Minecraft. O Ninho De Creepers escrita por Hermes JR


Capítulo 17
Chamas


Notas iniciais do capítulo

"Seu coração quase parou de repente, sentiu as pernas vacilarem e caiu de joelhos no chão, o corpo estremeceu por completo e não havia mais lágrimas para escorrer."



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Steve se encontrou encarando os frios olhos dos esqueletos que incendiaram o celeiro. De volta ao seu sonho, voltou a reviver os momentos angustiantes daquela noite. Cercado em frente a entrada da casa de John, o pequeno garoto chorava rios de lágrima com medo dos esqueletos. Com as flechas em chamas, um deles recarregou o arco e atirou. Steve pensou rápido e saiu correndo. Ainda desesperado passou entre os monstros e contornou a casa. Flechas caíram em sua direção, por sorte não o acertando.

Ao olhar rapidamente para a janela, Steve viu John pedindo por soccoro no andar superior. Parecia impossível de salvá-lo naquela situação.

Sem perceber, Steve tropeçou em uma pedra no caminho e caiu rolando na grama. Ao se virar viu os monstros se aproximando. Seu coração foi parar na garganta, e ao olhar em volta a procura de algo que pudesse lhe salvar, ele avistou um machado caído próximo a casa. Estava longe, porém sua única salvação naquele momento. Se arrastando rapidamente, foi se aproximando do machado, reuniu todas as forças que tinha e as que tirou de dentro de si para ir o mais rápido possível. Não acreditando, conseguiu chegar onde queria, pegou a arma e se levantou tremento muito, deixando o machado cair. Olhou para os monstros, estavam colado novamente, precisava agir. Pegou o machado e o empunhou, fazendo as criaturas recuarem.

–Me deixem em paz! -Gritou. -Sou apenas uma criança!

Steve jogou o machado contra um monstro a sua frente, que se espatifou brutamente no chão. Teria sorrido pelo seu feito se não fosse o medo e o desespero que tomassem conta de si no momento.

Os outros três que restaram fizeram um som que parecia um xingamento em outra língua e recarregaram os arcos. Arregalando os olhos, Steve pegou o machado que estava fincado no chão e saiu correndo em direção a casa.

O suór que escorria por todo o seu corpo, as lágrimas que banhavam seu rosto e embaçavam seus olhos, o braço dolorido por causa do peso excessivo e o tremor que o tomava fizeram daquele corrida para a mansão um dos piores momentos de sua vida. Era apenas um garoto, não suportava aquilo.

Na porta da mansão, começou a atacar a porta com o machado para tentar abri-lá. Escutando passos atrás dele, começou a bater e atacar a porta mais rápido. Não foi muito trempo e seus braços cessaram, fazendo com que ele soltasse o machado. O peso excessivo e exigir muito de sua força fez com que ele gastasse todas as energias que haviam dentro de si. Sua visão escurecera e ele caiu de joelhos sem nenhuma chance de poder resistir. Ao despencar de vez, caiu em cima da porta, que estalou com um barulho forte. Foi então que ele percebeu o que devia fazer. Mesmo fraco, jogava o peso de seu corpo contra a porta na intanção de derrubá-la.

Pouco a pouco ela foi cedendo, seu ombro doía, mas ele não podia parar, não naquele momento. A porta caiu de repente e Steve pôde ver a mansão por dentro. Como no celeiro, chamas percorriam o chão até o teto, não deixando nada. O calor bateu no seu rosto fazendo seus olhos arderem e lacrimejarem.

Se virou e olhou para trás, nada dos monstros, para sua sorte. Tentando retomar as forças, Steve se levantou e ficou em pé um tempo até sua visão voltar ao normal. O calor secara suas lágrimas fazendo todo o seu rosto ficar grudento.

Sua visão foi direto para a escada que dava para o andar superior. O caminho estava em chamas, mas talvez ele conseguisse chegar lá se fosse rápido e cuidadoso. Andando com as pontas dos pés, foi tomando cuidado onde pisava. Observava cada espaço que poderia utilizar verificando se não o quiemaria.

O calor que emanava em seu rosto e queimava sua pele, a fumaça que dificultava sua visão e o cansaço e o medo faziam com que Steve quisesse desistir. Sabia que não podia abandonar John, mas tudo aquilo era demais, porém, estava decidido que não iria voltar.

Ao chegar na escada, seus olhos ardiam e ele mau conseguia deixá-los abertos. Respirar era difícil, apenas com muito esforço se conseguia, e todo seu corpo ardia por causa do calor. Sem muita demora, subiu as escadas correndo e com o máximo de cuidado que podia.

No andar superior avistou a porta do quarto onde John estava. A porta se encontrava fechada, e provavelmente trancada, pois se não estivesse John já teria saído. Steve correu e chutou a porta umas três vezes, até ela ceder. Avistando o quarto, apenas chamas tomavam conta do local. Com os olhos cheios de lágrima e irritados, Steve entrou no quarto a procura de John. Em meio a labaredas de fogo que roçavam em sua pele, ele procurou até encontrá-lo caído no chão. Correu em sua direção e se agachou para falar com ele.

