Superando escrita por Arline


Capítulo 25
Capítulo 25 - FELIZES PARA SEMPRE


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Eu poderia contar o que me aconteceu desde o último capítulo e tentar amolecer o coração de vocês, mas realmente estou cansada demais.
O capítulo não está bom. Nem de longe. Mas, como já fazia muito tempo desde o último, achei que era melhor postar assim a tentar mexer e estragar mais ainda. Teremos mais um, com uma boa passagem de tempo, e o fim.
Cintia, obrigada pela recomendação.
Michelle, obrigada pelo empenho em comentar em todos os capítulos, mesmo com a fic quase no fim.
A todas, meu muito obrigada por sempre estarem por aqui. É reconfortante. Obrigada mesmo.
Formatação ruim... Não sei o que acontece com o Nyah...
Bjs e até o próximo



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FELIZES PARA SEMPRE

POV BELLA

Faltava apenas um dia. Ou melhor; uma noite. Eu me casaria na tarde do dia seguinte e por mais incrível que pudesse parecer, não havia nervosismo de minha parte. Pra quê? Passar a vida ao lado de Edward era o que eu mais queria, e finalmente eu poderia concretizar esse desejo.

Ao contrário de mim, Edward estava uma pilha de nervos, andando de um lado pra outro e com o telefone grudado na orelha, falando com as irmãs, com a mãe, o pai... Até meus pais entraram naquela lista. Por mais que eu tivesse pedido por umas três vezes que ele desligasse e se sentasse para jantar, de nada adiantou. Me restou tomar uma atitude drástica — e dramática; desliguei o telefone da tomada e tirei o fio que o ligava com a linha, guardando comigo. O celular já estava confiscado, deixando Edward completamente desesperado. E lá foi ele me chamar de mulher má... Não, eu não era má; só que aquela inquietação dele estava me deixando meio doida e estressada.

Foi complicado fazê-lo entender que tudo estava perfeitamente organizado e que daria certo no dia seguinte.

Eu dormi muito bem, mas Edward acordou com o humor meio alterado e cheio de olheiras. Por cinco vezes ele conferiu se sua roupa estava no lugar que deixei na noite anterior, e eu só me preocupava em ver se ao lavar a louça do café, minhas unhas tão bem pintadas por Rose não tinham descascado. Se eu passasse a dar importância para cada vez que Edward olhava o relógio, certamente eu acabaria por surtar.

Conferi as horas apenas quando a campainha tocou; era a hora que eu seria expulsa de casa e iria pra casa de Esme. Emmett e toda a cambada masculina estavam na porta, me olhando como se eu não existisse. Eu ainda morava ali, não?

— Você é estranha, Bella... Jura mesmo que não vai sair correndo pra se arrumar? — a pergunta de Emmett me fez revirar os olhos.

— Temos tempo... Ainda é cedo e tudo está dentro do horário. — retorqui calmamente, vendo Carlisle sorrir — Podem entrar; Edward deve estar encolhido em algum canto, rezando pra nada dar errado.

As risadas foram inevitáveis. Abri espaço pra que eles passassem; cada um com seus trajes lindamente protegidos. Até Vittorio estava ali, trazendo sua roupinha pendurada nas costas. Aquele menino era um pequeno lord.

Ouvindo a movimentação, Edward apareceu na sala e começou a ficar nervoso ao ver todos ali, enquanto eu olhava calmamente minha bolsa e conferia se tudo estava certo. Nem me passou pela cabeça de sair logo...

— Eu poderia ser extremamente simpática e dizer que a casa é de vocês, mas não. Amanhã a titia Bella não estará em um avião rumo à Paris, portanto, mantenham minha casa limpa e inteira. — todos me olharam de canto — Edward, se eu encontrar toalhas sobre a cama e roupas sujas espalhadas, pode contar que será pior pra você, amor... Coloque tudo na máquina e siga as instruções que escrevi e deixei colada na parede, ok? Seus dedinhos não cairão por conta disso.

— Bella, você está pegando pesado com ele... Vocês vão se casar e nem passarão a noite aqui... — Jasper veio em defesa do cunhado, pensando que eu deixaria por menos.

— Seguindo o que eu estava falando... Louça suja nem pensar! Juro por Deus que se eu chegar aqui e encontrar qualquer coisa fora do lugar; irei atrás de todos vocês e os colocarei pra limpar cada mínimo canto dessa casa. E isso inclui meu sogro e o pequeno Vittorio.

— Bella...

—Cale a boca, Emmett. Eu ainda não terminei. Se qualquer coisa alcoólica for oferecida a Edward, saibam que estão assinando seus atestados de óbito; eu faço questão de arrancar o que vocês mais amam.

