New Feelings. escrita por Soquinho


Capítulo 25
25 - Desconfiança.


Notas iniciais do capítulo

CADÊ VOCÊS MEU? TO MUITO TRISTE HEIN?!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/218180/chapter/25

02h23min da madrugada.

Cochilavam em seus acentos os rebeldes que agora partiam para Belo Horizonte. A turnê continuava e nada de bobear, tinham trabalhos a fazerem nessas férias. A loira dormia com a cabeça apoiada no ombro do namorado, mas seu namorado desperta com uma vontade enorme de ir ao banheiro e precisa afastá-la. Ele tenta ao máximo ser cuidadoso na hora, só que a garota acabar por acordar.

- Droga. – Sussurra zangado por ter a tirado de seu sono profundo.

- Ué... Porque me acordou Diego? – Interroga sonolenta. Espreguiça-se bocejando e ajeita-se corretamente em seu banco, visualizando seu namorado esperando pela resposta a ser dada.

- Eu me acordei para ir ao banheiro e percebi que tinha que te tirar do meu ombro, tentei não te acordar, mas a tentativa foi pro brejo.

- Vai lá.

O garoto deposita um beijo demorado nos lábios macios da menina e parte para o banheiro, precisava satisfazer sua necessidade. Tomás que voltara do banheiro esbarra sem querer no amigo e desculpa-se, segue para o acento ao lado de sua namorada, mas quando nota Roberta acordada, assistindo TV em seu celular, acomoda-se na cadeira em que estava seu namorado.

- Se perdeu? – Pronuncia-se fria devido à mágoa que ainda estava instalada cruelmente em seu coração amargo.

- Acho que não.

- Presumo que tenha algo a dizer.

- E tenho mesmo!

- Perfeito. Vai, joga na minha cara o quanto foi legal brincar comigo!

- Eu quero me desculpar, você não foi brinquedinho pra mim. – Diz com arrependimento na voz.

- Hãm? – Ela finalmente o encara com os olhos cerrados, feições de insegurança e dúvida.

- Eu realmente quis te beijar, ao sentir os teus lábios junto aos meus, uma corrente elétrica percorria o meu corpo, era uma sensação boa que eu jamais sentira com nenhuma menina, inclusive com a Carla.

- Não é fácil acreditar. – Ela o decepciona ao soltar esta frase. Mas o coração da jovem rebelde não era de se curar fácil, todos nós levamos tempo para o coração estancar-se da dor que sentimos, pois a pior lágrima não é aquela que brota nos olhos e escorre pelo rosto, mas sim a que brota no coração e escorre pela alma.

- Sério?

- Pô Tomás, eu não sou robô que se sara logo de seus problemas. Eu tenho um coração igual ao de um ser humano, que está pisoteado e amargurado. – Seu peito aperta-se fazendo a mesma encher seus globos oculares de lágrimas, impedi-os de se soltarem.

- Eu fui malvado, grosso, idiota. Eu te magoei, mas também fiquei com o coração magoado. – Ele lembra a menina que ela também lhe despedaçou o coração.

- Me desculpa?

- É difícil ter certeza se esse pedido de desculpas é válido.

- Tá vendo? Estamos dividindo o mesmo barco!

- E o mar tomou sonrisal.

- Quer dizer que ele está agitado? – Sorri de canto. Bastava aquele mero sorriso para ele reanimar-se.

- Isso mesmo. Captou bem direitinho, hein minha filha?

- Não preciso captar nada, já sou muito antenada nas coisas.

- Atrapalho? – O tom de voz do Diego não era agradável, fez com que Tomás o fitasse meio assombrado. Pelo jeito, o jovem desconfiava já do seu amigo, depois de ficar tão ferido com a história da chantagem de Binho, que rendeu para Roberta as percas de amizades, desavenças, destruição da banda e inseguranças.

- Que nada, vou voltar pro lado da Carlinha. – O rebelde levanta-se, distribui uma batidinha fraca na barriga do amigo e regressa ao seu acento.

- Conversavam sobre o que?

- Besteiras. – A loira volta sua atenção para o celular, concentrando-se no programa de entretenimento que passava. Diego, mesmo não contente com a resposta curta, não insiste em aprofundar mais no assunto, sem brigas. O moreno começara a erguer suspeitas sobre seu amigo, as discussões constantes de sua namorada e dele, comportamentos rudes e estranhos. Diego iria ficar atento, a cada passo dado por sua namorada.

Será que o garoto estava virando um namorado possessivo? Achando que a menina é propriedade dele, só dele?

-x-

Belo Horizonte e seus pontos turísticos. Com seus museus fascinantes, seus parques, zoológicos e ar puro para aproveitar. A cada lugar visitado e apontado, os rebeldes apaixonavam-se ainda mais pelo lugar. Já tinham todas as suas despesas pagas, o hotel onde ficariam era o melhor da cidade. Agora era só se divertirem, no outro dia teriam outro show esquentarem o lugar.

