Superando escrita por Arline


Capítulo 18
Capítulo 18-NÃO MEXA COM O QUE É MEU! (parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Então! Mais um capítulo pra vocês! Espero que gostem, assim como gostei de escrevê-lo.
Amanhã tem fic nova sendo postada. Sim, mais uma. Teremos um fim de semana cheio de Ed's fofinhos e estranhos e espero contar com vocês.
Desde já, deixo meu agradecimento à Alissa e Carol Lobo pela confiança e palavras de incentivo, mesmo sem terem lido uma só linha da história. E é claro, minha Gêmula Ana Paula. Ela é minha luz.
Alguém está assim, disponível pra deixar uma recomendação? Não? Ok...
beijos e vamos ao cap!



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NÃO MEXA COMO QUE É MEU!

POV EDWARD

Os minutos que passei parado na porta me pareceram horas infindas... Bella ignorou o que o pai perguntou e Charlie não me olhava com bons olhos, muito pelo contrário; bufava a cada vez que notava meus dedos entrelaçados aos de Bella, que também bufava, olhando feio para o pai. Aquilo seria mesmo pior do que pensei... Sem nada dizer, ela me puxou pra dentro da casa e perguntou por sua mãe à Bree, que nos disse que ela estava no banho. Ao que percebi, eles chegaram mais cedo do que o esperado... Muito mais cedo... Ou fomos nós que demoramos demais. Essa era a opção correta; Bella nos atrasou ao se engalfinhar com Heidi.


O clima ali estava estranho demais. Bella tinha que estar abraçando o pai, dizendo que estava feliz por sua volta, bombardeando-o com perguntas... Mas ela nada disse; apenas me puxou e sentou-se no sofá, pegando sua mochila que estava comigo e revirando-a. Aquilo, pra ela, estava muito interessante. Quando ela ignorava alguém, ela ignorava mesmo!


Tentei fazer com que ela fosse lá e falasse com ele, mas recebi um olhar torto e ela me mandando calar a boca e ficar quieto. Ok. Ela mandava e eu obedecia... Bree subiu pra apressar a mãe e eu agradeci por isso; aquela situação já estava ficando chata demais...


Dez minutos depois, respirei aliviado quando Renée apareceu, toda sorridente. Seus olhos fixaram em mim e em sua filha, mas ela notou que havia algo errado assim que viu a cara de Charlie, talvez ela me ajudasse...


— Meu bebê! Como senti sua falta! — disse ela, indo de encontro à Bella, que abriu um largo sorriso e levantou-se pra abraçar a mãe.


Por alguns minutos as duas ficaram assim, apenas abraçadas. Quando Renée me olhou mais uma vez, vi que era minha hora de ser abraçado e beijado. Eu ri de seu entusiasmo e de quando ela apertou minhas bochechas.


— A senhora sentiu tanto a minha falta que nem me ligou... Eu é que tinha que procurá-la.


Nós rimos da cara de cão carente que Bella fez e a abracei, ignorando os olhares assassinos sobre mim.


— Ah! Vocês são tão lindos juntos! Estou tão feliz!

— Nós também estamos. — disse Bella, olhando para o pai, querendo dizer que sua atitude era desnecessária.

— Mas me digam; quem pediu quem em namoro? Ah, estou tão feliz! Tão feliz!

— Já entendemos...


Bella contou sobre o pedido de namoro e senti minhas bochechas quentes de vergonha. Charlie deu uma risadinha, como se dissesse que eu não era homem suficiente pra pedir sua filha em namoro. Eu não era mesmo... Meu negócio era logo pedido de casamento! Eu queria ver a cara dele quando eu o fizesse...


— Acabou a graça? Você voltou a pensar, Renée? Não sei pra que tanta coisa com esse moleque!

— Charlie... Cale a sua boca, ok? Eu estou feliz por nossa filha e muito antes dela sequer imaginar que ficaria com Edward, eu já sabia disso. Você, ao invés de ficar com essa cara feia, deveria estar abraçando-a e dizendo que está feliz por ela ter encontrado alguém que a ame.

