New Feelings. escrita por Soquinho


Capítulo 29
29 - Conte-a a verdade.


Notas iniciais do capítulo

Nossa! Fui estimulada a postar mais esse capítulo pela minha nova leitora, Giovanna Schmidt. Véi, a menina criou uma conta no nyah só para poder postar reviews na minha história. Você não sabe o quanto isso me deixou alegre!
Florzinha, este capítulo é dedicado a você :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/218180/chapter/29

Todos haviam amanhecido naquele hospital movimentado, cheios de doentes em qualquer zona. Carla não dormira direito só pensando no estado grave em que sua irmã estava, olheiras e olhos vermelhados foi resultado de má noite de sono. O resto alojou-se em uma pequena salinha, o refeitório dos médicos em plantões, é claro que antes de se abrigarem naquele local, pediram permissão. Mas neste dia teriam a primeira aula do começo de 2012, sem faltas no primeiro dia de aula. A mãe de Tomás agora era vice-diretora e por mais que relevasse nas punições e nas imprudências dos alunos, tinham que manter a postura de alunos responsáveis, ridículo faltarem no primeiro dia de aula. Porém a morena poderia ficar, já que a sua situação era no tanto delicado, mas Carla é estudiosa e esforçada, quer ser alguém formada e bem sucedida na fase adulta.

Roberta sentindo aqueles raios solares atingirem sua pele, esquentando-a. Acordou-se incomodada, coçou os olhos e bocejou umas cinco vezes. Procurou fitar primeiramente o relógio colocado em uma mesa cheias de papeladas, era cedo demais: 05h47min.

Espreguiçou-se e tratou de se levantar, de moleza não iria ficar. Deixou à sala a procura do banheiro que fosse limpo e não asqueroso e podre. Enfim, sua vista alcançou de perto a placa indicando banheiro feminino, lembrou que em sua bolsa trouxe o seu fardamento novo, já customizado. O banheiro era espaçoso e tinha até uma pintura chamativa, parecia mais uma parede pichada, por isso chamara tanta atenção. Um grupo de skatistas fazendo dança de rua agradava a Roberta. Despiu-se daquela vestimenta suada e a guardou dentro de uma sacola, abriu o chuvisco, logo mudou a temperatura para fria. Frio é sempre bom na opinião da roqueira.

Depois do banho, vestiu-se com a farda. Calçou seu all star de cano longo todo customizado, seus braceletes cheios de tachas e seus inseparáveis e descolados anéis de caveiras e símbolos japoneses e do infinito. Pôs seu colar de corações pretos e deu o seu famoso babylease, seus cachos ficavam definitivamente lindos e bem cuidados. Abandona o banheiro e segue novamente para a salinha, a situação era cômica. Alice por cima do Pedro, Tomás por debaixo de Diego, Carla em cima de Diego, era como se fossem caixões sem valores todos jogados um por cima do outro. Prende a risada e cutuca com o pé a sua meia-irmã que dormia perfeitamente igual à cinderela.

– Cinderela, acorda! – Pelo seu deslize, acaba tirando todos do sono real, pareciam princesas dormindo. A loira bufa ao ver Tomás se mexer e remexer.

– Só depois que o meu príncipe me despertar com o beijo. – Diz a garota com a voz arrastada e sonolenta. Encolhe-se no peitoral do namorado e o mesmo beija seus lábios, acordando-a.

– Casalzinho ternura, primeiro dia de aula! Lembra?

Os dois demonstram um misto de euforia e desespero.

– Ai! O que usar? O arco rosa, vermelho ou azul, qual das saias com babados diferentes devo usar? Pouca maquiagem ou extravagar um pouco? Salto, rasteirinha ou bota? Lantejoula ou brilho? Pulseira de corações ou a que tem as notas musicais? Colar de laçinho ou a que tem uma boca pintada de vermelho? – Uma patricinha tagarelando é como o fim do mundo. É do nível baixo ao alto.

– CHEGA GAROTA! – A roqueira exalta-se daquelas besteiras disparadas pela paty. Todos sobressaltam do medo que tiveram daquele berro revoltado.

– Não precisa ser grossa. – Alice forja a mágoa.

– Sei muito bem quando mente, e por mim tanto faz. Pode aparecer como uma palhaça no colégio que aí eu rio mesmo! – A loira sorri sarcástica.

– Engraçada.

– Como sempre! – Estende ainda mais aquele sorriso sarcástico.

– Vou me ajeitar. – Carla sai da sala cabisbaixa tomando o rumo do banheiro. Eles não tinham dó da garota, a amizade e a ligação era tão forte e intensa que os cinco sentiam na pele o sofrimento da amiga. Muitos já tiveram parentes no mesmo estado de vida e morte, os que não tiveram são sortudos. É horrível!

– Fui! – Diego inteligente e astucioso, segue para o banheiro masculino.

