Dama Negra escrita por Laryssa Costa


Capítulo 8
Capítulo 8 – Cada um por si, nós por todos.


Notas iniciais do capítulo

Vocês não tem noção da minha felicidade de ver a quantidade de novos leitores acompanhando esta fanfiction *-*, vocês são minha alegria sabiam? muito, muito, muito obrigada. Eu sei que sempre tem aquela preguiçinha básica de final de capítulo de deixar um comentário, mas pensem em mim, pensem na fanfiction e pensem no próximo capítulo. O que acharam da nova capa? Deixem seus e-mails para receberem a prévia do próximo capitulo, ok? Boa leitura.



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Edward narrando.

- Amor, o que está acontecendo? – Tânia perguntou enquanto estava encima de mim, preste a tirar o fino tecido que cobria seu corpo por conta própria. – Você está distante.

Sentei-me um pouco na cama e a deixei em meu colo, acariciei suas costas e ela sorriu para mim, e me beijou devagar percebendo que eu precisava de um tempo. Tentei aproveitar o momento, eu realmente tentei. Afinal de contas, ela tinha se arrumado toda para mim, e estava me esperando quando eu cheguei. Estava linda e cheia de amor pra dar... Mas eu não conseguia esquecer aquele homem na entrada da minha casa.

- Desculpe amor, é que... Estou meio tenso com tudo o que está acontecendo. – Me senti mal por não falar a completa verdade para ela, mas pelo menos não estava mentindo. Eu realmente estava tenso com o que estava acontecendo.

Tânia olhou para mim e foi saindo do meu colo aos poucos, se abaixou ficando perigosamente perto da minha calça.

- Se você quiser posso livrar você dessa tensão... Nem que seja por alguns minutos, ou vários.

Ela sorriu mais uma vez e esperou minha resposta. Mas a verdade era que... Eu não estava querendo nada. Não queria sexo dessa vez, na verdade eu só queria ter ficado em casa. Eu amava Tânia, mas acho que tudo o que está acontecendo agora, de alguma forma está afetando meu bom senso.

- Acho que não. – A olhei e ela se afastou um pouco me olhando incrédula. Ela se levantou da cama com cara de poucos amigos e pegou um casaco se cobrindo e cruzou as mãos enfrente do seu corpo e me olhou.

- O que aconteceu nessa viajem? Você foi conta sua vontade, me manda uma carta que indiciava todos os tipos de desejos do mundo e agora isso. Aconteceu alguma coisa com você e com aquelazinha lá? – Nas suas ultimas palavras eu levantei da cama e fui para perto dela, ela se afastava o quanto podia de mim, mas eu sabia que seria por pouco tempo.

- Claro que não Tânia. Amo você, somente você. – A abracei e ela ficou quieta em meus braços – E que, bem, meus pais vão viajar logo e eu estou preocupado com o que eu vou fazer, sabe? Somente isso.

- Tudo bem. – Ela olhou pra mim tentando acreditar em minhas palavras. Na verdade, agora, até eu queria acreditar nelas. – Pelo menos um beijo de despedida?

Ela falou sorrindo e eu retribui seu sorriso. Ela era perfeita. Até quando eu não precisava disso. A puxei pela mão e lhe dei um beijo casto, tentando ao máximo que ela entendesse o que eu não queria fazer. Então ela me abraçou e ficou sussurrando que me amava, e eu me senti um pouco melhor. Beijei o seu cabelo enquanto passava as mãos nele. “O cabelo de Isabella é maior” – Pensei de repente e parei de acariciar ela por alguns segundos, ainda assustando com o meu subconsciente. Tudo foi porque vi aquela mulher praticamente nua? Que absurdo.

- Eu preciso ir. – Falei me afastando e Tânia foi pra cama, se deitando nela e me dando um sorriso de despedida. Mas que merda, o que tinha de errado comigo? O que eu faria agora? Ia pra casa ver se ela tinha mesmo saído com aquele seu provável amante, ou ir pra algum lugar e beber? Beber seria uma ótima solução. Afinal, tantos problemas, preciso me acalmar. Mas... que merda, preciso saber se aquela estúpida ainda está no castelo.

E eu tentando fazer uma trégua com ela. O que eu posso fazer? Aquela menina me leva a demonstrar o pior de mim.

Isabella narrando.

- É a primeira vez que visito estas terras. – Ele falou enquanto olhava em volta. – Não sabia que deixavam você andar de cavalo por aqui. Nossa mãe ficaria horrorizada. – Ele riu e passou a mão no cavalo negro em que estava cavalgando.

Descemos dos cavalos para podermos ver a paisagem direito. Queria mostrar para ele cada canto que descobri nas minhas fugas de madrugada enquanto estava frio de mais para as pessoas quisessem sair, ou muito tarde para a maioria estar dormindo.

- Não deixam. – Eu ri e ele me olhou espantado. – O que foi?

- Você não mudou nada, em? Sempre fazendo coisas que você não pode mocinha. – Ele sorriu e colocou seu cavalo perto de uma arvore grande, que dava uma bela sombra. O vento estava forte, e meu cabelo já estava todo bagunçado por conta dele, e os grampos que o prendiam, agora estavam machucando minha cabeça. Assim como aquela roupa apertada, nada feita para cavalgar. – Vem cá, deixa eu te ajudar com isso. – Emmett falou me puxando para perto para me ajudar com o cabelo.