— Olhe, quando eu entender a piada, eu juro que começo a rir! Que ama nada, Renée! Esse moleque se aproveitou que estávamos longe e que nossa filha sentia nossa falta... Ele se aproveitou dela!


Eu o olhei de boca aberta. Aquilo não ia dar certo...


— Pode me contar! Eu sei que você está grávida, Bella! — oi? — E você, garoto, vai ser o primeiro da lista a ser morto!


Antes do tempo de um piscar de olhos, Charlie estava me agarrando pelo casaco e me sacudindo, fazendo meu cérebro chacoalhar. Força ele tinha...


— Se... Sen... Senhor! — meu corpo estava tremendo dos pés à cabeça daquela forma. Ainda bem que eu não tinha comido nada... — Bella n... Bella...

— Papai! Chega! Largue o Edward!


Bree veio em minha salvação, porque minha namorada e minha sogra só sabiam rir da minha cara. Eu não merecia aquilo... Eu queria casar! Casar!


— Querido, você está bem? Coitadinho do menino, Charlie! Que coisa feia!


Renée desatou a falar, enquanto eu tentava fazer minha cabeça ficar parada. Aquilo não era legal... Por que eu insisti naquela visita? Eu poderia esperar mesmo que Bella fizesse algo pra apresentar nossas famílias...


— Você está bem, amor? — Bella perguntou, me abraçando.

— Meio estranho, na verdade... Minha cabeça está balançando... Sabe aqueles bichinhos que a gente toca a cabeça e elas balançam? Estou assim...


Bella riu mais uma vez, mas a coisa estava séria! Até meus pensamentos estavam confusos!


Ainda sem falar com Charlie, Bella me puxou novamente e agradeci por aquele sofá. A conversa recomeçou e em dois minutos, eu já tinha conhecido várias partes do mundo... Renée e Charlie saíram do roteiro só um pouquinho... Da Itália, eles foram parar no Brasil. Super dentro da rota deles... Até que estava bem animado e ri bastante, mas logo voltei a ficar sério quando meu sogro e futuro assassino abriu a boca.


— Bem, se não me engano, as aulas acabaram há muito tempo... Por que só agora chegaram aqui?

— Porque eu demorei pra arrumar minhas coisas e ainda tive que colocar uma vadia pra correr.


Ok... Era melhor eu começar a rezar... Bella poderia ter inventado uma mentirinha boba...


— Como assim? Arrumar suas coisas?

— É. Arrumar minhas coisas! Voltou surdo da viagem, pai? Eu estava na casa do Edward.

— Renée! Diz pra mim que eu não estou entendendo isso direito! Diz pra mim que a minha filha não dormiu na casa desse... Dessa coisa de cabelo estranho!


Agora meu cabelo era o problema...


— Charlie, não me leve a mal, querido... Os cabelos de Edward são lindos... A única coisa estranha aqui é o seu bigode.


Eu juro que tentei me segurar, mas não consegui. Eu ri, acompanhando as mulheres. Minha cova estava sendo feita aos poucos...


— Vamos ser sinceros aqui, ok? — Bree se pronunciou e tive medo daquilo — Durante o tempo em que vocês ficaram fora; eu fiquei mais na casa do Quil do que aqui e a Bella ficou na casa dos Cullen. O senhor não precisa se preocupar com netos; tenho mais do que certeza de que nenhuma de nós está grávida.

— E isso quer dizer o quê? Que usaram camisinha ou que não fizeram sexo de jeito algum? Pense bem na resposta, Bree...


Bem... Era melhor eu nem pensar... Talvez Charlie tivesse o poder de ler mentes...


— O que o senhor acha?

— Eu acho que esse Edwin logo terá companhia no lugar pra onde eu vou mandá-lo... Pode avisar ao seu namorado que estou atrás dele! E tomara que ele queira fugir, porque caçar é meu esporte predileto.


Oh, puta que pariu! Eu estava muito ferrado! Mas antes de morrer, eu pediria Bella em casamento! Seria a última coisa que eu faria mesmo... Assim...


— Senhor Swan, é notável que o senhor não vai com a minha cara e acho que nem lhe dei motivos pra isso, mas tudo bem; é de seu direito não gostar de mim. — de onde eu estava tirando coragem pra falar com ele daquela forma? — Eu poderia ficar aqui, tentando encontrar inúmeras formas de fazê-lo acreditar que sou o melhor pra sua filha e que a amo, mas isso não terá resultado algum. Eu só...

