Dama Negra escrita por Laryssa Costa


Capítulo 7
Capítulo 7 – Sob Controle?


Notas iniciais do capítulo

http://ask.fm/LaryssaCapulleto / http://amanteindomada.tumblr.com/

Esses são dois links onde vocês podem me encontrar. Por favor, comentem. Esse é um ânimo, estímulo e alegria muito grande pra mim, de verdade. Obrigada as meninas que mandaram reviews capítulo passado, e quero me desculpar pela demora, estou sem pc. SURPRESA pra vocês nas notas finais ♥



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Carlisle andava de um lado para outro esperando por Edward entrar na sala. A semana não podia ter sido pior. Mas infelizmente, ele não duvidaria que piorasse, pois do jeito que estava indo, ainda arrumariam mais buraco no fim do poço para ele cavar. Aro o olhava com uma feição neutra, " - Vai dar tudo certo", ele sempre afirmava. Mas Carlisle sabia que não iria dar nada certo, nunca tinha tanta certeza em toda vida que nada que ele tentasse fazer para melhorar sua situação iria dar certo. Edward no controle? Não ia dar certo. O filho era imaturo e mimado demais para fazer suas próprias decisões sozinho. Fugir para América sozinho? Terra de selvagens, mas amigos que os ajudariam, deixando para trás sua esposa para ser degolada em praça pública? Claro que não. Fugir para América com Esme? Talvez. Mas aí vinha novamente a primeira pergunta: Edward no controle?

- Acho que o menino está mais que preparado para isso, Carlisle. Ele tem que tomar um choque de realidade para saber suas obrigações para com o seu povo e sua família de sangue azul. A doce e bela esposa que ele tem, irá ajudá-lo a passar essa fase. - Aro falava com tranquilidade enquanto Carlisle tentava acreditar nas palavras calmas do amigo. Como confiava nele! Sempre cuidou de todos os seus interesses, sempre o ajudou com administrações, sempre foi um de seus melhores amigos. Agora, padrinho de Edward.

- Talvez, meu caro amigo, peço você para ajudá-lo. Não como conselheiro real, mas como padrinho. Edward está passando por fases complicadas dadas pela idade, ele precisa de alguém com punho forte. Infelizmente com tantos problemas, não tivesse esse punho que ele necessitava. Não é a toa que se engraçou com prostitutas...

- Majestade, acho que, como um bom jovem com o sangue a flor da pele, aventuras são boas escapatórias de vez enquanto, e Edward apenas está aproveitando isso. Senhorita Tânia Denali, tirando essa sua... diversão com os rapazes, é de uma boa família.

- Boa família que foi manchada por causa da filha devassa que criaram! De qualquer modo ele tem uma esposa! Uma bela, inteligente e de sangue azul esposa, que foi muito bem escolhida e muito bem educada por sua família, a quem eu tenho um grande afeto. Seus pais fizeram grandes atos com o seu país, grandes atos. - Carlise falava disso com orgulho. Ela era uma das moças das melhores famílias que podiam se fazer alianças, duradouras alianças.

- De qualquer modo, tecnicamente estamos em época de guerras. Edward não tem tempo para diversões. - Charlie que estava lá dentro agora, colocava sua palavra. - Se me permite dizer, é claro, majestade.

- Estou bastante consciente disto, meu caro. E necessito de uma conversa bem séria com ele sobre o assunto.

Assim que as palavras foram ditas, três batidas audíveis foram dadas na porta de madeira muito bem feita e empurrada logo em seguida. Era Edward, e ele estava com cara de poucos amigos. Sabia que as coisas estavam ficando sérias, mas sabia também que sempre seu pai tinha planos para amenizar o caos que tudo isso poderia causar. Mesmo assim decidiu se manter afastado de suas decisões por algumas semanas. Estava mais preocupado em passar um tempo com sua mãe, que adorava sentar e conversar com o filho, e estava preocupado também em manter uma conversa instável com Isabella. Mas estava sendo mais difícil do que esperava. Ela era uma mulher nada boa de se conviver. Não fazia cara de bebê mimado quando queria coisas, como Tânia. Simplesmente dizia que as queria como se ele fosse um criado ou algo do tipo, e sempre quando ele lhe ameaçava com palavras como "'Você não tem seu posto de princesa concreto, sabe disso." ela simplesmente ficava calada ou se afastava dele sem falar uma letra se quer.