- Então, como estão as coisas depois que eu saí? – Falei casualmente, ficando feliz enquanto ele tirava os grampos e meu cabelo ia se soltando e eu tentando segurá-los  por conta do vento.

- Eu acho que normais. – Emmett falou pensativo e eu vi que tinha alguma coisa estranha – Mas nós não estamos aqui pra falar dos problemas pessoais lá de casa. Eu fui obrigado a vir, porque nossa mãe está ficando louca. – ele terminou de soltar meus cabelos e eu me sentei no chão, ainda um pouco incomodada por conta do vestido.

- Não precisa nem continuar Em, ela quer uma gravidez. – Falei gravidez com ironia, o que afinal, não deixava de ser. Porque estar grávida era uma coisa que eu não consideraria tão fácil de acontecer.

- Bells... – Ele suspirou e olhou pro lado antes de continuar. – Eu sei que o problema não é você, porque, irmã você é linda. Mas, o que foi que você fez?

Ele estava com vergonha de me encarar.

E eu estava começando a ficar vermelha. Não de vergonha, e sim de raiva.

- Porque todos tem que achar que o problema sou eu Emmett? – falei chateada já decidindo me levantar e talvez, fazer uma cena. Mas aquela porcaria de vestido não estava ajudando. E Em estava percebendo isso.

- Ele come qualquer uma que aparece na frente dele Bella! Ele é um infeliz, eu sei. Mas, quando você casou, talvez eu achei que você seria feliz. Com o título, as joias e tudo mais. Nossa mãe me convenceu que era isso o que você sempre quis, e agora é tudo o que você tem. Você é rebelde, eu sei, vou admitir, você sempre foi, mas, Bells, não consigo entender o que está acontecendo.

- Ela sempre quis isso. Títulos, joias e tudo mais. Mamãe quis isso, eu gostava do que eu tinha! Não gostava de como eu vivia, mas gostava do que eu tinha Emmett. Não precisava de mais nada, mas eu fui criada pra isso entendeu? Fui a infeliz mulher que nasceu nessa família podre que só sabe sacrificar seus filhos para o próprio bem deles. Renné e Charlie. Somente. – Eu não queria chorar, e não iria, mas minha garganta já estava se fechando pelo esforço – Ele ama uma prostituta. E eu sou o animal que está entre eles dois, está entendendo? Ele não vai me dar um filho. Porque se ele me der um filho, se todos souberem que ele se deitou comigo, o nosso casamento não será válido. Pior agora, que ele vai ficar com todo o título e pode fazer o que bem quiser, a hora que quiser.

Emmett me olhou fixamente por alguns momentos. “Por favor, me entenda”, “Por favor Em, me entenda” eu falava mentalmente com uma vontade enorme de poder não ser a única que estava a ponto de ficar louca. Então, ele chegou perto de mim e me abraçou como sempre fazia quando eu era pequena e ficava chorando por alguma coisa que tinha me acontecido.

- Você sempre vai ser a minha Bells. Que se sujava comigo, que corria comigo, que me pediu para ensiná-la a andar de cavalo, que me pediu pra ensiná-la a usar uma espada... – Ele riu como se estivesse se lembrando. – Sabe, você tem razão dos nossos pais. Eu vou para o campo de batalha se as coisas pesarem Bells.

Me afastei dele rapidamente sentindo todos os tipos de sentimentos que eu não saberia distinguir direito: Medo, raiva, ódio. Como assim meu irmão iria pra um campo de batalha? Ele só era um ano mais velho do que eu.

- Alguém precisava ir treiná-los. – Ele passou as mãos pelos meus cabelos, falando antes que eu começasse a gritar – Nosso pai não pode mais ir. Mamãe falou que ele está velho de mais para participar dessas coisas, e que alguém mais jovem e viril deveria comandar isso. Provavelmente vou comandar pela linha de frente. Não passo muito tempo em casa Bells, e essas roupas aqui – ele apontou para si mesmo – estão constantemente sendo trocadas por armaduras pesadas.

- Mas, Em...

- Fique tranquila, eu vou fazer de tudo para ficar bem por você. Os treinamentos são intensos, somos bem treinados. Vamos ter que pegar algumas terras e talvez, com essa confusão econômica que está havendo aqui na Grã Bretanha, vamos ter que ficar do lado de vocês por conta de você. Se tiver alguma coisa, vou te proteger.

- Eu não acredito que ela está fazendo isso com você Em. Não acredito. – Falei já não conseguindo segurar o choro e deixando que as lágrimas caíssem sem restrição.

- Eu sei que você sofre com isso todos os dias – ele falou enquanto afagava meu cabelo – Eu sei que perdemos mais irmãos do que queríamos, e infelizmente, sei que você não chegou a conhecer praticamente nenhum deles, mas irmã, eu prometo que vou tentar alguma coisa.

- Não acredito que ela fez isso. Seis filhos, nossos seis irmãos mais velhos morreram tentando proteger porcarias de terras que nós não precisávamos, de guerras que também não precisávamos ter entrado, de conflitos que não eram necessários eles estarem lá, mas mesmo assim... para o bem da “política” que nossa mãe tanto adora como se fosse um deus sagrado, ela coloca sua vida em perigo Em.