–John! V-vamos... n-n-não podemos ficar a-aqui. -Disse Steve entre soluços e guaguejos sacudindo John.

John não respondeu. Desesperado, Steve o puxou para um canto onde o fogo não havia tomado por completo e tentou reanimar ele. Tentativas frustadas se passaram por minutos enquanto o fogo dominava o quarto. Tempo depois, parte do teto caiu fazendo bloqueando a passagem. O desespero cresceu no coração de Steve. Sacudindo John o máximo que podia, ele gritava desesperado por socorro.

–Ai... -John gemeu baixinho.

Steve esperançoso começou a gritar seu nome novamente até ele responder.

–O que e-está fazendo a-aqui Steve? -Perguntou John com a voz rouca.

–Eu vim te ajudar, v-vamos rápido John. -Repondeu Steve o puxando.

Mais um pedaço do teto caiu, assustando os dois. Steve começou a puxá-lo com mais força. Uma lágrima rolou do rosto de John.

–O que foi?-Perguntou Steve.

John não respondeu, olhou para cima onde as estrelas pintavam o céu, agora com a casa sem metade do telhado ficava fácil avistá-lo.

–Nunca parei para observar o quanto o céu era bonito -Respondeu tempo depois.

Com as labaredas crescendo e aumentando, Steve olhou rapidamente para cima onde John mantinha o olhar fixo. Três estrelas alinhadas brilhavam mais do que as outras na escuridão da noite. Eram bonitas, mas o fato de que eles estavam entre chamas fazia perder toda a graça delas.

–Vamos logo John! -Gritou Steve o puxando.

De todas as formas possíveis Steve tentou mantê-lo de pé, mas ele já não estava em condições, inalara muita fumaça e sua perna direita apresentava uma grande queimadura.

Mais pedaços do teto desabaram, agora deixando a casa sem nada. E tempo depois, o chão começou a se desfazer.

–Vá embora Steve! Não tem o por quê de você ficar aqui! -Gritou John.

–Tem sim! E-eu vim pra te salvar! -Gritou Steve começando a chorar novamente e tentando inutilmente levantar John.

O chão começou a despencar mais rápido. Sem querer comprometer Steve, Johno encarou nos olhos e pegou suas mãos.

–Steve, já é tarde demais, não tem o por quê de você tentar me salvar. -Disse ele tentando também não chorar olhando as lágrimas que caíam como uma cachoeira do olhar de Steve. -Você é bom garoto, se sair agora conseguirá ajuda para viver mundo afora.

Parte do chão caiu de vez de repente. Apressadamente, ele revidou o argumento de John:

–M-mas seu estado ainda n-não está tão ruim John! Você consegue sim levantar, vamos!

John suspirou e deixou uma lágrima rolar pelo seu rosto.

–Talvez um dia você entenda a verdadeira questão disso aqui... Mas o que importa é que você deve se salvar agora... e... -Foi então que veio a cabeça de John que Peter podia estar em perigo também. -Steve! Como está Peter!

Steve gelou. Peter ainda estava no celeiro em chamas.

–E-ele está no c-celeiro!

–Olhe nos meu olhos Steve. -Pediu John. -Me prometa que vai salvar Peter e nunca irá me esquecer. Agora vá e se salve!

Percebendo que não havia mais chances, Steve se levantou. Olhou de relance para John sentindo lágrimas escorrerem por seu rosto. Sabia mais uma vez que iria perder alguém, e nada poderia fazer.

Foi então que ele percebeu que a porta estava bloqueada pelos detritos do telhado. Não havia saída. Em um ato desesperado, começou a puxar John.

-Me ajude! Não há saída, e eu não ierei abandoná-lo aqui desse jeito! -Gritava.

  Foi então que, um estalo pod-se ser ouvido, e sem que ele pudesse reagir, o lugar onde estava desabou e Steve caiu com tudo no chão em cima de um pequeno foco de fogo, queimando seu braço direito. Se levantando com dificuldade ele rapidamente olhou para cima na esperança de ver John, porém nada. Sabia que seria inútil ficar ali, mas apesar de poder morrer a qualquer instantes no meio das chamas, ele não saiu. Todo o seu corpo tremia de medo e desesperança, nã havia motivo para continuar, quem sabe se ele não se jogasse em meio ao fogo e acabasse com aquela dor de vez não fosse melhor? O que ele tinha a perder? E foi então que a imagem de Peter veio a sua cabeça, ele ainda estava no celeiro, talvez Steve ainda conseguisse salvá-lo. Olhando para cima mais uma vez, Steve disse para si mesmo:

   -Nunca te esquecerie John.

   Saindo o mais rápido que podia sem olhar para trás, corre para onde Peter podia estar.

   Seu coração quase parou de repente, sentiu as pernas vacilarem e caiu de joelhos no chão, o corpo estremeceu por completo e não havia mais lágrimas para escorrer. Sem saber se aquela dor fora apenas de uma morte ou de um desmaio, ele caiu inconsciente no chão, pois aonde era para estar o celeiro, havia apenas tábuas empilhadas umas em cima das outras queimando com o maior calo que podia emanar


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