Superando escrita por Arline


Capítulo 12
Capítulo 12 - ESTRANHAMENTE PERFEITO


Notas iniciais do capítulo

Bem, vamos lá! Mais um capítulo. E eu gostaria mesmo que vocês lessem essa nota.
Eu sei que atrasei e pra dizer a verdade, pensei mesmo em não postar; o número de reviews caiu muito mesmo e isso me deixou completamente desanimada. Eu sei que problemas acontecem, que não podemos prever o que nos acontecerá, mas com tantas pessoas ao mesmo tempo? Enfim...
Vocês podem achar o capítulo meio confuso, mas é importante pra mais uma mudança na Bellinha e qualquer coisa, é só perguntar que eu respondo, ok?
O capítulo não está bom porque... I was drunk quando o escrevi... Mas até que não está tão incoerente assim...
Ao cap!
bj



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/218038/chapter/12

ESTRANHAMENTE PERFEITO

Fechei meus olhos o mais apertado que pude, não querendo acreditar naquele “eu te amo”. Não vi a expressão de Edward, não quis saber o que viria a seguir... Eu só não conseguia acreditar. Por muito tempo o silêncio era a única coisa que reinava ali, além das batidas aceleradas do meu coração. Aquilo era inacreditável!

Quebrando o silêncio, Edward perguntou se eu estava bem e apenas balancei a cabeça, ainda sem querer encará-lo. Mais um momento de silêncio. Mais uma vez ele falou... Queria saber se eu ficaria ali mesmo, se não voltaria pra casa. Não, eu não voltaria. Não tinha como. Eu não queria abrir os olhos enquanto ele estivesse perto de mim.

— Bella, eu vou pra casa, ok? Tem certeza que ficará bem? Eu posso chamar a Bree.

— Não Edward... Dorme lá em casa; está muito tarde e eu vou ficar preocupada. — ouvi sua risada baixa. Devia ser mesmo engraçado conversar com uma pessoa que faz o possível pra não abrir os olhos...

— Posso ficar aqui? Prometo que não...

— Ok. — o interrompi — Ainda bem que o lençol é grande.

Me afastei o máximo que pude, virando para a parede e ele se ajeitou no que sobrara do colchão e puxou o lençol pra si. Eu jamais deixaria que minha mãe lavasse aquele pedaço de pano!

Eu tinha certeza que minha cabeça não ia aguentar... Aquilo não poderia ter sido dito... Não antes de eu ter algumas certezas. Não antes de ele ter algumas certezas... Mas não tinha como voltar atrás; as palavras foram ditas.

Tentei dormir, mas o sono não vinha; minha cabeça estava doendo, eu estava confusa e Edward estava ali. Ele estava ali. E estava se mexendo... Minha respiração ficou suspensa; eu não queria que ele percebesse que eu estava acordada e parei de respirar de uma vez quando sua mão se firmou em torno da minha cintura. O quão perto dois seres humanos conseguiam ficar?

Sua respiração batia em meu pescoço, me causando arrepios atrás de arrepios; cheguei a pensar se ele não estava fazendo de propósito, mas logo descartei tal possibilidade. Edward não era assim.

Eu sabia que já deveria ser bem tarde, mas não me atrevi a me mexer e tentar pegar o celular de Edward; aquilo seria impossível por dois motivos: ele ainda estava grudado em mim e eu não queria me desgrudar dele. Simples, mas não prático.

Não cheguei a ver o dia amanhecendo, mas cheguei bem perto disso. A dor de cabeça se tornou insuportável e não havia outra coisa a fazer senão dormir. Antes de a sonolência ser algo realmente preocupante, pousei minha mão sobre a de Edward e nossos dedos acabaram entrelaçados me causando uma boa sensação.

Ao acordar, parecia que eu não tinha dormido ainda. Além de o meu corpo estar dolorido e minha cabeça também, um peso estava me incomodando e impedindo que eu me mexesse. Tive medo de abrir os olhos e descobrir que eu havia sido enterrada viva... Eu tinha pavor disso! Só de pensar em morrer dessa forma, meu corpo inteiro se arrepiava. Devia ser bem ruim... Bem, seria ruim morrer de qualquer forma!

