Superando escrita por Arline


Capítulo 32
Capítulo 32 - Infinito Particular


Notas iniciais do capítulo

Bem, chegamos ao último capítulo de Superando. Demorou demais, eu sei que sim, mas nada do que eu escrevia estava bom. Não que agora esteja, mas acho que a história de Edward e Bella foi bem contada ao longo dos capítulos, então eles já provaram que tudo pode dar certo, basta querer.

Às minhas leitoras queridas, desejo um 2014 cheinho de coisas boas e muitas realizações.

Agradeço a cada uma de vocês pela paciência, por entenderem minhas demoras monstruosas e por sempre me incentivarem com seus comentários fofos. Que cada uma de vocês encontre seu Edward e seja feliz, independentemente do que possam dizer contra isso.

Vou deixar nas notas a recomendação que recebi da Isa; ela disse tudo que poderia ser dito e espero que vocês leiam, pois pra mim, foi a forma perfeita de descrever o "perfeito imperfeito".

Mais uma vez, obrigada a todas. E vamos ler e comentar!

Beijos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/218038/chapter/32

INFINITO PARTICULAR

POV EDWARD

Bella estava cada vez mais linda e com a barriga cada vez maior, graças a Deus. Não quisemos saber o sexo do bebê, então estávamos ansiosos e querendo que os dois meses seguintes passassem bem rápido, para que pudéssemos finalmente ver a carinha. E também porque havia a possibilidade de o bebê de Rose, uma menina, nascer no mesmo dia ou com poucos dias de diferença.

Não saber se teríamos menino ou menina também nos ajudou na escolha de cores para o quarto e roupinhas: branco para as paredes e amarelo, branco e verde para as roupinhas. Bem básico e fácil. Nada de vestidos com babados ou muito rosa. Perfeito. Não que eu tivesse qualquer preconceito com cores, mas quando nasceu; Lily parecia mais um enorme balão cor de rosa.

Meus pais voltaram de sua viagem quando Rose estava com cinco meses de gravidez, e eles trouxeram tantas coisas, que ela até fez um contrabando pra Bella, já que eu os havia proibido de dar um grampo a mais. Pelo amor de Deus, eles mandavam coisas a cada três dias quase! A proibição não adiantou de nada, claro, mas eles sabiam que eu adorava saber que eles amavam e se preocupavam com meus filhos. Renée e Charlie não ficavam atrás com os presentes e preocupação, o que deixava Bella completamente boba. Era bom ver outras pessoas se preocupando com nossos filhos. E minha irmã estava começando a sentir como era bom ter uma coisinha só nossa, então não era raro que ela aparecesse em casa e passasse horas e mais horas apenas falando do bebê e de como era maravilhoso sentir tudo aquilo. Bem, eu não saberia nunca como uma mãe sentia, mas apoiava Emmett quando ele dizia que ser pai era ter um pedacinho do céu.

Bella dizia que eu havia me transformado em um amontoado de açúcar, então deduziu que esperávamos uma menina, pois fiquei daquela mesma forma quando Lily estava a caminho. Em outras palavras, ela queria dizer que eu era um idiota sem tamanho.

E teríamos mais um filho dali algum tempo, mas adotado. Após uma longa conversa de cinco minutos, resolvemos encerrar nossa produção de bebês. Era a vez de Rosalie colocar mais crianças no mundo.

Dentre todas as preocupações que nos eram comuns, ainda surgiu mais uma: um convite. Era um encontro de ex-alunos da Forks High meio fora de hora. Bella não queria ir e eu não insisti, mas Rosalie e os outros estavam achando aquilo a coisa mais legal do mundo! Eu sabia dos motivos de Bella e jamais pediria que ela fosse; então eu deixei o convite de lado, mesmo com nossos amigos insistindo quase diariamente. Eles até marcaram uma reunião em nossa casa pra tentar convencer Bella.

Eu já tinha meu plano para a noite do baile... Melhor mesmo que ela não fosse...

As crianças não estavam em casa, então eu aproveitei o silêncio pra dormir um pouco, porque à noite... Pelo amor de Deus! Bella mal conseguia dormir e vivia reclamando do peso de sua barriga, e me deixava acordado pra ouvir suas reclamações infinitas.

— Levante! — ela gritou, jogando um travesseiro em cima da minha cabeça — Daqui a meia hora a casa estará cheia de gente.

— E o que você quer que eu faça?! Eu só pensei em descansar um pouco, já que você não me deixa fazer isso. — reclamei, mas ela nem se importou.

— Você tem que ouvir mesmo; eu não fiz o filho sozinha, sabia?

— Eu sei. E mesmo se eu não soubesse você me faria saber.

— Ótimo! Agora se levante!

Não me levantei, mas acabei despertando de vez. Sério, se eu não dormisse dez minutos, nem o falatório infindável de Bella me manteria acordado durante a noite. E ela ficou reclamando ainda por mais alguns minutos, dizendo que não limparia a casa depois, que não faria nada pra ninguém comer e que queria apenas o silêncio. Ela poderia dar o exemplo e ficar quieta, não poderia?

