New Feelings. escrita por Soquinho
Notas iniciais do capítulo
CADÊ VOCÊS MEU? TO MUITO TRISTE HEIN?!
02h23min da madrugada.
Cochilavam em seus acentos os rebeldes que agora partiam para Belo Horizonte. A turnê continuava e nada de bobear, tinham trabalhos a fazerem nessas férias. A loira dormia com a cabeça apoiada no ombro do namorado, mas seu namorado desperta com uma vontade enorme de ir ao banheiro e precisa afastá-la. Ele tenta ao máximo ser cuidadoso na hora, só que a garota acabar por acordar.
- Droga. – Sussurra zangado por ter a tirado de seu sono profundo.
- Ué... Porque me acordou Diego? – Interroga sonolenta. Espreguiça-se bocejando e ajeita-se corretamente em seu banco, visualizando seu namorado esperando pela resposta a ser dada.
- Eu me acordei para ir ao banheiro e percebi que tinha que te tirar do meu ombro, tentei não te acordar, mas a tentativa foi pro brejo.
- Vai lá.
O garoto deposita um beijo demorado nos lábios macios da menina e parte para o banheiro, precisava satisfazer sua necessidade. Tomás que voltara do banheiro esbarra sem querer no amigo e desculpa-se, segue para o acento ao lado de sua namorada, mas quando nota Roberta acordada, assistindo TV em seu celular, acomoda-se na cadeira em que estava seu namorado.
- Se perdeu? – Pronuncia-se fria devido à mágoa que ainda estava instalada cruelmente em seu coração amargo.
- Acho que não.
- Presumo que tenha algo a dizer.
- E tenho mesmo!
- Perfeito. Vai, joga na minha cara o quanto foi legal brincar comigo!
- Eu quero me desculpar, você não foi brinquedinho pra mim. – Diz com arrependimento na voz.
- Hãm? – Ela finalmente o encara com os olhos cerrados, feições de insegurança e dúvida.
- Eu realmente quis te beijar, ao sentir os teus lábios junto aos meus, uma corrente elétrica percorria o meu corpo, era uma sensação boa que eu jamais sentira com nenhuma menina, inclusive com a Carla.
- Não é fácil acreditar. – Ela o decepciona ao soltar esta frase. Mas o coração da jovem rebelde não era de se curar fácil, todos nós levamos tempo para o coração estancar-se da dor que sentimos, pois a pior lágrima não é aquela que brota nos olhos e escorre pelo rosto, mas sim a que brota no coração e escorre pela alma.
- Sério?
- Pô Tomás, eu não sou robô que se sara logo de seus problemas. Eu tenho um coração igual ao de um ser humano, que está pisoteado e amargurado. – Seu peito aperta-se fazendo a mesma encher seus globos oculares de lágrimas, impedi-os de se soltarem.
- Eu fui malvado, grosso, idiota. Eu te magoei, mas também fiquei com o coração magoado. – Ele lembra a menina que ela também lhe despedaçou o coração.
- Me desculpa?
- É difícil ter certeza se esse pedido de desculpas é válido.
- Tá vendo? Estamos dividindo o mesmo barco!
- E o mar tomou sonrisal.
- Quer dizer que ele está agitado? – Sorri de canto. Bastava aquele mero sorriso para ele reanimar-se.
- Isso mesmo. Captou bem direitinho, hein minha filha?
- Não preciso captar nada, já sou muito antenada nas coisas.
- Atrapalho? – O tom de voz do Diego não era agradável, fez com que Tomás o fitasse meio assombrado. Pelo jeito, o jovem desconfiava já do seu amigo, depois de ficar tão ferido com a história da chantagem de Binho, que rendeu para Roberta as percas de amizades, desavenças, destruição da banda e inseguranças.
- Que nada, vou voltar pro lado da Carlinha. – O rebelde levanta-se, distribui uma batidinha fraca na barriga do amigo e regressa ao seu acento.
- Conversavam sobre o que?
- Besteiras. – A loira volta sua atenção para o celular, concentrando-se no programa de entretenimento que passava. Diego, mesmo não contente com a resposta curta, não insiste em aprofundar mais no assunto, sem brigas. O moreno começara a erguer suspeitas sobre seu amigo, as discussões constantes de sua namorada e dele, comportamentos rudes e estranhos. Diego iria ficar atento, a cada passo dado por sua namorada.
Será que o garoto estava virando um namorado possessivo? Achando que a menina é propriedade dele, só dele?
-x-
Belo Horizonte e seus pontos turísticos. Com seus museus fascinantes, seus parques, zoológicos e ar puro para aproveitar. A cada lugar visitado e apontado, os rebeldes apaixonavam-se ainda mais pelo lugar. Já tinham todas as suas despesas pagas, o hotel onde ficariam era o melhor da cidade. Agora era só se divertirem, no outro dia teriam outro show esquentarem o lugar.
