New Feelings. escrita por Soquinho


Capítulo 3
03 - Sensações Estranhas.


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ♥'



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/218180/chapter/3

18h30min da noite.

Roberta vasculhava sua mente a procura de outros pensamentos. O dia todo se seguiu assim: Tomás e Ventos novos, Ventos novos e Tomás, Tomás e Ventos Novos. A garota estava começando a estranhar, nunca fora de pensar tanto em seu amigo, amizade, Roberta tentava colocar isso na sua cabeça e se convencia que só amava Diego e ninguém mais. Zangada por não conseguir chispar aqueles pensamentos de sua cabeça, chutou a porta de seu banheiro gerando dor imensa do dedo mindinho da rebelde. Urrou de dor e sentou na cama assoprando seu dedo machucado.

Alice preocupada com o urro que tinha escutado. Adentrou no quarto da garota sem ao menos pedir licença.

- Sabe pedir licença não? – Roberta perguntou rude.

- Desculpa sua má humorada, eu só ouvi um urro de dor e vim ver se você estava bem.

- Como você pode ver eu estou perfeitamente bem. Cabeça nos ombros, membros superiores e inferiores no mesmo lugar. Não preciso da preocupação de ninguém! Agora se retire do meu quarto que eu quero dormir. – Empurrou a patricinha pra fora de seu quarto e quando ia fechar a porta, foi impedida pela mão da mesma.

- Você não dorme cedo Roberta. – Aquilo era verdade. Ela não estava bem.

- Mas agora eu vou dormir, dá licença! – Tentou fechar a porta de novo, mas Alice parou pondo o pé. – O que foi agora criatura?

- Roberta, deixa de ser turrona e se abre comigo.

- Não sou lata para me abrir.

- Está estranha desde a aula de Vicente. – Disso a patricinha tinha razão.

- Sempre fui estranha, agora vaza da minha frente. Droga!

- Não sou óleo pra vazar.

- Mas tá parecendo chulé, que fica grudado em nosso pé sem querer mais largar.

Alice ignorou o comentário de sua meia-irmã e entrou novamente em seu quarto. Sentou-se na cama e encarou Roberta seriamente.

- Que é agora? – Indagou a menina cruzando os braços e fazendo carão.

- Tem a ver com o livro ou o trabalho? – Roberta congelou.

- Não sei do que você está falando. – Fez-se de desentendida.

- Não desconversa Roberta, a algo em você mudando.

- Mas quanta insistência Alice, pelo amor de Deus. Sai do meu quarto! – Esbravejou.

- Não saiu até você conversar civilizadamente comigo.

- Se não sair por bem, vai sair por mal! – Ameaçou a loira.

- Ameaçando-me Roberta? Nossa! Que meda! – Ironizou a outra.

- Já perdi tempo demais falando baboseiras contigo, vai. Sai!

- Chata!

- Insuportável!

- Eu – não – saiu. – Disse pausadamente.

- Alice!

- Roberta. – Replicou.

A marrenta suspirou pesadamente umas quinze vezes e deu-se por vencida, fazendo com que Alice celebra-se sua vitória. Girou sua cadeira para ficar de frente com sua amiga e arranjou coragem para falar, mas ela tinha feito as malas e partido.

- O gato comeu sua língua?

- Confusa. – Apontou pra sua cabeça e fez uma careta tristonha.

Alice entreabriu a boca para falar algo, sendo logo interrompida por Roberta.

- Vê lá o que você vai falar.

- Calma Beta. Só quero te fazer uma pergunta. – Roberta já teimava que a tal “pergunta” de Alice não seria coisa boa.

- Manda. – Disse esmorecida.

- Não consegue parar de pensar no Tomás? – A roqueira escancarou a boca, seus olhos se arregalaram. Não entendeu porque seu coração parou por uns instantes e quando retornou a vida, bateu aceleradamente.

- Tomás? Alice você deve ter batido a cabeça com muita força em alguma parede. Bebeu pinga?

- Nem tente me enganar Roberta, eu te conheço com a palma da minha mão. – A garota não podia negar, além do mais, Alice era sua fonte primária de conversas e conselhos, tudo compartilhavam por mais que vivessem se estranhando por aí. Elas tinham uma ligação muito forte, brigavam, mas se amavam.

- Alice, eu tenho namorado tá bem?

- Não é crime pensar em outro garoto Roberta.

- Eu amo o Diego, só fiquei um pouco mexida com essa história.

- É nós vimos o quanto. – Alice falou sarcasticamente, Roberta a fuzilou. – A propósito, a cena que você e o Tomás protagonizaram hoje lá na quadra foi linda.

A loira implicou.

- Que cena? Foi apenas uma brincadeira, poxa! Como vocês têm uma mente poluída viu?!

