New Feelings. escrita por Soquinho
Notas iniciais do capítulo
Enjoy!
E, por favor! Não aceito leitores fantasmas hein ?!
18h07min da noite.
Os rebeldes estavam reunidos no porão do colégio, como sempre eles tinham seus esquemas para entrarem despercebidos, à noite no colégio para ensaiarem. Cantavam o dueto de Roberta e Diego, você é o melhor pra mim.
– Você é o melhor pra mim eu sei, tudo pra mim eu sei, vem ser feliz. Como um anjo pra mim! – Encerraram a canção sorrindo um para o outro, clima romântico no ar.
– Parece que a cada dia melhoramos. – Tomás disse usando os dedos para batucar a mesa.
– Mal posso esperar para o nosso novo show em Porto Alegre! – Roberta fez com que todos levassem o olhar surpreso para ela, pois ainda não sabiam da novidade.
– Show em Porto Alegre? – O sorriso de Alice podia ser visto até em Netuno.
– Remarcaram? – Pedro manifestou-se se sentando ao lado de sua namorada e entrelaçando seus dedos.
– Sim. O empresário da minha mãe ligou para ela hoje cedinho e disse que iríamos ter o nosso próprio show!
– Eu amo esses empresários. – Tomás disse adocicando a voz, todos gargalharam em uníssonos.
– Só não me troque por um deles. – Carla entrou na brincadeira e depositou um beijo na testa do namorado.
Roberta pareceu não ter curtido muito a cena e desviou o olhar para o baixo de Tomás, sorriu ao relembrar da melodia composta pelo amigo.
– Quando vai mostrar aquela canção Tomás? – O rapaz olhou feiamente para a amiga, pelo jeito ele queria que ela guardasse segredo.
– Que música meu amor? – A morena indagou brincando com o cabelo do garoto.
– Uma música aí que eu compus. – Permitiu que a timidez e vergonha lhe atacassem por completo.
– Bateu curiosidade, mostra aê. – Diego pronunciou-se passando o braço pela cintura de sua namorada.
– Acho que não vai agradar muito os nossos fãs.
– Tomás, de novo com esse pessimismo e timidez não né? Você não é assim, além do mais, a música tem um ritmo perfeito e as letras são profundas! – Roberta mandou um olhar confiante para Tomás, como se quisesse dizer: “vai fundo, eu confio em você e a música está belíssima!”
– Beleza. – Tirou à folha do bolso da calça, Roberta se sentiu satisfeita. – Roberta você me paga!
Fuzilou com um olhar 43 a amiga, que o fitou sarcástica.
Deu-lhe para Carla o papel que logo começou a cantar no ritmo a música, juntamente com os outros rebeldes, excluindo Roberta que apenas murmurava as letras na sua mente.
– Uou Tomás! Não sabíamos que desejava ver a Carla nua desse jeito não, parece um desesperado e ninfomaníaco. – O rosto de Tomás envermelhou, a morena tratou a frase de Diego com indiferença. Roberta não se agradou muito e mudou suas feições de alegre e sorridente para irritada e fechada.
Aproveitando a deixa, Tomás resolveu usar isso como vingança para Roberta.
– Não vai mostrá-los também a sua nova canção Roberta? – A olhou sarcástico e sorriu ironicamente, a loira não pôde deixar de lado sua raiva pelo menino ter aberto o bico e revelado que ela também havia escrito uma música.
– Você também olhos lindos? – Diego acariciou a face da menina e sorriu carinhosamente.
– Não é nada que convenha a vocês. – Respondeu-lhes grossamente.
– Aposto que a letra dessa canção está carregada de palavrões, xingamentos e tem um ritmo pesado. – A patricinha riu desafiadoramente.
– Cale-se Alice!
– Eu tenho boca pra falar Roberta.
– Mas só sai idiotices dela. – Revidou rindo.
– Trégua! – Carla deu um basta na discussão infantil das duas amigas. – Vocês são adolescentes e não crianças ainda do ginásio.
Roberta cruzou os braços e fez bico, Alice copiou o ato.
– Hein Roberta? Não vai mostrar? – O menino de cabelos bagunçados continuou a porfiar no assunto, sempre com seu sorriso sarcástico em seus lábios.
A loira grunhiu raivosamente e apanhou a bolsa que trouxe para o ensaio, de dentro tirou seu diário que só os seus amigos sabiam que ela tinha. O abriu e o folheou atrás da canção até achá-la. Retesou o diário para o Pedro que pegou de sua mão e leu.
Para o encanto e surpresa de todos, Roberta falava de amor na canção já que Alice esperava uma letra revoltada, ignorante e digno de roqueiros. Mas não, era uma música romântica e inspiradora.
– Não foi ela que escreveu essa música. – Pedro disse de forma debochada.
– É claro que fui eu.
– Menina, arrasou! – Carla elogiou.
– Valeu.
Tomás sorriu enquanto apreciava a canção, ela tinha mexido com o rapaz. Mas como a diversão dos adolescentes iria que ter um fim, despediram-se do porão e tomaram seus rumos de volta para a casa.
–x-
06h49min da manhã.
A pequena loira ainda dormia profundamente, já estava em seu 40° sono. Ao invés de já está pronta e tomando café da manhã com sua família. Alice resolvera usar isto como uma vingança por Roberta não tê-la acordado no outro dia.