Mas tomei coragem e abri os olhos, a claridade fazendo com que minha cabeça latejasse, e a primeira coisa que vi foram as estrelinhas no teto. Ok, eu estava viva. Olhei pra baixo e senti minhas bochechas pegarem fogo; Edward estava quase sobre mim, se ele se mexesse, seria capaz de rolar para o outro lado e dar de cara na parede. Eu tinha que chamá-lo... Mas a vergonha me impedia... Vergonha pela situação e pelo que fora dito na madrugada.

Deixei que minha mão passeasse por seus cabelos revoltos, mas parei assim que ele se mexeu.

— Pare de me molestar, Bella. Eu ainda estou dormindo.

Oh, puta que pariu! Tinha como piorar?

— Aproveitei que está acordado e saia de cima de mim. Eu realmente preciso me mexer. — falei e ele deu uma risada baixa, dizendo que ali estava bom e muito confortável.

Claro que estava... Um “travesseiro” do tamanho que eu tinha... Até Bree gostava de dormir com a cabeça encostada em meus seios. Mas eu não ficava constrangida com ela...

— Edward... É sério... E eu não estou me sentindo bem e ainda temos...

— Como? — ele levantou quase que de uma vez, me deixando mais sem graça ainda; não havia como não olhá-lo — O que você tem?

— Minha cabeça está doendo muito e parece que vai explodir, assim como meus olhos.

No momento seguinte, Edward estava sentado, calçando seus tênis e me estendendo os meus — que eu realmente não me lembrava de ter tirado. Olhando seu celular, ele disse: “a escola já era, são nove horas.” Ótimo! Eu precisava mesmo disso! E eu realmente não me sentia segura para descer os poucos degraus da escada, mas preferi não dizer nada.

Assim que chegamos em minha casa, vi algumas roupas sobre o sofá e uma mochila, onde um bilhete estava pregado. Pedi que Edward lesse, porque eu não estava enxergando um palmo diante do meu nariz.

Como sou uma cunhada muito boa, tomei a liberdade de ligar para sua casa e pedir que sua irmã lhe trouxesse roupas e seu material. Bree.

— Intrometida, isso sim. O que seus pais irão pensar? — falei baixo e ele revirou os olhos.

— Bem, o material é mesmo desnecessário. — disse Edward, deixando claro que a ideia das roupas era boa. Por Deus! Edward dormindo ao meu lado, tomando banho na minha casa... Isso não estava me fazendo bem...

— Ok. Banho. — falei e apontei as escadas.

Edward andava ao meu lado, calado e bem estranho; talvez fosse o resultado das palavras que não deveriam ter sido ditas... Indiquei-lhe o quarto de hóspedes e agradeci imensamente por ser distante o suficiente do meu; algumas coisas estavam estranhas demais...

Quase me enfiei de roupa e tudo debaixo do chuveiro; minha dor de cabeça era tanta que eu mantinha os olhos fechados a maior parte do tempo e isso talvez fosse um castigo por ter tentado evitar Edward. E meu estômago parecia brincar de roda dentro da minha barriga. O fim de tudo não seria muito bom, eu já sabia...

Só depois de me vestir e tentar secar os cabelos foi que escovei os dentes e reparei o quão péssima eu estava. As manchas arroxeadas sob meus olhos mais pareciam socos; estava horrível e eu, sem a mínima paciência pra maquiagem. Edward me veria como eu era de verdade: estranha. Saí do meu quarto e segui para o que Edward estava, bati na porta antes, pra me certificar que não veria nada demais, e como não obtive resposta, entrei. Eu realmente não estava confiando muito em minhas pernas, que estavam meio trêmulas. Será que uma carga muito grande de nervosismo seria capaz de deixar alguém tão mal quanto eu estava?

Ao longe ouvi uma voz me chamando e só então me atentei para o fato de Edward estar ali, de frente pra mim e vestido, graças a Deus.

— Você não está nada bem... Tem certeza que é só dor de cabeça? — sua voz soou realmente preocupada e eu não poderia mentir, não quando alguém se preocupava de verdade.

— Meu estômago está se revirando e meu corpo parece que está tremendo todo. Não estou me sentindo nada bem, Edward.

Imediatamente ele veio pra perto de mim e colocou a mão na minha testa, talvez verificando minha temperatura.

— Bem, febre não parece que você tem. Será que aguenta comer alguma coisa?

Fiz uma careta e ele entendeu que não. E não me importei mesmo quando ele pediu, gentilmente, é claro, que eu fosse pra sua casa. Eu não tinha certeza se conseguiria ficar sozinha.

