Impasses De Uma Princesa Superprotegida escrita por Relsanli


Capítulo 14
Persuasão.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores que saudades... quero primeiramente agradecer a PaulaBrito que me deu a minha primeira indicação, muito obrigada.
Sei que sumi por uns dias, mas estou de volta. Eu particularmente amo esse capitulo então espero que vocês também gostem e se possível leem as notas final.



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PDV: Rose


Ainda não acreditava no que estava acontecendo, em poucas horas a minha vida tinha ficado ainda pior, afinal uma guerra com a Rússia era o mesmo que caminhar em direção à forca e esperar sair de lá vivo.


Será que ninguém conseguia ver o quão angustiante isso é? O pior era o sentimento de culpa que me assombrava, saber que tudo o que estar a ocorrer é pelo simples fato de o czar querer que me case com o seu filho.

Algo extremamente absurdo de sua parte já que ele tem total conhecimento do tratado entre França e Inglaterra, tratado no qual eu estou completamente envolvida.


Tudo o que eu gostaria era uma forma de acabar com tudo isso, não aguentava mais pensar na hipótese de perder um pai, o reino não sobreviveria a perda de um rei, eu e minha mãe não sobreviveríamos sem ele ou perder um dos meus melhores amigos. Edward... Jasper.


Alice e Bella me matariam se algo acontecesse a algum deles e provavelmente morreriam juntas, até mesmo o McCarthy, se ele morresse sua mãe me odiaria pelo o resto da vida, primeiro seu marido e depois seu filho? Seria dor demais para uma única mulher.


E eu não estava disposta a ser responsável pela a vida de todos, sei que eles estavam dispostos a lutar para proteger a honra da tão amada Inglaterra, mas esse era um sacrifício que eu não estava disposta a correr.


Então havia tomado a minha decisão, passei toda uma noite em claro pensando nas possibilidades, nos riscos que eu me submeteria, mas ainda assim valia a pena tentar.

Com essa decisão iria conversar com o meu pai, e assim fiz, expus a minha causa, meus anseios contei-lhe a culpa que eu sentia. Ele exercendo o seu papel de pai disse que nada era minha culpa e ainda teve o cavalheirismo de se colocar como o culpado de toda a história.


O Rei estava decidido, sua ultima palavra havia sido dada e julgar pelo o seu olhar e a forma como havia alterado a voz diante de toda situação era claro que não iria voltar a atrás com suas palavras, um rei raramente volta atrás com uma palavra.


Com a sua opinião decretada mandou-me que fosse para o quarto sendo vigiada por meu segurança que só sairia dali com ordens diretas dele.

Porém, eu havia deixado bem claro que nada do que dissesse iria impedir-me de fazer o que eu julgava ser o certo. E era exatamente isso que eu estava fazendo, ele defendia o seu ponto de vista e eu defenderia o meu.


Peguei algumas folhas, a pena metálica e o tinteiro que ficavam guardados em uma gaveta em minha escrivaninha.

Escrever uma carta exigia tempo, pelo o fato de precisar molhar a ponta da pena praticamente a cada palavra, já que a tinta secava, mas não era somente esse o fator de demora da carta, seu teor era de extrema importância, uma frase não intendida ou escrita errada poderia arruinar tudo.


Era por volta de 14h00min da tarde o que me dava tempo até que a noite chegasse e fosse servido o jantar, então para não perder mais tempo, comecei a escrita.


Não sabia exatamente o tempo que havia se passado, mas ao olhar para o chão e ver tantas folhas amaçadas me dava a impressão que havia se passado muitas horas. Mas, não me importava com o quanto tinha cido a demora, a carta estava pronta, não havia ficado tão grande como achei que ficaria, mas consegui de uma forma direta dizer tudo que era preciso.


Só faltava um pequeno e simples detalhe: O selo real.

Caminhei até a porta e a abri lentamente, olhei para os lados e logo avistei o meu segurança encostado na parede, seus olhos estavam fechados queixo direcionado para a cima, seus braços estavam cruzados frente ao corpo, e um de seus pés batia freneticamente no chão parecendo acompanhar uma música que só era escutada por ele.


Calculei a distância que havia entre nós, uns 2,5mt da minha porta, precisava ir até ao escritório e para isso precisaria descer as escadas que ficava cerca de 5,0mt ao lado oposto que ele estava, o caso de não ter notado ainda a minha presença me dava uma vantagem, não era necessário me esconder até a minha volta, ver-me voltar não seria o problema, problema seria me ver indo.