Ficar semanas naquela casa sem a presença de uma mulher estava cada vez mais difícil. Claro que tinham algumas criadas com quem ele podia aliviar a tensão e se divertir em alguns momentos, mas sempre pensava somente no corpo de sua amada e adorada Tânia. Deveria estar com saudade dele, uma hora dessas, ele tinha plena certeza disso. Mas, em vez de estar entre os lençóis com a dona de seus pensamentos, estava aguentando uma mulher insuportável debaixo do mesmo teto, e infelizmente na mesma cama. Ter um corpo feminino passava quase despercebido depois de conseguir algumas criadas que resistiam ao seu encanto, mas mesmo assim... ele era homem. E se odiava quando percebia que o corpo feminino ao lado dele, não passava despercebido.

- Mandou me chamar, meu pai? - Edward falou, olhando para os três homens dentro da grande sala.

- Sim Edward, chamei. - Carlisle olhou para os homens presentes e falou em um tom autoritário - Preciso falar com meu filho em particular senhores. Por favor Aro, em particular. - Falou assim que percebeu que Aro, aconselhador do rei e padrinho de Edward ficara, achando que iria participar como observador do momento "pai e filho".

Assim que todos saíram, acompanhados por um Aro com cara amarrada, Carlisle apontou para a cadeira que estava próxima, querendo que o filho se sentasse. E pela primeira vez desde que entrou na sala, ele também se sentou, mas não conseguindo relaxar e ficando mais duro que o necessário.

- Edward, precisamos conversar... - Carlisle suspirou - Você deve ter percebido que esses dias as coisas estão bem tensas aqui dentro. Digo, o clima dos homens dessa casa está bastante tenso. Como você viu e ouviu na primeira reunião que esteve presente, as economias estão sumindo de algum jeito e não chegando ao lugar esperado. Os burgueses estão com raiva meu filho. Logo os aristocratas, também estarão. E o único jeito de resolver isso, é você tomar plena consciência disso.

- Consciência de que está me deixando aqui na Bretanha, para caso de tudo der errado, o que provavelmente vai dar, ver seu filho morto por uma guilhotina?

- Eu e sua mãe não vamos deixar você, meu filho. Sabe que é nosso filho único, nunca nós deixaríamos você morrer por um erro que eu não soube conseguir uma solução para corrigir. - Carlisle passou as mãos no cabelo, nervoso - Estou tentando filho, tentando realmente achar uma solução para tudo isso. Mas se eu ficar aqui por mais algumas semanas, serei morto. Eu e em consequência, sua mãe também. Agora, se eu viajar para América, com alguns aliados, poderei avaliar a situação. Vou levar tudo que é necessário para verificar o que é necessário fazer. Mas você deve ficar, com sua esposa, mostrando assim para os Aristocratas, que ainda estão totalmente do nosso lado, que estamos certos, e logo tudo ocorrerá bem.

- Minha esposa? Não pode nos tornar praticamente reis assim, meu pai. Principalmente ela sem filho meu. Nenhum nobre, nenhum aristocrata, nenhum burguês ou mesmo plebeu vai dar a ela algum credito, ou a nós mesmo algum credito se você praticamente sumir do país e deixar eles com um príncipe sem herdeiro com uma esposa estrangeira. Ela é da Áustria, sabe que não se adéqua a nada daqui, e se cometer algum deslize, vamos pra guilhotina em questões de segundos...

- PARE DE CULPAR SUA MULHER POR SUAS IMBECILIDADES, EDWARD. - Carlisle gritou se levantando da cadeira aborrecido. - Olha aqui, garoto, tive a sorte de ter uma bela mulher ao meu lado, assim como você tem, e tive a sorte de amá-la, o que infelizmente não aconteceu com você. Quer ser um devasso, saindo com aquela mulherzinha? SEJA. Mas não culpa sua esposa, que não tem culpa alguma de suas escapadas para debaixo das cobertas com cada vagabunda que esteja dentro dessa casa ou em qualquer uma da Bretanha inteira. Pode dormir com cada uma que quiser, você quer isso não quer? Mas pelo menos, engravide a infeliz dessa pobre menina que não tem escapatória do futuro negro que foi destinada a viver.