Todos fizeram uma cara de dor que quase me deu pena. Quase. Era minha casa, minhas coisas e eu não queria nada fora do lugar. No dia seguinte eu estaria ali, seguindo minha vida normalmente; lavando, passando, cozinhando... Se eu fosse pra qualquer outro lugar e tivesse uma empregada que mantivesse tudo em ordem, eu não me importaria caso os meninos fizessem um pouco de bagunça; eles teriam que se arrumar e por certo as coisas não ficariam impecáveis por ali, mas eu não acordaria e iria arrumar casa. Não mesmo! E estaríamos na escola segunda-feira, levando nossa vida normalmente até que as férias chegassem e pudéssemos ter nossa lua de mel.

— Eu não sabia que você era assim, Bella... Eu acho que Edward vai repensar esse casamento.

Carlisle até poderia querer me irritar, mas não conseguiu.

— Ele repensa e amanhã você enterra seu filho, querido sogro. — Carlisle gargalhou, enquanto Edward suplicava com os olhos pra que aquilo tivesse um fim.

— Bella, amor, é melhor você ir, ok? Vai acabar atrasando tudo e eu prometo, prometo mesmo que tudo estará em ordem quando voltarmos.

— É bom mesmo! — me aproximei mais, ganhando um sorriso torto — Não fique nervoso, ok? Vai dar tudo certo e logo, logo estaremos casados. — seu sorriso ficou maior, me fazendo sorrir também — Me espere, sim?

Em resposta, ganhei um beijo que me deixaria com vergonha em outra época. E tudo bem que tínhamos plateia, mas eles não precisavam assoviar e bater palmas...

Deixando aquele bando de homens ali, sem saber o que eu encontraria quando voltasse, segui para a casa de Esme. Até eu estava me estranhando; não chorei, não me belisquei, não pensei que tudo poderia dar errado... Se tudo aquilo fosse um sonho, eu viveria nele até o último segundo. E que durasse muito tempo!

Ao chegar à casa de Esme, fui recebida por um fotógrafo disparando flashes em minha cara e por outra pessoa que me filmava, pedindo que eu sorrisse. Que porra era aquela? Queriam que eu me casasse cega? E eles não gostaram quando olhei feio e pedi que parassem! Ah, tinha graça!

Alice apareceu toda sorridente e com coisas no cabelo, me fazendo rir. Aquilo estava ridículo!

— Não quero isso. — falei de uma vez, apontando os dois homens.

Alice revirou os olhos, me puxando pelas mãos como se eu fosse uma criança que não estivesse entendendo algo.

— Bellinha, isso faz parte! É pra fazer o antes e o depois!

— Ou você os manda sumir, ou eu ligo pro seu irmão e em dois minutos ele está aqui, surtando e colocando todo mundo pra fora de forma nada amigável.

A ameaça foi suficiente pra que os prestativos senhores sumissem da minha frente. Eu não queria mesmo que tirassem fotos e me filmassem daquele jeito; era estranho e eu não me sentia bem. Que ficasse pra hora do casamento.

Não demorou até que Rose e Esme aparecessem, me fazendo rir mais uma vez. Aquilo era o papelão do rolo de papel higiênico nos cabelos loiros de Rose?

— Não ria... Os cabeleireiros esqueceram os bobs...

“Os”? No plural mesmo? Mesmo achando aquilo um exagero; dei de ombros, sabendo que de nada me adiantaria reclamar.

Esme ofereceu-me algo para comer e aceitei prontamente, sentindo até meu estômago se agitar. Com as maluquices de Edward, acabei acordando cedo demais e consequentemente, tomei café cedo demais. Tomara que meu vestido ainda desse...

Obviamente elas também me bombardearam com perguntas; querendo saber se eu não estava mesmo nervosa, se eu não ia chorar e me descabelar... Bem, até aquele momento, não. Talvez eu começasse a me sentir nervosa quando estivesse na porta da igreja, prestes a me casar realmente.

O tempo que tive para descansar não foi muito; logo Alice me arrastou até seu quarto, onde estava montado um verdadeiro salão de beleza. Por um segundo eu relembrei o dia do baile na Forks High, quando minha irmã e minha amigas queriam me deixar bonita. Eu tive um baile naquele dia... E eu teria outro hoje, mas eu já estaria casada e dançaria com meu marido. Não tinha como ser melhor.

Fui avisada de que deveria ficar quieta e deixar que os cabeleireiros e maquiadores trabalhassem tranquilamente. Meu banho foi quase impossível, uma vez que Alice batia na porta a cada dois minutos, perguntando se eu já havia acabado e dizendo que eu acabaria por atrasar tudo. Era meu casamento e eu poderia atrasar! Mas que droga!

Ah! Eu só poderia me olhar no espelho depois que tudo estivesse pronto. Que maravilha...