Fui cautelosa abri um pouco mais a porta fazendo o máximo de silêncio possível, e sai, caminhei lentamente para fora dei exatamente três passos e olhei para trás meu segurança permanecia na mesma posição, sorri com a vitória, mais dois passos...


– A princesa realmente acha que conseguirá sair com tanta facilidade?


Escutei a voz grossa do meu segurança e automaticamente virei para a sua direção, ele não havia mudado de posição, seus olhos ainda estavam fechados, braços cruzados, apenas seu pé não mais batia e havia um sorriso divertido em seu rosto. Então ele sabia que eu estava ali desde o início.


– Irei sair e nada irá me impedir.


Virei novamente voltando ao que estava fazendo e ouvi sua voz novamente, porém dessa vez perto de mais.


– A princesa tem certeza?


Rodei o meu corpo para trás e dei de frente com o seu corpo parado perto do meu, perto demais, eu conseguia senti a sua respiração, minha cabeça batia na altura de seu peito e eu via seu pulmão fazer o movimento de descida e subida acompanhando sua respiração calma.

Sentia seu olhar sobre mim, então levantei a minha cabeça e pude vê-lo com o mesmo sorriso divertido nos lábios, porém agora as covinhas estavam o acompanhando.


– Quan... Quando foi que... Quando foi que chegou até aqui? Ouvi uma pequena risada abafada em seu peito.


– Quem sabe um dia princesa, eu lhe ensine a ser mais cautelosa.


– Não estava fazendo barulho algum.


– O suficiente para que qualquer um que passasse escutasse.


– Não sei se já percebeu, mas peço que se afaste, está perto de mais McCarthy.


– Claro. E isso a incomoda, certo? E apenas se afastou dando um único passo para trás.


– Agora, se me der licença, não que eu precise dela é claro, irei voltar ao que ia fazer.


– Sei... Acho que a princesa se enganou em respeito a isso, não posso deixar que continue. Então se não for muito difícil para que sua mente entenda, peço que volte para o quarto.


Não acreditava, mas o suicida do meu guarda havia me chamado de burra.


– Então, perdoa-me por desapontá-lo, mas a minha mente não responde a ordens inferiores a ela. Mas já que a sua está acostumada a receber ordens, digo que irei ao escritório.


Depois de dito, o vi ficar quieto, por certo estava imaginado ver a minha cabeça sendo arrancada na guilhotina, mas isso não me incomodava.


– São as ordens do seu pai.


– Acho que não deixei claro, mas elas nem sempre causam efeito em mim.


Continuei andando, desci as escadas e me encaminhei até o escritório me certificando sempre se havia alguém por perto, por sorte todos estavam ocupados com outras coisas agora.

Entrei, avistei a mesa, andei até o cofre que ficava escondido em uma pequena parede falsa no canto da sala dirigir-me até ela, foi quando escutei a porta sendo aberta.


Virei-me rapidamente, soltando um longo suspiro de alívio ao ver quem estava ali.


– Por acaso quer ser responsável por matar a princesa sr. McCarthy?- Então...decidiu se render? Ou veio me entregar ao rei?


– Apenas vim fazer o que foi designado a mim, se lhe acontecer algo, serei eu o culpado, então só peço que termine logo com isso.


– Vire-se.


Seu cenho frisou e eu apenas mandei que obedecesse, e ele se virou logo em seguida. Agachei-me na altura do cofre e inseri sua senha, o que não era tão fácil, pois o mecanismo dele era de ferro e as vezes não girava com facilidade. Consegui abrir e pegando o selo imperial fechei o cofre rapidamente saindo de perto dele para que o McCarthy não soubesse sua localização, sentei-me à mesa.


– Pode se virar McCarthy.


E assim fez, continuei com que eu estava fazendo, derreti a cera em cima do envelope tatuando com o anel real.


– Essa é a carta para o czar?


– Sim.


– Então, você realmente a escreveu?!


– Não podia deixar de escrevê-la e nem de enviá-la.


– Posso saber o porquê de essa carta ser tão importante assim ao ponto de desobedecer às ordens de seu pai?


