PDV Rose

Tenho que confessar que havia sido estranho a conversa civilizada com o McCarty na cozinha, nunca imaginei que poderia um dia colocar o que eu sentia daquela forma ainda mais para ele, afinal eu nem o conhecia.

Estava caminhando para o meu quarto quando esbarrei em alguém.

– Princesa?

– Rei Simon? O que fazes aqui?

– Desci para pegar um copo com agua.

– Sei...

– A vossa Alteza poderia me dizer o que fazes acordada à esta hora da noite? Pode ser perigoso andar pelo o palácio a só neste horário.

– Minha segurança não diz respeito ao Senhor.

– É claro que diz, afinal qualquer coisa que se diz respeito a França diz respeito a mim e você senhorita é de grande interesse francês.

– Isso não importa, sou devidamente protegida em meu país.

– Claro, agora diga-me, não ia deixar a luz da cozinha acessa ia? Ou tinha mais alguém com a senhorita? Tenho a leve impressão de tê-la escutado conversar com alguém na cozinha.

– O rei deve ter um ouvido muito bom para escutar tal conversa uma vez que acabou de descer dos seus aposentos.

– Uma boa audição é uma arma indispensável na vida de um rei.

– E de um fofoqueiro também.

– O que estás insinuando princesa?!

– Nada vossa Alteza, mas respondendo a sua pergunta anterior, tenho por mim que deve chamar um medico, o senhor tem andado escutando coisas demais esses últimos dias, mas deve ser só o nervosismo, o que é totalmente aceitável julgando o tempo em que nos encontramos, e como também é do seu conhecimento eu como a princesa da Inglaterra prezo pelo o bem de todos inclusive o seu, se quiser eu mesma poderei chamar um medico, farei isto amanhã mesmo. Agora se me der licença irei para o meu quarto, tenha uma boa noite.

E sem ouvir mais nenhuma palavra subi as escadas sem nem ao menos olhar para trás.

Entrei em meu quarto e antes que deitasse na cama passei em frente do espelho e não acreditei no que vi, eu estava de camisola, vi meu rosto ficar vermelho... o meu segurança havia me visto de camisola! Isso explica do porque ficou horas me olhando sem dizer uma palavra... Canalha! Nunca nenhum homem havia me visto com estes trajes, tirando o meu pai é claro, e talvez o Edward ou o Jasper... mas eles não contam. Contam? Não importa agora, o que importa é que estive o tempo todo na cozinha com o meu segurança apenas de camisola e isso era... inaceitável.

Mas como não havia mais nada para se fazer resolvi deitar e esperar o dia de amanhã, e por mais que tenha sido estranho essa foi a primeira noite em que eu não dormir pensando em quão destruída a minha vida estava, não pensei nos Simons, na Inglaterra ou na França nem em guerras e mortes, mas pensei nele e no quanto a sua presença por mais irritante as vezes me fazia bem, em como era fácil ser apenas a velha Rosalie e em como ele fazia-me voltar a acreditar na possibilidade de uma vida normal e embora eu não gostava de admitir estava começando a me tornar dependente do meu segurança particular.

Acordei com os raios solares invadindo o meu quarto, ainda era cedo, mas resolvi levantar tomar um bom banho e escolher uma roupa mais interessante hoje, afinal estava de bom humor.

Passei uns bons minutos em frente ao guarda roupa escolhendo que roupa usar, hoje o dia estava frio... então tinha que escolher algo mais quente, pensei. Optei por um vestido verde claro, e com mangas longas, o busto era canoa e vinha com leves babados nas bordas das mangas que começavam apertadas, mas eram largas no seu fim, simples, mas elegante. Enfeitei o pescoço e orelhas com joias douradas o cabelo prendi em um coque, olhei-me no espelho e tive que admitir, eu realmente era uma mulher muito bonita com meus olhos verdes e longos cabelos loiros e cacheados.