Mas Diego não queria saber da diversão e queria tratar de outros assuntos com certa pessoa, sua namorada. A desconfiança que ele começara a sentir pela garota estava começando a dificultar o relacionamento de ambos, os deixando meio turbulentos e atraindo constantes brigas. O jovem também se afastou um pouco de seu amigo Tomás, desde aquele episódio que presenciou dos amigos na quadra de esportes, brincando, algo nele disse para ter cuidado com o rapaz. O que mais lhe intrigou foi à conversa que teve com sua namorada na balada.

- Di. – Roberta o chamou pelo seu apelido carinhoso, o garoto respondeu meigo:

- Aqui estou Beta. – Lembrou-se de Tomás a chamando de “Beta”, tentou ignorar, mas as imagens continuavam em sua cabeça.

- Você me ama? – A pergunta realmente assustou Diego profundamente, ela ainda duvidava de seu amor? Hum... Roberta estava estranha.

- Claro que sim meu amor. Ainda duvida?

- É óbvio que não, saiu no automático.

Por coincidência, uma música chamada Automatic começou a tocar, era de uma banda alemã, Tokio Hotel.

- Se eu te traísse, o que faria? – Agora Diego não tinha mais dúvidas que Roberta estava completamente estranha e diferente desde aqueles dias pra cá, o nervosismo lhe pegou.

- Tentaria de alguma forma te perdoar e retomar a confiança em você, quando se ama de verdade, fazemos de tudo. – A frase deixou emocionada Roberta que sem querer, permitiu que uma lágrima escorregasse pela sua face molhando-a.

- Está me traindo? – Os dois arregalaram os olhos, um com receio da resposta e a outra indignada com a pergunta feita para ela.

- É óbvio que não, nunca né? Só foi curiosidade!

- Tem certeza? Você de repente ficou nervosa e agiu estranhamente.

- Diego! – Clamou. – Pelo amor de Deus, foi só curiosidade!

O rebelde engoliu em seco, Roberta demonstrou arrependimento por ter agido grossamente com seu namorado.

O susto que ele teve com a instantânea mudança de voz e comportamento da menina foi grande. Jamais tivera sido tão agrestia com ele, a não ser nas discussões do passado. Ele não presenciava mais todo aquele amor jurado pela menina, os beijos estavam esfriando, estavam distanciando-se bastante. Se ele virar um namorado detetive, estará sufocando sua garota, deixando-a sem espaço para viver a vida dela. Mas e se ele der bandeira, as coisas desandam.

- Roberta, preciso levar um papo reto contigo. – O tom de voz que ele usara não era amigável, a jovem engoliu a saliva.

- Eu prefiro ir visitar alguns museus Di, deixamos o papo pra depois. – Tenta dar um perdido no namorado, mas o garoto não iria desistir facilmente.

- É sério Beta.

A rebelde dar-se por vencida e segue com o namorado até uma lanchonete muito bem frequentada pelo povo. Rejeitam a garçonete e partem logo para o assunto, Diego não quer saber de rodeios e vai direto ao ponto.

- Tem algo rolando entre você e o Tomás? – A loira fica abismada da pergunta desagradável. É impossível não controlar o coração disparado e o suor frio passando por dentro e fora de seu corpo. A demora indignava Diego.

- Está de onda com a minha cara?

- Tá vendo alguma prancha de surfe aqui? – O rapaz é indelicado. Realmente ele estava desconfiado e isso poderia trazer o fim do romance briguento e amoroso.

- Cê tá me zoando né? Só pode! Nunca que iria rolar algo entre eu e o Tomás, isso só em novela mexicana e em conto de fadas.

- Às vezes esses contos se realizam.

- É tudo imaginação, tem alguém buzinando algo em seus ouvidos?

- Não, mas a muitas coisas indicando isso.

- Diego, não seja estúpido!

- E você não seja mentirosa.

- De novo com essa ladainha?

- Ladainha?

- É. “Roberta, pare de mentir pra mim que isso não tem nada a ver com você!” Já tá virando um pé isso hein?!

- A culpa não é minha se você gosta de se isolar.

- Não sou leão pra ficar isolado!

- Mas tá parecendo com um, só você não notou.

- Showzinho barato de delírios hein Diego? Tá pagando quanto pra isso?

- O show de cafonice é por conta tua, se você mente pra mim, mente pra você.

A conversa parecia virar uma briga.

- Para com isso Diego! Confia em mim, eu nunca de trairia e ainda mais com um amigo seu. Sei o quanto isso pesaria entre nós e as coisas na banda iriam se destruírem.

- Por favor, não mete a banda nisso!

- Essa DR já deu pra mim. – A garota desgruda-se de seu banco e deixa aquela lanchonete completamente angustiada. Tudo piorava! Nada de bom acontecia, envolver-se com aquele menino foi um grande erro na vida de Roberta, deixou-a sem rumo e com a culpa comendo seu coração. A vida daquela menina não estava mais fazendo sentido, a única coisa que a guiava era a fé e a banda, se não fosse por isso, talvez já tivesse se matado para livrar a dor de seu peito.

Férias tumultuadas e o namoro começando a ser abalado.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "New Feelings." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.