Impasses De Uma Princesa Superprotegida escrita por Relsanli


Capítulo 2
Despedidas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/218292/chapter/2



PDV Carlisle

Já fazia cerca de quatro meses que havíamos fechado o acordo com a França, quatro meses de paz, eu estava super feliz e aliviado por saber que não teríamos mais uma possível guerra contra o reino francês. Como havíamos assinado o tratado com os selos reais agora os reinos Francês e Inglês praticamente faziam parte da mesma família. Isso gerou um costume de que todos os meses nos veríamos, sendo que em um mês eu os visitaria e no outro os receberia no meu reino, não mais como convidados de honra, mas sim como parte da família.


Esse era o mês da minha visita e já estava tudo preparado, Esme me esperava na carruagem com a pequena Rosalie em seu colo que não tirava o sorriso do rosto. A viagem fora tranqüila, riamos toda a vez que a Rosalie tentava algo diferente. Logo chegamos ao reino que passamos a conhecer melhor de uns tempos para cá, e como era de costume Bernard e sua esposa Amélie nos esperavam na entrada do castelo. Eles nos levavam até aos nossos quartos, mesmo que já soubéssemos muito bem o caminho, a companhia era indispensável.


Toda a vez que os visitava me alegrava por saber que o casamento deles fora assim como o meu, baseado no amor, mas sempre que pensava nisso logo a alegria era substituída pela a preocupação, e se com a Rosalie não for assim? E se ela não amá-lo ou ele não a amar? Ela seria feliz? Não era justo com a minha filha, eu tive a oportunidade de escolher, vivi a minha vida inteira falando sobre o amor verdadeiro para a Esme dizendo que era isso que importava, sempre bani todos que se casavam por interesse, e estava fazendo isso com a minha própria filha, não dei a ela uma escolha, fui egoísta com uma das pessoas que eu mais amo no mundo, tudo por causa de uma guerra, tenho medo de ser odiado por ela por causa disso, e não poderei culpá-la.


O dia como sempre foi maravilhoso, conversamos, rimos, agimos como uma verdadeira família a Rose já aprendera a andar e o pequeno príncipe Royce estava engatinhando, ver os dois juntos brincando e rindo no chão melhorou o meu humor, pelo menos um vínculo de amizade estava sendo formado. A noite chegou e logo todos foram para os seus quartos descansar, Esme já segurava uma Rosálie dormindo em seu colo e Amelie um Royce sonolento o que significava que a hora de dormir chegara.


A noite estava tranqüila embora eu não conseguisse fechar os olhos, Esme se mexeu no meu lado e logo vi seus olhos de chocolate olhando para mim preocupados.


– O que foi meu amor? Não consegue dormir?


– Não tenho sono.


– Preocupado com algo?


– Não exatamente, não sei o motivo da insônia, só não consigo dormir.


–Há algo que eu possa fazer por você?


– Não se preocupe querida, volte a dormir.


Esme logo voltou a dormir e eu continuei olhando para o teto escuro,
decidi levantar para pegar um copo com água e tomar um ar fresco, quem sabe assim pudesse descansar. Desci as escadas o mais quieto o possível para não acordar ninguém, principalmente as crianças, tive uma pequena surpresa quando cheguei a cozinha do castelo.


–Bernard?- Percebi que ele tomou um pequeno susto com a minha voz logo atrás dele.


–Carlisle? Meu Deus meu amigo, me assustou chegando assim dessa maneira.


–Perdoe-me, não era a minha intenção.


–De certo que não. Então diga-me, o que fazes acordado a essa hora?


– Não consigo dormi. E você Bernard, também não?


– Está certo meu amigo, também não consigo fechar os olhos e dormir.


– Preocupado com algo?


– De certo que não. Apesar de não saber o motivo da insônia.


– Se passa o mesmo comigo.


– Então sente-se meu amigo e vamos conversar - Sentei-me ao seu lado depois de pegar o copo com água.


Conversamos durante a madrugada e cada 30 minutos uns dos homens da guarda real nos perguntava se precisávamos de algo e nos informava que estava tudo em ordem. Uma parte da guarda real do meu país viera comigo por questão de segurança, não eram muito os que eu trazia comigo, apenas os de confiança que era necessário o restante ficava protegendo a Inglaterra. Percebemos que já era tarde e teríamos um dia cheio então nos despedimos e cada um foi para o seu aposento.


A noite continuava tranqüila, tentava pensar em algo que pudesse me fazer dormir, porém um barulho de algo quebrando que veio da cozinha me vez levantar no impulso. Peguei minha espada, Esme ainda dormia ao meu lado e Rosalie tinha um sono pesado como o da mãe. Sai do meu quarto fazendo o mínimo barulho possível e me deparei com Bernard também com sua espada saindo do seu quarto, nos olhamos e fizemos sinais para que descêssemos juntos por lados opostos, eu pela a direita e Bernard pela esquerda, a ansiedade e o nervosismo estavam presentes, porém o engolíamos para cumprir o nosso dever.


Até então não sabíamos o que acontecia poderia ser apenas um copo que havia caído ou qualquer outra coisa inofensiva e nós contávamos que fosse isso, mas tudo aconteceu muito rápido e em menos de um minuto milhares de soldados entraram no castelo com armas e espadas nas mãos, reconheci os meus soldados e os de Bernard lutando do mesmo lado contra outros homens que eu não consegui distinguir a quem serviam.


A luta estava intensa eu e Bernard descemos e lutamos lado a lado, eram muitos e talvez a pequena parte de nossos exércitos que estava ali não desse conta, mas não desistiríamos por uma questão tão banal como o número inferior de soldados. Lutaríamos até a morte! Nos defendíamos, formávamos uma parceria imbatível, ao nosso lado só podia se ouvir
coisas se quebrando e o barulho das espadas se chocando uma com as outras, havia morte, uma verdadeira guerra travada dentro do próprio castelo, seja lá quem era o mandante sabia exatamente a hora e o local onde atacar.