E não foi preciso que ninguém tocasse a campainha, pois Bree já chegou gritando. Ela sabia que tínhamos vizinhos e que as pessoas poderiam gostar de um pouco de paz? Aquela nunca cresceria, era um fato.

— Vá atender e diga que eu desço depois. Não sei o que eles vieram fazer aqui!

Ela sabia, só não queria participar daquilo... E eu nem falei nada, só me levantei e desci, antes que nos expulsassem da cidade por conta da gritaria de Bree.

Em dois segundos minha casa foi invadida por um bando de desocupados que falavam sem parar. Aquele convite despertou o lado adolescente de todos eles, não era possível...

— Gente, vocês não têm nada pra fazer? Vão fabricar bebês! — gritei com eles, que se calaram e me olharam meio de lado, menos Rose. Aquela ali já tinha fabricado um.

— O que foi, Edward? Está de TPM?

Bree era um inferno na minha vida. Só isso.

— Não, eu não estou de TPM, mas vocês devem saber que minha mulher está grávida e precisa de descanso. Falem baixo e, caso tirem qualquer coisa do lugar, arrumem! Eu juro por Deus que se vocês zonearem minha casa, nunca mais deixo ninguém entrar aqui.

Só assim pra eles se comportarem, pois agiam pior que meus filhos. A cada visita, a bagunça piorava, e eu já concordava com Bella naquilo.

Um a um, eles tomaram seus lugares no sofá e passaram a falar baixo, como pessoas normais que mantêm uma conversa saudável. Ninguém era surdo, então não precisavam mesmo gritar.

— E a Bella? Ela está bem? — Rose foi a única a falar algo que prestasse, porque os outros queriam saber da cerveja e da comida. Meus amigos. Eu merecia tudo aquilo...

— Depois ela desce. E, antes que ela chegue aqui, já vou adiantar uma coisa pra vocês: não queiram forçá-la a ir ao encontro de ex-alunos. Ela já disse que não quer ir e ponto.

Eles me olharam torto e quase perplexos, como se aquilo fosse uma afronta ou algo assim. Eu não precisava lembrá-los do que aconteceu no baile da escola anos atrás; aquilo estava na cabeça de cada um deles.

— Mas... Edward, a Bella já superou isso, ok? Ela sabe que nada vai acontecer e que vamos apenas nos divertir.

— Foi isso que me disseram da primeira vez, Bree. — Bella chegou com passos silenciosos, mas pegou bem o que a irmã havia dito — Eu não quero ir e espero que minha vontade seja respeitada.

— Se for assim, ninguém vai. Não teria a mínima graça.

Bella sentou-se ao meu lado e eu passei meu braço por seus ombros, ficando bem pertinho mesmo. Era chatinha, mas era minha e eu a amava.

— Tentar me chantagear não vai dar certo. Eu não sou macaco de circo, não vou a esse encontro pra provar nada a ninguém. Se vocês não forem, problema de vocês; eu sei que eu não vou e estou bem feliz assim.

Se Bree tentasse mais uma vez, a coisa ficaria séria por ali... Quando Bella tomava uma decisão como aquela, nada a fazia mudar de ideia, e era seu direito não querer ir. Sem contar que sua barriga já estava muito grande e não seria mesmo bom que ela ficasse andando de um lado pra outro por tanto tempo. Seus pés estavam inchados e sua respiração não era das melhores, mas nada como da primeira vez; agora ela dormia na cama todas as noites e conseguia se virar sem ficar praguejando. Aquilo me fazia rir, confesso, mas não era por eu estar debochando; era porque ela fazia e falava cada coisa, que segurar a risada era tarefa impossível.

— Então está bem! Não vá! Fique trancada dentro de casa, fingindo que seu passado já foi esquecido e que nada do que aconteceu importa mais.

Eu ia arrancar a língua de Bree.

— Querida, ela não quer ir, ok? — Quil interferiu, já sabendo que eu estava me preparando pra abrir a porta e colocar a doida lá fora — E seria bom que Rose ficasse também, porque é capaz do bebê nascer bem no meio da coisa toda.

Enquanto eles discutiam entre si, Bella saiu da sala, indo em direção ao jardim. Ela queria ficar sozinha, ou pelo menos, sem aquele tanto de barulho. Na gravidez de Lily ela estava diferente, cheia de energia e com vontade de fazer qualquer coisa, mas agora Bella preferia ficar quietinha, sem muito barulho ou agitação. Meu pai chegou a examiná-la — a meu pedido, claro —, e descartou qualquer possibilidade de uma depressão. Cada gravidez é uma gravidez, disse ele.

— A Bella está bem chatinha, hein? Custa alguma coisa sair um pouco de dentro de casa?

Era incrível que mesmo com o passar dos anos, Bree não deixava de ser um tanto egoísta. Era algo da personalidade dela, não havia como mudar, mas irritava às vezes.

— Ela sai, Bree, só não quer ir a esse encontro. Eu acho que você, mais do que ninguém, sabe que não faria bem a ela. Não insista, ok? Ela não quer ir e pronto.

— Está certo! Ela não quer ir. Bem, eu vou pra casa então, porque eu não tenho mais nada a fazer aqui.

