Impasses De Uma Princesa Superprotegida escrita por Relsanli


Capítulo 12
Invasão noturna


Notas iniciais do capítulo

Bom..eu sei que demorei um pouquinho, mas a semana foi bem corrida. E em especial estou super feliz porque o meu irmão mais novo nasceu: ASAPH!!! super lindo...
boa leitura para todos...



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PDV ROSE


Após o indesejável ocorrido com o meu novo “guarda costas”, Nancy apareceu em meu quarto dando-me a noticia que a minha família esperava-me para o café da manhã.

Como não estava com animo para fazer nenhuma cena ou algo que pudesse servir-me como desculpa para atrasar-me um pouco mais para o café eu simplesmente me arrumei e desci junto com Nancy para encontrar a minha adorável família.


Desci as escadas ainda sem animo, com certeza se o dia tinha alguma probabilidade de ser bom, o Sr. McCarty acabou com todas elas, e como sempre minha vida conseguia dar um jeito de ficar cada vez pior, pude ver no fim da escada aquele sorriso sínico de covinhas, com aquele uniforme, o mesmo modelo que o Albert usava, mas que nele deixava bem mais evidentes todos os músculos que possuía.

Aquela pose de indiferença e o olhar de raiva e divertimento o que fazia todo o meu corpo querer arrancar a sua cabeça com uma espada bem devagar, para ele sofrer bastante.


Mas, como uma princesa sempre precisa fazer, me contive. Passei por ele, enquanto o ouvia dizer em baixo som um “Bom dia princesa”, para mim ele não era digno de uma resposta, então apenas continuei calada seguindo para o meu lugar de costume na mesa e sentei-me.


Como o usual a minha mãe encheu-me de perguntas e me passou o relatório de tudo que devia fazer durante o dia, meu pai permanecia calado e se pudesse amaria se continuasse assim, afinal é a culpa dele que a minha vida tenha se tornado no pesadelo que é hoje, primeiro me prende ao um contrato de casamento com um homem que não amo, depois me põe sobre os ”cuidados” de um homem extremamente sínico e que eu também odeio, de certa forma tudo isso é culpa dele. E quer saber? Eu cansei de fazer o papel da princesa e filha perfeita que não reclama de nada, que finge simplesmente viver em uma vida perfeita de contos de fadas.


– Bom dia minha filha. – Claro porque ele não poderia simplesmente manter-se calado durante todo o café.


– Bom dia. – Era a única coisa que eu conseguia responder no momento.


– Está tudo bem minha filha?


– Claro meu pai. Por que não estaria?


– Eu a conheço Rosalie, sei que tem algo que não está certo.


– Eu agradeço a preocupação, mas presumo que ela seja vã, e se já tiver terminado peço-lhes licença para me retirar.


– Filha, por favor...


– Com licença. - Não conseguia ficar ali, não com tantas coisas atormentando-me, eu não conseguia olhar para ninguém ali,principalmente para ele, para meu pai, então tudo que eu podia fazer era me retirar.


Subi as escadas correndo, e rapidamente entrei no meu quarto fechando a porta assim que entrei.


Eu não conseguia pensar em mais nada, apenas no desastre que a minha vida tinha se tornado e da maneira como eu não podia controlá-la ou mudá-la, ninguém podia, minha vida está traçada desde o dia que eu nasci.


Joguei-me na cama e foi nesse momento que eu percebi que estava exausta pela a noite que havia passado em claro e por não conseguir parar de pensar na minha vida, e cada vez que a realidade ia tomando conta de mim, a cada vez que eu me lembrava de tudo que terei que passar sem nunca reclamar, coisas que eu não poderei fugir, o casamento infeliz, a coroa, o trono, nada escolhido por mim, pensando assim foi inevitável que as lagrimas não caíssem.


Continuei ali por mais alguns minutos, minutos que eu não soube contar, as lágrimas não cessavam, só sei que pararam no momento que o sono me tomou por completo e eu dormi.