Aos poucos fui me acostumando a Edward e poucos minutos foram o suficiente pra que eu já sorrisse de alguma piada idiota sem me sentir extremamente ridícula. Peguei minhas coisas e segui com ele pra sua casa, não sem antes pedir que ele avisasse sua mãe.

O percurso foi feito em silêncio, mas não era desconfortável; ouvíamos música num volume bem baixo e eu conseguia rir das caras e bocas que ele fazia. Um homem cantando U Smile era realmente hilário. E fofo. Porque ele sempre dava um jeito de desviar os olhos da estrada só pra me ver sorrindo.

O carro parou um pouco antes de chegarmos e me senti estranhamente idiota. Eu sabia o que aconteceria, eu queria aquilo, mas era como se tivéssemos voltado ao ponto antes de La Push.

— Eu sei que você está morrendo de vergonha e sei que suas bochechas ficarão mais vermelhas do que tomates, mas eu posso te dar um misero beijinho? Faz tempo desde o último, né?

Como eu negaria um beijo depois disso? E aquele bico? E os olhinhos iguais aos de um cão que caiu da mudança? E, obviamente, minhas bochechas estavam quentes, mas era um detalhe sem importância naquele momento.

Inclinei meu corpo em sua direção e sorri quando ele soltou um “amém”. E beijar Edward era... Só beijando pra saber como eu me sentia, não havia explicação.

— Vamos lá, tenho que cuidar de você.

Sorri bobamente com aquilo. Ele realmente cuidava de mim e eu gostava muito de ser cuidada por ele.

Em sua casa, Esme me recebeu afetuosamente, mas não deixou de brigar com o filho por ele ter perdido aula.

— A culpa é totalmente minha. — falei e ela me olhou com curiosidade — Não estou me sentindo bem e falei que não iria pra escola... Edward acabou me fazendo companhia.

— Oh, querida! Sente-se, vou chamar Carlisle para ver você.

Não tive tempo pra dizer que era desnecessário; ela já estava longe e Edward me olhava como quem dizia que não ia adiantar que eu falasse nada. Enquanto ele disse que ia comer alguma coisa, deixei que meu corpo afundasse naquele sofá tão macio e confortável. Enviei uma rápida mensagem à Bree, informando onde eu estava e ela me respondeu com um simples “ok”. Talvez ela não estivesse na escola também...

Carlisle apareceu com toda sua beleza e dentes extremamente brancos e senti que eu estava sendo muito retardada por ficar olhando pra ele com a boca quase escancarada.

—Bom dia, minha querida. Esme disse que você não está bem... Devo começar a implorar pela vida do meu filho ou...?

— Pai!

Edward apareceu bem na hora e me livrou de um grande constrangimento. Bem, nem tão grande assim, meu pai já havia falado sobre aquilo...

— Ok. Perdoe-me pela piada matinal. — disse Carlisle e sorri — Vamos à biblioteca, lá poderemos conversar melhor.

Respondi às diversas perguntas que Carlisle me fazia e recebi um olhar feio quando falei que não comia nada há um bom tempo. Minha pressão foi aferida, minha temperatura foi verificada e Carlisle me deu um remédio para dor de cabeça e enjoo.

— Sua pressão está baixa. Me desculpe perguntar... Você não comeu durante esse tempo todo por conta de algum regime maluco?

Carlisle ficou vermelho com a pergunta, mas eu o entendia, era o trabalho dele como médico.

— Se o senhor soubesse como estou louca por um mega hambúrguer... — falei e ele riu — Fiquei sem comer porque acabei dormindo depois de passar horas conversando... E hoje não acordei muito bem...

— Então, vamos comer alguma coisa. O remédio já está fazendo efeito e juro que faço ovos com bacon melhor do que Esme. — eu ri — E outra coisa; senhor é o seu pai.

Com uma piscadela ele encerrou aquele assunto e encontrei Edward andando de um lado para o outro na sala. Antes que ele pudesse perguntar algo, Carlisle fez um sinal, como se pedisse que ele calasse a boca.

Realmente consegui comer sem que maiores danos fossem causados — Esme proibiu comida calórica—, mas eu ainda sentia dor de cabeça e aquilo estava me incomodando bastante; até Esme estranhou meu jeito muito calado, coisa que eu não era de forma alguma.