Ouvi a porta sendo aberta e virei-me para ver quem era.

– Menina Halle já está de pé? O que lhe ocorreu está manhã? Sente-se bem?

– Calma Nancy, apenas acordei mais cedo somente isso.

– Somente isso? É sábado!

– Eu sei, mais um motivo para aproveitar o dia...

– Eu posso saber o porque de toda essa alegria em pleno sábado de manhã? Ou melhor, o porque desse sorriso e de tanta arrumação?

– E precisa de motivos para uma princesa como eu se arrumar Nancy?

– Em um sábado pela manhã? Sim.

– Apenas acordei de bom humor.

– Convenhamos princesa que acordar cedo, e bom humor não são características fortes suas... Ainda mais quando isso acontece em um dia como sábado pela a manhã, então trate de contar-me o motivo da alegria.

– As coisas estão melhorando Nancy, é como se eu estivesse me sentindo viva novamente sabe, como se houvesse uma esperança e um final feliz para tudo isso.

– E é claro que há menina, foi o que eu sempre disse, mas enfim... O que lhe convenceu destas coisas?

– Não é o que Nancy é quem.

– E as coisas estão ficando cada vez mais interessantes...

– Mas não direi quem é.

– Oque?

– Isso mesmo Nancy, deixe de ser curiosa, não direi quem é.

– Não estou acreditando nisso...

– Agora diga-me, como eu estou? Estou bonita?

– A senhorita sempre está linda jovem Rosalie.

– Isso é um sim?

– Claro menina, isso é um sim, pelo o amor de Deus minha jovem diga-me o porque de tanto nervosismo!

– Já disse que não direi... – E antes mesmo que me perguntasse qualquer coisa, sai do quarto deixando a Nancy com curiosidade.

Estava andando olhando os detalhes do teto enquanto cantava alguma coisa completamente distraída quando esbarrei em algo muito forte e largo, o que me fez ir automaticamente ao chão só não dei de bunda nele porque alguém me segurou e puxou-me de maneira rápida fazendo o meu corpo se chocar com o seu, antes mesmo de olhar para o rosto do homem que havia me segurado já sabia de quem se tratava, aquele peito másculo e o os ombros largos tirando em conta o uniforme azul me informava que eu não podia estar em outros braços que não fosse do meu segurança, eu estava sem reação e minha respiração se encontrava completamente ofegante, minhas mãos pousaram automaticamente em seu peito e ele não parecia incomodado com isso.

– Peguei você. – Sua voz roca e grosa fez com que tudo em mim se tencionasse.

Foi difícil, muito difícil, mas consegui afastar-me e olha-lo, e Deus porque ele tinha que ser tão bonito assim? Seu sorriso mostrava suas covinhas que o deixavam ainda mais bonito.

– Princesa? A senhorita está bem? – Disse de forma preocupada fazendo-me acordar da grande filosofia da minha vida.

– Hã? Sim, porque?

– Está calada... machucou-se?

– Não! É só que... – Senti o minhas bochechas ficarem vermelhas e abaixei a cabeça para disfarçar.

– Não precisa tentar esconder princesa, já disse-lhe que fica linda quando cora.

– Vou tentarei encarar isso como um elogio de agora em diante e... Bom dia McCarty.

– Bom dia princesa, então... vamos descer?

– Sim vamos.

Estávamos descendo as escadas lado a lado, conversávamos e era inevitável não rir de quase tudo o que ele falava, estava começando a descobrir que o McCarty não era uma má companhia e que assim como o pai era um grande humorista.

– Acordou cedo hoje princesa? Algum motivo especial? – McCarty dizia com um sorriso no rosto.

– Não, apenas estou mais disposta hoje, e eu tirei a conclusão de que todos nesse reino têm uma impressão de que eu sou uma pessoa preguiçosa.

– Somente nos fins de semana.

– Claro.

A sala de refeição estava vazia, mas podíamos escutar algumas vozes vinda da sala de estar.