Fui acordada por batinas frenéticas na porta e como ainda não conseguia raciocinar direito devido à sonolência que ainda havia no meu corpo, apenas murmurei um “entre” ainda de olhos fechados e esperei que a pessoas entrasse.


– Rosalie?


Foi inevitável não abri os olhos quando ouvi a voz da Nancy ecoar pelo o cômodo.


– O que queres aqui? – Sabia que estava sendo grossa e ignorante ao tratá-la de tal forma, afinal a culpa não era dela, mas a raiva que tinha se formado em mim não me permitia agir de outra forma.


A observei entrar pelo o quarto e caminhar lentamente para uma das poltronas que havia perto da minha cama e sentar-se.


– Vejo que a acordei.


Nancy sempre conseguia ser educada e carinhosa em todos os momentos e isso me deixava um pouco irritada por saber que eu não conseguia agir da mesma forma que ela, e como era impossível ignorá-la por completo, sentei-me na cama e permaneci calada até que ela começasse a dizer o que precisava ser dito.


– Seus olhos estão vermelhos Rosalie e sua face está um pouco
molhada.


Rapidamente passei minha mão pelo o meu rosto tentando tirar todo o vestígio das lágrimas que havia se secado deixando marcas.


– Porque estava a chorar minha querida?


– Realmente se importa Nancy?


– Rosalie, você é como uma filha para mim, você e sua família são as pessoas mais importantes para mim e sabes disso, é obvio que me preocupo com você, com tudo.


– Eu queria que ele tivesse pensado assim quando decidiu ter o direito de decretar a minha vida e todo o meu futuro. Mas ele pensou?


– Rosalie, está falando de seu pai? O seu pai a ama querida, ele só fez isso por...


– Por mim? Não Nancy ele pensou primeiro na sua amada Inglaterra, na paz entre os povos, no país, para que ele continuasse crescendo e dando-lhe todos os lucros, mas não pensou na felicidade de sua própria filha.


– Rosalie a sua felicidade sempre estará acima do que todo o reino.


– Mas não esteve naquela noite.


– Rose, por favor, tente entender.


– Não Nancy, tente me entender.


– Eu te entendo querida, entendo que está sendo difícil.


– Não, você não entende, nunca precisou passar por isso, ele nunca precisou, casou-se com aquela que amava e que também o amava.


– Para o seu pai casar-se com sua mãe não foi fácil, e você conhece muito bem essa historia.


– Ainda assim eles tinham um motivo para lutar, eles se amavam e isso era o suficiente para enfrentar toda a côrte. E que motivos eu tenho? Só me sobra a Inglaterra o povo.


– É por eles que aceita tudo isso?


– O que mais seria? Amor?


– Eu tenho a certeza que o desejo do seu pai não era que isto acontecesse, mas, tente entender, ele não queria uma guerra Rose, não podia correr o risco de entrar numa batalha sabendo que a probabilidade de não vela crescer seria grande, de não estar com você, com sua mãe, ele não podia correr o risco. O tratado foi a única saída que ele conseguiu encontrar.


– Será que ele não pensou nas consequências que isto traria, que traria para mim? De que eu poderia não aceitar? E se eu me apaixonar por outro? Tenho que simplesmente seguir em frente e esquecer? É nisso que resumirá a minha vida? Em fazer as vontades dos outros? Responda-me Nancy. É?!


– Princesa, eu sei que o seu pai pensou em todas essas possibilidades, e acredite isso o abalou muito.


– Mas não o suficiente para fazê-lo desistir. Porque o país sempre virá em primeiro lugar.


– Isso não é verdade.


– É Nancy é verdade. Aceite-a, o rei não é perfeito. Ninguém é.


– Mas porque isso agora Rosalie, porque toda essa raiva repentina pelo o seu pai?


– Não é raiva repentina Nancy é raiva acumulada.


O que eu poderia fazer, se tudo isso vinha me atormentando desde o dia que meus pais me contaram sobre o tratado, sobre os deveres de uma princesa, o fato de nunca ter contrariado não significa ter aceitado feliz o meu destino.