– Não acha que está perguntando de mais? Mas, eu preciso mandá-la por que... Porque não posso deixar ver tudo isso acontecer sem tentar fazer nada, ver todos que amo correrem o risco por mim, e nem ao menos tentar inverter a situação, mesmo que para isso eu tenha que colocar a minha vida em risco, o que é a minha vida comparada a milhares que podem se perder com uma possível guerra? E além de quê, esse é meu dever não é? Proteger o país que amo.


Sentia que estava falando de mais, McCarthy permanecia imóvel apenas me observando, sua expressão não mudou, não disse nenhuma palavra, apenas continuou calado.


– Vamos? Terminei o que vim fazer.


Peguei a carta e sai rapidamente do escritório com o meu guarda logo a minha frente ele me dizia se a área estava limpa e eu podia passar, em segundos chegamos ao quarto, e eu entrei rapidamente.


Fechei a porta, porém antes que eu me afastasse completamente dela abri novamente, McCarthy se encaminhava ao mesmo lugar que estava antes e se encostou novamente na parede.


– McCarthy?


– Sim princesa.


– Obrigada por ter me ajudado. Não se preocupe o rei não ficará sabendo de nada.


– Sobre o que exatamente princesa? Estive aqui todo o tempo e você não saiu do seu quarto, ao que a princesa se refere?


Dizia isso de forma divertida, e logo voltando a mesma posição de antes, olhos fechados, braços cruzados e um único pé batendo na madeira acompanhando o mesmo ritmo. Ri com sua atitude e fechei a porta.


Deitei-me na cama para descansar um pouco, Afinal ainda havia muito a se fazer hoje.


Ouvi algumas batidas em minha porta e acordei com o susto, olhei para a janela e já havia escurecido.


– Entre.


– Olá minha querida.


– Nancy! Olá.


– Seus pais pediram para chamar-lhe para o jantar.


– Antes, pode preparar-me um banho Nancy?


– Claro, querida.


– Muito grata Nancy.


Nancy entrou no banheiro e começou a preparar o meu banho, esquentando a água, e pegando tudo que era necessário.


– Nancy?


– Sim princesa.


– O meu segurança? Onde ele está?


– Seu pai o chamou para conversar na sala de reuniões.


– Na sala de reuniões? Sabe para que?


– Não minha jovem. Aconteceu alguma coisa? Seu pai parecia preocupado quando veio o chamar.


– Não, bom, pelo menos ainda não.


– Pronto, venha querida.


Fui até o banheiro, me despi e logo entrei na banheira com água quente fazendo automaticamente todo o meu corpo relaxar.


– Se não for intromissão minha... O que tanto ocorre para que o rei esteja tão preocupado nesses últimos dias? Não só o rei como você e sua mãe também.


– Eu recebi uma carta.


– Uma carta?


– Sim, do czar da Rússia.


– Isso não é algo que acontece sempre.


– É.


– E o que dizia nessa carta?


– O czar quer que eu me case com o seu filho.


– Isso é impossível vossa alteza já está noiva.


– Esse é o motivo da preocupação, ele deixou bem claro que caso houvesse recusa uma guerra aconteceria.


– E seu pai recusou.


– Sim.


– Por isso tanta preocupação. O rei odeia guerras.


– Todos nós. Mas a decisão dele já foi tomada.


– E a sua?


– Também.


– Esse “também” quer dizer que ela é diferente da decisão de seu pai. Estou certa?


– Não vou ficar de braços cruzados enquanto vejo uma guerra acontecer.


– E o que a senhorita pretende fazer?


– Você verá Nancy.


– Não vá fazer nenhuma besteira minha jovem, obedeça ao seu pai ele sabe o que fazer, ele é o rei.


– O rei já me provou muitas vezes que pode cometer erros... o primeiro eu nada pude fazer a não ser aceitar e seguir em frente, mas dessa vez eu não deixarei que tomem a decisão por mim.


– Vejo que esta convicta do que irá fazer.


– Sim, e falta bem pouco para colocar tudo em prática.


Já havia terminado o banho, me vesti e desci até a mesa de jantar, onde apenas a minha mãe encontrava-se sentada a minha espera.


– O rei não vem?


– Está conversando com o jovem McCarthy, disse que se atrasaria.


– O rei deve estar muito ocupado nesses últimos dias.


– Sim, pode me dizer por que está chamando o seu pai de “rei”?


– Não é isso que ele é?


– Ele é seu pai.


– Hum. Interessante.


