Minecraft. O Ninho De Creepers escrita por Hermes JR


Capítulo 18
Conversa na Beira do Rio


Notas iniciais do capítulo

"parece que ele vê prazer em causar o mal para o próximo, não entendo, lhe parece interessante ser ignorante e cruel, fazer o que não é certo e se por acima dos outros..."



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Olhando para baixo, Dave viu que Nicolau e Steve haviam caído no riacho que cortava o caminho abaixo. Ele revistou com o olhar toda a área lá embaixo, e percebeu que já era tarde demais para os dois.

-Já era para eles. -Disse Dave fazendo um sinal.

-E o que fazemos agora? -Perguntou um dos soldados.

-Prosseguimos a busca, afinal, o problema foi eliminado.-Disse ele indo embora.

-Mas e Nicolau? -Perguntou o outro soldado.

Dave o fitou com um olhar de uma serpente preparada para dar o bote.

-Você não ouviu, acabou para ele, e para Steve também -Respondeu sem uma gota de emoção. -Agora, vamos continuar, não podemos perder tempo.

-E esse soldado inconsciente aqui? -Perguntou um dos soldados apontando para Bruce enquanto estavam se preparando para voltar.

Dave percebeu que era Bruce. Ficou em silêncio por um tempo olhando ele caído no chão.

-Ainda está vivo? -Perguntou.

Um dos soldados se ajoelhou próximo a ele e colocoua mão em sua testa e depois em seu pulso.

-Está.

-Pois bem... é... Tragam ele conosco, na volta da busca entregamos ele para Roger.

Quando estavam voltando no meio da floresta, um dos soldados perguntou:

-Dave, afinal, o que ele fez para entregarmos ele a Roger?

Dave suspirou profundamente e começou a explicar.

-Carlos, você sabe quem esse cara é? -Começou explicando.

-Se não me engano ele é o Bruce, do exército também. -Respondeu Carlos.

-Correto. Mas a questão não é essa, certamente para você ele não fez nada, porém, você não conhece ele como eu, e nem precisa conhecer. Provavelmente ele planejava sabotar a busca, juntamente com Steve, por não terem sido convidados a participar. É um motivo insignificante eu sei, mas ele pagará também pelo o que ele me causou antes. -Respondeu sem dizer mais nada depois.

Carlos decidiu ficar calado, sabia que Dave escondia algo, mas por enquanto era melhor ficar quieto e esperar para ver o que iria acontecer.


* * *

   A noite já chegara quando Steve acardou com uma tremenda dor de cabeça. Seu sonho o pertubou novamente, mas não podia se procupar com isso agora, estava completamente perdido. Ele se sentou e observou o rio que corria ao seu lado. 

  Uma luz chamou sua atenção, então ele percebeu que Nicolau, o soldado que caíra com ele esquentava peixes nela. Seus movimentos o chamaram a atenção.

   -Oh, você enfim acordou, venha, aproxime-se. -Chamou Nicolau.

   Steve se levantou devagar  percebeu um enorme e profundo corte em sua perne esquerda. Se ferira bastante na queda.

   -Está melhor do que pensei. -Comentou Nicolau lhe oferecendo um peixe assado.

   -Agradeço. -Agradeceu Steve se sentando para se aquecer perto da fogueira com seu companheiro.

   -Você, como eu, se machucou seriamente na queda. Eu apenas tive grander corte e um ematoma no braço. Mas você além de sérios cortes, teve bastantes ematomas, um ferimento na cabeça e me parece que seu osso do braço direito está... trincado, mas é só um palpite. -Comentou Nicolau dando uma pausa de tempo em tempo para comer seu peixe.

  Alguns minutos de silêncio se proseguiram até Steve começar a falar:

   -Obrigado por me ajudar. 

   -Não foi nada, ajudar você em sua situação qualquer um o faria, estava seriamente machucado.