Mas ninguém entenderia, nem mesmo Nancy, somente um me entendeu e me apoiou, Albert, ainda lembro-me de suas palavras enquanto passeávamos no jardim, “Tu és a dona de sua própria vida princesa, mesmo que o país inteiro diga o contrario você merece ter uma vida mais do que qualquer uma, amar e ser amada, de fazer suas próprias escolhas.” Tudo parecia mais impossível agora.


– Eu nunca vou ter uma vida Nancy. Nunca.


Era difícil, mas eu teria que aceitar isso, aceitar a realidade, e calada, como uma ovelha que vai ao matadouro quieta, pois mesmo sabendo que vai morrer ela permanece imóvel até o momento final, e era assim que eu iria ser, como uma ovelha.


– Não diga assim querida, você terá a sua vida, quem sabe um dia você se apaixone por alguém.


– Eu não posso me apaixonar Nancy, só seria pior, pois eu nunca poderei ficar com aquele que eu amar, isso se um dia existir um homem por qual eu me apaixone.


– Nada do que eu lhe fale irá fazê-la mudar de ideia. Certo?


– Não quero falar mais sobre isso, não há nada que possamos fazer.


– O queres conversar?


– Na verdade, gostaria de ficar sozinha um pouco, se importa?


– Se é isso que você quer princesa, a deixarei, mas se precisar...


– Eu peço que te chamem. Obrigada Nancy, por ter tentado.


– Não precisa agradecer princesa, estar contigo nunca é perca de tempo.


Nancy me beijou levemente na testa e se retirou logo em seguida fechando a porta atrás de si.


Estava sozinha novamente, então novamente chorei, abafei o meu choro com o travesseiro para que ninguém pudesse ouvir, o que eu menos queria nesse momento era conversar.


Depois de algum tempo, que na verdade pareciam terem sido horas, levantei-me e chamei uma das criadas para me preparar um banho quente. Caminhei até o banheiro, dispensei a criada e sozinha pude ter o esperado relaxamento que só um bom banho me proporciona.


Depois do meu pequeno momento de drama e desespero, decidir descer e voltar a minha vida normal.


Passei pelo o corredor como se nada tivesse acontecido, afinal nada havia acontecido, os empregados me cumprimentavam e faziam as devidas reverências enquanto eu passava.


Desci as escadas, e para a minha “felicidade” o meu querido segurança estava parado em pé perto da escada apenas observando as coisas em sua volta. E já que a minha vida hoje não estava muito divertida decidi melhorar as coisas.


– Ei! Você!


Ele se virou rapidamente em minha direção e sua feição mudou totalmente ao me ver no topo da escada. Sim eu teria com o que me divertir hoje.


– Princesa.


Velo fazer a reverência sempre de forma sínica e irônica fazia-me querer entrar no seu jogo, e era exatamente isso que eu estava começando a fazer.


– Falastes comigo majestade?


– Não. É que eu tenho o velho costume de gritar com o vento. Enxerga mais alguém nesta sala?


Como era bom ver seu ódio transbordando pelos seus olhos, o via apertar os pulsos e isso era extremamente satisfatório.


– Bom, diga-me, onde estão os meus pais?


– Saíram.


Devido sua resposta curta, era obvio que ele não fazia o tipo de homem que gostava de falar, e em especial comigo.


– Pode me responder para onde?


– Creio que não será possível vossa alteza, seus pais não me avisaram para aonde iam.


– Eu deveria suspeitar disso, meus pais não possuem o costume de dizer aonde vão aos empregados. De qualquer forma, grata pela a inútil informação.


– Ao seu dispor.


Cheguei ao fim das escadas, com a cabeça erguida, bom se ele pensava que eu era mais umas dessas meninas da côrte que só pensava em roupas e penteados, uma dessas meninas mimadas e fúteis, e se ele tinha a certeza de que nada mudaria esse pensamento, então eu daria motivos para ele pensar assim.


– A propósito. Mais uma coisa.