Ela foi a única a se retirar, enquanto os outros se acomodavam melhor no sofá. Eles disseram que não era pra eu me preocupar com eles e que eu poderia ir atrás de Bella. Ah, mas é claro que eu me preocuparia! Emmett estava colocando as mãos em meu vídeo game!

— Se quebrar, seu filho vai nascer órfão de pai. — avisei e saí da sala, ainda ouvindo a gargalhada de Rosalie.

Fui atrás de Bella, obviamente. Ela estava sentada em um banco, olhando pra sua casa na árvore. Parei na porta por um momento, olhando, vendo quão bonita ela era e sentindo o quanto eu a amava. Não importava quantas vezes ela me xingasse ou não me deixasse dormir. Não importava todas as vezes em que ela disse que eu estava me tornando um cara muito chato e possessivo. Eu a amava. E aquele amor aumentava a cada dia, sem explicação, sem qualquer motivo. Ou por causa de todos os motivos. Não importava. Eu só a amava.

Eu ainda me lembrava de todos os sorrisos envergonhados, das bochechas vermelhas e de como era bom, ainda no começo de tudo, ouvi-la dizer que me amava, porque eu sabia como a situação era complicada pra ela. Se suas palavras e sentimentos eram dirigidos a mim, eu só poderia me considerar muito sortudo. E tudo estava bem vivo em minhas memórias, como se tivessem acontecido há poucos dias, não há anos. O pedido de namoro, meu presente de aniversário, nossa pequena viagem à Seattle... Se eu fechasse os olhos, tudo estava ali, acontecendo outra vez, quantas vezes eu quisesse.

Bella também estava tão perdida em seus pensamentos que nem me notou, então eu achei melhor deixá-la quietinha e voltei pra dentro de casa. Nada de barulho; até mesmo a televisão estava no mudo. Rosalie, ao notar minha presença, fez um sinal nada discreto com a cabeça na direção da cozinha, e eu segui pra lá enquanto ela tentava andar sem tropeçar em seus pés. Ela estava absolutamente linda com seus cabelos presos em uma trança e aqueles olhos mais verdes do que eu me lembrava.

— Como você está? Cuidando bem da minha sobrinha? — perguntei quando ela sentou-se ao meu lado, fazendo uma careta engraçada.

— Estamos ótimas, mas essa menina adora me chutar! Vai ser jogadora de futebol, não é possível!

Eu ri, e bem no momento em que coloquei minha mão sobre a barriga de Rose, a pequena resolveu nos dar uma demonstração de afeto. Chutava mesmo!

— Com calma, garotinha! Ela é chata, mas é minha irmã.

Rose colocou sua mão sobre a minha e me sorriu; um daqueles sorrisos completamente satisfeitos.

— E como Bella está? Tenho notado que ela anda tão quieta e calada...

Suspirei. Fisicamente ela estava ótima; não tinha nada de errado com a gravidez ou com sua saúde, mas o que se passava em sua cabeça...

— Ela está bem, eu acho. Nós conversamos muito, ela briga comigo e me xinga, depois me faz rir... Mas tem momentos, como agora, que ela simplesmente fica assim, calada.

— Algum problema com o bebê? Algum outro problema que você não queira contar?

— Não. Está tudo bem. Não aconteceu nada entre nós; nada de brigas ou discussões, o bebê está bem... Deve ser coisa de mulher grávida; medo, preocupação, essas coisas.

— Está certo. Eu vou deixar vocês em paz, ok? Vai ser difícil, mas vou arrastar esse povo todo pra fora daqui.

Rose me beijou a bochecha e saiu, já gritando que era hora de ir e que uma mulher grávida não poderia ser contrariada.

Preferi deixar Bella quieta, pois eu sabia que não havia problema algum.

Os dias foram passando sem que muita coisa mudasse com relação a seu comportamento, embora eu soubesse que realmente nada de ruim acontecia. Bella não arriscaria sua vida e a de nosso bebê.

Nossos filhos estavam na escola e só o silêncio nos fazia companhia. Meus olhos quase fechavam enquanto Bella passava as mãos entre meus cabelos, mas eu queria aproveitar um pouco mais do bebê, já que ele resolveu se mexer bastante.

— Deve ser uma menina, sabia? É só você chegar perto que o assanhamento começa.

Eu ri. Era verdade; se eu colocasse a mão na barriga de Bella ou passasse uns dez minutos conversando, o bebê começava a mexer.

— Eu acho que é um menino. Ele deve estar querendo dizer que estou mandando bem com os elogios.

— Ah, você pensa que está, não é? Me chamar de minha rechonchudinha não foi um elogio.

— Minha rechonchudinha linda e gostosa, foi o que eu disse.

— Não importa. Não foi um elogio.

— Ah, não? Na hora você bem que gostou.

— Claro que eu gostei... Eu queria sexo, você estava disposto a isso... Só juntei a fome com a vontade de comer.

Que duplo sentido terrível... Mas me fez rir.

— E você está bem?

Eu corria um sério risco com aquela pergunta, mas não poderia evitar fazê-la.

— Eu estou ótima. Se algo estivesse acontecendo, você seria a primeira pessoa pra quem eu contaria, ok? Não se preocupe tanto.

Bem, se ela estava dizendo que tudo estava bem, eu acreditaria nela.