Mas Diego não queria saber da diversão e queria tratar de outros assuntos com certa pessoa, sua namorada. A desconfiança que ele começara a sentir pela garota estava começando a dificultar o relacionamento de ambos, os deixando meio turbulentos e atraindo constantes brigas. O jovem também se afastou um pouco de seu amigo Tomás, desde aquele episódio que presenciou dos amigos na quadra de esportes, brincando, algo nele disse para ter cuidado com o rapaz. O que mais lhe intrigou foi à conversa que teve com sua namorada na balada.
- Di. – Roberta o chamou pelo seu apelido carinhoso, o garoto respondeu meigo:
- Aqui estou Beta. – Lembrou-se de Tomás a chamando de “Beta”, tentou ignorar, mas as imagens continuavam em sua cabeça.
- Você me ama? – A pergunta realmente assustou Diego profundamente, ela ainda duvidava de seu amor? Hum... Roberta estava estranha.
- Claro que sim meu amor. Ainda duvida?
- É óbvio que não, saiu no automático.
Por coincidência, uma música chamada Automatic começou a tocar, era de uma banda alemã, Tokio Hotel.
- Se eu te traísse, o que faria? – Agora Diego não tinha mais dúvidas que Roberta estava completamente estranha e diferente desde aqueles dias pra cá, o nervosismo lhe pegou.
- Tentaria de alguma forma te perdoar e retomar a confiança em você, quando se ama de verdade, fazemos de tudo. – A frase deixou emocionada Roberta que sem querer, permitiu que uma lágrima escorregasse pela sua face molhando-a.
- Está me traindo? – Os dois arregalaram os olhos, um com receio da resposta e a outra indignada com a pergunta feita para ela.
- É óbvio que não, nunca né? Só foi curiosidade!
- Tem certeza? Você de repente ficou nervosa e agiu estranhamente.
- Diego! – Clamou. – Pelo amor de Deus, foi só curiosidade!
O rebelde engoliu em seco, Roberta demonstrou arrependimento por ter agido grossamente com seu namorado.
O susto que ele teve com a instantânea mudança de voz e comportamento da menina foi grande. Jamais tivera sido tão agrestia com ele, a não ser nas discussões do passado. Ele não presenciava mais todo aquele amor jurado pela menina, os beijos estavam esfriando, estavam distanciando-se bastante. Se ele virar um namorado detetive, estará sufocando sua garota, deixando-a sem espaço para viver a vida dela. Mas e se ele der bandeira, as coisas desandam.
- Roberta, preciso levar um papo reto contigo. – O tom de voz que ele usara não era amigável, a jovem engoliu a saliva.
- Eu prefiro ir visitar alguns museus Di, deixamos o papo pra depois. – Tenta dar um perdido no namorado, mas o garoto não iria desistir facilmente.
- É sério Beta.
A rebelde dar-se por vencida e segue com o namorado até uma lanchonete muito bem frequentada pelo povo. Rejeitam a garçonete e partem logo para o assunto, Diego não quer saber de rodeios e vai direto ao ponto.
- Tem algo rolando entre você e o Tomás? – A loira fica abismada da pergunta desagradável. É impossível não controlar o coração disparado e o suor frio passando por dentro e fora de seu corpo. A demora indignava Diego.
- Está de onda com a minha cara?
- Tá vendo alguma prancha de surfe aqui? – O rapaz é indelicado. Realmente ele estava desconfiado e isso poderia trazer o fim do romance briguento e amoroso.
- Cê tá me zoando né? Só pode! Nunca que iria rolar algo entre eu e o Tomás, isso só em novela mexicana e em conto de fadas.
- Às vezes esses contos se realizam.
- É tudo imaginação, tem alguém buzinando algo em seus ouvidos?
- Não, mas a muitas coisas indicando isso.
- Diego, não seja estúpido!
- E você não seja mentirosa.
- De novo com essa ladainha?
- Ladainha?
- É. “Roberta, pare de mentir pra mim que isso não tem nada a ver com você!” Já tá virando um pé isso hein?!
- A culpa não é minha se você gosta de se isolar.
- Não sou leão pra ficar isolado!
- Mas tá parecendo com um, só você não notou.
- Showzinho barato de delírios hein Diego? Tá pagando quanto pra isso?
- O show de cafonice é por conta tua, se você mente pra mim, mente pra você.
A conversa parecia virar uma briga.
- Para com isso Diego! Confia em mim, eu nunca de trairia e ainda mais com um amigo seu. Sei o quanto isso pesaria entre nós e as coisas na banda iriam se destruírem.
- Por favor, não mete a banda nisso!
- Essa DR já deu pra mim. – A garota desgruda-se de seu banco e deixa aquela lanchonete completamente angustiada. Tudo piorava! Nada de bom acontecia, envolver-se com aquele menino foi um grande erro na vida de Roberta, deixou-a sem rumo e com a culpa comendo seu coração. A vida daquela menina não estava mais fazendo sentido, a única coisa que a guiava era a fé e a banda, se não fosse por isso, talvez já tivesse se matado para livrar a dor de seu peito.
Férias tumultuadas e o namoro começando a ser abalado.
Continua...
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