- Vocês me obrigaram a casar com ela!

- Pensa que se não fosse ela, iria ser quem? Tânia Denali? - Carlisle falou com cara de nojo - Se não fosse essa pobre moça, seria qualquer uma virgem que aparecesse na nossa frente com sangue nobre. Nunca, ouviu, nunca iríamos deixar você se casar com ela. Pare de bancar o garoto mimado que infelizmente fizemos você ser, e assuma sua posição de homem. Ela é uma mulher Edward, uma bela mulher. Qualquer jovem que estivesse em seu lugar, não teria o mínimo de problema em relação a isso.

Edward ficou calado, amaldiçoando-se por ter nascido naquela família infernal a qual pertencera.

- Um dia você irá me agradecer por isso Edward, eu sei. - Carlisle falou depois de um tempo, mais calmo, com uma voz menos alterada. - Enquanto esse dia não chega, você irá assumir o trono após alguns meses, ou semanas talvez, depois de minha partida. Terá que cumprir obrigações para com o povo, rico ou não. Terá de fazer alianças, terá que parar de se comportar como um menininho. Falarei com Esme para preparar Isabella para isso. Talvez, ela até lhe ajude, pois pode ser bem mais preparada do que você. Esta é minha palavra final. Pode ir, tenho que escrever umas cartas a uns amigos.

* * *

" Querida Isabella,"

Isabella já começou a ler com desgosto. Sua mãe havia lhe mandado a carta a uns dois dias, mas ela se recusava a abrir pois sabia que sua semana que estava péssima, iria ficar pior ainda com qualquer coisa que sua mãe quisesse lhe falar.

" Gostaria de estar vindo aqui, lhe dando boas novas. E são boas novas, mas infelizmente não para mim ou você. Sua prima, Isabella Marie III, está grávida de seu primeiro filho, que se chamará Benjamin. O príncipe está demasiadamente feliz por seu herdeiro, como me disse minha irmã Elisabeth. Sua prima casou-se muito após você, e está grávida primeiro. Não está com vergonha Isabella? Não entende a vergonha que está carregando tanto para si mesmo como para nossa família? Continue uma moça que não pensa em sua família e mandaremos seu irmão visitar-lhe para lhe dar um belo sermão. Já que estou com minha saúde afetada demais para essas viagens a longo prazo. Com amor, sua mãe Renné Marie L. D. II rainha da Áustria."

Isabella gemeu terminando seu momento de desgosto. Sua prima era um pouco mais velha que ela, e pelo que soube do príncipe, um grande amante de mulheres pelo que ouvi dizer. Com certeza por gostar tanto assim de festejar com mulheres, não tivera nenhum problema com sua prima, que era belíssima, mas pelo que sua mãe dizia, não tinha tanto valor como Isabella. Pois além de ser a primeira da linhagem, carregava nomes que lhe davam orgulho. Nomes de mães por parte de Charlies e por parte de Renné. E por isso deveria ser sempre adiantada do que sua sobrinha. O que para Isabella era um absurdo. Sua tia era uma pessoa tão amável e compreensiva. Sempre a acolhia quando era pequena e vinha fazer curtas visitas para a irmã. Talvez, pensou Isabella, deveria ter nascido no lado negro e obscuro da família. A única coisa boa que teve da família que nasceu, foi seu irmão. Emmett, era o mais velho e amigo de todas as horas. Prestes a se casar, Emmett ficou bastante nervoso ao que mamãe pedisse para que explicasse a Isabella os procedimentos para um filho. Mas acabou não contando de tão vermelho que ficou.

Enquanto lia a carta repetida vezes e ficava mais triste e raivosa ao mesmo tempo, uma de suas criadas a estava ajudando a banhar-se. A banheira foi colocada no meio do quarto para poder ser mais próximo para Isabella. A criada estava passando algumas toalhas em suas costas, e ela estava prestes a se levantar quando Edward entrou com um estrondo enorme no quarto. Isabella espantou-se, deixando a carta cair no chão e de tão atônica, se quer cobriu-se, ou com as mãos ou com um roupão grande que outra criada estava segurando para ela poder se embrulhar.

