Dama Negra escrita por Laryssa Costa


Capítulo 6
Capítulo 6 – Complicações


Notas iniciais do capítulo

Vou implorar aqui, que leiam as notas finais! O blog está feito e lá vou colocar o link para vocês. Quero agradecer as meninas que favoritaram a fanfic: Baby, Thais Leite, MaCullen, Nadila Silva e Caly. Tambem agradecer as duas lindas que recomendaram a fic: Maria Clara McCarty e Isabella *-* .



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Isabella narrando.

O quarto era muito bem decorado. Os detalhes em ouro da cama eram bem notáveis. Respirei fundo, mais uma vez, enquanto uma das minhas damas - a qual eu não tinha aprendido o nome ainda - estava desatando os laços de meu espartilho. Sentir aquele aperto desagradável desaparecer do meu corpo era um grande alívio. Mas eu, sinceramente, não poderia dizer que estava aliviada. Muito pelo contrário. Seria, simplesmente a primeira vez que teria a obrigação de dormir junto a Edward. Já que aqui, no palácio do Rei da Inglaterra, nós dois teríamos que dormirmos juntos. Por hora, Edward estava com Carlisle falando sobre assuntos altamente políticos. No qual, Esme falou que era de extrema importância que a rainha estivesse presente, mesmo que na maioria das vezes, ela não desse muitas opiniões a respeito. Pediu que eu também ficasse lá, mas depois de algum tempo, percebi que não conseguiria falar nada, pois o meu conhecimento de politica, se resumia a Áustria. Somente. E tudo não passava de meros assuntos que minha mãe tratava comigo, pois afinal de contas, fui criada para servir ao meu marido. Não para questões politicas.

"Sabe Billy, é muito bom que tenhamos essa amizade duradoura. Ser Rei da Ilha da Grã Bretanha, seria muito difícil sem companheiros de guerra fiéis. Ter você, com a Inglaterra, mais o Rei do País de Gales e o Rei da Escócia como amigos, é uma ajuda muito grande. Conseguimos derrubar qualquer tipo de revoltosos e países com intensões desastrosas para conosco. É altamente necessário que quando tivermos que assumir decisões rigorosas para deixar tudo intacto e de acordo com as normas estabelecidas pelas gerações." Dizia Carlisle empolgado. A meu ver, ele parecia apaixonado pelo que fazia. Ser rei devia estar no sangue. Minha mãe sempre dizia isso. Mesmo eu não acreditando muito nisso. Afinal de contas, minha mãe era rainha, e eu, mera espectadora de tudo o que ela conseguia fazer. Meu pai sempre realizava suas obras mas claro, minha mãe era a concentração de tudo. Sempre foi. Por tanto ser perfeccionista e conservadora, não sabia mais distinguir se aquilo era algo bom para aprender ou não.

Por quantas vezes não vi sentenças de morte feitas e aceitas por minha mãe por simples questões politicas? Não queria fazer parte daquilo. Não teria coragem para fazer parte daquilo. Talvez ela achasse que eu nunca precisasse passar por isso. E eu também, sinceramente espero que não. A única coisa que entendi antes de sair eram que necessitavam de uma reunião importante de estado. E acabaram por se decidir que iam fazer isso na Escócia, no Castelo Eilean Donan. Um castelo particular, de difícil acesso onde eles não estariam preocupados em serem incomodados. E infelizmente, eu iria. Pois Carlisle decidiu levar Edward para participar da reunião. Afinal de contas, estava na linhagem do trono e precisava saber como as decisões eram tomadas.

Senti dedos soltando os grampos do meu cabelo, ah sim, minha dama estava terminando de me arrumar para dormir. Meus cabelos, agora maiores do que antes, estavam se espalhando por meu corpo, que tremia de frio por conta do tempo, e logo fui coberta pelo meu vestido de dormir. A dama se virou pra mim e espero que eu dissesse algo. Nunca a tinha notado, e fiquei olhando alguns segundos para relembrar depois.

- Deseja mais alguma coisa minha princesa? - Ela falou baixo, mas fez-se eco no quarto inteiro por conta do silencio. Foi como se estivesse gritado. Me mexi andando para a cama e desfazendo os lençóis.

- Não obrigada. - Falei agradecida e dei um breve sorriso. Ela fez uma reverencia formal e saiu do quarto levando alguns objetos que trouxe para ajudar a me lavar.