– Diga-me e eu farei.


– Como está o clima lá fora?


– Suponho que esteja fazendo sol majestade, julgando pelo o horário do dia e que estamos no verão.


– Vejo que nunca ouviu falar das famosas “chuvas de verão”. Bem, eu não estou aqui para ensinar-lhe sobre o clima, apenas estou informando que irei dar um passeio pelo o jardim.


– Fique a vontade princesa.


– Não vem?


– Não sou muito de passeios.


– Acho que o rei não gostará da idéia de ter me deixado andar pelo jardim sozinha. Não foi para isso que o contrataram? Para proteger a princesa?


Seus punhos se cerraram novamente e sua respiração acelerou, estava a beira de explodir, podia ver seus lábios se movimentando como se estivesse repetindo algo como forma de mantra para se manter mais calmo, até que pudesse voltar ao normal.


– Está certa princesa. Será um honra.


– Claro. Muitos homens gostariam de estar em seu lugar, deve estar orgulhoso, é um lugar de honra.


– É um lugar de muita honra, afinal deve ter algum motivo para que o meu pai o valorizasse tanto.


– Seu pai daria a vida por isso aqui.


– Ele deu a vida dele por isso.


– Sim.


Foi impossível as lembranças não virem, senti que uma lágrima teimava em querer cair, mais rapidamente virei-me de costas para que ele não visse tal fraqueza.


– Vamos, não quero perder o sol.


– Primeiro a senhorita.


Dirigi-me até o jardim que ficava atrás do castelo, era reservado e calmo ali, o vento batia em meu rosto fazendo cócegas em minha face enquanto os meus cabelos voavam descontroladamente dançando no ritmo da brisa, não importava como a minha vida era ou no que ela havia se tornado, ali, naquele jardim rodeada pelas flores, ouvindo a musica que era cantada pelos pássaros me fazia esquecer o quão triste minha alma se encontrava.


Caminhava tranquilamente, observando tudo em minha volta, cada detalhe, observava as borboletas pousarem em cada flor.


Deitei-me na grama baixa e verde que ficava em um canto mais isolado, eu sempre tive o costume de me deitar ali, às vezes Alice vinha comigo, ficávamos olhando as nuvens ou as estrelas, às vezes disputávamos quem conseguia olhar mais tempo para o sol e como sempre, a Alice ganhava, os olhos dela eram escuros e os meus claros e consequentemente eles doíam rápido quando eu olhava para algo muito brilhante e claro, Alice usa isso ao seu favor.


Continuei deitada olhando as nuvens, vendo seus desenhos, a maneira como elas se moviam com o vento, sem ter uma direção, o vento a fazia.


Meus olhos se fecharam sentindo a brisa, meus cabelo iam para o meu rosto, mas isso não me incomodava, sorri com essa sensação, depois de alguns minutos ali, abri levemente os olhos olhando para o lado onde meu segurança se encontrava, ele olhava para o céu, parecia pensar em algo ou em alguém, ele ali, com o sol batendo em seu rosto e o vento brincando levemente com seus cachos e blusa o fazia parecer outro homem, não o arrogante e sínico que eu havia conhecido, ele parecia triste, cansado, mas ainda sim forte e determinado, ele era muito bonito e nisso eu tinha que concordar, não havia defeitos em sua aparência.


Continuei o olhando por um longo período de tempo, o avaliando, medindo, foi quando o seu olhar baixou e veio direto a minha direção, seus olhos fixaram os meus e era como se ambos os olhares não conseguissem ser quebrados ou separados, como uma corrente que te puxa para dentro, assim era o seu olhar, me senti desconfortável e desviei os meus olhos rapidamente, e o que pareceram serem horas não durou menos de dois segundos.


Voltei a posição anterior, mas dessa vez meus pensamentos foram interrompidos pelo o meu nome sendo gritado por um dos guardas do castelo que vinha em minha direção. Levantei-me rapidamente, sendo acompanhada pelo o meu querido “guarda costas”, afinal não era normal os guardas do castelo se referirem a mim.