- Só restamos nós dois, princesa. – Ele falou a última palavra como um apelido carinhoso. Mas eu não estava pouco ligando pra isso naquele momento. – Ela tinha que fazer mais alguma coisa com nós dois. Eu sobrei, e você desde pequena, já estava destinada a isso.

- Quer dizer que nós dois fomos destinados a morrer antes da hora? Um em batalha e a outra provavelmente na guilhotina?

- Sabe, eu acho que talvez, se você ficar grávida, as coisas possam melhorar um pouco. Mamãe sabe disso, e agora com tudo o que está pra acontecer, ela realmente está ficando maluca. – Ele suspirou e beijou o topo da minha cabeça.

- Nessa horas é ruim querer ter nascido camponês? – Me abracei a ele com toda força que eu tinha aquela hora, tentando conseguir algum tipo de conforto.

- Penso nisso todos os dias, princesa. – Ele voltou a olhar para paisagem, que estava agora, esquecida por mim. O que sobrava para nós agora? Não acredito que nasci para viver como uma prisioneira, ser infeliz e depois morrer por uma culpa que eu se quer tenho.

- Pode vir me visitar com mais frequência? Quando não precisar ficar no meio daqueles homens todos.

- Hm, - Ele me olhou, provavelmente pensando se falava ou não o que realmente quis dizer, e acabou soltando – Não existem só homens no lugar Bells. – E riu.

- Eca. Não quero saber das suas escapadas com essas mulheres aí. – eu ri e voltei a me encostar nele. – Só me prometa que vem me ver.

- Sempre.

Sorri mesmo entre as lágrimas e tentei ao máximo, aproveitar aquele momento. Eu sabia que não conseguiria ficar perto dele pra sempre, sabia que a minha única felicidade, não estaria perto de mim. Nunca conheci nenhum de nossos outros irmãos, mesmo a distancia entre as idades sendo razoavelmente pequenas. Todos quando chegaram aos seus quinze anos, nossa mãe os mandava para treinamentos. Treinamentos inacabáveis, e quando acabavam, cada um estava morto. Se quer uma lágrima foi derramada. “Eles morreram pela honra” – Era o que minha mãe falava. Mas até a que ponto a honra sobre um país do qual era instável, devíamos levar em conta?

Não passei tanto tempo quando eu queria com Emmett aquela manha e começo de tarde, mas nós sabíamos que ambos tínhamos obrigações. Eu teria que voltar antes que começassem os comentários maldosos, e meu irmão tinha que voltar para casa, e em pouco tempo, voltar para o meio de um território em conflito. Crianças sem pais, mulheres sem maridos... Quantos deveriam morrer para perceberem que tudo isso é feito somente por pessoas com ganância o suficiente para não se adequarem ao que querem? É absurdo.

Voltei para o castelo tentando ser invisível. Criadas estavam ocupadas com o almoço real, mas por conta de algumas coisas, Carlisle não tinha chegado ainda e eu tecnicamente não me atrasei. Avistei algumas damas minhas no meu jardim, o qual Esme tinha me oferecido a poucos dias, e desviei o caminho. Deixei o cavalo em um estábulo onde alguns trabalhadores não se deram ao trabalho e não olharam para saber quem estava entrando ou saindo, e entrei pela entrada dos criados. Mas não antes sem ouvir: “Princesa Isabella, passou um bom tempo fora com aquele rapaz.” – Uma mulher falou com um tom irônico. Algumas mulheres sorriram. “Ouvi dizer que é o irmão dela” – A outra falou, mas não em um tom protetor, e sim de acusação. “Nossa, não sabia que incesto era tão comum para esta menina. Do jeito que ela é.” – Outra voz falou em meio as outras, rindo assim que terminou a frase.

Tentei ao máximo olhar para elas, mas estavam de costas. Eram todas jovens. Algumas de minha idade, outras dois, três anos mais velhas. Abaixei um pouco a cabeça e tentei voltar para ir para outro caminho, mas não tinha como voltar. Ouvi passos em minha direção e mesmo com alguns comentários que eu não tentei me concentrar para ouvi, subi correndo, silenciosamente para as escadas que davam no meu quarto.

- Ó, querida. – Assim que bati a porta, uma criada virou assustada e eu me assustei juntamente com ela. Mas era Maria, e sorri um pouco por saber que ela era a única que eu nunca escutei cochichos ou sussurros maldosos algum vindo dela. – O que aconteceu com você? – Seu olhar de espanto se tornou de preocupação.

- Como assim? – Como assim o que tinha me acontecido? Eu estava bem.

Maria apontou para mim e eu virei para o espelho, me espantando um pouco com a minha aparência. Parecia que eu tinha fugido de algum tipo de prisão. Até sorri um pouco e fui prestando atenção nos detalhes. Meus cabelos soltos, por conta dos grampos indesejáveis que Em estava tirando deles, meu vestido um pouco folgado por conta do espartilho que estava me incomodando enquanto eu estava sentada tanto no cavalo, quanto no chão. Além de minha saia estar totalmente suja por conta da lama e da sujeira em que eu passei e sentei. E meus olhos estavam inchados, e ainda um pouco vermelhos, que eram resultados do choro intenso que eu tive a poucos minutos atrás.

