New Feelings. escrita por Soquinho
Notas iniciais do capítulo
Aproveitem!
Ela explode de ciúme e raiva e começa a tagarelar.
- Onde estavam? Fazendo merda? Nós aqui esperando vocês impacientemente e o que estavam aprontando? Merda, safadeza! Precisamos agilizar, ensaiar, a banda tá começando a decolar, temos que compor mais músicas, focar só na banda e ter responsabilidade com os horários, seja lá o que for de tão importante que tenham pra fazer, mas tem que estarem presentes e pontuais!
A garota parecia não respirar. Todos a olhavam assustados, inclusive Diego e Tomás.
- Calma minha filha... – O garoto de franja bagunçada é interrompido.
- Minha filha não, por favor, Tomás, não me chama de minha filha!
- Cê tá muito estressadinha viu?!
- E o que você tem haver com isso, seu pateta?
- Pateta? Tem certeza que esse sou eu? Patético está essa cena estranha que você está fazendo, nunca se importou com a hora que chegássemos, principalmente comigo e a Carla. Mas de repente, do nada, você vira outra pessoa, pensava que ninguém mudava da noite pro dia!
- Eu não estou mudada, seus olhos é que enxergam assim. E além do mais... Ah, já chega! Não vale a pena gastar saliva com uma pessoinha como você.
- O que está querendo dizer? – Desta vez, o rapaz se irrita realmente.
- Não vou discutir com um garoto mimado. – Ih! Essa palavra o garoto detesta ouvir, ainda mais quando é direcionada a sua pessoa.
- Oh não diga Roberta! Pois você já está discutindo!
- Não vem com sarcasmo pro meu lado, sua coisa insignificante!
- Ah, agora eu sou insignificante?
- E também surdo. – Roberta completa.
- EI, STOP! – Alice intromete-se na frente dos dois brigões, os olhando com um olhar de repreensão.
- Aqui é um lugar da banda e não um lugar em que nós viemos para ter discussões, DR!
- Ninguém aqui tá batendo DR, não somos casais. – Roberta corrige a fala de Alice.
- Isso mesmo Alice, o Tomás é da Carlinha e a Beta só minha. – O mauricinho protesta.
- Foi modo de dizer galera. – Se defende.
- Podemos ter nosso ensaio em paz agora? – Pedro indaga batendo suas baquetas uma na outra.
- Por mim.
- Só se for agora! – Os dois se entreolham e entrouxam a cara um para o outro. Clima pesado entre os rebeldes, mas nada que possa interferir no ensaio da nossa querida banda.
- Que música? – A patricinha pergunta ajeitando seu microfone, desenrolando os nós dado.
- Juntos Até o Fim. – Responde Carla, sorridente.
- Beleza. – Tomás diz, sem muita cerimônia.
Os rebeldes tocam e o clima pesado some misteriosamente, era a música desses seis jovens que fazia a diferença. Pois nada poderia atrapalhar esse sonho rebelde, de fazerem shows, conhecer outras capitais e cidades, fazer turnês pelo Brasil e o mundo, serem conhecidos pela mídia e serem capas de diversas revistas teen, gravarem CDs de sucesso e chegar a ganharem discos de ouro e platina, ter milhares de fãs – essa é a mais especial – e nunca deixarem de ser rebeldes.
Encerrando-se a música, eles sorriem alegremente um para o outro. Porém – sempre a um, porém – quando Roberta fita Tomás, os dois se fuzilam e a nuvem carregada volta a se formar e ainda mais pesada sobre os dois rebeldes.
- Qual música agora? – Carla indaga, se sentando para relaxar suas pernas que não agüentavam mais ficarem em pé.
- Ponto Fraco! – Alice lança o olhar para Pedro, um olhar apaixonado e carinhoso, causando conforto no rapaz.
Diego começa no violão, Roberta se senta entre Tomás e Carla e não é para atrapalhar os dois, apenas sentou-se por sentar, Alice se mantém em pé cantando sua melodia juntamente com o garoto que está na bateria. E o clima romântico invade o ar, canção inspiradora e boa pra pensar sobre seu antigo amor, mas a roqueira estava com a cabeça muito longe para prestar atenção na canção de sua amiga. Tomás também estava desconectado do mundo real, divertia-se em sua imaginação infantil, mas nada inocente. Diego concentrava-se na música e daí Tomás encontrava uma brecha para encarar Roberta sem que o amigo percebesse, a menina sente dois pares de olhos sobre si e não evita os contatos visuais, ela o encara de relance e o menino nota dando um sorriso malicioso. Com medo de Diego perceber o pequeno “clima” que rolava entre os dois, a menina desvia o olhar para Pedro na bateria e Tomás ri internamente.
- AÊEEE! – Os rebeldes gritam, comemorando mais um sucesso no ensaio.
O celular de Carla toca, indicando que recebera uma mensagem em sua página de e-mail. Era a Becky, querendo ter uma conversa urgente com a irmã.
- Ai não! Becky de novo com problemas amorosos!
- Ué, mas eles não já tinham se acertado? – Seu namorado pergunta, indignado.
- É meu amor, mas ainda tem a Cris não é?
- Ah é óbvio! Continua o triângulo amoroso, Becky, Cris e Vicente.