– Princesa! Princesa!


– Acalme-se, e diga-me, o que aconteceu? Algo de grave?


– Princesa, não sei se é algo que eu possa tratar com vossa majestade, mas seus pais não estão no castelo.


– Creio que não terá nenhum problema em contar-me o que lhe aflige, também sou responsável pelos os acontecimentos no reino.


– Claro majestade.


– Diga-me o que é?


– Acabamos de receber uma carta senhorita, uma carta do czar da Rússia, um de seus soldados vieram entregá-la.


– O do que se trata essa carta? Não costumamos receber cartas do czar.


– Não a abrimos princesa, ele pediu para que fosse entregue a alguém do reino.


– Entregue-me a carta.


O guarda rapidamente me entregou um envelope branco, com o selo russo, para ter um selo do czar devia ser algo importante.


– Fique tranquilo, entregarei ao meu pai assim que ele chegar.


– Sim majestade. Com a sua permissão...


– Pode ir, obrigada.


Fez suas ultimas referências e saiu voltando ao seu posto, olhei novamente para a carta em minhas mãos, preocupando-me com o seu conteúdo.


O czar não era uma pessoa da qual a Inglaterra gostaria de receber algo, nem que seja um buquê de flores, eles nunca foram pacíficos e nunca aceitaram nenhum acordo, isso me assustava e me fazia tremer, minhas mãos estavam tremendo, estava desesperada, o que o reino não precisava agora era de uma guerra ou um inimigo, e a Rússia seria com certeza um inimigo muito forte.


– Está tudo bem princesa? Esta se sentindo bem?


– Hã? O que?


– Estás tremula.


– Estou bem, apenas um pouco nervosa, só isso, mas estou bem, está tudo bem, pelo menos é o que eu espero.


– Tem certeza?


– Vamos voltar para o castelo. É melhor esperar meus pais lá.


Voltamos ao castelo em silêncio, estava nervosa demais e parece que o meu guarda havia percebido isso.


Na verdade já estava me cansado de chamá-lo de guarda, era algo que se expandia para muitos outros, precisava de outro nome, mas eu não posso chamá-lo pelo o nome próprio igual eu chamava o Albert, não tenho intimidade assim e nem pretendo ter.


– Com licença.


– Sim majestade.


– Como queres que eu lhe chame?


– Como?


– Sim, porque chamá-lo de guarda está meio cansativo para mim.


– McCarthy, chame-me apenas assim.


– McCarthy, então.


– Continuo lhe chamando de princesa?


– Não. Podes me chamar de: vossa majestade, vossa senhoria, ou só majestade, ou vossa alteza, existem vários nomes para me definir.


– Claro.


– Irei para o meu quarto, assim que meus pais chegarem me avise.


– Acho que a vossa senhoria não entendeu qual é o meu dever nesse reino.


– E qual é o seu dever nesse reino.


– Protegê-la, somente isso, não vim para ser uma de suas empregadas para ter que entregar recadinhos em seu quarto, ou ser encarregado de responder sobre seus pais, peça isso a uma de suas empregadas, quem sabe a Nancy.


Certo, ele estava nervoso por tê-lo obrigado a andar no jardim comigo, por ter agido com um pouco de ironia e agora pedir algo tão simples, quem esse homem pensa que é?


– Acho que não lhe ensinaram qual é a sua posição nesse castelo. Em primeiro lugar não chame a Nancy de empregada porque ela não é uma, em segundo lugar eu não admito que fale comigo nesse tom, você não tem nenhum direito aqui, eu sou superior e mais importante do que você, e se você acha que o seu papel aqui é só me proteger e por isso pensa que pode falar nesse tom comigo, dê uma olhada ao redor deste castelo e verá milhares de homens em seus postos com o mesmo objetivo: Proteger a minha família. Então Sr. McCarthy eu não preciso de seus serviços, eu tenho mais de mil homens para fazê-lo. Então ao menos que não queira ter nenhum dano, me informe assim que o seu rei chegar. Mais alguma reclamação?