Aceitei prontamente quando ela disse pra eu descansar um pouco e segui com ela para um quarto de hóspedes. Fazia bastante tempo que eu estava ali e Carlisle apareceu outra vez para aferir minha pressão, que continuava baixa demais. Eu não sabia que tinha aquele problema.

— Bem, eu vou para o hospital, mas Esme já está ciente do que fazer; ela irá verificar sua pressão novamente e se continuar assim, você irá para o hospital e nem adianta fazer cara feia.

Apenas assenti e ele saiu, dizendo que daria espaço para Edward e sua preocupação.

— Está melhor? — perguntou Edward, andando rapidamente e sentando-se ao meu lado.

— Um pouco.

Edward respirou fundo e levantou, indo até a janela. Eu sabia que aquele momento chegaria, que ele ia querer conversar, mas... O que eu diria?

— Bella... Você está assim por causa de ontem? Pelo que foi dito?

— Acho que sim... Não sei... Acho que estou com medo.

Ele deu aquela porra de sorriso torto e me peguei completamente perdida na intensidade daqueles olhos. Acho que eu sempre ficaria idiota ao ver aquele sorriso.

— Medo? De mim, do que foi dito, ou de você mesma?

Além de lindo, de ter aquele sorriso, aqueles olhos e tantas outras qualidades, ainda era inteligente e perspicaz...

— Dos três.

Edward andou lentamente e sentou-se ao meu lado outra vez, sua mão numa carícia boa em minha bochecha...

— Eu também estou com medo, sabe? Pra cacete. — eu ri de sua tentativa de dar ênfase ao que falava — Tudo isso é novo pra mim também e só o que posso dizer é que eu também te amo e farei o possível pra que dê certo.

Meus olhos pareciam que saltariam das órbitas a qualquer momento. Edward também me amava. Isso era surreal demais...

Creio que passei tempo demais calada, olhando pra ele, ainda sem conseguir acreditar. Tentei buscar em minha mente em qual momento criei coragem para dizer a ele que o amava, mas não cheguei a uma conclusão... Poderia ter sido depois que conversei com Bree, depois que vi Edward ao meu lado... Ou quando vi seus olhos brilharem de um jeito que eu nunca havia visto antes... Talvez eu jamais soubesse, mas a única certeza que eu tinha era que o amava. E que ele me amava também.

— Hey... Não chora... É tão ruim assim que um idiota como eu te ame?

Só depois do que ele disse foi que me dei conta das lágrimas e não era ruim que ele me amasse...

— É perfeito. — estranhamente perfeito, adicionei mentalmente.

O remédio me fez dormir, só não imaginei que seria por tanto tempo. Quando acordei já estava escuro do lado de fora e dei um salto da cama; apenas meu estômago protestou, revirando-se dentro da minha barriga. Minha visita ao banheiro foi obrigatória. Ao voltar ao quarto, notei que minha mochila estava sobre uma poltrona e sorri ao ler o bilhete.

Como eu sou uma irmã incrível, mandei todo o necessário... Vai fundo, Bellinha!

Olhei dentro da mochila e havia pelo menos duas peças de roupas decentes... Eu ainda me perguntava por que merda Emily me dera camisolas sensuais. Aquilo jamais faria parte do meu vestuário. Jamais!

Após tomar banho e tentar ficar apresentável, eu desci e reconheci logo a voz de Vittorio, que pedia pra que alguém parasse com as “tolturas”. Logo visualizei Alice, que veio para meu lado.

— Bella! Está melhor? Mamãe me disse que você não estava muito legal...

— Oi Alice. Só meu estômago que ainda faz acrobacias, mas estou bem melhor, obrigada.

Esme apareceu ao meu lado com um comprimido e um copo com água e o bebi sem reclamar. Aquela sensação era péssima. Olhei ao redor e constatei que a “toltura” nada mais era do que Edward atacando o pobre menino com cócegas, ambos no chão da sala, totalmente descabelados e ofegantes.

Rose levantou-se e veio falar comigo, seu sorriso era enorme e eu já tinha medo do que viria... Com certeza o irmão já teria lhe contado tudo e eu não me importava nem um pouco por isso.

— Olha! A tia Bella gostosa! — Vittorio gritou e senti minhas bochechas em chamas.

— Meu filho! Peça desculpas à Bella; isso não é coisa que se diga a uma menina. — disse Jasper muito polido.

Emmett prendia uma gargalhada, assim como o restante das pessoas presentes ali. Quer dizer... Edward estava bem pálido.