POV BELLA

Eu sabia que todos estavam preocupados comigo, temiam que eu estivesse entrando em depressão ou algo assim, exceto Bree, claro; ela se preocupava mais consigo mesma do que com qualquer outra coisa... E como eu poderia fazê-los acreditar que eu estava bem? Não me sentia triste ou cansada; eu só queria ficar quieta, sem muita agitação ao meu redor.

Edward sempre estava por perto, querendo saber se eu queria conversar, se eu estava bem... De todos, ele era o mais preocupado.

Claro que eu estava com medo, assim como estive quando engravidei de Lily ou quando Gregory veio morar conosco, então não era nada fora do normal. Talvez o diagnóstico fosse de irritação, pois qualquer coisa me deixava irritada e quase doida, por isso eu estava evitando falar mais de duas vezes com Edward sobre qualquer coisa que fosse. Ele sempre seria preguiçoso, não importava quão doida eu ficasse.

E, além de tudo, Carlisle ainda me ligava todos os dias, duas vezes ao dia! Meu pai também não parava de ligar, e eles não faziam ideia do quanto aquilo estava me irritando... Era difícil entender que eu estava bem? Que o bebê estava bem? As pessoas tendem a acreditar que o outro só está feliz se mostrar os dentes a cada meio segundo! Eu não precisava sorrir ou falar o dia inteiro que estava feliz; eu sentia isso, sabia que estava.

Havia a questão do encontro de ex-alunos também. Eu não compareceria mesmo se não estivesse grávida. Se Edward queria ir, ele não me falou, até porque de nada adiantaria. Meus amigos não voltaram a falar sobre aquilo, mas Bree ainda tentou me convencer a ir.

Era sábado e meus filhos estavam espalhados nas casas dos avós. Gregory quase implorou pra que meu pai o levasse, mas jamais diria que eu estava chata e pegando no pé dele a todo instante... Lily não queria saber de nada, só abriu um sorriso bem grande quando Esme apareceu para buscá-la e prometeu que não comeria muitas porcarias. Quem acreditava? Se ela gostava de ir pra lá justamente pra comer tantas porcarias quanto os avós lhe dessem...

E Edward! Aquele filho da mãe me trancou dentro do quarto de Lily e só nos comunicávamos pelo celular. Não adiantou que eu o xingasse e dissesse que estava morrendo de fome — o que era mentira, porque ele me levava comida, água e o que mais eu pedisse. Claro que eu estava curiosa e puta da vida, mas não dava pra eu pular a janela, então só me restava esperar...

E embora conversássemos muito, havia coisas que eram apenas nossas, por isso não insisti com ele em saber como fora sua conversa com Alice, quando ela o procurou. Eu só sabia que eles haviam se acertado e que tudo estava bem outra vez. Se ele estava feliz, então eu estava feliz, e não me importava o que fora dito entre eles. Mas se ela o tivesse magoado de novo, minha mão encontraria sua cara mais uma vez.

Olhei pela janela mais uma vez, notando que já anoitecia. Edward havia voltado ao quarto e me levado roupas, uma toalha e sandálias baixas. Minhas perguntas não foram respondidas e ele me deu quinze minutos. Se ele estivesse pensando em me levar pra sair, já começou fazendo errado... Primeiro que eu não fui questionada sobre o assunto, segundo que trancar alguém não é a melhor forma de convidá-la pra sair, e terceiro: nada de maquiagem ou perfume. O vestido nem era novo! Que porra aquele homem estava arrumando?

Também quis irritá-lo, então eu demorei no banho tanto quanto pude, até ouvi-lo bater na porta do banheiro por umas dez vezes, e quando saí, perdi o ar. Edward estava lindo, por mais que suas roupas não passam de jeans e suéter. Talvez fosse aquele sorriso típico de quando ele havia aprontado algo de muito bom.

— Você não está pensando em me arrastar até aquele encontro, está?

— Não. Podemos?

Peguei a mão que ele me estendeu e me lembrei de não sorrir. Ele não poderia saber que eu estava gostando daquele mistério todo.

Nossa sala estava do mesmo jeito, sem nada fora do lugar, e eu espiei cada cômodo, não notando nada de diferente por ali, mas, na cozinha, havia um cheiro adocicado no ar.

Edward me arrastou gentilmente pra fora, até o jardim. Eu não queria acreditar no que estava vendo, mas estava ali, bem na minha frente.

Minha casa da árvore estava toda enfeitada com luzes, uma pista de dança improvisada em um canto, mesa com duas cadeiras, arranjos de flores e velas.

— Se você não vai ao baile, ele vem até você. — disse Edward, descansando o queixo em meu ombro.

Eu me virei e o abracei do jeito que minha barriga permitiu, mas não deixou de ser bom.

— Você é um marido incrível, sabia? Se você já fosse casado, eu te roubaria pra mim.

Ele nada disse; apenas me beijou. E eu me perdi naquele beijo, na carícia em minha bochecha, em nosso sentimento cada vez mais intenso e infinito.

Aquele baile representava muito pra mim, e Edward sabia disso. Era voltar no tempo, relembrar, sentir, reviver uma época nada agradável. Mas ele mudou tudo isso ao se preocupar em fazer algo nosso; algo que queria dizer que nada do que acontecera no passado poderia interferir negativamente no futuro e naquele presente.