– Pelo o visto eu acordei mais cedo do que imaginava.

– É apenas seis horas da manhã princesa.

– Uau! Devo estar com sono e não percebi, mas agora já era.

Continuamos andando até chegarmos na sala onde todos se encontravam, todos digo, meus pais e o rei Simon. Foi inevitável a surpresa ao me verem em pé neste horário da madrugada, e pude notar também que o meu querido sogro não gostou de me ver sendo acompanhada pelo o meu segurança.

– Filha? Aconteceu alguma coisa? Se sente mal?

– Porque todos estão me fazendo a mesma pergunta nesta manhã? Relaxe minha mãe apenas acordei mais cedo.

– Mas hoje é sábado Rosalie.

– Eu sei meu pai, eu sei, bom dia a todos.

– Sente-se conosco filha.

Assim fui me sentar ao lado da minha mãe que me recebeu com um beijo no rosto, o rei Simon parecia um pouco desconfortável ficava sempre intercalando seu olhar em direção a mim e ao meu segurança que continuava em pé perto da entrada, meu pai também notou o estranho olhar do rei e logo se pronunciou.

– Algum problema meu amigo?

– Apenas apreciando algo extremamente interessante Carlisle.

– E o que seria?

– Notei que aqui no seu reino você costuma confiar muito em seus servos, principalmente aqueles que trabalham diretamente com o senhor.

– Costumo colocar somente pessoas de confiança ao meu lado Ethan, não vejo nada de extremamente interessante nisso.

– Notei também que sua querida filha aprendeu isso muito bem com o senhor.

– Os filhos costumam copiar os pais, e a Rosalie confia naqueles que eu confio e vise e versa.

– Deveria repensar sobre isso, nem todos são confiáveis.

– O que está insinuando?

– Eu não estou insinuando nada meu amigo, apenas falo o que vejo e a sua filha tem tido atitudes que não são apropriadas para uma princesa muito menos se esta princesa em questão for comprometida.

– Vá direto ao ponto Ethan.

– Ontem anoite vi a sua filha junto com o segurança, os dois completamente a sós na cozinha conversando, o que eu não posso assegurar é que tenha se tratado somente de uma conversa sem nenhum interesse entre os dois, mas o amigo tem que concordar que não é aceitável uma princesa se encontrar com o segurança enquanto todos estão dormindo.

Eu não acreditava no que estava ouvindo, rei Ethan era ainda pior que as mulheres do reino quando se juntavam para fazer fofocas, ainda mais insinuar que estava tendo um caso, olhei para o meu segurança que continuava com a mesma postura, mas por um segundo ele olhou para mim e pude ver em seu olhar o medo de que algo lhe arrematasse a alguma consequência. Meu pai olhou para mim e depois para o meu segurança que mantinha o olhar fixo no chão.

– Isso é verdade Rosalie.

– Sim e não meu pai.

– Explique-se. – Respirei fundo, afinal eu não deixaria que o rei Ethan conseguisse o que queria, não o deixaria prejudicar nem a mim e nem ao meu segurança.

– É verdade o que diz em respeito de estar com o meu segurança ontem anoite na cozinha, mas o senhor precisa entender que senti sede durante anoite e como é de costume, e o senhor tem conhecimento desse meu velho habito, levantei para pegar um copo com agua, tenho certeza que meu segurança deve ter ouvido os meus passos e foi averiguar, o que o torna totalmente eficiente. Quando reconheceu que não era um intruso e sim a princesa na cozinha, baixou a guarda, o que nos fez ter o que o rei Simon chama de encontro a dois, como estávamos lá, nós conversamos, não vejo nada de errado nisso, ainda mais quando o senhor mesmo havia me dito uma vez para levar o meu segurança caso fosse andar pelo o castelo anoite, me alertou dizendo que era perigoso, ainda mais no tempo em que nos encontramos.