- Ah, eu estou bem. – Falei olhando para ela tentando assegurar calma; Maria olhou mais um pouco para mim, provavelmente tentando achar algum hematoma, arranhões ou coisa do tipo. – Maria, eu estou realmente bem, obrigada. – Sorri tentando convencê-la.

Ela me olhou mais um pouco e então desistiu de falar alguma coisa.

- Sua majestade, o rei, não chegou ainda, princesa. – Ela falou terminando de arrumar alguma coisa no quarto. – Mas o príncipe Edward e a Rainha Esme, estão a espera de vocês dois, senhora. Pediu para eu vir chamá-la.

- Muito obrigada. Fale a eles que eu não vou demorar muito. – Falei já indo em direção ao banheiro. A água quente já estava depositada na banheira e percebi que ela tinha feito isso para quando eu chegar, e eu realmente estava precisando. Tirei o meu vestido e todas as amarras que tinham por debaixo dele e tentei me banhar o mais rápido possível. Usando um vestido dourado, qual eu sabia que Esme sempre tinha gostado, fui em direção a sala onde eles estavam cercados de criados, esperando eu e a Carlisle.

Entrei na sala e Esme sorriu em minha direção, enquanto Edward, olhou de relance e então desviou o olhar. Mas não um olhar de “não quero você aqui” e sim um olhar de “não quero olhar para você agora.”. Olhei pra ele mais um pouco e esperei seu olhar sarcástico ou algo do tipo, mas nada aconteceu. Devolvi rapidamente o sorriso para Esme e me sentei na mesa.

- Acho que Carlisle não poderá almoçar conosco. – Esme falou já pegando talheres e instantaneamente os criados já estavam colocando todas as refeições, sobremesas e guloseimas a nossa frente. Uma comida que dava para um batalhão, e que nunca comíamos o suficiente. – Ele deve estar resolvendo assuntos políticos, como está acontecendo muito ultimamente.

- Não se preocupe com isso, rainha. Um rei tem muitas obrigações para com o país. – Falei não querendo prolongar o assunto e comecei a comer alguma coisa que tinha gosto de frango no meu prato. O almoço foi silencioso, a não ser alguns comentários que Esme fazia, sobre talvez demorar mais alguns dias para viajarem para América.

Todos estávamos sob pressão, todos estávamos prestes a entrar em um estado de pânico, mas o que mais sabíamos fazer era o que sempre fazíamos: Fingir que não tem nada acontecendo com nenhum de nós. Esme, por assim como eu, ter sido criada a vida inteira para se casar com um Rei, que no caso é Carlisle. Edward, por ter sido mimado de mais por Esme e assim, crescer sem saber de quase nada, ou absolutamente nada. E eu, por bem. Cresci sabendo que se casar com um príncipe e ter um herdeiro eram os únicos fatores por eu estar viva.

Os dias foram passando como deveriam, mas eu fui me assistindo e assistindo a corte onde eu morava, como se fosse um tipo de pessoa anônima. Assistir a missa de dia, conversar sobre futilidades, como eu sempre fiz, e sempre soube que mesmo gostando, não era aquilo o que eu deveria me preocupar realmente. Mas com o que exatamente eu deveria me preocupar?

Assistia pessoas trocando minhas roupas no quarto de Edward, que no caso as minhas damas achavam que era meu e dele, assistia pessoas entrando dentro do meu quarto de visitas, um luxo que Esme falou que toda mulher deveria ter para conseguir sua verdadeira privacidade, para poder me oferecer sapatos novos, roupas novas, perfumes novos, presentes de reis e rainhas de outros países, perucas novas e mais altas. Eu me assistia sair para ópera, para pousar de boa samaritana acenando a mão para os plebeus que eu se quer tinha conhecido. Me assistia conversando com as minhas damas sobre o vestido ridículo de alguma nobre ou aristocrata que estava visitando o castelo, ou sobre a grama que poderia ficar mais verde. Sei que em tudo isso, passou exatamente uma semana. Carlisle e Esme ainda não tinham ido para a América, havia tidos contratempos, mas sabíamos que isso era questão de minutos, horas, até eles pegarem um navio no escurecer da noite e nos deixar aqui. Sozinhos. Me deixar aqui, indefesa.

Emmett não pode mais voltar, me mandou uma carta três dias depois dizendo que estava em campo de batalha de novo. Mas que agora as coisas estavam calmas, os homens tinham ido sem ele por conta de estratégias de batalha e tinham vencido. Mas não poderia voltar para casa porque teriam novos soldados vindo para ajudá-los com alguma coisa sobre algum conflito. Não me interessei muito nessa parte, estava preocupada com meu irmão. O único que ainda tinha ficado comigo. Por isso estranhei quando uma nova carta chegou para mim. Mas assim que vi o nome da pessoa, abri um sorriso em resposta.

“Querida Isabella, não nos despedidos adequadamente da ultima e primeira vez que nos conhecemos. Não sei se estará ocupada ou não, mas saiba que eu estou indo para Grã Bretanha ir ver você. Precisamos muito colocar todas as novidades em dia, não é verdade? Beijos, Anna.”