— Bem, pelo menos você não é burro! Grande coisa! — ele me interrompeu e Bella quase rosnou. Aquele barulho que ela fez foi estranho demais...

— Continuando o que eu estava dizendo; eu não vim até aqui pra dizer que estou namorando Bella e nem pra pedir por isso; estou aqui pra pedir a mão dela em casamento. Sei que o senhor também não vai deixar e vai me ameaçar de morte e me sacudir igual um liquidificador outra vez, mas podemos fazer isso de duas formas: o senhor permite o casamento e ficamos todos felizes ou eu espero até que ela complete dezoito anos e nos casamos da mesma forma.


Um pesado silêncio instalou-se ali e eu só poderia estar louco quando falei daquela forma... Bella me fazia ter atitudes estúpidas! O homem ia me matar!


— Garoto, eu acho bom você tirar seu traseiro daqui. Agora! Bella não se casará com você e nem com ninguém! Não permito que um moleque como você, que se acha muito adulto, machuque a minha filha! Enquanto estivemos fora, teve tempo mais do que suficiente pra enganá-la, pra brincar com os sentimentos dela... Mas agora, eu estou aqui e isso acaba hoje!

— Papai, o senhor está sendo injusto com Edward. — mais uma vez, Bree começou a falar. Estranhei Bella não ter dito nada e nem Renée, mas àquela altura, o que seria normal por ali? — Não cometa o mesmo erro que cometi ao pensar que a estava protegendo. Bella não precisa mais que façamos isso por ela... O senhor acha que ela estaria com Edward se não o amasse? Acha que estaria com ele se não confiasse plenamente?

— E quem garante que ela o ame mesmo? Ela também não gostava do Jacob? Ele não fingiu que gostava dela?


POV BELLA

Ouvir aquilo foi demais pra mim... Enquanto meu pai apenas surtava e estava engraçado, tudo bem, mas referir-se a Edward daquela forma... Compará-lo ao Jacob...


Pedi que me deixassem a sós com meu pai e Edward ainda se preocupava, perguntava se eu estava bem... Como haveria algum tipo de comparação entre ele e aquele desgraçado? Nunca!


Sentei-me ao seu lado e segurei sua mão entre as minhas, sorrindo por finalmente estar perto dele e de suas maluquices.


— Eu sei que isso foi repentino — comecei —; que o senhor está meio assustado... Acredite, eu também estou! Contudo, isso não dá ao senhor o direito de me tratar como uma criança que precisa sempre de cuidados. Eu não vou quebrar, papai. Edward não vai deixar que isso aconteça. — respirei fundo — Só peço que o conheça antes de julgá-lo.

— Não quero conhecê-lo. Será mais fácil odiá-lo quando ele te fizer alguma coisa.


Sorri minimamente. Ele não facilitaria...


— Edward não é perfeito... Não é mesmo! Como me irrita! É superprotetor, mandão, desatento, gosta de filmes velhos, é um tanto preguiçoso e sempre me ganha no vídeo game... Edward não jurou me fazer feliz eternamente; ele apenas disse que tentaria, a cada dia, fazer isso. E tem conseguido. — sorri ao ver a expressão chocada do meu pai — Mesmo eu não tendo facilitado as coisas no início, ele não desistiu de mim, não deixou de tentar, de estar por perto. Na verdade, ele nem fez muita coisa; apenas me deixou ver que ele estava ali. E eu o amo. O amo porque ele me faz rir, porque me entende, porque briga comigo... O amo porque ele não faz nada pensando apenas em mim ou nele mesmo; é sempre pensando em nós.


A boca do meu pai abriu lentamente, talvez pensando sobre aquela última frase.


— Passei esse tempo na casa dele sim, com a família dele e agora, eles são minha família também. Esme e Carlisle são incríveis, assim como os outros... O senhor vai gostar de conhecê-los.