– Está acontecendo alguma coisa entre vocês dois, o que é? O que vocês conversaram na sala de reuniões pela a manhã? É sobre isso não é? Seu pai saiu de lá muito nervoso.


– O rei encontra-se nervoso por vontade própria.


– Posso saber por que motivo seu pai gostaria de ficar nervoso?


– Por que não pergunta isso a ele? Aproveita e pergunta também se algum dia eu poderia tomar alguma decisão, se terei que ficar toda uma vida sentada vendo todos tomarem as decisões por mim. Pergunta isso ao seu querido rei.


– Perguntar-me o que Rosalie?


Virei-me e pude ver o meu pai parado atrás de mim, seus braços cruzados e sua expressão séria, o que significava que ele havia escutado o que eu tinha falado segundos antes, um pouco mais atrás o meu segurança encontrava-se de mesma forma, porém sem a expressão séria, na verdade era até meio divertida.


– Vamos Rosalie, estou esperando a sua pergunta.


Continuei com uma expressão enrijecida não mostrando sentimento algum.


– Temo que a pergunta que tenho a fazer ao rei ele não irá gostar de responder.


– Rosalie! – Minha mãe me repreendeu.


– O que foi minha mãe?


– Tenha respeito para com seu pai.


– Sim claro. Perdoa-me meu pai.


Pude ouvir meu pai respirar bem fundo e depois soltar todo o ar que havia preso em seus pulmões, logo o som da cadeira se arrastando ao meu lado pode ser ouvida e em seguida o vi sentando ficando assim ao meu lado.


– Filha, não quero que fique chateada pela a minha decisão essa manhã, tente entender que tudo o que eu faço é para o seu bem.


Continuei calada mesmo sabendo que ele esperava uma reação minha.


– Eu queria que fosse diferente minha filha, faria qualquer coisa para impedir essa guerra, qualquer coisa que não a colocasse em risco, e o que me pede é arriscado de mais Rosalie. Será que não entende que faço isso para protegê-la?


– Para proteger-me? Isso soa um pouco estranho para mim.


– Entranho?


– O rei me desculpe, mas não tenho tempo para discutir esse assunto no momento, tenho algumas coisas a resolver.


– Que coisas seriam essas Rosalie?


Era claro que o meu pai sabia do que eu me tratava então não me obriguei a responder, apenas levantei da mesa e virei para ir ao meu quarto.


– McCarthy?


– Sim princesa?


– Acompanhe-me.


Subi para o meu quarto sendo acompanhada pelo o meu segurança que seguia-me calado, não era de meu costume falar daquela maneira com o meu pai, muito menos virar as costas para ele afinal ele não era somente o rei ele era o meu pai e eu o respeitava.


Porém nos últimos dias com tantas coisas acontecendo parecia que toda a dor e raiva que eu já havia sentido e que eram guardados há anos tinham vindo com toda a sua força. Eu sabia que a culpa não era precisamente do meu pai, ele apenas queria proteger o país e eu consigo ver em seus olhos o quanto sofre por ter tomado aquela decisão, mas eu precisava de alguém para culpar tudo o que eu sentia e o único que parecia merecer essa culpa no momento era ele.


Entrei em meu quarto, mas não fechei a porta, vi meu segurança parar na entrada.


– McCarthy? Entre e feche a porta por obséquio.


O vi hesitar por um momento, entretanto entrou obedecendo as minhas ordens.


– Não precisa ficar tão nervoso McCarthy, não lhe farei nada.


– Se a princesa puder dizer-me do que precisa ficarei grato.


– Sim claro, na verdade precisarei de um favor seu McCarthy, e esse favor é de grande importância.


– Que favor?


– Em primeiro lugar o rei não poderá ficar sabendo nada sobre isso. E falando nisso, o que o rei queria contigo está tarde?


– Creio que a princesa não pode saber.


– Porque não?


– Está mudando de assunto princesa, o que queres me pedir?


– Certo descubro isso depois, então...como sabes o rei proibiu-me de fazer algo para impedir a guerra e provavelmente deve ter dado ordens aos guardas no exterior do castelo a não obedecerem nenhuma ordem minha.


– O rei é um homem com grande juízo. - um sorriso de lado apareceu em seu rosto, apresentando apenas uma de suas covinhas.


– O que quer dizer com isso?


– Interprete como quiser majestade.


– Por hora irei ignorar tal comentário, estou ocupada demais para corrigir crianças indisciplinadas agora.