Sem nada que eu pudesse fazer, deixei que meus cabelos fossem puxados, enrolados, alisados, torcidos... Eu só esperava mesmo não estar com uma dor de cabeça depois de tudo aquilo... E enquanto as vozes soavam ao meu redor, eu me mantinha quieta, apenas ouvindo as loucuras de Alice e os devaneios de Rose; elas estavam deixando maquiadores e cabeleireiros completamente loucos de tanto que falavam... Esme estava ao telefone, falando com minha mãe e muito animada por tudo estar correndo bem no local onde ocorreria a festa e com a igreja. Minha mãe era mesmo incrível; dispensou toda aquela parafernália só pra ter mais tempo pra cuidar do meu casamento.

E eu estava doida pra ver meu pai, pra saber como ele estava. Na noite anterior, quando nos falamos, ele estava todo emocionado, dizendo que não conseguiria me levar ao altar sem tropeçar pelo caminho. Eu não duvidava muito não... Nos dois ensaios que fizemos ele tropeçou no mesmo lugar e colocou a culpa no tapete perfeitamente liso.

As horas começaram a correr e eu era a única que continuava sendo torturada; Esme, Alice e Rosalie já estavam lindas em seus vestidos e saltos. O tal Pierre, o cabeleireiro, disse que meu penteado era muito complicado. Que deixasse a droga do meu cabelo solto! E era uma torcida nos fios e alguma coisa sendo presa neles.

Edward ligou por duas vezes, a primeira só pra dizer que a casa estava inteira e a segunda vez foi pra dizer que me amava e que já estava quase indo pra igreja. Já? Mas era cedo ainda!

Não, não era... Faltava pouco pra eu seguir para a igreja. Rosalie, entre muitas idas e vindas, acabou parando apenas quando entrou no quarto trazendo meu vestido. Como das outras vezes que o vi, tive que fazer força pra não chorar; era maravilhoso e simples, do jeito que só Alice conseguiria fazer. Nada de muito brilho ou muitas “coisinhas de menina”, mas também não era apagado ao ponto de passar quase despercebido. Os detalhes do busto me agradavam bastante; as florezinhas bordadas deixavam o vestido romântico e era mais do que suficiente.

Depois de pronta quase arranquei o pano que cobria o espelho; eu queria me ver, saber como eu estava... Antes que eu pudesse fazê-lo, a voz do meu pai me deteve. Quando me virei só consegui sorrir ao vê-lo tão arrumadinho em seu terno completamente esticado e liso, ele parecia com medo de se aproximar e me amassar caso me abraçasse, mas encurtei a distância e o apertei fortemente contra mim, tentando segurar as lágrimas. Até que não fui tão ruim, mas ele não conseguiu, e senti meu ombro molhado.

— Como o senhor está bonitão, hein? Tirou até o bigode!

Ele me olhou meio torto, notando que eu estava mesmo querendo fazer graça com a cara dele.

— E tomei banho também! Até passei perfume... Tudo pra não fazer feio. — eu ri, secando suas bochechas molhadas — Você está linda, filha. De verdade.

— Obrigada. Eu...

Minha fala foi interrompida pelo grito estridente de minha mãe; mais uma que estava chorando... Ela se juntou ao meu pai e repetiu por umas dez vezes que eu estava muito bonita. Eu até poderia estar, mas só saberia mesmo depois que eu me olhasse no espelho! Elogio de pai e mãe não vale.

Com as emoções mais brandas, Alice me chamou, dizendo que eu já poderia matar minha curiosidade. Sem medo, olhei para meu reflexo no enorme espelho e só consegui sorrir. Ter meus cabelos quase arrancados valeu muito a pena; tudo aquilo se transformou em uma trança muito elaborada e cheia de pequeninas rosas brancas presas entre os fios. Eu queria casar comigo!

— Eu estou um arraso! — exclamei, fazendo com que os outros rissem.

— Claro que está! E vamos andando antes que o Edward venha te buscar aqui; ele já me ligou cinco vezes.

Meu pai sempre arrumaria uma forma de alfinetar meu quase marido...

— Vamos! Eu quero me casar! — todos riram mais uma vez.

Os pobres maquiadores e cabeleireiros sorriam enormemente, talvez pensando que todo mundo era meio doido ali, mas nem dei tempo pra que eles falassem nada; pedi que Alice os trouxessem também, enquanto meu pai praticamente me arrastava escada abaixo. Bree, obrigada por me fazer aprender a andar e correr de salto. Amém.

E eu quase corri mesmo; quanto menos tempo levássemos até a igreja, mais rápido eu me casaria...