— Não vou não. Eu continuo querendo esse moleque longe de você! Filha... Eu sou seu pai e não quero te ver sofrendo depois, quando ele achar alguma modelo e descobrir como foi legal brincar com você. Tudo será mais difícil do que antes... Eu não vou aguentar se tiver que te ver daquela forma.

— Papai... Edward não é o Jacob. Eu demorei um pouco pra acreditar nisso, mas agora eu sei. Como já disse, eu o pedi em namoro porque ele, antes de fazer isso, queria que eu confiasse nele e eu confio. Eu poderia mentir e dizer que estou grávida ou inventar qualquer outra coisa, mas prefiro que o senhor me deixe casar com ele porque sabe que estou feliz e quero continuar sendo. — ele respirou fundo e desvencilhou suas mãos das minhas, passando-as por seu rosto — Eu poderia esperar ser maior de idade e me casar com Edward sem seu consentimento, mas quero que o senhor me leve ao altar e quero que dance comigo. Quero que partilhe de todas as minhas alegrias, assim como esteve ao meu lado nos momentos tristes.


Meu pai levantou e passou a dar voltas pela sala, sempre me olhando. Eu não saberia se chegaria mesmo ao ponto de me casar sem seu consentimento, mas algo tinha que ser tentado, não?


— Edward me ama, pai. Acha que ele teria vindo até aqui se tudo não passasse de diversão pra ele?

— Bella... Eu quero acreditar, mas é muito difícil! Eu tenho medo, filha... Tenho medo do que pode acontecer se isso não der certo.

— Por favor, pai... Dê uma chance ao Edward, assim como ele fez comigo. Nós não vamos nos casar amanhã; ele quer apenas fazer tudo do jeito certo, já que vocês não estavam aqui quando começamos a namorar... E eu não gostaria de estar com ele sabendo que o senhor não aprova.

— Você faria isso? Continuaria com ele mesmo eu não aprovando?

— Sim, eu faria isso. Não me deixaria completamente feliz, mas eu faria.


Ficamos em silêncio e meu pai apenas me olhava, como se tentasse encontrar alguma vulnerabilidade no que eu disse. Não havia. Eu estava feliz, sabia que continuaria sendo se estivesse ao lado de Edward. E meu pai pelo menos poderia lhe dar o benefício da dúvida. Todos são inocentes até que se prove o contrário, certo?


Seus olhos estavam marejados quando ele veio até mim e me abraçou, dizendo que me amava e que não queria que eu sofresse mais. Eu sabia que ele não queria isso e eu também não queria, tanto que escolhi aceitar que amava Edward e ficar com ele.


— Eu te amo, ok? E sempre estarei aqui. — assenti, dizendo que o amava também — Agora, chame o moleque aqui, quero ter uma conversa com ele.

— Vai ameaçá-lo?

— É meu dever!


Eu ri e segui até o lado de fora, onde todos estavam esperando ansiosos. Edward meio que estremeceu quando eu disse que meu pai queria falar com ele outra vez e minha mãe revirou os olhos, dizendo que aquilo tudo acabaria com os dois abraçados e melhores amigos de infância. Eu esperava mesmo que sim.


POV EDWARD


Ele queria falar comigo outra vez... Ele ia me matar depois disso, eu sabia, eu estava sentido que minha vida se esvaía a cada segundo que eu me aproximava e depois, quando o vi parado no meio da sala, meu coração bateu um pouco mais rápido. Era assim que se morria de medo?


Sem uma palavra, ele me apontou o sofá e ficou de pé, me olhando. Com certeza eu não recusaria, uma vez que minhas pernas ainda estavam meio bambas depois daquelas sacudidas que ele me deu. Na verdade, Charlie Swan não tinha a expressão assustadora; era mais aquele bigode que dava nos nervos... Parecia um bicho morto sobre a boca... E que ele nunca soubesse que pensei isso!


Mas eu estava bem encrencado, eu sabia. Tê-lo quase enfrentado não foi uma atitude muito inteligente e com certeza não ficaria impune.


— Muito bem. — ele começou a falar — Você veio até minha casa, teve a petulância de dizer que se casará com minha filha mesmo que eu não deixe... Agora, me diga uma coisa: você espera sair daqui como? Vivo, meio vivo ou mais morto do que meio vivo?