   -Não foi o que parecia quando você saltou em cima de mim lá em cima. -Respondeu Steve.

   Nicolau riu de leve olhando com um olhar vago para a fogueira.

   -Eu estava em serviço.. é...

   -Steve.

   -É -Repetiu Nicolau. -Eu estava em serviço Steve, Dave estava no comando, portanto o que ele falasse é ordem, sendo boa ou ruim era minha obrigação cumprir. Não sei bem o que você queria, mas fui obrigado a atacá-lo.

   -Mas do mesmo jeito agradeço por você ter cuidado de mim aqui. O que aconteceu depois que caímos?

   -Bom, primeiro nós dois ficamos inconscientes ao colidimos com a água e provavelmente com algumas pedras. A correnteza nos levou pelo rio, talvez, por alguns quilômetros. Acordei e nós dois estávamos aqui jogados na beira do rio. Perdemos tudo o que carregávamos, nem minha armadua foi polpada. Você estava muito machucado e jorrava sangue como se fosse água, cheguei a pensar que estava morto. O socorri e felizmente você acordou.

   O resto do jantar improvisado se seguiu em silêncio puro. Ao finalizarem a refeição, se deitaram na pedra úmida e olharam para o céu estrelado. As paredes do cânion que os cercava e o barulho de água correndo fez com que ambos sentissem uma paz de espírito, deixando ir embora todas as preocupações.

   -Pode me chamar de Nicko. -Disse Nicolau de repente.

   -Ham?

   -Nicko, pode me chamar assim. -Respondeu ele ainda olhando para as estrelas.

   -Tudo bem... Enfim, Nicko, você parecia muito diferente quando o avistei na floresta a primeira vez, correndo feito um louco desesperado.

   -Aquilo foi armação, Dave percebeu que estávamos sendo seguidos e me mandou fazer uma encenação para investigar o que estava acontecendo realmente. Ao te encontrar lutamos juntos e depois caímos aqui.

   -Hum...

   -Não sei bem, fiquei meio preocupado no começo, não fazia ideia de quem era, mas logo lembrei de você no conselho de Colina Nevada. Percebi que você não era uma ameaça tão grande, mas do mesmo jeito, Dave é ganancioso demais, e estamos aqui.

   -O que ele tem? -Perguntou Steve.

   -Quem? Dave? Ah, eu não sei... conheço ele desde que era criança, brincava muito com ele em Colina Nevada quando criança, mas ele sempre, parece que ele vê prazer em causar o mal para o próximo, não entendo, lhe parece interessante ser ignorante e cruel, fazer o que não é certo e se por acima dos outros... Ele... Tenho certeza de que não foi ele quem salvou nossa aldeia, se estivesse conciente com certeza nos abandonaria, não lutaria pelo o que é certo. -Respondeu Nicko suspirando profundamente.

   Steve refletiu, realmente Dave era o que falavam.

   -Bom... Foi ele sim, mas não sozinho. -Disse Steve se sentando com o olhar fixo na água.

   -Como assim?

   -Eu, Bruce e ele lutamos juntos e salvamos a aldeia, longa história, mas ele estava lá, pensei então que ele era uma boa pessoa, não o que Bruce falava, poré, no dia em que Rober o paranlizou e ele contou aquela mentira esfarrapada percebi quem ele realmente era.. -Steve jogou uma pedra na água para esvair a raiva de seu corpo.

    Steve pensou no que estaria ocorrendo com Bruce, a partir daquele momento os atos de Dave eram inimagináveis para ele, mas não acreditava que o matariam ou algo muito sério. E no fim das contas, nada ele poderia fazer para ajudá-lo.

   -Sabia que ele não fizera nada sozinho. -Comentou Nicko. -Contudo... é melhor irmos durmir, amanhã precisaremos buscar uma saída daqui.

  Os dois se acomodaram na pedra gélida e com um longo tempo acabaram adormecendo. 


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