Olhei um pouco mais para baixo e encontrei um rabisco a mais:

“Essas cartas são um horror para chegarem rápido. Provavelmente já estou chegando perto de você e elas ainda estão no meu país.” – Eu ri com a observação e fiquei animada por finalmente achar alguém que realmente gostaria de passar um tempo comigo, somente por passar.

Na minha viajem, eu escrevi para Anna, querendo saber quando ela poderia voltar para Europa novamente, e ela me mandou essa carta em resposta. E como ela disse na observação, a carta chegou quase junto com quem a escreveu, quando foi no outro dia, de manhã, vi Anna correndo em minha direção e nos abraçando como se nos conhecêssemos desde crianças.

- Não acredito que você veio. – Falei sorrindo para ela. – Achei que com uma distancia tão grande assim, você demoraria para dizer quando pretendia voltar.

- Para quê visitar meu primo, se posso vir direto para cá, certo? – Ela riu. – Vamos entrar, que essa carruagem me deixou totalmente desconfortável.

Entramos no castelo e a mostrei o meu quarto de visitas. Ela ficou admirada com os presentes que ganhei do Imperador Chinês e falou que na próxima vez que ele fosse fazer uma visita para ela, ela lhe obrigaria a lhe dar pelo menos uma coisa que eu tinha. Ficamos tomando chá e comendo várias sobremesas que os criados faziam. Ela ficou experimentando todos os meus sapatos e ficava rindo quando eu lhe contava sobre o homem que era responsável por fazer todos os que Esme me mandava encomendar. Assim que estávamos mais calmas e observando o jardim pela janela, ela falou calmamente:

- Estou grávida.

Olhei para ela, e instantaneamente olhei para sua barriga. Anna estava grávida, e eu não.

- Estou grávida de dois meses. – Ela completou, mas continuou enquanto se sentava em uma poltrona perto da janela – Vim para cá, porque queria falar com você também. Jacob me contou sobre o que a Grã Bretanha está passando. O dinheiro e tudo mais para o povo, enfim. É bom você ter cuidado Bella.

- Cuidado para não ser morta?

- Também. Mas você tem que perceber querida, que você é uma estrangeira nesta terra. Não tem direito e nem poderes para nada que quer fazer ou para o que quer falar. Com esses problemas econômicos, com a rainha e o rei tendo que abandonar tudo assim, você vai ficar a mercê de muitas pessoas. Até do seu próprio marido. Bella... você tem que engravidar. Para o seu bem, para o bem do país e para o bem do seu marido, mesmo ele não tendo a mínima noção disso. O povo ficará conformado com um filho, terão pena de você se acontecer algo. A aliança entre a Grã Bretanha e a Áustria, é um filho. Os soldados de lá, só serão daqui, com um filho. Seu marido, só vai ter soldados e mantimentos o suficiente se acontecer algum conflito, com uma aliança que você deve ter feito. Um filho.

- Anna, ele não quer...

- Eu sei que não Bella, só um homem insano não iria querer ter uma mulher como você. Ora, por favor! Todos os homens nobres falam o quanto você é bonita. Claro, falam mais coisas também, que agora não importa, mas por favor. O obrigue, o ameace, qualquer coisa. Sei que nós, pessoas da alta classe, pessoas que ficam acima dos nobres e dos aristocratas, nós a realeza, pouco nos importamos com o que o povo quer. Fomos criadas para pensar em nós não neles. Então pense em você. – Ela respirou fundo e continuou. – Alguns falam que você não pode ter filhos. Você tem noção o quanto isso é preocupante para uma época como essa? Os surpreenda Bella, eu sei que você é melhor que qualquer um aqui dentro.

“Os surpreenda Bella, eu sei que você é a melhor que qualquer um aqui dentro.”.  Essas palavras de Anna, não saíram da minha cabeça mesmo até depois de sua despedida, mesmo até depois do cair da noite, mesmo após eu acordar no dia seguinte.

Edward narrando.

 - Não se preocupe, tudo vai dar certo. – Aro, meu padrinho, colocou uma mão em meu ombro e eu acenei com a cabeça de leve, dando um pequeno sorriso de confiança. Não, tudo não ia dar certo se eu ficasse no controle. Não era minha época de pensar como meu pai. Eu ainda estava na época de ficar preocupado somente com o que eu iria beber hoje a noite, ou com que criada eu iria me deitar.

Aro iria passar um tempo no castelo, pelo menos até tudo se acertar. Enquanto ele ficava comigo eu não precisava me preocupar tanto assim em pensar no que eu deveria fazer, o que eu deveria falar, para onde eu deveria ir. Os amigos do meu pai, falaram que iam me ajudar sempre quando necessários também, e falaram que eu não tinha muito ao que temer. Meu pai viajaria esta noite, foi necessário uma semana e dois dias para as coisas poderem tomar um rumo certo, e tudo sobre a viajem foi confirmado.

- Então, onde está sua mulher? Princesa Isabella. – Ele parou, olhando para os cantos e vendo os criados levando seu baú para um dos quartos de hóspedes – Nunca tive o prazer de vê-la, dizem que ela é extremamente bela.

Olhei para ele, e segurei o impulso de fazer uma cara de poucos amigos. Eu também não sabia onde ela estava. Ficava agora para cima e para baixo com carruagem indo sempre para cidade para comprar algumas coisas, ou mesmo sendo convidada para festas. Esta semana mesmo, fomos convidados para uma festa de um aristocrata que Aro disse que eu necessitava participar. Um baile de mascaras.