Enquanto todos estavam reunidos em algum lugar, tentando mostrarem-se melhores que os outros, eu estava ali, recebendo todo amor e atenção que apenas Edward poderia me dar.

Ninguém me magoaria. Ninguém riria de mim. Eu não terminaria aquela noite chorando e me sentindo a pior criatura do mundo.

— Eu te amo. Você não faz ideia do quanto eu te amo, Edward.

— Eu faço, sim. Eu amo a menina que não conheci, mas que desde muito cedo, aprendeu a ser forte e corajosa. Eu amo a adolescente doida que destruiu um carro e sorriu como se nada acontecesse. Eu amo a mulher surtada que se casou comigo sem se importar com o que seria dito... Eu amo cada parte de você. Amo a mulher que você se tornou; capaz de superar cada obstáculo, cada momento difícil, e ainda continuar sorrindo e amando; acreditando que o dia seguinte poderia ser melhor. Eu amo você, Isabella. Sempre.

Eu sorri por entre as lágrimas, porque Edward sempre seria a melhor parte de mim, não importava o tempo que passasse. Ele era meu amigo, confidente, amante, pai dos meus filhos, um maluco que quis se casar aos dezoito anos e não parecia arrependido de nada. Eu amava tudo nele, desde o sorriso bobo até sua preguiça infinita.

— Quer beber alguma coisa? Temos champanhe sem álcool, sabia? Meu pai disse que não teria problema.

— Eu pensei que você me chamaria pra dançar...

Ele piscou e me deu um sorriso torto, levando minha sanidade pra puta que o pariu.

— A intenção era te embebedar, depois te chamar pra dançar e te fazer acreditar que sou o melhor dançarino do mundo e então; com você completamente caidinha por mim, eu te convenceria a me deixar levá-la pra casa e te seduziria.

Eu ri e o arrastei até a pista, onde fui deixada por alguns poucos segundos; só o tempo de Edward sumir atrás da árvore e o som baixo da música de nosso casamento soar. Ele estava completamente feliz e com olhos brilhantes; era impossível não sorrir pra ele ou também me sentir extremamente feliz.

— A música! Agora podemos dançar.

Como minha barriga não permitia tanta aproximação; aceitei de bom grado poder ficar mais ou menos perto de Edward.

— Eu sou uma senhora grávida, se esqueceu? Como vai me seduzir?

— Gosto de senhoras grávidas. Mais peito e bunda, sabe? É muito bom mesmo.

— Eu já havia notado essa sua tara, mas achei que era coisa da minha cabeça.

Ele riu enquanto nos movíamos devagar, sem pressa pra nada e com todo o tempo do mundo.

— Não é tara. Eu só acho que é muito bom ter peito e bunda pra apertar, por isso me casei com uma gordinha. As coxas... Meu Deus! Eu fiquei doido com aquelas coxas... Mas não conte nada a ela, sim?

Como se ninguém soubesse que Edward tinha um tombo por minhas coxas... Acho que elas foram o fator determinante pra que ele quisesse se casar comigo.

— Eu fiquei sabendo que uma vez te deram um álbum com fotos sensuais. O que você acharia de ganhar outro, mas em uma versão mais madura, por assim dizer?

— Eu adoraria. Aquele álbum foi tão útil... Eu o mantenho guardado a sete chaves.

Claro que mantinha... Edward era pervertido mesmo, e vivia olhando aquelas fotos.

Sem mais nada a dizer, ficamos quietos e nos movendo lentamente. Talvez ele tivesse colocado a música pra repetir por duas vezes, porque eu não me lembrava de ser tão longa.

Dei um suspiro satisfeito quando, ao final da música, Edward me beijou e nos levou até a mesa arrumadinha. Ele realmente havia se esforçado em tudo aquilo, e mesmo se estivesse uma porcaria, eu teria adorado.

Mesmo que não fizesse mal, aceitei apenas um pouco do champanhe e agradeci por meu marido ter a consciência de que minhas pernas estavam me matando. Eu estava inchada por completo e me sentindo mais pesada.

— Temos alguns salgadinhos e comida de verdade; o que você quer?

— Eu quero que você fique aqui, perto de mim.

Ele puxou a cadeira mais pra perto e eu aproveitei pra encostar minha cabeça em seu ombro. Apesar de termos velas eletrônicas, achei muito romântico que Edward tivesse pensado naquilo; eu jamais teria tido a ideia de arrumar um buquê com florezinhas e colocar a vela no meio.

— Não está com fome?

— Não muita; eu posso ficar mais um tempo com meu marido antes de comer. O que nós temos de doce? Estou com vontade de alguma coisa doce.

— Hum... Temos tortinhas de chocolate branco com frutas vermelhas.

Aquilo me deu água na boca. Bendita hora em que Edward quis realmente aprender a cozinhar! E Esme deu a ele um livro de receitas, assim como vários utensílios. Não que ele fosse se tornar um chef, mas era algo que realmente o agradava.

— Obrigada por pensar em tudo isso, mesmo me trancando no quarto da nossa filha.

Ele riu e se virou um pouco, passando o braço por onde deveria ser minha cintura.