- PORCARIA, SERÁ QUE NÃO PODE FICAR SOZINHO NO QUARTO EM NENHUM MOMENTO NESSA PORCARIA DE... - Edward calou-se ao ver Isabella dentro da banheira e automaticamente ao ver seu rosto corado por conta da água quente em que estava se banhando, foi abaixando o olhar para seu pescoço e logo após para seus seios, que estavam de um modo que ele via somente em uma mulher excitada e demorou-se um pouco neles. Logo depois foi abaixando um pouco mais para sua barriga, depois para seu ventre e quando estava decidido a olhar mais um pouco, Isabella mexeu-se e puxou o roupão da criada que estava ao seu lado, colocando-o em sua frente, fazendo assim Edward terminar sua frase. - lugar.

Sua voz saiu baixa e por um momento ele pareceu para Isabella, desconfortável. Ele não sabia o que dizer, para onde ir e nem nada parecido. Não era simplesmente por estar vendo uma mulher nua. Vira muitas mulheres nuas na vida dele, ontem mesmo, alias. Mas ver Isabella nua banhando-se em uma banheira, era quase... Altamente sensual.

- Me desculpe. - Edward falou sem saber ao certo o que falar. - Não sabia que estava se banhando, se não, não haveria atrapalhado. Hm... Acho que minha mãe, Esme, gostaria de falar com você depois que estiver, er... Terminado.

Isabella sem saber ao certo o que falar também, somente afirmou com um aceno de cabeça. E logo depois falou uma voz que ela não tinha certeza se era realmente a sua. Isso era, realmente, realmente, embaraçoso.

- Certo.

Edward saiu logo após do quarto, deixando duas criadas mudas e uma Isabella envergonhada. Assim que recobrou a consciência do que tinha acontecido, Isabella saiu de dentro da banheira enxugando-se e olhando um pouco chateada para as criadas. Nem para cobri-la elas prestavam! Mandou as duas chamarem as damas disponíveis para que a vestisse, prontamente duas vieram. Mais uma vez teve que passar pelo corselé apertado e as milhões de fitas que faziam parte de seu vestido. Uma delas fez uma trança de raiz firme, e ela pegou o véu que nos últimos dias, como estava chegando a primavera, estava ficando abafada com ele. Por conta disso, não o usou, saiu com ele na mão para encontrar Esme. O que nem foi tão difícil, pois ela estava sentada, como se esperasse que a qualquer minuto, a mesma saísse de lá.

- Minha querida, eu estava a sua espera. - Esme tentou sorrir, mas não conseguiu. Estava preocupada de mais com a situação atual que acabara de falar com o marido e não tinha nem pensamentos pra fingimentos.

- Edward me falou... Aconteceu algo?

- Infelizmente sim, minha querida. Acho que você vai ter meu lugar no trono, mais cedo do que você esperava.

Isabella continuou parada a porta tentando entender as palavras de Esme. Mas espera... Ela nem tinha um herdeiro ainda. Ela sequer tinha consumado o casamento!

- Desculpe, Rainha. Mas, acho que está enganada. Eu não tenho um herdeiro ainda, não tenho certeza se ficarei com esse posto de princesa por muito tempo, infelizmente.

- Carlisle quer que você fique, e você necessitará ficar Isabella. Eu e Carlisle vamos ter que... viajar por umas semanas. - Ela suspirou e olhou para um ponto da sala. - Você precisa ter um pouco mais de conhecimento sobre onde está, sabe. Eu sei que está tendo problemas por ser estrangeira, mas isso não é pecado algum... Talvez, bem, devia se esforçar um pouco para entender das questões políticas que seu marido irá ter que lidar. Eu não fiz isso Bella, e agora estamos nessa situação.

- Esme, Edward vai ter todo o apoio dessas pessoas e tudo mais... Eu não preciso fazer muita coisa. E eu sei que isso vai ser duro de ser dito mas... Seu filho não me quer. E eu não posso fazer nada para mudar isso.