– O senhor confirma McCarty?

– Sim majestade.

– Então não vejo nada de errado nisso.

– Como não?! Não pode ser tão cego Carlisle, queres que o reino pense calunias a respeito de sua filha? Não consegue enxergar o que está diante de seus olhos? Olhe para eles! Tão... próximos. – O rei Simon estava começando a ficar alterado.

– CHEGA! Eu não sei sobre o senhor rei Ethan, mas não aceito que faça insinuações a respeito da maneira em que eu coordeno o meu reino, o senhor pode ser rei, mas está em minhas terras e aqui a ultima palavra é minha. E se o senhor achas que pode desrespeitar a minha filha levantando falsas verdades a respeito de sua reputação não terei escolha se não dar-lhe a consequência que lhe será merecida, porque o senhor pode criticar-me sobre muitos assuntos, mas da minha família e as regras desse reino se diz respeito a mim até que a minha filha ao subir o trono diga o contrario! Fui claro para o senhor?

– Sim. – E eu tentava não rir da face séria do rei.

– E sobre o relacionamento entre minha filha e seu segurança, não vejo nada de errado nisso, nunca foi proibido uma conversa, eu mesmo ordenei a minha filha para que ele a acompanhasse caso fosse a algum lugar durante anoite ou a qualquer outro lugar, e na verdade toda essa preocupação é pelo o fato da minha filha Rosalie conseguir ter um melhor relacionamento com um simples guarda do que com seu filho que é um príncipe. Mas convenhamos que o meu guarda é uma melhor companhia e até mais confiável do que o seu filho e isso nem mesmo o senhor pode negar.

E eu achando que era impossível amar mais o meu pai, eu nunca o imaginei me defendendo dessa forma, conseguia vê-lo lutar a espada ou criar uma guerra, mas rei Carlisle nunca foi de discutir dessa forma.

Depois de todas estas coisas ditas o rei Simon saiu do aposento dizendo que ia acordar a esposa, eu tentei segurar, mas assim que ele saiu foi impossível evitar as gargalhadas e até mesmo meus pais e meu segurança me acompanharam nessa.

– Eu sabia que o rei Simon era desprovido de algumas funções neurológicas, mas ele se saiu um fofoqueiro melhor do que as condessas.

– Isso foi verdade Esme.

– Obrigada por me defender pai, nunca imaginei que iria ouvi-lo falar assim de mim.

– Eu sou seu pai, nunca deixarei que alguém desrespeite você, nem mesmo um rei e já estava na hora do Ethan perceber quem está no controle neste reino.

– É assim que se fala pai.

– E o senhor McCarty não precisa se preocupar, ele pode ser um rei e o filho dele um príncipe, mas enquanto você estiver servindo a mim ele não terá direito nenhum sobre o senhor, e pelo que eu conheço o Ethan só pelo o fato dele se sentir ameaçado pelo o senhor poderá muito bem tentar afasta-lo da minha filha, caso isso acorra diga a mim e em hipótese alguma obedeça uma ordem dada por ele e isso é uma ordem minha, aqui você só deve lealdade a minha família e ao nosso povo, eu tenho em você meu jovem a mesma confiança que tinha com o seu pai.

– Obrigado majestade é uma honra ser digno dessa confiança prometo não decepciona-lo.

Era nítido como ele sempre se sentia honrado ao ser comparado com o pai, podia até ser que no físico o McCarty não se parecesse tanto com o Bernard, mas o caráter era incontestável.

– Sabemos que não irá McCarty – Disse a fim de mostrar que apesar de nossas desavenças eu confiava nele – E eu sou uma com a palavra do meu pai, confio a minha vida ao senhor da mesma maneira que um dia eu a confiei ao seu pai.

– Obrigada princesa, meu pai tinha um grande fascino pela a senhorita, não houve um dia em sua vida que não mencionou o seu nome, tenho certeza que foi uma honra para ele estar ao seu lado.