— Se eu te deixasse no nosso você veria o jardim, então perderia a graça. Mas mesmo assim, não precisa me agradecer por nada. Eu faria qualquer coisa pra te ver feliz.

E eu sabia daquilo.

Invertendo completamente a ordem, comecei o jantar pela sobremesa, quase suspirando ao ver aquelas tortinhas tão bonitinhas. Edward estava satisfeito por me ver comer com tanta vontade.

— Amor, isso está muito bom. Você merece dois dias sem ouvir nenhuma reclamação.

— Ah! Meus ouvidos agradecem.

Não lhe dei ouvidos e peguei mais uma tortinha, sentindo o bebê se mexer. Traidor! Eu carregava e ele gostava da comida do pai...

— Parece que tem mais alguém feliz... — disse Edward, inclinando-se todo só pra beijar minha barriga — Oi, bebê. Não chute muito a mamãe, ok? Eu ainda pretendo seduzi-la!

Em resposta, mais um chute que me fez ofegar. Os pezinhos iam bem nas costelas!

— Acho que hoje não vai dar certo... O bebê não quer que você se aproveite de mim.

Edward riu, colocando a mão em minha barriga e parecendo pensar no que diria.

— Não tem problema; eu me contento em poder dormir ao seu lado.

E eu me contentava em ter um marido como ele.

POV EDWARD

Dois meses e meio depois...

Enquanto Lily mantinha seus olhos bem abertos, não querendo perder um só detalhe, eu sorria um pouco afastado e observando a cena. Gregory também estava muito atento, mas parecia envergonhado e quase não olhava. Amamentar um bebê havia se transformado em um evento em nossa casa.

Há cinco dias o mais novo membro da família havia chegado e nos transformado em perfeitos babões. Rosalie também já era mamãe, a pequena Chloe nascera dois dias após Bella dar a luz, e só nos deixou mais felizes. Eu não me cansava de olhar aquelas criaturinhas e não me importava quando me jogavam um babador ou algo assim.

— Dói? — Lily questionou e apontou o seio da mãe, abrindo mais seus olhos e me fazendo rir mais. Ela estava tão assustada!

— Não, não dói. Você também fez isso quando era um bebê.

— Eu fiz?

Ela fez um bico engraçado, como se estivesse mamando, e nos fez rir muito. Eu já estava vermelho quando a peguei no colo.

— Você fez! Como você chorava querendo mamar! Eu pensava que nunca ia acabar.

Ela riu e fez o bico mais uma vez, juntando seu nariz ao meu.

— Posso brrrrrrincarrrrr?

Lily e seus problemas com o “r”... Ou ela o puxava demais, ou não usava, preferindo falar errado mesmo.

— Pode. Depois o papai vai lá, tudo bem? Quero ver a Princesa e a Princesa Dois.

Ela bateu no meu ombro até que eu a colocasse no chão e correu, chamando pelo irmão lá do corredor. Com certeza ela me faria pentear os cabelos de todas as Princesas que tinha; porque todas as suas bonecas eram chamadas assim. Segundo Lily, achar um nome era muito complicado... Melhor colocar um nome e acrescentar números.

— Você quer ficar? Não precisa ir. — falei com Greg, que preferia não olhar muito pra mãe. Menino que sabia respeitar as mulheres! Meu filho, claro.

— Eu vou, mas posso jogar vídeo game? Hoje não quero saber de Princesas.

— Pode ir. Quer pipoca ou biscoito?

— Pai, eu não estou com fome! Já falei isso umas trezentas mil vezes.

— Certo! Eu não perguntei nada! Pode ir. Vá.

Ele correu de mim, mas eu sabia que o estava sufocando com tantas perguntas e cuidados. Eu não queria que ele achasse que estava sendo deixado de lado por qualquer motivo que fosse. Bella riu da minha cara e com certeza eu revirei os olhos.

Sentei-me ao seu lado na cama, encantado com aquela criaturinha tão pequena e nossa. Eu não ligava mais quando Bella me pegava chorando ou sorrindo por nada; só que era bom demais ter aquele bebê conosco. Nosso pequeno garotinho.

— Você vai enlouquecer nosso menino, sabia? Ele sabe que nós o amamos.

Sim, eu sabia disso, mas não custava nada reforçar a ideia, não é?

— Nem falei nada, Bella. — ela riu.

— Pronto. Agora você está satisfeito, não está, meu amor? Seu papai só estava esperando que você acabasse, sabia? Ele adora ficar com você no colo.

Eu estava esperando mesmo, doido pra pegar meu pequeno e ficar um tempão só olhando pra ele.

— Me dê, me dê.

Bella riu mais e me entregou o embrulho verdinho e cheiroso. Verde não era legal pra crianças... Ficava parecendo uma alface gigante! E colocar Lily pra arrotar fez com que eu adquirisse muita experiência... Sempre usar uma toalhinha sobre o ombro, porque às vezes saía algo mais, e o cheiro depois... Aquilo não era legal.

— Quer conversar, filhote? Nada de soninho, é isso mesmo?

— Juro que essa carinha que você faz, me dá vontade de ter um filho por ano.