— Senhor, eu não fui petulante ao vir aqui. — respirei fundo — Eu quero me casar com a Bella e se eu tiver que enfrentá-lo pra que isso aconteça, eu o farei. O senhor poderia tentar me conhecer antes de me ameaçar, poderia tentar conhecer minha família. Com certeza não sou a melhor e mais correta pessoa do mundo, mas eu amo a sua filha e acho que antes de qualquer julgamento, mereço um crédito.


Ok, acabei de assinar minha sentença de morte. Bella realmente estava me levando a fazer coisas muito, muito estúpidas.


Charlie continuou me olhando, parado, a respiração pesada. Talvez eu tivesse conseguido alguma coisa... Talvez ele estivesse maquinando formas dolorosas de tortura... Talvez eu devesse ajoelhar e começar a implorar por minha vida...


— Você acha mesmo que merece um crédito, certo? — assenti — Então, Edwin, me convença! Até agora, nada do que você me disse me convenceu a permitir que fique noivo da minha filha.

— É Edward...

— Seu nome só importa à sua família, que terá que pensar no que escrever em sua lápide.


Olhei para os lados, querendo muito que Bella ou Bree viesse em meu socorro, mas... Só... Eu estava começando a me desesperar de verdade; ele era pior do que Bella! Agora eu sabia de onde tinha vindo aquele gênio do cão. Me restava então, continuar sendo verdadeiro. E meu pescoço estava doendo por ter que ficar com a cabeça erguida, olhando meu sogro. Ele nem poderia sentar, não?


— Rosalie, minha irmã, já passou por muitas coisas, coisas parecidas com as quais Bella também passou, mas nem de longe era forte como ela... Minha irmã sofreu muito, chorou muito e eu estive ao seu lado, sabendo que só poderia apoiá-la, porque nada poderia ser feito com relação à opinião alheia. — ele continuava me olhando, as mãos atrás do corpo — Quando eu vi Isabella, não sabia que era a mesma pessoa que havia ajudado minha irmã no primeiro dia de aula, não sabia seu nome, não sabia nada, exceto que nem por um minuto, consegui deixar de admirá-la.


Charlie ergueu a sobrancelha, como se dissesse que eu estava fazendo tudo errado, mas mesmo se fosse assim, eu continuaria. Eu tinha que contar.


— A forma engraçada como ela referiu-se a si mesma, fez com que eu sorrisse, fez com que eu pensasse que minha irmã poderia ser daquele jeito; passar por cima do que os outros pensam e acham certo. E quando eu finalmente descobri que ela era a mesma pessoa que ajudara Rose, que era a mesma pessoa sobre a qual minha irmã não parara de falar um só minuto, eu a admirei mais. Na verdade, eu me apaixonei por Bella no primeiro segundo em que a vi.

— Sei... Vamos lá! Você ainda pode melhorar isso... Eu sei que pode! Conto com você, Edwin!


Charlie fazia gestos engraçados, como um torcedor que incentiva seu time a seguir em frente. Ele estava claramente me sacaneando, mas era pra eu continuar, não?


— Bella não sabe do que eu vou contar agora e eu agradeceria muito se o senhor pudesse continuar a guardar isso. — falei e ele sorriu de canto, como a filha fazia ao dar sorrisos cínicos — Depois que Bella destruiu o carro de Jacob e meu cunhado lhe quebrou alguns dentes, nós fomos até a casa dele; eu queria ter uma conversa civilizada, mas não deu; o Black realmente conseguiu me tirar do sério ao ofender Isabella e dizer o quão fácil foi fazer tudo aquilo... Mas a ideia dele não era humilhá-la diante de todos; ele ia estuprá-la.

— O quê?! Eu vou matar aquele desgraçado! Eu vou...

— Meu cunhado já deu em Jacob a lição que ele merecia. Com certeza ele jamais pensará em fazer mal a ninguém. Não me orgulho do que aconteceu, do que vi Emmett fazer, mas era por Bella, era pra que Jacob nunca mais pensasse nela.