POV EDWARD

As horas demoraram muito a passar... Emmett conseguiu me tirar do sério com seu falatório sem fim e eu acabei por me refugiar por alguns momentos na casa da árvore. Pouco. Faltava pouco pra que enfim eu estivesse casado. O nervoso estava me deixando mais nervoso — se é que algo assim seria possível —, e só mesmo meu pai conseguiu me acalmar.

Ouvir suas palavras me fez muito bem; saber que ele confiava em mim e acreditava que eu realmente amava Bella, me deu mais confiança em mim mesmo. Qualquer pessoa poderia pensar que tudo aquilo não passava de fogo de palha, que o casamento era precipitado e que éramos novos demais. Claro... Quem se casa aos dezoito anos e sem ter terminado o colégio? Nos dias atuais, quase ninguém.

Mas eu amava Bella demais pra esperar por anos e anos até que estivéssemos formados e empregados. Eu a amava demais pra esperar muito tempo mais até que pudesse chamá-la de esposa. Nossa idade não importava, o fato de estarmos estudando não importava; eu só queria ver as alianças em nossos dedos e saber que seria pra sempre. Poderíamos viver até o fim de nossas vidas sem assinarmos papel algum, sem igreja ou festa e nos amaríamos da mesma forma; só que era pouco pra Bella. Ela merecia muito mais do que um casamento quase às pressas, ela merecia muito mais do que eu poderia oferecer a vida inteira. Talvez casássemos uma vez por ano...

Em momento algum me arrependi de ter proposto aquele casamento corrido; só fiquei meio chateado por não ter pensado que não teríamos tempo pra nós, que Bella estava cansada e que a semana seguinte poderia ser pior pra ela. Claro que eu também estava envolvido com todos os detalhes, mas Alice ligava cinco vezes mais pra Bella, acordava-a muito mais vezes do que a mim, exigia a presença dela muito mais do que a minha, e ainda teríamos aulas depois... Realmente não pensei bem.

E não pensei bem, também, quando concordei que todos se arrumassem em minha casa. Emmett fez questão de bagunçar bastante o sofá e a cozinha, deixando muitos copos jogados sobre a pia e a mesa. Talvez não tivéssemos mais copos limpos... Meu pai, lembrando-se das palavras de Bella, se compadeceu e decidiu por arrumar tudo, enquanto colocava Emmett para o banho. Eu preferi não falar nada quanto àquilo e segui para o outro banheiro, onde tomei banho e fiquei em dúvida se me arrumava ou não. O grito do meu pai, perguntando se eu estava pronto, foi o suficiente pra que eu tomasse minha decisão.

Mesmo achando que não daria tempo, que eu acabaria por chegar depois de Bella, não me pronunciei; todos estavam muito tranquilos na sala, arrumados e conversando. Por três vezes eu perguntei se Jasper havia colocado as alianças no bolso de Vittorio, pra que ele pudesse pegá-las e levá-las ao altar, e recebi olhares tortos e pedidos pra que me calasse.

Depois de falar com Bella eu até que me senti mais calmo, mas não durou muito; ao desligar, meu pai disse que estava na hora de irmos. Muito pouco...

Segui até o quarto para pegar a mala que estava arrumada, mas me detive ao ver um papel colado a ela. A letra de Bella estava ali e sorri ao ler o que estava escrito; segundo minha quase esposa, ela havia cancelado nossa ida até Port Angeles porque não queria perder grande parte da primeira noite sendo, enfim, a minha senhora Cullen, em uma “viagem” que poderíamos fazer em outro final de semana.

— Vamos, Edward! Pegue logo essa mala! — meu pai e todos os outros apareceram na porta do quarto, me gritando e parecendo apressados.

— Bella cancelou a viagem. — respondi calmamente, largando a mala onde esteve antes. O sorriso de Emmett era medonho.

— É hoje que eles vão fazer menino até cansar! Se quiser, posso te arrumar um remedinho... Essas coisas... Ai!

Com certeza o soco que Jasper deu no braço de Emmett não doeu; se tivesse sido eu, ele teria chegado ao final do corredor. Se ele soubesse o quanto eu gostava de ficar falando da minha vida sexual... E ainda bem que Vittorio não estava prestando atenção àquela idiotice...

Já na igreja, passei a andar de um lado para outro, ligando para meu querido sogro e perguntando se já estavam chegando. E ele sempre dizia que sim... Quil me pediu calma e sentou-se ao meu lado no altar. Era ridículo, parecia que eu havia sido abandonado, e eu sabia que Bella jamais faria uma coisa dessas comigo.

Meus olhos vagavam dos convidados para a decoração. Estava tudo muito bonito, era verdade; a ideia de Alice de vermelho com branco até me pareceu clichê demais para um casamento, mas até que ficou bom. Bom. Porque perfeito mesmo só ficaria depois que Bella chegasse.

— Quil, eu acho que Bella não vem mais... — quase sussurrei, com minha cabeça escondida entre as pernas.