- Não sei se ela está no castelo. Criada, chame Isabella. – Falei para a mulher mais próxima de mim e ela rapidamente subiu pelas escadas. Meu humor não estava lá essas coisas esse dia também. Mudava drasticamente de medo para terror e do terror de mal humor, e do mal humor de ignorância. Tudo em questão de segundos.

- Precisa ir para a festa com sua mulher. Sabe, boas aparências. – Aro falou por alto e então começou a olhar alguns quadros dos meus avós, bisavós e tataravós mortos. – A maioria deles morreu em campo de batalha. Foi por isso que Carlisle e Esme nunca quiseram que você lutasse. Guerra e conflitos acabam com muitas vidas, meu caro.

- Mandaram me chamar? – Uma voz soou de cima das escadas e mais por obrigação do que por educação virei para poder olha lá. Estava tentando ao máximo não ver ela esses dias, pois as coisas estavam um pouco estranhas. Ela me deixava nervoso na maioria das vezes, e chateado, assim como raivoso. Ela desceu as escadas e seu cabelo estava extremamente bem penteado. Percebi o quanto o vestido que ela usava a estava apertando, pois descia devagar, mas com um belo sorriso no rosto, interpretando seu papel. Afinal, nunca tinha visto Aro. Mesmo com a nossa viajem, e com ele lá, instruindo meu pai, eles não se cruzaram uma só vez.

- Sim, quero apresentar a você, meu padrinho, conselheiro real do meu pai e agora meu, Aro Volturi. – Olhei para Isabella, que se colocou a frente dele, fazendo uma apresentação formal, curvando-se e continuei – Aro, esta é Isabella.

- Sua esposa é mais bonita do que dizem por aí, Edward. – Ele sorriu e fez uma reverencia, pegando sua mão no caminho para beijá-la. Olhei para Isabella e ela franziu um pouco a testa, olhando de mim para Aro.

- Obrigada, o senhor está sendo gentil. – Ela parou um pouco, percebi que estava tentando decidir se falava alguma coisa ou não, mas completou – É a primeira vez que estamos sendo apresentados? Eu tenho uma leve impressão de que sua voz é conhecida.

Aro olhou para ela e sorriu.

- Esta é a primeira vez, princesa. Talvez tenha escutado alguma conversa de mim com alguém enquanto estávamos em viajem. Se tivesse lhe visto, com toda certeza teria parado para me dar os parabéns pelo casamento que infelizmente eu não pude ir. É muito bom ter uma mulher como você ao lado de Edward, ele precisará de muito apoio.

- Hm, sim. – Isabella falou desconfortável e olhou para algum canto tentando não fazer contato visual com nenhum de nós dois. O que estava acontecendo? Eu estava perdendo alguma coisa? Ou ela estava ficando assim sempre? – Então, o Rei e a Rainha já estão provavelmente de saída, certo?

- Sim, princesa. – Aro respondeu e ela agradeceu o esclarecimento com um aceno de cabeça. – Então, Edward, acho que temos uma pequena reunião com Carlisle antes dele ir embora. Com licença, senhora.

- À vontade. – Ela falou e começamos a andar em direção a sala de meu pai. Olhei para trás e vi Isabella com uma mão no corrimão da escada, e seu corpo estava virado todo para mim, como se precisasse falar comigo. Sua face estava mostrando seu conflito interno, de provavelmente ir até mim e falar alguma coisa, ou ficar onde estava e pensar direito.

Voltei a olhar para frente, deixando Isabella ali parada, e fui com Aro em direção a sala de meu pai. Quando entramos ele estava colocando alguns papeis em gavetas e trancando-as, assim como alguns objetos também.

- Esta sala será sua, então, tome cuidado com os papeis que estarão aqui. – Meu pai falou e então colocou algumas chaves em cima da mesa. – Então, acho que já tive esta conversa com você, mas preciso firmar mais um pouco isso. Pode ficar Aro, agora você vai cuidar de meu filho, precisa saber de algumas coisas.

Aro trancou a porta e me olhou, ficando um pouco atrás de mim.

- Então. – Meu pai começou – Quanto mais aliados tivermos, melhor. Espero que saiba disso. Sua mulher nos está ajudando, mais que você pensa, então comece a repensar em suas prioridades. Rainha Renné é conhecida pela quantidade de soldados que tem em batalha, e também conhecida por conta da várias estratégias lendárias que seus filhos são capazes de fazer. Precisamos do exercito Austríacos conosco, Edward. Necessitamos desse exercito caso entremos em conflito com qualquer futuro ex-aliado se quer.

- Se me permite, Carlisle. – Aro interrompeu, um pouco confuso – O exercito Austríaco, já é um aliado. Isabella é uma aliança extremamente valiosa, e sabemos disso.

- Edward não sabe. – Meu pai falou, ainda pegando algumas coisas da mesa – E não serão aliados se ele fizer qualquer besteira enquanto eu estiver fora. Uma aliança é um herdeiro, e se quer a menina deixou de ser virgem, eu presumo.