– A honra foi minha também, seu pai foi um grande homem para todos nós e foi como uma pai para mim, amigo, confidente e conselheiro, realmente um homem digno de ser lembrado.

– Senhores, eu sei que a conversa está agradável e não pretendo negar nada dito aqui, mas está na hora do café, pois eu não sei os senhores, mas a rainha também sente fome, vamos Carlisle?

– Sim meu amor, vamos.

Meu pai levantou estendendo a sua mão direita para que a minha mãe a segurasse, logo em seguida estendeu a mão esquerda a mim que também a peguei e juntos nos dirigimos à mesa do café onde cada um tomou o seu lugar, McCarty tinha se retirado, pois normalmente os empregados e servos comiam juntos na mesa da cozinha.

Em poucos minutos os Simons se juntaram a nós na mesa, rainha Amélie estava com o sorriso matinal de sempre, já o rei e seu amável filho não pareciam felizes nesta manhã.

O café foi tranquilo e sem muitas conversas apenas alguns comentários. Assim que todos terminaram cada um se dirigiu para os afazeres do dia, meu pai junto com o rei e o príncipe Simon foram discutir de assuntos do reino, minha mãe e a rainha decidiram ir a cidade para encomendar roupas novas e eu... não sabia o que iria fazer.

– NANCY! – gritei.

– Sim princesa? O que deseja? – Uma Nancy afoita saiu da cozinha desesperada.

– Primeiro respira...isso. Agora, eu estava pensando em treinar um pouco o piano então... estou te dando o dia de folga hoje, a não ser que queira me fazer companhia, mas receio que a sua filha iria adorar a companhia da mãe nesta tarde.

– Sim princesa. Muito abrigada irei agora mesmo chamar alguém para que me leve.

– Faça isso.

E assim que a casa estava praticamente vazia dirigir-me até a sala onde se encontrava o grande piano de calda branco, a sala era fechada e a entrada era apenas por uma porta.

Andei até o piano e sentei, meu dedos passaram pelas as teclas sentindo cada uma delas, e lentamente comecei a dedilhar fazendo fluir as notas que ecoavam dando vida a musica que ha muito não era tocada por mim, e como se houvesse a necessidade minha voz começou a sair como se estivesse sido ensaiada ha anos em algo que ha tempos não fazia, compor.

Então os sentimentos e pensamentos criaram forma de letras cantadas que junto com as notas do piano formavam a melodia e pude ouvir o que da minha boca saiam...

Algo mudou dentro de mim

Algo não é o mesmo

Estou cansada de jogar pelas regras

Do jogo de outra pessoa

Tarde demais para repensar

Tarde demais para voltar a dormir

É hora de confiar nos meus instintos

Fechar meus olhos e saltar

É hora de tentar

Tentar desafiar a gravidade

Então acho que vou tentar

Desafiar a gravidade

Me dê um beijo de adeus

Estou desafiando a gravidade

E você não me deixará pra baixo!

Estou cansada de aceitar limites

Porque alguém diz que eles são assim

Algumas coisas eu não posso mudar

Mas até eu tentar, nunca vou saber

Tanto tempo estive com medo de

Perder o amor que achei que tinha perdido

Bem, se isso é amor

Ele vem por um preço muito alto!

Pretendo comprar

O desafio à gravidade

Me dê um beijo de adeus

Estou desafiando a gravidade

Acho que vou tentar

Desafiar a gravidade

E você não me deixará pra baixo

Pretendo comprar

O desafio à gravidade

Me dê um beijo de adeus

Estou desafiando a gravidade

Acho que vou tentar

Desafiar a gravidade

E você não vai me deixar pra baixo

Deixar pra baixo

Oooooooooooh!

Subi com todo o folego que restava, mas em nenhum momento desafinei.