— É claro que vem, cara! Relaxa. Olha lá, sua mãe acabou de chegar.

Em um salto eu já estava de frente pra minha mãe, que vinha toda sorridente. Eu queria saber da minha noiva. Era pedir muito?

— E a Bella? Ela desistiu, não foi? Ela sumiu e não vai mais ter casamento...

Ainda com o sorriso no rosto, minha mãe ergueu a mão e acertou minha nuca em cheio, fazendo com que os outros rissem do meu desespero.

— Cale a boca e se coloque em seu lugar. Bella está chegando e eu vou lá pra fora, ficar com seu pai e esperar a hora de entrar.

Sem ter mais nada a dizer, fui para meu lugar e me senti estranho com todos me olhando. Até o padre suprimia a gargalhada.

Todos começaram a entrar e tomar seus lugares. A música que anunciava a entrada de Bella soou e desliguei meus ouvidos de tudo; meus olhos se concentraram apenas em Bella, que estava absolutamente linda. Meu sorriso era enorme ao encontrar seus olhos e eu me concentrei em manter meu coração dentro do peito e meus pés parados, esperando que ela finalmente estivesse perto o suficiente pra que eu pudesse tocá-la.

Não. Dizer que ela estava linda não seria suficiente; seu sorriso e o brilho de seus olhos seriam suficientes pra iluminar a mais densa escuridão.

Charlie parou a um passo de mim, me olhando feio e respirando fundo. Ele me faria passar vergonha, eu sabia disso.

— Já sabe rapaz, se não cuidar, eu te mato. — o padre fez um barulho estranho, chamando a atenção de Charlie — Perdão, mas é minha filha. Deus perdoa.

— Podemos começar?

Assentimos e foi difícil pra mim, olhar para o padre. Ele teve que chamar minha atenção e pedir que eu pelo menos fingisse que estava ouvindo o que ele dizia. Suas palavras eram sobre amor, família e todas aquelas coisas que se diz em casamentos. Ia demorar, eu sabia que ia. Vez ou outra eu apertava levemente os dedos de Bella, ou ela apertava os meus. Era só pra ter certeza que estávamos mesmo ali.

Vittorio se aproximou quando o padre perguntou das alianças, as entregando a ele. Faltava muito pouco... Era só o tempo de os aros dourados estarem em seus devidos lugares. Bella estava tão ansiosa quanto eu e mal conteve o suspiro de alívio quando o padre me entregou a aliança e pediu que eu repetisse suas palavras. Achamos por bem seguir o que ele dizia a ter que escrever algo e acabarmos falando demais...

Quando enfim a aliança de Bella estava devidamente colocada, beijei seus dedos, ouvindo alguns suspiros. Mulheres... O mesmo foi feito comigo, e eu não aguentava mais esperar pra beijar minha esposa. ESPOSA! Finalmente eu era um homem casado!

— Pode beijar a no...

E eu já estava beijando mesmo! Nem esperei que o padre acabasse de falar, causando risos nos presentes.

— Eu amo você. — falei baixinho, secando as tímidas lágrimas de minha esposa.

— Eu posso continuar a falar? — o padre nos interrompeu e eu me afastei bem relutante. Já estávamos casados, o que mais ele queria dizer?

— Sim, senhor. Fale. — ok, eu fui meio rude.

— Vocês estavam achando que esse homem ao meu lado é um coroinha? Ainda tem o casamento civil, jovem casal. Se separem, por favor, e se encaminhem para...

— Estamos indo!

Claro que eu estava irritado! Bem quando eu poderia beijar minha esposa, ele vem e interrompe tudo! E eu nem levaria em conta que invertemos a ordem dos casamentos, mas tudo bem... E eu também nem levaria em conta que ninguém nos avisou. O que importava mesmo era que estávamos casados!

Nos encaminhamos até o juiz de paz, que falou por uns cinco minutos e assinamos os papéis, deixando bem registradinho que pertencíamos um ao outro.

— Eu posso, por favor, beijar minha esposa?

— Um momento, jovem, eu ainda não terminei. — aquele juiz estava de complô com Charlie... — A partir de agora, Isabella passa a se chamar Isabella Marie Swan Cullen. Felicidades ao casal e pode beijar sua esposa, Edward.

Finalmente! Nos beijamos outra vez, ouvindo os aplausos de todos.

— Amo você, senhor meu marido.

Isso me soava muito bem... Poderia ser assustador para alguns, mas eu estava adorando ser um cara casado.

Do lado de fora fomos recebidos por uma chuva de arroz e muitos abraços e felicitações. Claro que Charlie me ameaçou mais uma vez, mas não deixou de dizer que estava feliz com o casamento. Eu também estava. Muito feliz.