– Do que a princesa me chamou? – Seu olhar foi substituído por raiva nesse momento.


– Interprete como quiser McCarthy. Mas agora, irei direto ao ponto, preciso entregar uma carta ao reino russo, mas não creio que os meus saldados irão cumprir o mandato sem que contem ao rei, então preciso que alguém faça isso por mim.


– Desculpe-me princesa, mas se vossa majestade está pensando que irei entregar tal carta, acho que não precisa continuar já que o pedido será negado por mim.


– Não é exatamente isso que eu lhe pedirei, pedirei que me acompanhe na entrega da carta eu a entregarei pessoalmente.


– Não a acompanharei em uma de suas brincadeiras de menina mimada que quer mostrar ao pai que já sabe andar sozinha. Sinto muito princesa, mas não terá minha ajuda para tal plano.


– Acho que você ainda não entendeu McCarthy, eu não pediria a sua ajuda se soubesse que podia negá-la, você não tem escolha. Se não vier irei sozinha.


– Pois que vá.


– Irá comigo querendo ou não.


– E o que lhe garante majestade que não contarei ao rei?


– Acho que o rei não ficaria muito contente se descobrisse que é você o responsável pelo o corte em meu braço e fizeste isso com uma espada. Logicamente, estava tentando matar-me. – Vi a expressão dele ir para um completo espanto em um segundo - O que foi McCarthy? Sua expressão ficou seria de repente, sua pele parece estar mais branca também. Sente-se bem? – Olhava para ele com um sorriso em meus lábios e seus olhar atônito me fazia achar tudo ainda mais divertido.


– Não está surpreso está? Realmente achou que eu lhe chamaria aqui sem ter um plano em mente? Você não me conhece McCarthy então não me subestime.


– Acho que ajudá-la a desobedecer ao seu pai custaria muito mais princesa.


– Mas não custaria o seu trabalho, afinal estaria apenas obedecendo a ordens minhas e eu cuidaria de tudo para que continuasse em seu cargo.


– O que lhe dá a certeza de que serei expulso se seu pai descobrir sobre o corte no braço?


– Meu querido segurança, isso não se trata somente sobre o corte no braço, você tentou me matar, mas não conseguiu. Se você não conseguiu impedir que uma pessoa e é bom dizer, estava desarmada, a “entrar” no castelo, pior, foi vencido por ela ou pior ainda essa pessoa nada mais era de que a própria princesa.

Agora diga-me McCarthy eu sei que é um homem esperto, se o meu segurança não foi capaz de me vencer em uma luta será ele capaz de vencer uma luta de verdade contra um verdadeiro invasor? Acha mesmo que o rei não pensará nessa possibilidade. Se o meu segurança não conseguiu me deter ele conseguirá impedir uma fuga ou um sequestro? Como você mesmo havia me dito: O rei é um homem de juizo.


Terminei de falar ainda mantendo o mesmo sorriso no rosto, ele não tinha escolha, eu via nos olhos dele que estava entre: fazer o que era certo ou manter o trabalho. E contra o que eu pensei ser um ótimo argumento ele me disse.


– Não é apenas da minha função de guarda-costas que estamos falando princesa. Caso não saiba, isso que me pede para fazer seria o equivalente á uma traição a coroa, e a punição para esse tipo de crime é a morte. – Não tive alternativa, teria que usar minha última cartada nesse momento.


– Você está fazendo um cálculo errado McCarthy. Você não deveria calcular entre sua função e sua vida e sim entre a certeza de ser morto e a dúvida. Porque se eu fosse conversar com meu pai nesse momento, tenha certeza que ele te mataria, mas se você for comigo eu te defendo e, com muita certeza você nem iria a julgamento. Eu sempre consigo o que quero.


– Posso saber o que você acha que falaria com o Rei que faria com que ele me matasse? – Ah... esse sorrisinho sumiria agora mesmo. Me direcionei até minha cama e sentei dramatizando com uma lágrima nos olhos, fingindo que falava com meu pai.


– Papai... por favor, não permita que aquele monstro se aproxime de mim novamente. Ele me agarrou papai... – Mais uma lágrima escorreu pelo meu rosto, e alguns soluços escaparam, vi seu queixo cair em total descrença e então continuei. – Ele me beijou á força, ele se aproveitou enquanto vocês estavam jantando para me forçar a beijá-lo pai.. não quero mais vê-lo, não deixa pai... por favor...