Assim que a porta se fechou, me senti estranha. Com medo talvez. Não por conta do frio, não por conta do escuro. Mas sim por conta do que estava me esperando daqui a alguns minutos. "Não seja burra Isabella, ele não tentará nada com você. Tem repulsa de você!" falei comigo mesma pra me acalmar. Assim seria bem melhor, ele com repulsa de mim, eu com repulsa dele...Seria um desastre. Sem casamento consumado, sem filhos, sem filhos, sem confirmação de esposa, sem confirmação... Devolução para a família da moça não desposada. Aquilo era o fim. Preferiria a própria morte ao ter que passar por isso.

Depois do susto e da raiva por Edward ter interrompido um dos únicos momentos em minha vida que pude me divertir e esquecer meus problemas, ele simplesmente disse que as pessoas estavam falando asneiras por não estarmos juntos em um evento importante e principalmente, recém casados. Claro, eu ouvia boatos. Mas depois de algumas semanas, óbvio que eu tinha que me acostumar de algum jeito com isso. Ele infelizmente, só teve que se deparar com isso agora. Entre os nobres. Entre os abutres. Entre as pessoas que se achavam importante de mais para serem considerados puros deuses para poder olhar para o próprio nariz. E infelizmente, depois dele comunicar que iriamos dormir no mesmo quarto, tive que ir ficar perto dele para ouvir as conversas de Carlisle. Aqui estou eu. Com medo. Sozinha. Querendo sair correndo.

Então ouvi a porta se abrindo e Edward entrando o mais silencioso possível. Legal. Virei para o lado na cama e fingi que estava dormindo, ou pelo menos perto disso. Seria melhor tanto para mim, quanto para ele, não precisarmos passar por isso. Situações constrangedoras, quero dizer.

- Obrigada. - ele disse de repente.

- Desculpe. - eu disse de repente.

Nós dois nos olhamos confusos por um tempo. Até que então eu conseguir quebrar o silencio.

- Pelo quê está agradecendo? - Me sentei na cama, enquanto ele trocava de roupa para dormir. Nunca o tinha visto trocar de roupa para dormir. Mas ele foi para um canto afastado para fazer isso, e não pude vê-lo enquanto falava.

- Por cuidar de mim, no dia em que cheguei em estado lamentável em casa. Eu sei que foi você. Minha mãe soltaria todas as maldições possíveis em cima de mim só por raiva. Da ultima vez que aquilo aconteceu, foi bem complicado. O que me impressiona é por você não ter dito nada. E mais ainda por ter cuidado de mim.

- Não tinha nada o que ser dito a rainha. E sobre cuidar de você, é uma obrigação. Mas, não há de que.

- Pelo que se desculpava?

- Eu... - Hesitei por um momento me perguntando se mentiria ou falava logo o que eu queria falar - Desculpe... Desculpe por isso tudo sabe? Tudo. Sei que queria se casar com Tânia, e eu sou um fardo. Mesmo sabendo que a culpa não é minha, achei que alguém deveria falar isso.

Ele voltou e me olhou surpreso por um momento. Óh céus, porque estou notando que ele é bonito? O que estou fazendo? Olhei para outro lado com vergonha. Mas não dele, e sim de mim mesma.

- Sempre pensei que... Se você não existisse, eu poderia ter dado um jeito de ter me casado com ela. Não sei, qualquer jeito para fazer dela minha esposa, sabe? Mas agora vejo que... Tudo sempre foi por questões politicas. Se não fosse você, seria outra. Afinal, para minha mãe, qualquer uma seria maravilhosa. Qualquer uma que não fosse ela.

- Você realmente a ama?

- Claro que amo! Ela é maravilhosa. Não vejo outra pessoa melhor em minha vida, do que minha amada Tânia. Ela é tão bela, e...

- Você não tem vergonha?

Ele me olhou e ficou calado. Percebi pelos seus olhos que ele não tinha vergonha. Mas era muito machucado por isso... Quando amávamos alguém, deveríamos nos integrar somente a pessoa amada não era? Bom, pelo menos era isso que minha ama falava para mim quando eu era criança e me contava histórias bonitas e felizes de moças e rapazes. Se o amor entre eles era verdadeiro... Porque ele sofria então? Ou o amor era somente da parte dele?