- É crime achar que uma cena de dois amigos se divertindo é linda? – Perguntou à patricinha forjando indignação, na real ela estava se divertindo com o desespero de sua amiga rebelde.

- Não foi isso que quis dizer.

- Pois foi isso que deu a entender, vocês não estavam fazendo nada demais.

- O que quer insinuar? – A menina lançou-lhe um olhar suspeito.

- Não estavam se beijando, traindo seus companheiros. – Foi aí que Roberta ficou mais envergonhada, sua face ruborizou.

- Alice você me causa neuras! – Esgoelou.

- Se beijaram? – Roberta explodiu. Alice sorriu por dentro, estava causando os efeitos em sua amiga.

- Alice, como você anda assanhadinha. – Sussurrou a menina vermelhinha.

- Por que corou?

- Eu não corei. – Roberta respondeu firmemente e tocando em suas bochechas.

Alice estendeu o espelho para menina revelando-a seu rosto violentamente corado. Roberta levantou-se daquela cadeira encolerizada e baixou o olhar frio e fatal sobre Alice que ria de canto aproveitando a situação cômica da roqueira.

- VAZA DO MEU QUARTO AGORA! – Berrou.

- To indo estressadinha, mas fica um conselho. – Disse a patricinha já saindo do quarto.

- Qual? – Roberta fingiu desinteresse e desprezo.

- Não ignore seus sentimentos tá?

O limite de Roberta estourou.

- IDIOTA! – Bateu a porta na cara da amiga que ria escandalosamente.

Roberta atirou-se na cama, sufocando-se com o travesseiro a fim de espantar seus pensamentos relacionados a Tomás. Mas que droga! Ela não conseguia esquecê-lo e isso já estava a deixando preocupada e insegura sobre seu coração.

-x-

06h00min da manhã.

As olheiras da menina eram atemorizadoras, não havia tido uma boa noite de sono. Só conseguiu dormir de uma as quatro, só três horas de sono, muito pouco para uma menina que adorava dormir. Rastejou seu corpo para o banheiro e mudou a temperatura da água para quente, queria fechar os olhos e mergulhar em seu sono profundo, mas só seria possível isso se “ele” parasse de atormentá-la em seus pensamentos. Vestiu o uniforme do colégio, enfeitou seus braços com braceletes pontudos e seus dedos com anéis de caveiras e símbolos desconhecidos. Delineou seus olhos e pôs um rímel preto a prova d’água e uma sombra azul, pintou seus lábios com um batom coral e um gloss cintilante por cima para dar mais cor e vida ao seu batom. Desceu lentamente pela escada fitando sempre o chão com feições de desanimação e sono.

Reunidos na mesa estavam Tomás, Carla, Diego, Pedro, Alice, Eva, Franco, Márcia e Téo. O que eles faziam ali rindo e conversando? Ao ver o rapaz de cabelo mal penteado surgiu uma sensação estranha dentro de si, seu coração passou de desanimado a eufórico e seu sangue começou a borbulhar. Que estranha sensação era essa que a menina sentia?

- Estão fazendo o que aqui? – Perguntou mal educada.

- Nossa Roberta, geralmente quando acordamos a primeira coisa que dizemos aos amigos e familiares é bom dia. – Carla disse.

A menina andou em passos lentos para perto de seu namorado, beijou-o e acomodou-se do seu lado logo pegando suas torradas e as pondo no prato.

- Que olheiras são essa minha filha? – Tomás perguntou assustado, Roberta mordeu o lábio superior.

- Resultado de quem não dormiu a noite toda. – Alice provocou. Roberta discretamente a mandou um olhar furioso.

- É sério isso Roberta? – Diego preocupado, roçou seus dedos com os de sua respectiva namorada.

- Tive um pesadelo horrível, mas nada que sejam de suas contas.

- Cê num parece bem. – Pedro deu sinal de presença.

- Estou bem droga, estão me fazendo perder a cabeça.

- Não pode perder o que nunca teve. – Alice riu acompanhada dos outros.

- Cala a boca patricinha fajuta.

- Do que me chamou?

- PATRICINHA F-A-J-U-T-A! – Soletrou a última palavra.

- ROQUEIRA MAL A-M-A-D-A! – Alice não deixou se abater pela ofensa e retrucou na mesma moeda.

- CHEGA, PELO DIVINO DEUS! Comportem-se como gente e não animais. – Eva as repreendeu de modo que atraiu a atenção de seu marido que ficou orgulhoso.

Roberta bufou, Alice sorria vitoriosa. Perturbada, saiu da companhia dos outros e foi sozinha para o colégio.

Tomás estava criando efeitos sobre a menina e isso estava a deixando completamente confusa sobre seus sentimentos dirigidos ao namorado e ao amigo.

Continua...  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram ? Odiaram ? Amaram ? Por favor , um review não faz mal!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "New Feelings." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.