- Isabella... Edward é um homem maravilhoso. É sim. Mas infelizmente ser cercado por isso - ela levantou as mãos em tom de acusação - por todas essas pessoas audaciosas, mentirosas e tudo mais, o fez ficar assim. Claro, ele foi bem mimado também. Teimoso e eu e Carlisle erramos muito e erramos feio por isso. Mas entenda... Ele é a única coisa que eu tenho.

- Desculpe realmente não poder fazer nada, Esme.

E fazendo um ato altamente impensado, Isabella que ao menos tinha se sentado deu meia volta e partiu para qualquer lugar longe de qualquer um que pudesse vê-la. Foi criada, especialmente e completamente para ser esposa. Não para ser forte. Aprendeu a costurar, a cantar, tocar, ler , escrever, falar várias línguas, cuidar de crianças e até pintar quadros... Mas sua mãe nunca lhe treinou para mais que isso. Nunca uma criada ou ama sua falou que ela poderia passar por isso. Ela não sabia lutar, ela não sabia ser forte, ela ao menos sabia o que podia ter ocorrido para coisas assim estarem acontecendo. Ficar tanto tempo calada tentando aprender suas obrigações a fizeram aceitar as condições que estava vivendo para não ouvir reclamações e ameaças de seu pai, mas nunca foi forte. Sempre ia para seu quarto chorar as lágrimas não derramadas, mas nunca conseguiu mais que isso.

Flashback ON

- Venha Bella! - Emmet corria entre as arvores e ela o seguia. Como gostava de correr pelas imensas terras de sua mãe! Estava ofegante, mas nem um pouco cansada. Sempre fazia isso com Emmett, corria desesperadamente até sentir seu coração praticamente sair pela boca para poder parar e dizer que estava com sede para o irmão mais velho, que sempre parava para ajudá-la.

Sempre vinham as broncas depois das chegadas dos dois, mas as reclamações eram mais para Isabella do que para Emmett. Afinal de contas, como sua mãe sempre falava "você está sendo preparadas para ser uma esposa, Isabella. Mulheres direitas não se comportam dessa maneira." e sempre era mandada para longe do irmão. E sempre o via correndo pelo jardim sozinho, ou com alguns filhos de criados enquanto ela, ficava olhando pela janela da sala de musica, onde a professora fazia questão de ameaça-la de contar para Renné.

Isabella realmente não entendia porque sua mãe a trancava tanto assim. Afinal de contas, sua mãe era conhecida por ter opiniões fortes e próprias, além de uma inteligência que invejava qualquer homem. Mas sua mãe não a deixava ser assim. Não deixava escutar as escondidas as guerras que a Áustria estava planejando. Não deixava ver os cavaleiros lutando para poder provar a sua honra. Não a deixava brincar. Não a deixava ser uma criança. Mas sempre entendia quando ela apenas dizia:

- Todas as mulheres pagam um preço muito grande por doarem seu coração para seu povo e não para o que é destinada Isabella. Você está sendo criada para ser uma boa mulher e boa esposa, nada mais e nada menos. Queremos que você seja grande e precisa ter em mente em apenas ter um herdeiro. Depois disso a sua vida, e principalmente a de seu pai e a minha, também estarão estáveis.

- Mas mamãe, porque Emmett também não tem as mesmas obrigações do que eu? - Isabella perguntou agarrando-se a saia de seu vestido de seda, e sua mãe a afastava o quanto podia.

- Porque ele é responsável para continuar o que fizemos com tanto esforço. Já você é responsável para manter o que temos para depois ele continuar. Case-se, e estará realizando a sua responsabilidade e obrigação que está carregando desde que nasceu.

Isabella sem saber o que fazer afastou-se a ponto de chorar. Mas sua mãe, que se quer a olhou nos olhos saiu do seu quarto, deixando a criada assim entrar logo em seguida e olhando a criança de apenas nove anos, com pena.

- Não fique assim pequena Bella. - Sua ama se ajoelhou para poder ficar a altura da menina que agora estava sentada - Você é uma boa menina.