POV BELLA

Eu queria poder ter alguns minutos com meu esposo, mas pelo visto só seria possível depois que sumíssemos da festa. Alice empurrou Vittorio pra dentro do carro que nos levaria, e eu nem pude beijar meu marido de forma decente! O menino ficava nos olhando e rindo o tempo inteiro... Eu ainda mataria Alice algum dia.

Mas até que deu pra aproveitar um pouco. Ficar abraçada a Edward mesmo que por pouco tempo, era muito melhor do que nada. Seria idiotice perguntar se ele estava feliz, o sorriso não saía de seu rosto e seus dedos rodavam minha aliança de forma ininterrupta. Quanto a mim... Não havia nome para o que eu sentia, era algo bom demais pra ser apenas felicidade. E não precisamos falar nada, não havia necessidade de perguntarmos um ao outro o que sentíamos.

Eu achei que a cerimônia demorou demais... Meus passos até o altar pareceram lentos demais e os segundos se arrastaram até que eu finalmente estivesse casada. Mas depois... Duraria até que um de nós resolvesse esperar pelo outro em um lugar mais bonito.

Ao chegarmos ao local da festa Vittorio correu pra fora do carro assim que a porta foi aberta, não nos dando tempo de pedir que ele esperasse. Alice veio ao meu encontro, sorrindo de um jeito nervoso. Problemas...

— Bellinha! Pensei que esse motorista rodaria com vocês até amanhã!

— Fale. O que aconteceu?

Edward apertou meus dedos, como se me pedisse calma. Eu estava calma. Ainda.

— Cunhadinha, não aconteceu nada, ok? Eu só fiz questão de convidar algumas pessoas para a festa e espero que você não se importe.

— Não, Alice. Tudo bem.

— Isso! — ela bateu palmas e sorriu enormemente — Vamos, vamos! Todos querem ver vocês mais um pouco. Sem contar que Emmett está faminto e reclamando...

Ignorei os flashes e a filmagem, seguindo de braços dados com Edward.

Logo na entrada meus pés travaram e meus olhos quase saltaram das órbitas. Eu ia matar Alice de forma bem lenta e dolorosa. Jacob e seu grupinho estavam ali, me olhando de um jeito incrédulo.

— Amor, está tudo bem, ok? Nada acontecerá. — Edward me virou de frente pra ele e segurou meu rosto entre suas mãos, me passando segurança através de seus olhos brilhantes — Pode deixar que eu mesmo faço questão de arrancar cada fio de cabelo de Alice, mas agora, sorria e mostre o quanto está feliz por ter se casado com um cara bonitão como eu, ok?

— Bobo... Tudo bem, eu não vou pirar agora. Mas que é estranho ver a Jane mostrando os dentes enormes, isso é!

Edward riu, me puxando mais pra perto.

— Então, já que a senhora não vai pirar, acho melhor entrar de uma vez; todos estão nos olhando de um jeito meio estranho... — eu olhei pra trás, constatando o que Edward dizia — Sem contar que quanto mais cedo formos embora, mais tempo eu terei pra abrir esses milhares de botões.

Bem, a proposta era mesmo tentadora... E é claro que eu não ficaria mais parada ali, esperando não sei o quê.

Mais uma vez fomos amassados quando entramos, meu pai foi o que mais me apertou e chorou. Edward não foi ameaçado dessa vez. Não... Meu pai o apertou também, bagunçou seus cabelos e apertou suas bochechas.

Como eu nunca havia me casado antes e não sabia muito bem o que fazer, acabei arrastando Edward por todos os lugares, comentando sobre cada coisinha que víamos. Estava tudo tão bonito!

— Bella! — a voz de Emmett chamou minha atenção — Cara, ainda bem que vocês chegaram... Vamos apressar as coisas, sim? Eu estou faminto e não quero mesmo esperar muito pelo bolo.

— Ainda não estamos com pressa, Emmett. E nos dê licença.

Edward me puxou por entre os convidados, parando atrás do tecido que decorava o lugar, fazendo o papel de cortinas. Eu só conseguia rir de seu jeito afoito. Seu olhar pra mim era completamente bobo, assim como eu tinha certeza que olhava pra ele.

Me deixei ser abraçada e o abracei de volta, descansando minha cabeça em seu ombro.

— Você faz ideia do quanto eu estou feliz e do quanto eu te amo?

— Sim, senhora Cullen, eu faço ideia. Mas ainda acho que estou mais feliz e que te amo mais.

— E eu acho que esse será o único motivo de briga entre a gente!

Jamais chegaríamos a um consenso quanto àquilo. Mesmo sem ter como medir, eu sabia que o amava muito mais do que minhas palavras diziam.