Foi minha vez de rir. Agora não poderíamos mais ter bebês por meios naturais, uma vez que Bella decidiu fechar a fábrica de vez. Nós decidimos.

— Essa vontade toda é só pra se aproveitar mais de mim, amor. Eu sei que só sirvo pra ser seu objeto sexual.

— Essa vontade toda é pra te ver feliz.

Me inclinei todo e lhe dei um beijo.

— Você sempre me fez feliz, mesmo quando não tínhamos filhos. Eu só acho que nosso bebê não vai ficar muito feliz quando se der conta do nome que você deu a ele. Nosso pequeno merecia coisa melhor.

Bella revirou os olhos e se ajeitou na cama, fazendo uma careta de dor. Logo perguntei se ela queria algum analgésico que a médica havia receitado e se estava confortável.

— Está tudo bem; foi só uma pontada chata que logo passa. — ela pegou uma de minhas mãos, entrelaçando seus dedos aos meus, e suspirou — Dei a ele o nome do cara mais incrível e especial que já conheci na vida. Se nosso pequeno for pelo menos um décimo parecido com você, já me sinto feliz. Nosso pequeno Edward vai gostar do nome, porque o pai dele é o único homem que eu poderia querer pra ser pai do meu filho.

Outro beijo. Eu não tinha mesmo muita coisa a dizer. Quer dizer, eu até tinha, mas sempre me enrolava nas palavras e não sabia se conseguiam me entender.

— Ele tem uma mãe incrível também, então eu espero que ele puxe totalmente o seu lado, porque se puxar o meu, vai ser um preguiçoso que não sabe se expressar direito.

— Não precisa dizer nada, amor. Eu sei.

E por mais que ela soubesse, não seria suficiente, nunca.

Um mês depois...

Nossa casa estava cheia de gente, mas só nossa família, o que já dava uma boa quantidade de pessoas. Rosalie quis sair de casa e é claro que todo mundo foi atrás... Acabamos chamando os pais de Bella e então, aquilo se transformou em uma quase festa.

Eu não queria saber dos adultos; só peguei meu filho e minha sobrinha e fiquei em um canto, sem me importar com nada mais. Era engraçado ficar com os dois ao mesmo tempo, e me peguei imaginando como seria pra uma mãe de gêmeos, ter de amamentar. Fácil não era, com certeza.

Alice também estava presente e me olhava como se eu fosse o ser humano mais estranho do mundo. Ela sempre seria assim comigo... Depois que ela me procurou e nos acertamos, nossa convivência era quase diária, porque ela não queria desgrudar do meu filho. Éramos irmãos e sempre brigaríamos, mas nos amávamos e aquilo estava acima de qualquer briga idiota. Claro que eu entendia seus motivos; ela foi mãe muito cedo e era normal temer que seu filho fosse tão desajuizado quanto ela, mas bastava conversar e tudo se resolveria. Foi o que fizemos: conversamos, nos desculpamos e acabamos rindo um da cara do outro.

— Rose pediu que eu buscasse Chloe. Está na hora de a menina se alimentar.

O tom de voz de Alice não permitia que eu quisesse pensar antes de entregar o bebê mais loiro e rechonchudo que eu já havia visto. Meu pequeno continuava dormindo, mas de vez em quando ele sugava os lábios e fechava as mãozinhas, indicando que não demoraria até que Bella tivesse de amamentá-lo também.

Lily sentou-se ao meu lado e sorriu, perguntando se poderia segurar o irmão só um pouquinho assim. Por mais que eu morresse de medo de deixar, Bella havia dito que ela precisava aprender; que lhe daria responsabilidade e senso de cuidado, então pedi que Lily chegasse mais pra trás no sofá e arrumei meu pequeno em seus bracinhos, ajudando-a a segurá-lo.

— Ele tem cheirrrrinho bom, papai.

— Você também tem um cheirinho muito bom, mas só quando toma banho!

Ela riu e olhou de um lado pra outro, como se estivesse fingindo não me ver. Às vezes o espírito porquinho aparecia e nada no mundo fazia com que aquela garotinha adorável tomasse banho.

— Gosto dele.

— E ele gosta de você. Veja como está quietinho.

Bella chegou com Greg e sentou-se, pedindo nosso pequeno. Nem era preciso dizer que estava na hora de amamentar, pois seus seios estavam enormes e sua blusa azul teria que ser lavada bem rápido.

Nossa pequena plateia se acomodou no sofá e ficamos quietinhos, só observando como tudo aquilo acontecia. O pequeno gostava muito daquele momento, porque até abriu os olhos e esticou os dedinhos, como se dissesse que estava só esperando pra abocanhar sua mamadeira ambulante.

Bella bateu com a mão do outro lado do sofá, chamando Greg e Lily, e só depois ela me chamou, pedindo que eu ficasse ao seu lado.

— Eu amo vocês, sabiam? Muito.

— A gente também te ama, mãe.

E eu amava aquele garotinho! Gregory jamais teria noção do quanto nós o amávamos.

Lily se esticou toda e deu um beijo na mãe, correndo logo em seguida. Greg foi mais contido no beijo, mas também correu logo depois. E eu fiquei ali, olhando pra Bella e tentando visualizar minha vida sem ela. Não tinha como.