– Não. Nenhuma alteza.


– Ótimo.


Dirigi-me novamente para o meu quarto ainda com a carta em mãos, o conteúdo me deixava curiosa, tenho certeza que se Alice estivesse aqui já tinha a aberto sem ninguém perceber, até gostaria de fazer isto não seria nenhum crime já que eu também sou responsável pelo o reino e de acordo com o soldado a carta era para ser entregue a alguém do reino, e com certeza eu sou uma delas.


Mas apesar de querer saber o conteúdo, o medo ainda me detinha, afinal não quero me precipitar ou me desesperar antes do tempo, apesar de já estar desesperada, mas eu tinha a certeza que meus pais saberiam lhe dar melhor com esta situação, eles fazem isso à vida inteira.


Descartei a possibilidade de abrí-la e fui lavar meu rosto, tanto stress me deixa com vontade de tomar banho, mas não haveria tempo suficiente para outro. Troquei minha roupa por outra mais leve já que a noite havia chegado, então não era necessário algo mais glamoroso uma vez que não sairia a nenhum lugar.


Depois de pronta, caminhei para fora do quarto em direção a uma das melhores alas deste castelo:


A Biblioteca. Como não amá-la? Os livros, as historias, todos os dramas, romances, suspenses, batalhas e etc. Estas coisas me levam a um outro mundo, a um mundo de possibilidades onde as princesas encontram seus príncipes encantados, não que eu seja apaixonada por estas historias, eu gosto das quais as damas fogem e enfrentam o mundo inteiro por um amor, gosto dos suspenses, das batalhas.


Não entendo como as mulheres do reino não gostam de ler, a Alice vive me dizendo que isso é perda de tempo, mas ainda bem que a Bella concorda comigo, ambas somos apaixonadas por leitura.


Peguei um dos livros na imensa estante que rodeavam o cômodo inteiro, lendo todos aqueles livros, acho que devo ter lido metade dessa biblioteca. Ela é bem grande. Acredite, é um grande feito.Não parei de ler, até a hora que o Sr McCarthy entrou nos aposentos me informando a chegada dos meus pais.


Por alguns momentos havia me esquecido da carta do czar, mas assim que recebi a noticia da chegada dos meus pais levantei-me rapidamente e corri em direção ao meu quarto passando pelos os meus pais na sala.


– Filha? Rosalie espera, o que foi?


– Já volto. Não saiam dai.


Continuei correndo e entrei rapidamente no meu quarto pegando a carta que estava em cima da minha cômoda.


Assim que a peguei, corri novamente escada abaixo, ouvindo as reclamações da minha mãe.


– Rosalie! Não corra! Vai se machucar minha filha.


– Pai! Pai!


– Diga minha filha, o que foi?


– Recebemos esta carta durante a tarde.


– Uma carta? De quem?


– Temo que seja algo grave meu pai, algo muito grave.


– Entrega-me a carta.


– Aqui. – entreguei a carta ao meu pai que ainda permanecia fechada.


– Não a abril?


– Tive medo, não sabia se devia.


– Não há problema nenhum em abri-las Rose.


Meu pai abril a carta a analisando, e lendo tranquilamente, seu rosto não possuía nenhum traço e isso me matava.


– Então...? O que é pai?


Mas ele continuou lendo, e relia, era como se não conseguisse acreditar.


– Pai?


Porém depois de alguns segundos ele levantou seu rosto, e apesar de se mostrar calmo seu olhar transmitia desespero.


– Guardas!


Ouvi meu pai gritar pelos guardas e isso me deixava desesperada. Eu e minha mãe trocamos rapidamente um olhar preocupado.


– Carlisle o que foi? O que dizia na carta?


– Majestade nos chamou?


– Sim. Eu quero que vá o mais rápido a casa dos Whitlock e na casa dos Cullens e chamem o comandante Jasper e ao Sr.Edward peça para que venham em minha casa imediatamente.