Nosso esconderijo foi descoberto alguns minutos mais tarde e ainda bem que foi Rose quem nos achou. Meu pai não ficaria feliz ao ver que eu tentava descobrir meios de tirar a roupa de Edward sem deixá-lo desarrumado. Nem truque de mágica seria suficiente pra uma façanha assim...

Sem saber se estávamos seguindo com tudo da forma correta, decidimos que era hora de dançarmos. Cada um segue com seu casamento da forma que quer, não é? E se queríamos dançar, que assim fosse!

Uma música da época dos meus pais começou a tocar, me fazendo rir e Edward revirar os olhos. Não era feia, mas poderia ser algo mais moderno, né? Passei meus braços pelo pescoço de Edward e ele me segurou pela cintura, nos mantendo bem próximos. Por certo aquela não era a forma de dançar em um casamento, mas ninguém reclamou. Eu estava adorando!

Nossos passos eram lentos, quase não saíamos do lugar, mas não importava de forma alguma. Por conta do salto eu estava quase da mesma altura que Edward e não foi complicado beijá-lo; mesmo se fosse, eu daria um jeito. Meu marido.

Quem poderia imaginar que eu estaria vivendo um momento como aquele? Quando eu imaginaria que o melhor cara do mundo seria meu marido? E eu entendi Alice; ela convidou Jacob e seu grupinho pra que eles testemunhassem minha felicidade, pra que vissem que nada do que me fizeram foi suficiente pra me destruir. Muito pelo contrário; quanto mais eles faziam, mais forte eu me tornava.

Meu casamento não era só uma prova de amor e felicidade; era uma forma de dizer que eu havia superado tudo, que nada mais poderia me atingir, que ninguém poderia dizer que minha forma física me impedia de qualquer coisa.

Antes de me abrir para o mundo e “permitir” que Edward me amasse, eu passei a me amar, a aceitar minhas curvas, aceitar que ser gorda não era impedimento pra ser feliz. Claro que Edward seria pra sempre a melhor parte da minha vida, a melhor coisa que poderia ter acontecido, mas eu ter resolvido que ser feliz era a solução, era a melhor parte de mim. Apenas eu poderia me deixar pra baixo com meus pensamentos, apenas eu poderia me deixar triste e infeliz. Eu. Ninguém jamais teria esse poder sobre mim outra vez. E ser feliz era bom demais pra querer estar em um estado diferente...

E mais uma vez, Edward era o dono de minha atenção. Sua voz ainda estava longe em meus ouvidos, mas eu não parava de olhar pra ele e sorrir. Ele dizia alguma coisa sobre nosso casamento; pedia desculpas por ter feito algo meio corrido e por fazer com que eu me cansasse demais.

— Está tudo perfeito pra mim. — falei baixinho, tão perto que nossos lábios se tocavam levemente — Eu viveria com você pra sempre, mesmo se jamais tivéssemos igreja e papéis assinados.

— Sei que sim, mas você merece mais. Quero poder te oferecer sempre o melhor.

— Você é o melhor pra mim. Não quero coisas perfeitas, presentes caros, viagens com gastos exorbitantes... Quero apenas que você me faça feliz, assim como está fazendo. E pra sempre.

— Pra sempre.

Em algum momento me separaram de Edward, uma vez que a música estava sendo repetida pela quarta vez. Meu pai queria dançar comigo, assim como Carlisle, que quase tirou meu pai de perto de mim a gritos. Homens... Sempre turrões e mostrando, uma vez ou outra, seu lado homem das cavernas...

Minha mãe e Esme, notando que eu já estava cansada, me chamaram pra jogar o buquê. Eu não queria, era tão bonito... Mas eu tinha que fazer aquilo... E eu quase morri de tanto rir ao ver a cara que meu pai fez ao ver que o pequeno amarrado de rosas caiu justamente nas mãos de Bree. Quil seria ameaçado mais do que o normal agora, coitado...

A hora de cortar o bolo foi hilária... Emmett, por mais que tivesse comido a festa quase inteira, fez questão de dizer que ainda estava com fome e que queria um pedaço bem grande. Eu só conseguia rir das ideias de Alice... Aquela coisa de me envergonhar ao me usar nas velas era constrangedor demais... Lá estava eu em miniatura, com o vestido de noiva levantado até uma das coxas e Edward ajoelhado e beijando aquela parte. As pessoas não precisavam ficar sabendo daquilo...

Pouco mais de uma hora depois, Rose deu um jeito de nos levar até o lado de fora, dizendo que era nossa hora de ir. Eu nem pensei em protestar e Edward muito menos; ele passava a mão por minhas costas, como se estivesse mesmo contando quantos botões meu vestido possuía.