Minha maior preocupação era o resto das nossas famílias, pensei em Esme... Rosalie... Amelie e Royce, não saber o que estava acontecendo com eles me matava e via que Bernard se preocupava com o mesmo, pois a cada segundo olhava no topo da escada e para as portas do quarto pra conferir, mas tudo acontecia rapidamente. Continuei a lutar, tentando não pensar em mais nada que não fosse a vitória, mas vozes desesperadas chamaram a minha atenção e de Bernard também.


– Carlisle! Bernard! Olhamos rapidamente para cima e vimos Esme e Amelie gritando no topo da escada, percebi que elas estavam descendo no impulso de tentar nos ajudar.


–PAREM! – Gritamos ao mesmo tempo, desesperadamente para fazê-las voltar para os quartos onde estariam seguras.


Porém os gritos que vieram delas não chamou somente a nossa atenção, infelizmente os outros soldados que não pudemos reconhecer as notaram, e logo quatro deles caminhavam em suas direções, com o desespero crescendo em nosso peito, eu e Bernard corremos em encontro aos homens que provavelmente as atacariam, três foram derrotados por nós, faltava apenas um.


– Carlisle, suba e deixe nossas famílias em segurança, eu vou distraí-los!!! – Ouvi Bernard gritando por cima das espadas.


Não pude contestar, mesmo que deixar um amigo sozinho na batalha doía-me no peito, não podia negligenciar a segurança de nossas esposas. Era preciso!


– Volto logo meu amigo - Foi o que disse enquanto subia sas escadas conduzindo as mulheres. Fiquei tranqüilo em ir, pois vi que Albert estava no aposento com Bernard lutando ao nosso lado, como um verdadeiro soldado inglês faz para defender seu país.


As coloquei no quarto que eu e Esme estávamos ocupando alegando que era o mais seguro, mas antes de fechar a porta percebi a inquietação na voz de Amélie.


– Carlisle?! - Ela disse chamando minha atenção me fazendo parar para ouví-la - Royce, o Royce se encontra no quarto ao lado.


– Não se preocupe Amélie, irei buscá-lo.


Sai apressado em direção ao quarto para buscá-lo, mas me deparei com a porta aberta, entrei já com a espada nas mãos preparado para atacar. Meu coração gelou quando vi Bernard lutar sozinho contra cinco homens defendendo a vida do filho. Corri para ajudá-lo, porém três homens entraram na minha linha de visão e não pude chegar até ele.


A solução era lutar como se tudo dependesse da minha espada, vi que Bernard estava ferido perdendo a batalha, derrubei os três homens e quando o último caiu ao chão, pude olhar a frente. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa uma espada atravessou o peito de Bernard. Choque invadiu o meu semblante!


Meu amigo estava ferido de morte, corri em sua direção, mas antes de alcançá-lo o vi cair de joelhos, a espada foi tirada e seu corpo desfaleceu sendo levado ao chão pela gravidade.


O dono da espada que feriu Bernard sumiu de minha visão atravessando a porta. Tentei alcançá-lo, mas era tarde. Do outro lado do aposento um dos soldados inimigos pegou o pequeno príncipe e como um gato astuto pulou a janela sumindo na densa madrugada. Tudo aconteceu muito rápido, tentei focalizar para que lado ele tinha ido pela janela aberta, mas de nada adiantava.


– Carlisle... Ouvi sua voz já falha devido à ferida que se encontrava em seu peito, corri até ele me ajoelhando ao seu lado.


– Senhor, perdoe-me não pude conter todos os soldados, eram muitos, tive que isolar a porta de entrada. – Albert se desculpava preocupado com os ferimentos do Rei.


– Fique tranqüilo Albert. Não foi sua culpa. Reúna as forças, e faça uma busca pela área atrás do príncipe. Vá rápido, ele não deve está muito longe. E Albert...– falei antes que ele saísse.


– Sim Majestade.


–Não importa como... mas, traga o príncipe de volta.- Albert saiu correndo do aposento...e voltei minha atenção para Bernard.


– Bernard. Meu amigo perdoa-me... Eu...


– Obrigado grande amigo... Eu só te peço uma coisa. – Sua voz era fraca - Peça. – eu levantei sua cabeça para facilitar sua fala.


– Faça o nosso reino feliz... Prometa-me Carlisle.. – Ele tossia enquanto falava - Que fará o possível para deixar esse reino feliz... Faça que sempre... Sempre Carlisle irá colocar a felicidade das nossas famílias em primeiro lugar... Não se esqueça o que sempre falamos... O que sempre falamos sobre o amor. Pode prometer-me isto meu amigo? – Seu fôlego estava entrecortado.


– Prometo! – Foi tudo o que disse. Senti uma lágrima cair pelo o meu rosto enquanto o último sorriso saia do rosto de Bernard. Nesse meio tempo só pude ouvir os passos dos soldados inimigos indo embora.


– Majestade, uma carruagem já está a caminho da casa do médico real. – Falou um dos guardas reais arfando, mas já não havia tempo. O médico não era mais necessário.


– NÃO! Ouvi os gritos de Amélie e Esme vindo da porta e logo seus corpos estavam ajoelhados ao lado do grande homem ao qual seu país teve a honra de chamar de rei e eu de chamar de amigo. Eu lembraria e cumprira a promessa com honra.


– Fiz a única coisa que podia no momento. Levei minha mão até os seus olhos os fechando pela última vez.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!