— Mas papai! O tio Emm dizeu que a gente pode chamar uma menina de gostosa! — Vittorio estava mesmo tentando dobrar o pai? — Ele dizeu que tem que ter re... re... Respeito também! Isso! Respeito! — ele me pareceu bem feliz por conseguir se lembrar sozinho da palavra e bateu palmas.

— E você acha que foi respeitoso com a Isabella?

— Ué... Eu chamei de tia, não foi? Igual com a tia Rose! E o tio Ed chama a tia Bella de gostosa e ninguém briga com ele!

Puta que pariu! Eu quero a minha casa! Agora!

O silêncio na sala era constrangedor e eu não me atrevia nem a pensar. Todos os olhares pararam em Edward, que coçava a nuca e nos olhava de um jeito bem sem graça, como se quisesse se enfiar em um buraco. Ao longe ouvi a voz de Rose pedindo que nos deixassem a sós e não entendi o motivo; eu já tinha passado uma puta de uma vergonha e nada poderia ser pior naquele momento.

Segui até onde Edward estava e sentei-me no chão, ao seu lado, meu braço apoiado no sofá e minha cabeça descansando nele. Ficamos em silêncio e eu queria mesmo rir de Edward, ele estava completamente vermelho e tentava não me encarar.

Claro que eu estava com vergonha, qualquer um estaria caso ouvisse o que ouvi na frente de tantas pessoas, mas não era algo que me fizesse querer me afastar, muito pelo contrário... Algo dentro de mim se agitou ao saber que Edward achava aquilo de mim, pela primeira vez me senti desejável. Isso sim era assustador. Muito assustador.

— Bella... Eu sei que você está muito constrangida com o que ouviu de Vittorio, mas não precisa ficar assim... Não foi dito de um jeito troglodita, entende? — eu ouvia calada, sem esboçar qualquer tipo de reação — E sei que você queria estar bem longe daqui agora... Acredite, eu também queria, mas... Esqueça, ok? Finja que Vittorio não disse nada, que eu não disse nada e, por favor, não vá embora.

Continuei calada, apenas vendo como ele estava vermelho. Eu não ia esquecer o que fora dito, eu havia gostado de saber. Sem contar que estava muito divertido ver um Edward quase desesperado.

— Fale alguma coisa, por favor... Eu prometo que nunca mais repito nada daquilo, mas fale alguma coisa.

Coitado! Ele estava mesmo agoniado...

— Você fica tão bonitinho quando está com vergonha! — falei e Edward me olhou sem entender — Não se preocupe, não vou sair correndo porque você me chamou de gostosa.

— Não?

— Não mesmo...

Perdendo totalmente o juízo e a vergonha, puxei Edward pela camisa e o beijei. Eu realmente não estava ligando para o fato de estarmos em uma casa cheia de gente que poderia nos pegar a qualquer momento, eu não estava ligando pra nada, além de beijá-lo.

E nenhum dos beijos trocados até aquele momento havia me deixado tão... Quente.

Minha mão não se embrenhou com delicadeza nos cabelos de Edward, eu estava puxando mesmo, com vontade. E mesmo a posição não favorecendo, eu estava gostando mesmo de sentir as mãos dele me apertando.

Algum barulho vindo de Edward fez com que eu voltasse a pensar e nos afastamos um pouco, apenas o suficiente pra que pudéssemos respirar. Eu estava ofegante demais, meu coração batia rápido demais e meu estômago estava dando voltas e mais voltas, mas não era por causa do enjoo... OMG! Bree ia pirar...

— Eu te amo. Muito mesmo. — falei e ganhei o sorriso mais lindo que Edward já dera.

— Que bom. Porque eu também te amo muito, muito mesmo.

Ouvimos um burburinho e vimos todos encolhidos atrás de uma parede, sorrindo. Não me importei com aquilo; eu estava feliz.

Talvez eu pirasse depois, quando parasse pra pensar em tudo aquilo, mas naquele momento eu só estava me sentindo muito bem. Minhas amigas me haviam mostrado que eu era bonita e eu realmente acreditava naquilo, mas Edward... Ele me fez acreditar que eu era desejável, que eu era gostosa.

Algumas ideias se misturavam em minha cabeça e, ao mesmo tempo em que eu achava tudo muito estranho, era perfeito também. Estranhamente perfeito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!