Mexeu e se remexeu na cama só despertando quando escutou um baque no chão e sua costela estalar, tinha caído com toda da cama.
Tateou as mãos pelos móveis do quarto e finalmente conseguiu ficar de pé sem auxílio de nada. Encarou seu rádio-relógio e tomou um maior susto, precisava correr para não atrasar-se e levar uma bronca do diretor mais severo do Brasil. Enxaguou seus cabelos loiros e com cachos volumosos rapidamente, passou um sabonete de rosas pelo seu corpo e depois limpou todo o xampu e sabonete com água que escorria pelos pequenos buracos do chuveiro. Cobriu seu corpo com sua toalha preta sem detalhes, vestiu-se com o uniforme, amarrou o cabelo em um coque e apressadamente, passou sombra preta acinzentada nos olhos e pintou os lábios com um gloss básico. Desceu desengonçadamente pela escada espaçosa e ao ver Alice saboreando suas frutas, baixou o olhar fatal sobre a menina.
– Sua anta! Por que não me acordou? – Assustou a todos os presentes na mesa.
– Desculpe Bela Adormecida, mas você me acordou naquele dia? – Roberta calou-se, não iria contrariar sua amiga, pois ela estava correta.
– Cadê minhas torradas Dani?
– Já vou pegar Roberta. – A empregada retirou-se de lá.
Roberta pôs seu suco de uva em seu copo. Seu sabor preferido. A mulher apareceu em um passe de mágica com as torradas da rebelde.
– Bela música Beta! – Alice falou bebendo seu café com leite.
– Obrigado Alice. – Agradeceu sem muita cerimônia.
– Fez uma música sozinha filha? – Eva se interessou.
Roberta abriu a boca para responder a pergunta da mãe, mas Alice lhe pausou bem antes da menina soltar qualquer palavra.
– Sim Eva, a coisa mais apaixonada e fofa do mundo! – Alice exagerou.
– Não exagera Alice. Eu não sou florzinha como você. – Todos encararam Roberta, indignados, levaram a frase para outro sentido. – Vocês me entenderam!
Reclamou.
– O que eu quis dizer é que a letra da canção esbanja romantismo, sinceridade ao falar de seus sentimentos, inspiradora e honestamente não é a cara da Roberta. – A “cinderela” fez questão de ainda implicar com a colega.
– Tudo isso pro Diego?
– É. – Mentiu descaradamente.
Alice não levou fé naquela resposta de Roberta, a garota já havia sacado que a amiga não estava bem certa se seu coração havia escolhido a pessoa correta e com quem ela quer viver eternamente.
– Vamos Beta?
– Pra onde? – Devolveu a menina desligada inteiramente da realidade.
– Pro colégio sua besta, levanta essa bunda daí e vamos! – Exclamou a outra.
Roberta estalou a língua, suspirou cansada e seguiu os comandos de Alice. Pegou seus materiais e saiu de casa encaminhando-se para o colégio Elite Way.
Minutos depois de caminhadas, as garotas já estavam na escola e esperando no pátio o sinal soar. Mas como Roberta agora vive com a cabeça em algum lugar fora da terra, não se deu por conta que o sinal já havia tocado e que seu namorado a chamava perniciosamente.
– ROBERTA! – Desse grito, a menina acordou.
– Que foi Diego? – Indagou rude.
O rapaz estranhou, mas resolveu deixar quieto para não provocar uma briga.
– O sinal tocou, vamos entrar para não levarmos advertência.
– Beleza!
Seguiram para a sala de aula com um clima diferente rodando sobre eles. Não estavam abraçados e muito menos de mãos dadas, ainda não havia trocado beijos e tudo pela Roberta.
– Está se sentindo bem? – Agarrou sua mão e a trouxe para junto do seu peitoral.
– Estou sim Diego. – Afagou os dedos nos cabelos negros e molhados do rapaz. – Vamos Di, não podemos dar bandeira aqui. Sabe como é. A rádio corredor anda afiada!
Distanciou-se do namorado e adentrou na sala de aula. Como por três dias seguidos a aula de Vicente era a primeira, o professor conseguiu chegar pontualmente pela primeira vez em todo o ano. Um milagre dos céus.
– Até que enfim hein Vicente? Pela primeira vez no ano você conseguiu acertar o ponteiro. – Tomás brincou.
– A Becky realiza mudanças drásticas em Vicente. – Binho causou gargalhada em geral.
– Não é só por isso. O Jonas me informou que os livros já chegaram. – O coração de uma jovem loira disparou, assim como o de um menino brincalhão.
– Mas já? Tão depressa assim? – Márcia perguntou como se aquilo quisesse dizer que era o fim do mundo.
– Qual o motivo do espanto Márcia?
– Nenhum, mas nunca vi um livro encomendado chegar tão rápido no colégio do seu Jonas.
– Pois acredite, chegou e já estão instalados lá na biblioteca! – Mostrou os dentes.
– Quando daremos início ao trabalho? – Pedro interrogou erguendo sua mão para o alto.
– Hoje, na hora da saída quero que peguem um livro e juntem-se com seu parceiro.
De relance, Roberta encarou Tomás mordiscando o lábio inferior. Por que o nervosismo se seria um trabalho simples?
Não era só a Roberta que se sentia estranha em relação ao trabalho e seu coração. Ele também.
Continua...
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Sem leitores fantasmas , beijocas aliens e zombies ♥'