Havia perdido a noção de tudo em minha volta, mas fui traga de volta quando ouvi palmas serem batidas assim que eu havia terminado a ultima nota, virei-me bruscamente em direção de quem as batia e pude ver o meu segurança parado e sorrindo enquanto vinha em minha direção.

– Não vi que estava ai. – Disse já tímida e sem saber o que fazer, nem ao menos conseguia olhar para ele.

– Ainda bem.

– Há quanto tempo está ai parado?

– O tempo suficiente para ter escutado toda a musica.

– Hum...

– É uma musica muito bonita princesa... original?

– Acabei de compor.

– Creio que acabei de descobrir mais um dos seus talentos.

– Obrigada.

– Tem uma linda voz princesa combina com quem canta.- Agora sim eu havia ficado vermelha, o meu segurança havia acabado de dizer que me achava linda... – Desculpe-me, não quis ofende-la.

– Não se ofende uma mulher com elogios McCarty, apenas a deixa sem graça... ainda mais quando esses elogios veem de pessoas como você. – Levantei-me ficando a sua frente.

– Pessoas como eu? – Deu mais um passo para frente, fazendo ficarmos ainda mais próximos.

– Sim, como você. – Sentia que estava começando a ficar sem voz devido o nervosismo.

– E Poderia eu saber que tipo de pessoa a princesa pensa que eu sou? – Era impressão minha ou o sorriso em seus lábios era só para me provocar?

– O senhor sabe...

– A princesa se engana, eu não sei.

– Eu só tenho as minhas teorias McCarty.

– Eu também tenho as minhas princesa. – O senti se aproximar demais e atravessar a linha segura, seu rosto estava perto demais do meu, e como se o meu corpo não mais me obedecesse se aproximou involuntariamente, mas eu tinha que voltar a realidade antes que isso me gerasse graves consequências.

– Ótimo! Agora... Se me der licença terei que me retirar... – Confesso que nem o esperei dar uma resposta, mas eu precisava sair dali o mais rápido possível , antes que... eu não faço a mínima ideia do que eu estava tentando evitar, mas como minha mãe sempre me disse “ Melhor prevenir do que remediar”.

Durante o restante do dia que se passava, tentava ao máximo não me encontrar com o meu segurança, sabia que se eu me desse ao luxo de olhar em seus olhos eu poderia sentir novamente a sua respiração se misturar com a minha, a sua proximidade perigosa de horas atrás, sabia que minha mente iria imaginar todas as coisas que poderiam ter acontecido e talvez, só talvez, me arrepender de ter saído.

Então evitei, evitei andar nos mesmo corredores, olha-lo, pensar ou imaginar, apenas estava sendo uma missão impossível para a minha mente viajante.

Quando a noite chegou os meus pais já estavam em casa juntamente com a família Simon, estávamos agora jantando, e eu claro continuava em minha difícil tarefa de não olhar para o meu segurança que tentava fazer o mesmo, porem era visível que tanto eu quanto ele não estávamos tendo êxito em nossa missão.

Estava completamente alheia a tudo que ocorria em minha volta quando todos nós pulamos com o susto de um soldado correndo e parando em nossa frente completamente ofegante, devido ao seu uniforme todos nós reconhecemos como sendo alguém das tropas marítimas, provavelmente enviado pelo o próprio Edward.

– Majestades, minhas desculpas por entrar dessa maneira, mas trago informações de extrema urgência. – Falava enquanto fazia as devidas reverencias.

– Acalme-se soldado, respire e diga-me a qual informação se refere. – Falou meu pai mostrando interesse no assunto.

– Sim majestade. O comandante Cullen pediu que lhes informassem que foi avistado o navio russo perto do forte, provavelmente estarão nas terras inglesas amanhã pela a manhã. O czar está aqui majestade e traz consigo mais dois navios carregados de homens armados.

Depois da ultima informação ninguém ousava dar o seu palpite. Porque o czar trazia homens armados? Porque dois navios para isso? Não seria apenas uma conversa civilizada entres os países?