- Não ama, não sou. - Falou Isabella já chorando - Nas histórias que me contou, alguma menina má tem um final feliz também?

Sua ama a olhou mais uma vez com pena. A bela criança de cabelos castanhos assim como os olhos e bochechas rosadas a olhava com um brilho de esperança em seu olhar , uma esperança que não a devia pertencer. Desde que nasceu, ela sabia, que sua pequena criança foi colocada no mundo, simplesmente para fins da corte. Estava destinada a ser infeliz, desde pequena. Mas ela também tinha esperança, que uma criança tão boa, tão linda tanto por dentro quanto por fora como ela, não deveria ser rejeitada pela família que viria a ser a sua, como foi rejeitada pela sua de sangue. Que Deus cuidasse dessa pequena criança.

- Ninguém tem a capacidade para dizer o que você é ou do que você é capaz, até você mesmo saber e fazer, minha criança.

Flashback OFF

Ela sabia agora porque era tão presa por sua família. O fato de que, quando nasceu, foi planejada para fazer alianças com grandes países se casando com alguém de sangue azul, foi descoberta por ela aos poucos. Afinal, para que servia uma mulher então? Provavelmente iria para a forca ou guilhotina mesmo sendo inocente. Mas afinal de contas, seu futuro estava previsto. Ser infeliz pelo resto da vida, já não competia com morrer jovem. Se quer tinha aproveitado a vida....

“ E desde quando mulheres como eu aproveitam a vida?” – ela pensou e riu de si própria.

Foi para o quarto, já imaginando que Edward estivesse no aposento também. O que seria constrangedor, depois dele ter a visto praticamente nua, e também um momento tenso, porque os dois nunca conseguiam ficar muito tempo sem fazer insultos mesmo com tréguas. Assim que fechou a porta, o encontrou como esperado. Mas ele estava escrevendo uma carta e ignorou totalmente Isabella, que foi diretamente para algum canto do quarto fazer alguma coisa. O que ela não imaginava, era o quanto constrangido e confuso, ele estava.

Edward narrando.

“Tânia, minha amada” – Comecei escrevendo e suspirei um pouco. O que céus eu ia escrever para ela? Que estou tenso porque vi a minha esposa nua? Ou que talvez estou prestes a morrer?

“Estou com saudades. Provavelmente vamos ficar mais um ou dois dias aqui, meu pai precisa preparar algumas coisas da viajem que ele irá fazer até a América. Irei lhe explicar melhor quando estivermos a sós, espero que consiga deixar minhas mãos longe do seu corpo para poder dizer alguma coisa. A única coisa que ainda me deixa feliz é saber que está ao meu lado, porque as coisas aqui estão realmente sérias. Minha mãe também vai viajar com meu pai, o que me torna dono de muitas coisas. A coroação não está confirmada, mas sei que irá acontecer, só não sei quando.”

Escutei a porta sendo fechada, provavelmente tentando ser silenciosa. Meu pai não faria isso, muito menos minha mãe. O que sobraria Isabella, e olha-la seria um momento muito estranho para mim, pois mesmo com os minutos a sós eu ainda estava lembrando de cada parte do corpo dela e ficando completamente duro por conta disso. O que era uma coisa estranha. Tudo bem que era mulher, mas virgem e inexperiente não é muito meu forte. Ignorei por um tempo, e logo a sala ficou em silêncio.

“Espero que esteja com tanto desejo de me ver, quanto eu estou de lhe ver. De seu amado, Edward.”  - Continuei a carta, já desesperado pra ter ela ao meu lado.

“Você não tem vergonha?”

A voz de Isabella invadiu minha mente outra vez. Foi tão audível que quase me perguntei se ela tinha falado isso agora, mas eu sabia que era meu subconsciente inútil falando comigo mesmo, e lembrando das palavras de Isabella ontem a noite. Ela pegou no meu ponto fraco, e talvez ela até soubesse do meu ponto fraco.