— Me promete que isso nunca vai acabar? Me promete que nossa família vai estar sempre junta feliz?

— Eu prometo. Sempre estaremos aqui, juntos e felizes.

Ela aceitou meu beijo e recostou a cabeça em meu ombro, enquanto nosso pequeno não dava a mínima para o mundo ao redor.

— Te amo.

— Eu sei. Eu amo você.

Ela sabia. Ela sempre saberia. E eu também sabia.

A cada dia nós construíamos nosso infinito. Poderia ser perfeito ou não, mas era nosso; só nosso.

Não tinha como amar menos, como não me importar ou achar que fiz a maior burrada da minha vida ao me casar aos dezoito anos. A cada dia que passava minha certeza só aumentava: eu quis o certo pra mim. Bella era o que eu queria, e não me importava que antes ela me quisesse só como amigo; eu viveria feliz assim, sendo seu amigo pra sempre.

— Nosso infinito de hoje está bom pra você? — perguntei baixinho, beijando sua testa.

— Está perfeito. E amanhã será perfeito outra vez.

Seria perfeito. Sempre. Porque eu tinha Bella, minha menina.

POV BELLA

O infinito não poderia ser melhor... Se Edward estivesse comigo, sempre seria perfeito.

Ele poderia dizer que tudo foi porque eu quis, mas se deixei a Bella de antes pra trás, foi só por causa dele; por seu apoio, por sua vontade de me fazer ver que eu poderia amar e ser amada. Nem o infinito seria suficiente pra que eu mostrasse a ele o quanto o amava.

Era por causa dele que eu tinha filhos maravilhosos e uma família perfeita.

Era por causa dele que eu sorria e suspirava - ainda.

Era por causa dele que meus sonhos se realizaram e eu era feliz.

Era por causa dele que eu queria o infinito.

Foi por ele que superei todos os meus medos e inseguranças, que deixei de lado o que realmente não me fazia bem e não me importava. Se Edward não tivesse ficado sempre por perto, mostrando que gostava de mim e sem exigir nada em troca, eu continuaria sendo a Bella medrosa de sempre. Foi ele quem me ensinou a ser como eu era.

Ele me ensinou a amá-lo, e agora nada no mundo faria com que isso mudasse.

Cada dia precisamos nos superar de alguma forma. Eu superei, e a prova estava bem ali, ao meu lado, dizendo que me amava e me prometendo o infinito.

Ninguém tem o direito de nos dizer que não somos adequados por causa de nossa cor, religião, forma física e etc. O mundo é feito de diversidade; pessoas são diferentes em suas personalidades e caráter, em sua forma de pensar e agir. Não digo que é fácil. Não é mesmo! Ser magoado e humilhado dói muito, mas isso não pode tomar conta de nossas vidas; não podemos nos deixar abater e abaixar a cabeça por não sermos como “a maioria”.

Sei, também, que nem todas as histórias são como a minha; com dias felizes e um cara incrível ao nosso lado, mas isso é questão de tempo e observação...

Talvez seu cara perfeito seja aquele baixinho que usa aparelho, mas você, por pensar que ele não é adequado ao resto do mundo, deixa de conhecer o seu cara incrível.

Talvez sua mulher incrível seja aquela menina na cadeira de rodas, mas por medo do que vão dizer e dos dedos apontados, você deixa aquela menina passar, e lá na frente ela vai encontrar o cara perfeito pra ela, que pode ser o baixinho que usa aparelho.

E não busque perfeição, pois cada defeito é importante. Busque apenas a felicidade, sem se importar com mais nada, e aí sim, você verá que tudo pode acontecer...

A perfeição que me acompanhava estava cansada e resolveu parar pra descansar, mas acho que ela não me alcança mais. Estou correndo muito, estou me libertando.

Zade Bretas

FIM


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Recomendação da Isa:

Sabe aqueles enredos que você começa a ler e não tem vontade de parar nem para fazer um lanche? Que você está sentindo sono e fome mas o capítulo está tão bom que você esquece tudo e não consegue parar de ler?
Superando é assim...simplesmente envolvente e apaixonante!
Alguém vai dizer: "é só mais uma fic de uma gordinha que supera tudo e se dá bem."
Não se engane minha amiga!
É uma estória de amizade, amor ao próximo, dedicação, doação e muito respeito ao significado da família e dos amigos. Quem dita os padrões de beleza tão ridículos? Quem diz que rosa é melhor que vermelho? Que baixa é mais bonito que alto? Que ser magro é elegante e ser gordinho é um vexame? Que não existe amor verdadeiro? Que precisa passar dos trinta para se casar? Que precisa terminar a faculdade para começar uma família?
Superar é aceitar você mesmo, é entender seus amigos, é respeitar seus familiares e acima de tudo, é ter caráter e dignidade para sonhar e alcançar os seus sonhos.
Superar é amar com o coração puro...é respeitar os limites do outro...é entender a opinião diferente da sua...é saber ouvir e falar na hora adequada...
Superar é amar as diferenças de raça, cor ou credo sem jamais deixar de acreditar no coração puro e na alma das pessoas.
Essa é a mensagem linda dessa fic que ficará no meu coração...Parabéns!!!