

   Todos atravessaram com a maior cautela possível, e já estavam do outro lado.

   Como num passe de mágica, perto do anoitecer eles estavam chegando a Colina Nevada. O clima começou a esfriar e a vegetação começou a mudar. Pequenos flocos de neve estavam caindo ao pé da colina que ficava próxima a aldeia.

   -Não há lugar como o lar. –Disse Bruce feliz, inspirando o ar gelado.

   Quando a noite caiu, eles puderam avistar ao longe as luzes da pequena aldeia, e correram, correram como quando estavam sendo perseguidos, pois queriam logo se sentir seguros e estarem quente e protegidos dentro de uma casa.

   Bruce quando chegou à porta de sua casa tirou a chave se seu compartimento secreto e abriu a porta para todos.

   -Bem vindos de volta ao lar.


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