– Sim majestade.


– E soldado, diga as esposas que fiquem em casa.


– Pai?


– Esme, Rosalie, me acompanhem, e McCarthy você também.


– Nos caminhamos até a sala de reuniões, onde o meu pai pediu pra que sentassemos.


– O que está acontecendo pai?


– A carta do czar era clara e objetiva.


– O que ele queria pai?


– Você.


O silêncio se fez na sala, minha respiração se acelerava, como assim eu? Por quê?


– O que?! Por quê?


– Carlisle explica isso direito.


– Não há muito que explicar Esme, o czar foi claro. Ele quer a Rosalie, quer que ela se case com o seu filho, de acordo com a carta ele percebeu que isso o beneficiaria muito.


– Mas porque isso agora? Ele sabe que não iremos aceitar.


– Exatamente. Ele deixou bem claro que caso ouvesse o recuso de nossa parte uma guerra seria inevitavel.


– Guerra? Isso é mesmo necessario Carlisle?


– Nesse caso Esme não há nada que eu possa fazer, não posso entregar a nossa filha ao czar. Entregá-la assim, seria forçá-la a ser infeliz o resto da vida.


– Eu já estou submetida isso meu pai.


– Rose... Por favor.


– Mas uma guerra?


– Querida, sabe que eu sou totalmente contra esse tido de violência, mas é do czar que estamos falando, ele não aceitará um acordo.


– Foi por isso que mandou chamar o Jasper e o Edward?


– Sim minha filha, o Jasper é comandante sabe o que fazer diante uma guerra e o Edward é um otimo estrategista assim como o Jasper, eles nos ajudarão muito.


– McCarthy.


– Sim majestade?!


– Eu sei que já esta fazendo o seu trabalho, mas diante ao caso que estamos passando, digo que terá que aumentar sua antenção em relação a minha filha, afinal ela é o alvo, segurança é tudo nesse momento, apesar do castelo ser altamente protegido, o czar é inteligente e fará de tudo para conseguir o quer. Fui claro?


– Sim majestade.


– Otimo. Agora podem se retirar que o Jasper e o Edward já devem estar chegando, assim que alguma decisão for tomada informarei.


– Pai?


– Sim, Rosalie.


– Obrigada. – Apesar de tudo, eu tinha medo que alguém se machucasse por minha causa, principalmente se uma dessas pessoas for o meu pai ou meus amigos.


Meu pai caminhou até a mim, dando-me um abraço apertado.


– Ninguém vai tirá-la de mim Rose, ninguém irá machucá-la, não antes que eu faça tudo que esteja ao meu alcanse.


– Obrigada.


– Eu sou seu pai Rose, jamais deixaria alguém machucá-la, é o minimo que eu possa fazer por uma filha.


Sai da sala e encontrei com o Edward e o Jasper esperando do o lado de fora os comprimentei, e subi novamente para o meu quarto tentar dormir já que tudo que estava acontecendo me deixava desesperada e talvez domir ajudasse um pouco. Dei boa noite a minha mãe e o Sr McCarthy me acompanhou até a porta do quarto.


Deitei na cama e logo peguei no sono. Acordei e notei que ainda era a noite, minha garganta estava seca, então me levantei para peguar um copo com agua, desci até a cozinha sem fazer nenhum barulho já que todos dormiam a esta hora.


Enchi o meu copo e depois de beber o coloquei na pia, porém antes que me virasse, algo me surpreendeu, uma espada foi posta em meu pescoço, e o fato de estar escuro, não era possivel ver quem a carregava, isso me deixou desesperada, a espada se apertou um pouco mais em meu pescoço o que fazia impossível qualquer movimento.


Mesmo sem saber quem era, percebi que era notável suas habilidades, ele sabia como paralizar uma pessoa e era assim que eu me encontrava. Paralizada.


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam? estamos caminhando para uma guerra... o que será que a nossa princesa irá fazer? me digam se estão gostando ou não...e quem sabe eu não mereça uma recomendação?
beijos gelados