Me levantei limpei as lágrimas e com o sorrisinho de vitória nos olhos me virei para ele e disse.


– E então, acha que eu fui convincente? – Ele continuou calado.


– Bom McCarthy por hora era somente isso, se decidir acompanhar-me estarei lhe esperando as 00h00min em ponto no estábulo, esteja lá nesse exato horário, mas se tiver tomado outra decisão informo que aproveite seus últimos dias no castelo, minha viagem não demorará muito. Agora, pode se retirar do meu quarto.


Ele permaneceu parado na minha frente e eu agradeci mentalmente por ele não estar com sua espada nesse momento, podia jurar que se estivesse ele não erraria dessa vez.


Sua respiração estava descontrolada, mas ele apenas levantou a cabeça olhou diretamente no fundo dos meus olhos e eu vi a minha morte passando por eles, logo depois se virou e saiu.


Respirei fundo, e olhei no relógio que ficava na parede do meu quarto, eram 21h00min, eu tinha tempo para descansar. Então troquei de roupa e deitei-me já que a madrugada seria longa.


Acordei e ainda parecia ser noite, pois meu quarto continuava escuro, porém já marcavam 23h30min, então levantei, vesti a minha roupa de montaria que eu mantinha escondida em um compartimento falso no meu guarda-roupa, pois normalmente teria que usar vestidos, mas ganhei uma aposta contra o Edward uma vez e ele teve que arranjar uma roupa de cavalaria para mim, tive até um certo receio em relação a qual roupa ele escolheria, mas o Edward sempre vestiu-se bem então eu relaxei, e tenho que confessar, ele havia feito uma boa escolha, como eu tenho orgulho dos meus amigos.


A roupa pode-se dizer que era perfeita para mim, era uma calça preta de couro, uma blusa branca de manga longa e de botões, que eu usava com um dos meus espartilhos de couro preto por cimi da blusa marcando toda a minha cintura e um sobre tudo também de couro preto por cima e as botas que vinham até uns dois centímetros acima do joelho.

Vesti todo o conjunto, amarrei o meu cabelo em um rabo-de-cavalo bem alto, porém não consegui prender todos os fios e alguns insistiam em cair na frente de meu rosto, mas com a pressa que eu me encontrava não haveria tempo de prendê-los com um grampo.


Olhei novamente para o relógio, faltavam apenas 15 minutos, dava tempo.


Abri a janela do meu quarto e me caminhei para a pequena varanda que eu tinha, fechei a janela e olhei para o chão logo abaixo de mim, dei uma olhada em volta e pude ver bem ao longe os soldados fazendo a ronda, em menos de 20 minutos seria a hora do revezamento, os soldados trocariam os seus postos e dariam lugar aos outros, a guarda ficaria desfalcada por cerca de um minuto ou menos e seria exatamente ai que eu passaria pelos os portões, só precisaria de uma distração nesse intervalo isso os atrasariam um pouco mais e me daria vantagens.


Cuidadosamente desci pela a janela, estava acostumada a fazer isso, desde pequena amei pular as janelas do castelo, isso sem que meus pais soubessem é claro.


Cheguei ao solo e corri abaixada sem fazer nenhum barulho até o estábulo, entrei e logo pude ver todos os meus adoráveis cavalos, como eu os amava. Caminhei em direção aonde ficavam as celas, mas antes de alcançá-las ouvi a porta do estábulo sendo aberta.


Virei em direção á porta, escondida por trás da sombra dos fenos, e esperei para ver quem era, logo uma sombra preta foi surgindo em poucos segundos puder ver que era uma figura masculina. Fiquei em pânico diante da expectativa do que iria acontecer a seguir. Respirei fundo me concentrando e com bastante força...



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Amigas...tenho um aviso a dar, minha querida beta Bacper irá se casar no proximo final de semana. Bom e apesar de ambas sermos apaixonadas por essa fic, e por todas as outras, lua de mel é lua de mel, ninguem pensa em historias reais de realidades alternativas em uma lua de mel, vive a realidade.
Então... continuarei escrevendo, só não posso garantir que todos os capitulos estarão betados, o 15 foi o ultimo que ela betou... peço um pouco de paciencia, eu continuarei postando nos mesmos dias só estarei sem beta.
Beijos gelados e espero reviews e quem sabe uma indicação.