Tânia era a mulher mais especial que eu tinha conhecido em toda minha vida. Me ajudou em vários momentos e sempre me acolheu em seus braços, seus lençóis e suas pernas sempre quando necessitei, sempre quando precisei. Não era só sexo, era... Eu a amava. E nunca tive nenhum medo de gritar isso para quem quiser que escutasse. O único problema era que, como sendo uma meretriz, não era somente eu que ficava em seus braços e tudo mais. Outros homens também. E eu pedi, sempre implorei para que parasse, mas ela sempre respondia a mesma coisa:

“ – Como posso parar se não tenho certeza em relação a você? Seus pais não gostam de mim, Edward. Você não pode me bancar.”

Eu sabia disso, mas sabia que se ela tinha uma certeza. Tinha a certeza de que eu a amava, e faria tudo por ela. Nem que isso me fizesse o ficar contra meus pais. Mas agora... Com as situações atuais, tenho que saber dividir um pouco as coisas, pelo menos por enquanto.

Assim que me levantei da mesa de escrita, Isabella veio em minha direção. Já estava pronto para falar alguma coisa pra ela até que ela simplesmente se sentou em meu lugar e pegou uma pena e molhou na tinta, e começou a escrever uma carta. Ou cartas, já que eram mais de dois papeis. Não me dirigindo uma palavra ou um olhar se quer. Saí do quarto para mandar algum criado dar para alguém que pudesse levá-la.

Não voltei mais para o quarto. Passei grande parte do dia conversando com Billy sobre política e até algumas vezes mulheres. Ele sempre foi bastante divertido comigo quando eu era criança, e até hoje ainda é. Quando voltei para o quarto a noite para dormir, encontrei Isabella já de camisolão, lendo um livro sentada na cama.  Assim que me viu, tentou despistar e se deitou na cama fingindo que estava prestes a dormir.

Eu estava cansado e com sono, então só troquei de roupa e fui me deitar. Esperei alguns minutos para cair na inconsciência mas senti a cama ficando mais macia. Ela estava se levantando. Não fiz nada, fiquei somente parado e assim que escutei a porta se fechar, virei para olhar. Nada de casaco no cabide, nada de livro encima do criado mudo. Ela tinha saído, e não ia voltar cedo. Pra onde diachos aquela garota estúpida estava indo uma hora dessas?

Bufei e pensei em levantar da cama para segui-la. Mas sinceramente? Pouco me importava. Ela que morresse de hipotermia ou qualquer coisa do gênero. Afinal de contas, eu devia estar dormindo, e ela também...

30 minutos depois...

50 minutos depois...

1 hora depois...

Essa menina quer se matar! Ela é louca? Sabia que ela era sonça e inútil, mas louca para mim é de mais. Vou atrás dela. Sim, vou atrás dela.

Assim que eu pensei em colocar os meus pés no chão, a porta se abre e me paraliso. Começo a tentar respirar calmamente para ela pensar que eu estou dormindo, me viro devagar de costas para ela, e ouço ela tirar o casaco, e sinto se deitar ao meu lado de novo. Depois de dois ou três minutos, viro para encará-la e pela primeira vez a vejo sorrindo um pouco. Nem que seja dormindo.

O que ela estaria fazendo lá fora?

# # #

- Eu só acho que deveríamos ter visto isto ontem. – Esme falou olhando para Isabella que a olhava sem responder coisa alguma. – Sabe, tenho pouco tempo e queria muito passar mais tempo com você. E com você também meu filho.

Minha mãe olhou pra mim e eu sorri para ela, que retribuiu na hora. Eu sei que sentiria saudades, essa não era hora para virar a cara e encarar a paisagem que nos rondava.

- Não acho que será necessário. A senhora tem muita coisa com o que se preocupar. – Isabella falou em tom claro, e rápido. Querendo acabar logo com o assunto que eu não estava prestando atenção, ou tentando pelo menos.

Estávamos voltando para casa e finalmente eu iria ver Tânia. Finalmente ia poder abraçá-la e tê-la em meus braços. Finalmente poderia ficar longe de Isabella e parar com essa seca desgraçada de adolescente, afinal de contas, no lugar onde estávamos poucas vezes tínhamos sossego, e as criadas não eram tão novas ou bonitas como estava acostumado.  Passamos os dias como meu pai disse que passaríamos: ocupados. Tive que aprender algumas coisas em pouco tempo. Ele queria me explicar como seriam as coisas, ele queria me dizer como funcionava a sua estadia na América e tudo mais.