Emmett realmente havia usado seus músculos em Jacob naquela noite; foi difícil fazer com que ele parasse de socar, chutar... Bella nem se deu ao trabalho de olhar pra Jacob quando ele teve condições de retornar à escola e por isso, não notou seu estado. Sinceramente não sei como ele aguentou levantar... E Emmett estava de olho naquele desgraçado, assim como Quil e Ben.


— Eu poderia ter contado a ela, poderia ter repetido cada palavra nojenta, mas Bella não merece saber disso, não merece saber de todo o mal que aquele infeliz queria lhe causar. Eu prometi a mim que cuidaria dela, mesmo que fosse como amigo e fiz isso por um tempo; contudo, não consegui estar perto dela e fingir que não sentia nada, não me fazia feliz aquela situação. Eu a amo, eu quero ficar com ela pelo tempo que me for permitido, eu quero fazê-la feliz, quero que ela esqueça tudo de ruim que lhe aconteceu.


Charlie fez um gesto, como se pedisse que eu parasse de falar e, mesmo se o gesto não significasse aquilo, eu pararia. Ele estava evitando me encarar e passou a fitar a janela, enquanto se encaminhava até ela. Eu nem queria imaginar o que viria a seguir... Era assustador pensar que ele poderia não me querer perto de Bella. Obviamente ela não ficaria contra o pai, eu sabia disso, por mais que ela batesse o pé e dissesse que não.


— Você sabe que minhas filhas são as coisas mais preciosas que tenho, não sabe? Garoto... Eu vou te dar um voto de confiança, mas se eu sonhar que você pensou em magoar a minha Bella; garanto que jamais haverá a possibilidade de você ser pai.


Ele estava dizendo mesmo que eu poderia me casar com Bella? Era isso? E eu já não podia ser pai mesmo...


— Eu...

— Tá, não me agradeça; sei que sou um ótimo sogro e a pessoa mais legal do mundo! — nem tive a chance de abrir a boca... — Mas o aviso ainda vale, ok? Você a magoa e não poderá engravidá-la. — engoli seco.


Tudo bem que eu não poderia fazer um filho, mas ainda tinha utilidade pro meu... Pro... Enfim, eu precisaria dele!


— O senhor não vai precisar pensar nisso... Não vou magoar a Bella e... Eu já não posso mesmo engravidá-la.


Falar sobre aquilo ainda era um pouco desconfortável, mas até que daquela forma não doeu tanto. E Charlie me olhou com uma expressão engraçada; ele meio que não sabia o que falar.


— Me desculpe por isso... Eu não imaginava.

— Não tem problema. De qualquer forma, Bella já decidiu que adotaremos um time de futebol mesmo...

— Espero que um de meus netos tenha meu nome...


Eu ri disso e estremeci quando ele me chamou pra mais perto. Aquilo era o quê? A felicidade antes da morte? Fui fortemente abraçado e sacudido... Meu cabelo... Aquilo estava pior do que ninho de passarinho depois de um ataque de cobra! As pontas estavam mais desordenadas do que o normal...


— Eu gostei de você, garoto. — disse ele, ainda me encarando — Quando Renée me mostrou um email de Bella, onde ela dizia estar namorando de verdade, eu já sabia que era sério, que vocês se amavam e que ela estava feliz. E na hora em que chegaram... Ver os olhos dela brilhando daquela forma... É só isso que eu quero Edwin, que minha filha seja feliz. Que minhas filhas sejam felizes. Mas o caso de Bree é outra história...

— É Edward, senhor.

— Me corrija outra vez, Edwin e eu revogo a permissão do noivado.


O que mais eu teria a dizer?


POV CHARLIE


Obviamente eu já conhecia toda a vida de Edward antes mesmo de viajar... Ele era um bom rapaz, tinha uma boa família, mas era meu dever ameaçar, querer matar, capar... Era o normal pra quem ama.


E eu amava muito minhas filhas pra deixar que qualquer um as magoasse.


Aquele Quil também teve sua vida investigada e ele eu sabia que não valia muita coisa... Dormir com a minha filha quase debaixo dos meus olhos... Ele estava pedindo pra morrer, implorando, na verdade. E quem consegue negar a um pedido feito com tanta intensidade?