- O que? – Aro riu e quando percebeu que meu pai estava falando a verdade, inventou uma tosse forçada e senti seu olhar nas minhas costas.

- Sei que para você não tem mais jeito, Edward. Se quiser ficar com essa prostituta, fique. Mas engravide a menina, precisamos dela para questões políticas. Trocamos ela com Renné por questões políticas e é exatamente para isso que ela está aqui. Precisamos de uma aliança, engravide-a. – Meu pai passou uma mão pela cabeça devagar, com impaciência ou desespero – Faça qualquer coisa, só não se desfaça dela. Já falei com Rainha Renné e Rei Charlie II, o pai dela. Eles ficarão ao nosso lado, mas os boatos terão de acabar.

- Não posso garantir que eles acabem. – Falei enquanto ouvi Aro falar atrás de mim como um sussurro “E pelo que percebi os boatos são verdadeiros”.

- Esme está preocupada com ela. Só dê um jeito nisto, certo? Comece a pensar em mais pessoas que não seja você pelo menos por uma semana, depois pode voltar a ser o que começou a ser há alguns anos atrás.

“Ele está sob pressão, aguente firme rapaz.”, ouvi Aro falar atrás de mim baixo, para meu pai não ouvir. E foi o que eu fiz. Meu pai falou, falou e falou e eu acabei não prestando mais atenção em nada que ele falava.

Quando foi hora de meus pais partirem, Isabella com suas damas, Aro, e eu com alguns criados estávamos no lado de fora do castelo nos despedindo deles. Minha mãe deu um forte abraço em Isabella, e lhe falou algumas coisas, já com lágrimas nos olhos. Quando chegou em mim, as lagrimas transbordaram. Eu sabia que estava sendo difícil para ela, afinal, fui o único filho que ela conseguiu ter. Que não morreu no parto, ou recém nascido. Me separar dos meus pais assim, me deu uma certa apreensão, eles estavam deixando muita coisa para mim. Coisa que eu não sabia se era capaz de aguentar por muito tempo.

- Se cuide meu filho. Meu coração estará sempre aqui, com você. – Minha mãe olhou mais uma vez para Isabella ao meu lado – Vou escrever uma carta a vocês dois quando chegarmos. Eu prometo. Talvez possa ser perigoso, ou talvez demore muito para chegar aqui, mas prometo mandar.

- Não se preocupe com isso Esme. – Isabella falou, pegando em sua mão – Apenas cuide de você. Precisamos de uma rainha firme e forte.

Minha mãe sorriu e então se separou de nós com um ultimo olhar de despedida. Subiu seu capuz cor vermelho sangue e entrou dentro da carruagem, sendo seguida por meu pai, de deu um leve aceno para todos nós. Vimos a carruagem desaparecer das nossas vistas, mais pela escuridão do que pela distancia. Estava muito tarde, assim, facilitando que não os vissem.

- Agora começou o “cada um por sí.” – Falei baixo.

- E você por todos... – Isabella sussurrou ao meu lado, como se não conseguisse conter e precisasse jogar isso na minha cara.

Revirei os olhos e simplesmente ignorei, dando a volta e entrando no castelo para tentar dormir um pouco. Afinal, dizem que a primeira semana sempre é ruim.

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Não só a primeira semana, como a outra também, pelo o que pude perceber. Mesmo com muitas pessoas me ajudando, ainda ficava em saia justa tentando tomar uma decisão de ultima hora, que na maioria das vezes eu jogava sempre para cima de Aro. Eu e Isabella quase não nos víamos mais. Não dormíamos no mesmo quarto e agora que meus pais saíram do país, pouco estava me importando mais com isso. Não a via no almoço, não a via no jantar, pelo simples fato de que eu não tinha mais tempo de chegar na hora certa. Problemas, problemas e mais problemas.

Aro teve que comunicar que o Rei e a Rainha tiveram que viajar por questões políticas e alguns aristocratas questionaram, outros simplesmente acharam normal. Tive algumas reuniões com outros Reis (na presença de Aro, claro) e todas as decisões importantes, sempre eram resolvidas com ele. Precisava de tempo para ver Tânia e essa festa era uma oportunidade perfeita. Finalmente o baile de mascaras tinha chego e ela me disse por carta, que iria parecer e que me encontrava no local. Minha máscara foi a menos perceptível possível, todos provavelmente iriam saber quem era.

Isabella estava tendo um encontro com a rainha da Holanda e estava atrasada, Aro falou que seria muito bom ir na frente, já que precisávamos achar algumas pessoas, e com máscara isso seria bem cansativo. Mas eu aceitei não para encontrar pessoas com quem eu precisava conversar e sim para encontrar Tânia, minha verdadeira mulher que eu não via a dias.

O local era digno de aplausos. Assim como a festa. Todos sabíamos que na festa estavam várias pessoas da nobreza, da aristocracia e até realeza. Mas era um baile de máscaras. Iríamos fingir que não éramos ninguém ali dentro e imaginar que podíamos fazer o que quiser. As guloseimas estavam espalhadas por mesas ao canto da sala, enquanto algumas mesas pequenas estavam espalhadas perto dela onde várias pessoas jogavam cartas e beijos rolavam soltos. Sorri ao ver isso e já com máscara fui adentrando mais o local. Algumas pessoas estavam sentadas na escada de entrada, conversando despreocupadamente. Várias conversavam, e tinham algumas pessoas dançando uma musica divertida ao centro. Os vestidos glamurosos das mulheres chamavam a atenção de qualquer homem que passava, simplesmente por conta do espartilho tão apertado, que os seios de qualquer uma eram bem convidativos.