Aquilo me deixava cansado, e eu precisaria de uma mulher ao meu lado. Uma mulher para me esquentar toda noite quando eu tivesse que lidar com esses problemas. E essa mulher, seria Tânia. Isabella que se virasse, pois podia ter um corpo convidativo, mas nunca conseguiria grandes coisas. Era uma amadora mimada. Talvez, depois que tudo passasse, eu poderia fazer algum julgamento a Isabella por não me dar um herdeiro e tirá-la da minha vida.

Pra falar a verdade isso sempre esteve nos meus planos. Pelo menos nesses dois últimos dias, claro.

Talvez ela me traí-se. O que eu não esperava muito, porque é tão certa que dá ânsia só de ver.

- Quando nós chegarmos vamos ter que fazer alguma coisa! Para lembrar sabe? Sei que vou gostar de lá, dizem que é muito bonito, só que tem arvores de mais, mas , vou sentir saudades.

Minha mãe continuou a falar e senti que nem eu e nem Isabella dávamos muita importância para isso tudo. Ela sabia que nosso futuro era incerto. Ela sabia que podia morrer. Eu sabia que podia morrer. Nós passaríamos por maus bocados.

Assim que chegamos, desci rapidamente ajudando minha mãe a descer e subi ansioso para o quarto, trocar de roupa e ir até a casa de Tânia. Deixei Isabella descendo sozinha, provavelmente um criado iria ajudá-la nessa tarefa e esperei ela entrar no quarto ou me ignorando completamente ou com cara de drama. Mas nada disso aconteceu, devia estar cercada de mulheres uma hora dessas. E com um pouco de curiosidade para ver a cara que ela estava fazendo, fui para janela do quarto que dava para a entrada. E fiquei um pouco surpreso.

Tinha uma carruagem a mais que ele desconhecia. Pelo que parece tinha acabado de chegar, e perto dela, Isabella estava com suas damas ao redor esperando para a pessoas que estava dentro, descer. Um jovem rapaz, alto e loiro desceu com um grande sorriso. Trajes elegantes como eu usava. Um rapaz da nobreza... Mas nunca tinha visto ele em minha vida.

Isabella fez uma saudação cortês, se abaixando um pouco em sinal de boas vindas, ele fez o mesmo. Ela fez um aceno com as mãos dispensando todas as meninas que estavam com ela, e eles foram para um lugar um pouco afastado, o cocheiro levou a carruagem dele para onde colocávamos a nossa. Olhei novamente para os dois, e longe do alcance das outras pessoas, Isabella o abraçou fortemente sem nenhuma vergonha e ele a retribuiu. Enlaçando suas mãos na sua cintura e a puxando mais para perto, beijando seus cabelos e acariciando suas costas.

- Mas quem... – Eu falei para mim mesmo, olhando aquela cena indecente. Mas quem diabos era aquele homem? E como ninguém fazia nada?

Ela estava me traindo. Com certeza estava. Mas primeiro deveria saber quem era aquele homem, e como ele tinha entrado aqui e com permissão de quem.

Suspirei e passei a mão no cabelo. Eu resolveria isso depois. Agora, eu deveria ir ver a minha verdadeira mulher... Minha Tânia.


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Notas finais do capítulo

SURPRESA: Para as meninas que mandarem seus emails nos comentários, VÃO GANHAR BONUS DO PRÓXIMO CAPÍTULO ♥ (Que aliás já está na metadinha).

Acho que quem foi atrás do blog, viu que eu não atualizei. Então, como estou sem pc, eu pensei em esperar mais um pouco para atualizar tudo. MAAAS, fiz um ask que qualquer coisa, pode ir puxar meu saco lá, que eu amo -q , ou no tumblr, onde vocês vem todas as minhas fanfictions. Esse capítulo tinha mais coisa, maaas, pensei em diminuir pra melhorar. Caso queiram grande, digam que eu me esforço u-u

Beijos minhas amadas.
p.s: Se acharem erros ortográficos, me perdoem. Eu tento ver tudo antes de postas, mas sempre deixo alguma coisa.