Outra pergunta martelava minha cabeça mais que essas outras. Estou sendo forçada a passar o resto dos meus dias ao lado dele. Nunca terei chance para provar um pouco disso que chamam de "amor"? Às vezes acho que é até uma espécie de mentira que contam para dar esperanças às pessoas. Mas já presenciei o tal de amor uma vez. Dois camponeses estavam trocando juras de felicidade e se olhavam diferente do que eu estava acostumada. Tinha conseguido fugir para pensar, então vi. Acho que aquilo era amor.

- Eu a amo. Apenas isso. - Ele falou simplesmente e com um sussurro que parecia um "boa noite", deitou-se ao meu lado e puxou as cobertas.

Fiz o mesmo que ele, e assoprei a vela que estava ao meu lado, fazendo o quarto entrar em uma escuridão completa. E em um silencio assustador e depressivo.

# # #

Não conseguimos ficar para a festa particular de Jacob no outro dia. Com a conversa do dia anterior a viajem para casa tinha sido adiantada. Mas a verdade é que não passaríamos por casa. Apenas a maioria das damas. As únicas que iriam me acompanhar seriam três, a quem eu mesma fiz questão de escolher. Ângela, Alice e Rosalie iam comigo. A carruagem nos levaria diretamente para lá. Parte de barco, parte de carruagem. A viajem seria bem longa, e as outras damas assim como alguns criados que nos acompanhavam iam para casa arrumar nossas malas e mandar por outros criados que nos encontrariam. Banhamos, nos trocamos, fizemos nossas refeições e foi hora de viajar. Dei um breve "até logo" em Anna, e ela me disse que logo voltaria para fazer uma visita. E que era um destino infeliz por não poder passar tanto tempo comigo quanto podia. Jacob ficou bastante desapontado, mas sabia que era por uma boa causa.

Sem ter muito o que fazer, passei boa parte da viajem apreciando as paisagens que mudavam bastante de acordo com o lugar em que íamos. Nunca tinha ficado tão maravilhada com tudo isso. Já viajei bastante quando minha mãe me obrigava a comparecer com ela e nunca vi a magia de tudo aquilo. Agora, mais relaxada, percebi o quanto podem ser lindos e apreciados. Pensar que tudo isso poderia quem sabe um dia ser meu, me deixou feliz.

O que eu vi depois de dias e dias de viajem me deixou feliz e aliviada. Conseguíamos ver o Castelo de Eilean Donan mesmo um pouco distante. O rio que o rondava era maravilhoso para um passeio de barco, e a floresta que servia como um grande jardim ao redor dele me deixava maravilhada. Como seria maravilhoso correr entre as arvores, olhar para as grandes montanhas que o acolhia enquanto o vento batia em meu rosto. Tudo aquilo era magnifico. Por um momento achei que tínhamos que irmos de barco para poder chegar até o local, até que vi a ponte. Finalmente eu estava perto de uma cama quente, e de uma banheira com agua morna me esperando.

- Não é maravilhosa essa paisagem que nos ronda Isabella? - Esme falou sorrindo enquanto esperava todos saírem das carruagens para podermos receber as boas vindas da casa. - Nos enche de vida. Estou até sentindo que estou mais viva!

Ela estava empolgada e Carlisle sorria enquanto foi para o seu lado. Um rei com tantos problemas, tinha um olhar bem mais feliz que o próprio filho, que praticamente não tinha obrigações o rodeando para todos os lados.

- Rei Carlisle, que honra recebê-lo! - Um homem com um sotaque bem forte se curvou mostrando respeito e Carlisle sorriu e os dois deram-se as mãos. Logo após beijou a mão de Esme e a minha. Outro aperto de mãos em Edward. - Fiquei bastante empolgado quando soube que iam fazer da minha casa um lugar para reunião. Mais uma vez, majestade, é uma enorme honra.

- Sua casa é magnifica, se me permite dizer, Charlie. Um castelo maravilhoso, seus antepassados fizeram maravilhas o construindo! Ainda mais neste lugar belo e jovem. - Esme disse e conseguiu um sorriso maravilhado do homem.

- Considerem seu! Agora, vamos nos acomodar. Por favor, estejam convidados a entrar. - Ele nos acompanhou enquanto adentrávamos e acompanhávamos as outras pessoas que nos faziam acompanhá-las. Os criados estavam logo atrás com as malas, assim como já notávamos algumas pessoas que nos esperavam.

Deveriam ser outros nobres de grande porte que iriam compor a reunião. Estavam bem vestidos e conversando entre si. Carlisle foi até eles e Edward o acompanhou. Olhei para Esme e ela estava animada conversando com quem deveria ser a esposa de algum deles, e então eu fiquei ali. Parada. Sem saber exatamente o que fazer.