– Espertinho. – Tomás cochicha irritado e se joga novamente no chão quente devido ao tempo que ele estava ali.

– Espertão. – O moreno corrigiu-lhe.

Roberta nota que só sobrara ela, Alice, Tomás e Pedro naquela sala. Provocantes, os dois namorados se retiram do lugar para namorar enquanto os outros colegas ocupavam a vaga no banheiro. Tensão predomina calorosamente dentro daquele ambiente.

Ao invés da loira também se retirar, mantém-se firme, sentada em um banco encarando o nada que era tudo.

O calado assustava-a, poderia ser que a qualquer segundo ou minuto, o garoto resolve-se atacar com suas frases que aprisionavam a jovem em encrencas e confusões.

– Esse silêncio tá me incomodando.

– Mude-se de lugar.

– Você falante é melhor! – Ela arrepende-se de ter ditado aquela proeza. Mas não tinha mais como limpar, já tava feito.

– Gosta da minha voz?

– É claro que não.

– Negar nunca é o bom remédio!

– Tá bom senhor filósofo, tá aprendendo isso de quem? Do Pedro Costa?

– Ué, essa é a verdade. Você gosta de mim, só que coloca um protetor em seu coração para não deixá-lo falar a verdade!

– Agora eu prefiro você calado.

– Quer mesmo continuar brigando?

– Era preferível ir tomar chá com a primeira dama dos Estados Unidos, mas como é impossível, fico com essa opção mesmo!

– Você gosta de brincar de se esconder né?

– Como assim? – A frase não tem sentido algum na mente dela.

– A máscara.

– Ah não! Até você?

– O que quer dizer como o “até você”?

– Todo mundo está dizendo que eu estou apaixonada por você e que ponho a máscara, faço pose de durona e não dou o braço a torcer para dizer que te amo.

– Eles estão certos.

– Correção, errados!

– Vai dizer que não sente nada por mim? Roberta, por favor, uma criança de dois anos nem acreditaria nessas suas palavras sem nexos.

– Nada que sai da minha boca é desconexo.

– Falar que não me ama é sim!

– Meu Deus do céu! Por que eu? O que fiz na minha vida passada? Fui ladra, serial killer, estupradora, psicopata? Colei chiclete na cruz de Cristo?

– Quanto drama.

– Quem faz drama aqui é a Alice, por favor, nunca mais me confunda com ela. É a última coisa que quero na vida.

– E qual é a primeira que você não quer, mas precisa ter?

– Foi uma indireta?

– Não loira, foi mais uma direta mesmo.

– Vou sair daqui, esse papinho tá me enchendo! – Ele emudece, deixando apenas radiar em seu rosto o sorriso com sarcasmo. Roberta deixa a sala e parte para a lanchonete que fora na noite passada para comprar seu lanche. Uma nova teia de aranha se forma naquela bendita cabeça. Subconsciente agitado!

Enquanto isso, o garoto com cabelo estilo camaleão permanecia parado em pé, encarando a porta sem piscar. Pedro a abre e assusta-se com a figura, rodeia os olhos sobre o lugar a procura de sua amiga selvagem, mas a roqueira não se encontrava mais presente ali.

– Sem mentiras, sei que a ama.

– Quem? – Ele indaga despercebido.

– A Roberta, mané.

– Não, sua teoria tá meio que falhando Pedrete! Ela me ama.

– Rá! E você não? – O moreno cruza os braços sorrindo sarcasticamente, seu amigo congelava e descongelava. Tanto medo daquela pergunta, mais receio ainda de respondê-la.

– É difícil dizer.

– Não é não. O bom é dizer e não guardar pra si mesmo, ela pode cansar de esperar, cansar dessas suas brincadeirinhas, cansar de você. Por isso, admite cara... Pode ter certeza que seu amor é correspondido!

– Pareço fura olho.

– Ô panaca, é claro que você não é. O Diego supera as coisas com facilidade, tem amigos como nós para ajudá-lo a esquecê-la de vez, Deus sabe o que faz!

– Valeu pelas palavras confortadoras.

– De nada!

– Mas não adianta, não vou dizer nada.

– Teimoso e marrento, assim como ela! Cara! Vocês dois dão certinhos mesmo, já to vendo a Robertinha e o mini Tomás correndo pela casa, quebrando tudo, se estapeando e vocês com o suor na testa. – Pedro disse aquilo só para amedrontar o amigo.

Tomás desta vez olha diretamente para o teto de gesso, intimidado e medroso.

– Rogou praga num foi?

– Que nada. Só foi pra te assustar mesmo, mas acho bom você falar a verdade, antes que essa verdade lhe machuque!

Não compreendera direito o alerta do amigo, mas entendeu que ele lhe pedia para confirmar a menina que a amava.

Com medo Tomás?


Continua...



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "New Feelings." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.