Olhei para uma mulher de cabelos loiros e presos por um penteado bem feito e armado que estava encostada em uma das colunas e sorri para ela, que retribuiu na mesma hora. Assim que pude encontrar seus olhos, sorri ainda mais. Minha Tânia.

- Está atrasado. – Ela falou enquanto me entregava uma taça de champanhe e eu bebi metade em um só gole. Olhando em volta e depois voltando para ela.

- Desculpe amor. Mas a minha digníssima esposa não estava colaborando. – Assim que falei a palavra “esposa” vi uma cara de poucos amigos se formando em Tânia e de imediato tentei mudar de assunto com ela – Mas não vamos falar dessa mulher, que festa, hm.

- É uma das poucas que eu fico empolgada. – Ela riu e dançou um pouco, mexendo o corpo e me olhando de uma maneira nada inocente. – Aqui podemos fazer o que quiser, com quem quiser, na hora que quisermos. E aproveite que só acontece uma vez por ano. O duque não é tão generoso assim.

Ri um pouco e a puxei para meus braços, beijando-a com pressa e desejo, o que eu realmente estava, porque estes dias mal pude parar para dormir, estava precisando de um pouco de “descanso”. Ela largou sua bebida em uma bandeja qualquer de algum criado que estava servindo os convidados e colocou as mãos em volta do meu cabelo,  puxando mais minha boca para a sua. Passei as mãos em sua cintura, sentindo a textura do seu espartilho e tive vontade de rasgar tanto o vestido, quanto aquele vestido de uma vez só, para não perder tempo. O que pelo visto, ela tinha percebido, pois falou logo em seguida:

- Vamos procurar um quarto disponível. – sussurrou enquanto mordia meu pescoço e nos viramos, se separando um pouco para andar até qualquer quarto que fosse. Mas enquanto olhei em volta, por puro descaso, parei para olhar uma mulher que estava descendo as escadas com algumas outras mulheres, amigas provavelmente e estava deslumbrante. Provavelmente poderia a pegar também, se descobrisse quem era. Um homem lhe estendeu a mão e ela prontamente aceitou, sendo puxada para algum canto, e não era para dançar. Ri um pouco e fui ao encontro de Tânia, que me chamava para entrar logo em um quarto.

Passamos um bom tempo dentro do quarto, e Tânia ficou bastante satisfeita comigo. Depois que saímos, ficamos juntos mais um pouco no salão, bebendo, comendo e rindo de algumas pessoas. Eu gostava do modo como ela conversava comigo. Era bom. Mas nunca nada bom duraria tanto tempo, pois Aro veio logo atrás de mim.

- Está na hora de irmos embora. A carruagem de Isabella ainda está lá fora, estamos esperando ela também. Vamos logo.

Dei um longo beijo em Tânia, não me importando muito com o que Aro pensaria ou deixaria de pensar e me afastei, com ela dando um breve aceno e mandando beijos. Hoje a noite foi maravilhosa – eu falava pra mim mesmo com um sorriso enquanto entrava na carruagem que estava lá fora, já esperando minha saída. Enquanto esperava as carruagens da frente saírem com seus proprietários, fiquei olhando para algumas pessoas que saiam e conversavam lá fora.

Vi a mulher que tinha visto a algum tempo atrás entrando na festa, e sorri para mim mesmo. Fiquei prestando um pouco mais de atenção, e notei que um rapaz saia com ela, a deixando a porta enquanto suas amigas já a esperavam com um pouco de distancia deles. Ele a beijou a mão, e ela lhe deu um abraço que o fez sorrir e então voltou para dentro, deixando a dama continuar seu trajeto até suas amigas e então sua carruagem. Mas enquanto ela descia as escadas para pegar sua carruagem que estava próxima a minha, notei algumas semelhanças com Isabella. Seus cabelos longos e pretos (mas ao sol castanhos), e seus gestos delicados ao andar, e até seu raro sorriso que a via dando algumas vezes para raríssimas pessoas...

Espera. Aquela ali é Isabella! E o que diabos era aquele homem com quem ela estava se agarrando na porta deste lugar?

Eu iria tirar satisfações, e iria tirar essas satisfações logo. Ou melhor, que tal agora?!


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Notas finais do capítulo

QUE CAPÍTULO GOSTOSO, NÃO É? :3
Eu sei que muita gente não lê esses avisinhos lindos, por isso resumi muita coisa lá em cima kk. Para as meninas que me mandaram os e-mails, como eu recebi uma quantidade muito pouca, eu achei melhor avisar novamente, mas o próximo eu mando. Refiz as notas da história, comentando sobre o tempo cronológico e psicológico da fanfiction. Estou fazendo um tumblr para disponibilizar todas as minhas fanfictions/ fan. interativas/ webs/ Web Séries, e vou mostrar no próximo capítulo. Tenham um final de semana muito bom, e comentem/recomendem/divulguem o quanto quiserem. Sou toda de vocês u-u -q
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