Não ter mais visto o grupinho de Jacob até que me deixou aliviada; se não tiveram a coragem de falar qualquer coisa ali, não falariam mais. E Jacob talvez estivesse na casa do pai, pedindo a Deus que ninguém mais o visse por Forks. Isso, se o próprio Billy não o tivesse colocado pra correr a gritos.

O carro me pareceu enorme naquele momento, tão perto que eu estava de Edward. O som de seu coração batendo forte era a música mais perfeita que existia. Eu não conseguia deixar de sorrir e pensar em tudo, em como foi bonito. Talvez tivéssemos feito muitas coisas erradas, como por exemplo, Edward fugir do discurso, fugirmos de algumas fotos, nos escondermos dos outros... Mas eu não mudaria nada, não mudaria um segundo sequer daquele dia.

— Senhora Cullen, não durma! Estamos chegando e eu estou pensando em como fazer pra tirar todas essas flores do seu cabelo...

Eu ri baixinho, pensando em como Edward conseguia ser adorável e um tanto pervertido ao mesmo tempo.

— Temos tempo, marido. Não fugimos da festa para dormir quando chegássemos à nossa casa.

Edward só fazia me deixar com o jeito de uma idiota... Ao chegarmos, ele entrou em casa comigo nos braços, seguindo completamente a linha dos recém-casados. Tudo bem que ele me aguentava, mas pedir que subisse as escadas seria um pouco demais; eu o queria inteiro, sem reclamações de dores nas costas.

Fiquei sozinha no quarto enquanto Edward foi encher a banheira e me senti estranha por estar ali, totalmente sem graça, sem jeito, como se nada nunca tivesse acontecido entre nós, e eu não fiquei assim nem em nossa primeira vez... Minhas mãos tremiam e eu meio que pulei quando senti os braços de Edward a minha volta e seus lábios em minha bochecha, num beijo completamente inocente.

— Bella, o que houve? Você está gelada e tremendo. — me virei pra ele, sem saber o que falar — E com as bochechas vermelhas... Você está com vergonha?

— Eu não sei! Acho que sim...

Eu não achava; eu tinha certeza de que estava mesmo quase me escondendo sob a cama, de tanta vergonha que eu sentia. Era ridículo, bobo e incontrolável. Praticamente me joguei nos braços de Edward, que ria da situação. Idiota.

— Hum... Então a gente faz assim: eu abro esses milhares de botões, retiro todas essas flores do seu cabelo, você toma um banho quente, relaxa e depois dormimos. O dia foi cansativo e seria mesmo bom se você descansasse um pouco.

Edward era incrível. Por mais que ele estivesse frustrado, jamais falaria ou deixaria seu jeito gentil e compreensivo de lado. E eu não estava cansada, não queria dormir, mas a ideia do banho não era ruim.

Deixei que ele retirasse meu vestido e soltasse meus cabelos. Por vezes ele praguejava, dizendo que não sabia o porquê de tantos botões em apenas uma roupa e isso nos fazia rir, me deixando cada vez com menos vergonha. E eu estava quase nua ali, não tinha como me esconder ou pedir que Edward fechasse os olhos.

Demorei um tempo razoável, mas o bastante pra me fazer ver que eu estava sendo completamente idiota. Era meu marido ali! Já havíamos feito amor vezes suficientes pra que ele conhecesse cada pedacinho do meu corpo, eu já havia feito coisas que jamais pensei em fazer. Isso empurrou qualquer vergonha pra bem longe e saí do banheiro vestindo apenas um pedaço de pano que mal cobria minha bunda. Edward ficaria feliz com aquilo, e eu mais ainda...

O encontrei deitado de bruços na cama, abraçado ao meu travesseiro. E só de cueca. Se eu ainda estivesse com vergonha, ela teria passado em dois segundos. Apoiei meus joelhos na cama, chamando a atenção de Edward, que escondeu o rosto no travesseiro e soltou um gemido abafado quando me viu.

— Isso é maldade, Bella! Assim fica difícil...

Sem lhe dar ouvidos, me inclinei sobre seu corpo, beijando cada pedacinho de sua pele exposta, me deliciando por senti-lo estremecer a cada toque de meus lábios.

— Eu não estou mais com vergonha, marido. — sussurrei em seu ouvido e mal tive tempo de piscar os olhos; eu já estava deitada e Edward prendia minhas mãos com as suas. O que a necessidade não faz...

— Que bom que não está... Eu não passaria minha noite de núpcias dormindo... Juro que eu tentaria te seduzir de alguma forma.

Eu ri, sentindo um pouco de dó de sua carinha carente.

— Me seduza. Temos a noite toda pra você tentar... Senhor Cullen.

— Não me subestime senhora Cullen... Eu posso me sair muito melhor do que a senhora pensa.

E eu contava muito com isso!

Realmente a noite de núpcias é uma ótima forma de iniciar a “vida de casada”...


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