- Na – na – na – na – na – ni – não, ao contrário my love, a Cris tá correndo atrás do Vicente como uma forte jogadora!
- Beleza, vai lá. – O menino desanima-se.
- Tá bom, tchau!
- Ei e o meu beijo?
Ela ri virando os olhos e dá um beijo rápido em seu “amor”. Sobe as escadas do porão as pressas.
- Eu acho que já vou, to cansadão e varado de fome! – Diego diz, guardando o violão em seu descanso.
- Já vai amor? – A loira também demonstra tristeza.
- Own meu amor, eu preciso ir que eu to com muita fome! – Beija Roberta apaixonadamente. Tomás faz gesto de nojo e põe a língua para fora. Pedro nota e olha estranhamente para o amigo.
- Vá lá! – Ela força um dos seus mais sinceros sorrisos, sem sucesso.
- Amanhã a gente se vê. Boa noite pra vocês! – Despede-se o mauricinho.
- Boa noite Diego.
- Vai nessa cara!
- Durma com os anjos meu bebê. – Pedro sempre cheio de gracinhas.
A turma ri e lá sobra, Roberta, Tomás, Pedro e Alice. Só quatro pessoas, a patricinha lembra-se do papo que a amiga terá que ter com o menino e é a primeira a falar dentre eles.
- Vamos Pedro?
- Mas já? – Pedro faz cara de manhoso e carente, mas Alice não cede e lhe manda um olhar mandão.
- Aproveitamos para namorar! – O olha com um sorriso malandro, o moreno entende o porquê.
Eles saem sem falar nada.
- Bem, eu já vou. O último a sair apaga a luz! – Roberta já ia levantar-se, mas uma mão masculina a puxa e ela acaba caindo no sofá.
- Aquilo foi ciúme? – O menino abre um sorriso sarcástico em seus lábios.
- O que? Não seu besta! Não posso ter ciúme de alguém que não é meu e o mais importante, tenho namorado. – Roberta faz um “joinha” com seus dedos e tenta sair, a garota não consegue. O menino com certeza tinha mais força, por mais que não parecesse.
- O que foi agora? – Engrossa a voz.
- Admita que você tem uma queda, não melhor, um tombo por mim! – A loira cora externamente e abaixa a cabeça, tudo isso para o amigo não ver seu rosto vermelho.
Mas ele é esperto, ergue seu rosto pelo queixo e vê o rosto corado da amiga. Ele alisa a sua face, acariciando e deixando a menina derretida. Roberta retira a mão do menino de seu rosto, mas eles permanecem com elas entrelaçadas.
- Tomás! Preciso ter uma conversa séria contigo.
- O que é? – O menino pergunta suspeitando sobre alguma fria, vindo por aí.
- Eu conversei com sua mãe sobre o selinho. – A face da moça cora mais e mais, a ponto de ser gêmeo de um pimentão.
- Poxa Roberta! Por quê? – Ele nervoso, afaga as mãos em seu cabelo mal penteado e suspira irritado.
- Escute-me. A Pilar e o Binho ouviram toda a conversa e me ameaçaram com uma chantagem perigosa, Alice é o foco dela, o Binho a quer e disse que está disposto a tudo nesse mundo para possuí-la!
- Caramba! Esse menino num vai parar de aprontar nunca não é?
- Pior que nem sempre ele foi assim. – As lembranças de quando Binho era jovem voltam à memória de Roberta, se não fosse pela tal adoção do garoto, até hoje ele poderia ser um bom rapaz.
- É. Nós sabemos que o cara já foi gente boa!
- Voltando ao papo da chantagem, ele quer que eu separe os dois para assim ele ter o caminho livre e sem obstáculos para chegar nela, eu já contei isso a ela e ao Pedro, que prometeu me ajudar a jogar com eles também!
- E se você não topasse? Qual seria o preço?
- Um acidente da Alice, grave e fatal. – Como um ruído áspero, essa frase ecoa pelos ouvidos do Tomás.
- Ok, to nessa. Apesar de tudo, somos os responsáveis por isso! – Lamenta o jovem.
- Hum, assumindo a responsabilidade e culpa? Ótimo, não preciso mais me preocupar. – Roberta brinca.
- Nada disso, a Alice é minha melhor amiga e também que o Diego e a Carla não podem descobrir isso.
- Ah, cala essa boca Tomás!
Ela dá um empurrão fraco no menino e eles riem contagiados. A loira desperta do transe e nota sua mão ainda entrelaçada com a do rapaz. Mas ela não a larga e leva o olhar para os olhos castanhos do menino que também recebe uma conexão estranha vindo do olhar da rebelde.
- É. Vamos embora!
- Tá bom!
Eles abraçam-se apertadamente. Mas ao saírem do abraço, os lábios ficam muito próximos e a respiração misturada.
- Tomás. – Roberta pronuncia seu nome com dificuldade. – Eu gosto de você e não quero estragar nossa amizade.
- É. Você tem razão! – A loira lhe beija na bochecha e sai do porão, deixando Tomás com uma carinha triste.
- Droga Roberta! Porque não consigo te esquecer?
Pergunta-se o menino, aperreado e agitado. Pobre Tomás!
Continua...
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