Outro que pediu pela morte foi aquele Black... Edward estava certo ao não contar; Bella já havia sofrido muito e saber daquilo acabaria com ela. Mas eu me acertaria com ele. Com certeza.


Eu estava feliz por minha filha. Eu via o quanto ela estava feliz e como Edward cuidava dela, mesmo que não fosse preciso. Me mantive um pouco afastado, ouvindo os planos que eles faziam para as férias. Bella estava com a cabeça encostada no ombro de Edward e ele tinha uma das mãos em seus cabelos; ver aquilo me fez sorrir. Havia amor em qualquer gesto de um com o outro, em cada mínimo olhar... E os sorrisos! Eles sorriam abertamente, sem medo.


Bella me pareceu meio insatisfeita por não sair, como a irmã de Edward faria e eu não entendi o porquê dela não querer passar um tempo com o namorado — mais tempo, na verdade. De nada me adiantaria pensar no que eles estavam ou não fazendo; era algo inevitável. Então, decidi me pronunciar.


— E vocês não farão nada nas férias? Porque não vão pra Seattle também? Ou qualquer outro lugar?


Todos me olharam como se eu fosse um ET ou coisa pior. Falei algo errado?


— O senhor está falando sério? Eu e Edward viajando... Sozinhos?

— Filha... Você dormiu na casa dele... Quer mesmo que eu acredite que cada um ficou em um quarto? — as bochechas de Bella ganharam um tom vermelho vivo — Se não quiserem ir na sexta, depois do jantar, podem ir no sábado pela manhã.


Eles apenas assentiram com um aceno frenético de cabeça.


— Eu também posso ficar com o Quil?


Olhei bem pra Bree, tentando entender aquilo. Ela estava louca?


— Claro que não! Sua irmã está noiva! O Edwin veio aqui e pediu a mão dela... Nossas famílias serão apresentadas e um anel será colocado no dedo de Bella... E seu namorado who? Não tente ser engraçada, Bree...


Edward sorriu minimamente e confesso; eu gostei de irritá-lo ao chamá-lo de Edwin.


Claro que eu sabia que ela daria suas escapadas, mas aquele moleque tinha que falar comigo também, oras! E nem o olhar enviesado de Renée fez com que eu amolecesse. Não, apenas Bella, que se casaria, teria certas “regalias” no que dizia respeito a namorado — noivo, no caso dela.


— Por falar em ficar e tudo mais... Está na hora de você caçar seu rumo, Edwin. Não acha que está tarde pra ficar na casa alheia não?

— Charlie! — Renée me repreendeu — Quando era você, meu pai não te expulsava!

— Claro que não, amor... Seu pai dormia dez minutos depois que eu chegava... E isso não vai acontecer aqui. Eu estou de olhos bem abertos pra cima desse garoto.


Todos riram, mas Edward disse mesmo que estava na hora de ir. E eu fique atrás da cortina, observando enquanto ele se despedia de Bella do lado de fora. Quem nunca fez isso, que atire a primeira pedra!


Já no quarto, Renée me olhava de forma divertida e eu sabia que ela viria com seus gritinhos e palminhas... Mas eu pegaria aquela mulher de jeito! Ah, se pegaria! Ela que me aguardasse...


— Querido, você está feliz por nossa filha, não está?

— É claro que estou. Bella merece ser feliz e o Edward é mesmo um bom rapaz.


E a gritaria começou... Sempre escandalosa... Ainda bem que nossas filhas não mais nos ouviam; era constrangedor olhar pra elas no dia seguinte...


— Ah! Eu sabia que tudo aquilo era pose! Eu sabia!

— Não era pose, mulher! Minha família é tudo o que eu tenho e ninguém, absolutamente ninguém, mexe com o que é meu! Eu só queria me certificar que tudo estava dentro dos conformes.


Renée foi até a porta e passou a chave, tirando a camisola em seguida. Ela ia me matar!


— E eu? Estou nos conformes, amor?


Oh, sim, ela estava... E com licença, minha mulher me espera!



Continua...


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Notas finais do capítulo

É isso aí, gente! Ainda tem mais uma parte do cap e ele não seguirá a cronologia, ou seja; não acontecerá no dia seguinte a esse.
Qqr coisa, podem perguntar.
bjus!