- Venha querida, vamos conversar em uma das salas reservadas da senhora da casa. Venha, garanto-lhe que elas são bastante gentis!

Claro que são. Com você, que é a rainha.

- Já vou Esme. Só me dê um minuto para que eu possa apreciar mais um pouco o lugar. - Sorri um pouco para ela. A verdade, é que eu queria fugir, me esconder e voltar só quando toda aquela conversa cheia de falsidade na maioria do tempo estivesse acabado. E quem sabe dizer que eu me perdi.

- Tudo bem, estarei na sala lhe esperando junto com as outras senhoras e damas. - Então ela saiu rodeada por algumas senhoras de aparência jovial, outras que já não se podia dizer o mesmo.

Assim que elas desapareceram pela grande porta, sai apressada para qualquer lugar que eu pensasse que me levaria para fora do castelo. Não, não é porque eu não gostava de lá. Era porque eu queria sair, sentir um ar. Já que ninguém me mostrou meu quarto e eu não poderia tão cedo tirar esse espartilho apertado que incomodava-me. Deixava-me sufocada. Provavelmente não conseguia respirar direito, mas como tentei a viajem inteira ignorar isso, ainda estou tentando agora. Os senhores ainda estavam conversando particularmente sentados, mas ao que eu soube a reunião só seria um pouco mais tarde, aquilo, provavelmente, seria apenas uma conversa normal e formal.

Tentei mais que tudo passar despercebida por todos eles. E consegui, tanto que ninguém sequer percebeu quando sai da sala. Se é que notaram que eu estava lá. Andei por corredores grandes, tendo cuidado em virar em lugares apenas que eu achava necessário. Até que por fim, achei um cômodo do castelo que depois dele, levaria para fora. Para o grande jardim. Assim que decidi atravessar, parei no meio do passo, escutei vozes.

- Por hora, tudo está correndo bem - uma voz desconhecida falou em sussurros. Provavelmente se eu tentasse olhar quem era a pessoa iria me ver - Ele acha que está tudo bem, mas logo logo as coisas ficarão feias. Bem feias.

- Esse é só primeira parte do plano. Tirar o rei do caminho é uma coisa a ser conquistada, segundo passo é cuidar do nosso outro problema. - outra voz também desconhecida.

- Com essa eu estou tranquilo. Já venho querendo isso a muito tempo meu rapaz, e Carlisle dessa vez, não terá chance. Vamos, logo será a reunião, preciso comparecer a sala. - A primeira voz falou mais baixo possível, tive que me esforçar para conseguir escutar melhor.

Assim então, senti passos vindo em minha direção. Óh céus, e agora? Olhei para um lado, olhei para o outro e encontrei uma pequena deformação entre as paredes, e me encolhi em meio as duas. Ele passou por mim sem perceber, e respirei aliviada por isso. Esperei o outro passar também... Mas nada. Ninguém passou ou algo do tipo. Não consegui ver o rosto nem do primeiro, e nem do segundo. Já que esse, quando entrei no cômodo para ver se o achava, tinha sumido.

Seria mesmo que estavam traindo Carlisle? Ou aquilo era somente uma conversa mal ouvida ou ilusão por seu estado deplorável de cansaço?

# # #

Edward narrando

- Vamos filho, eu sei que está cansado, mas tem que ir comigo para a reunião. - meu pai falou autoritário e fiz uma cara de desgosto.

- Eu não vou fazer diferença nenhuma lá, meu pai.

- Pode ser que você precise tomar decisões, Edward. E eu preciso que você comece a ver o meu mundo. Preciso que você comece a ver as coisas. Nunca lhe mandei lutar por que queria você centrado nos assuntos políticos que nos envolvia e você nunca quis nem um nem outro! Terá de vir comigo, quer queira ou não. Agora.

Suspirei contrariado e o segui para a sala de reunião onde havia conselheiros dos reis dos três países, alguns nobres que cuidavam em especial das finanças, comandantes de lutas e cruzadas. Todos já estavam lá nos esperando. Dei um breve "olá" para todos e sorri discretamente para o conselheiro do meu pai, no qual, de tanta consideração que meu pai tem por ele, me colocou como seu afilhado. Todos na sala de reunião estavam tensos, e alguns até chateados.

- Majestade, o caso está sério. O dinheiro da coroa está cada vez vindo menos para as minhas mãos! - Um dos contadores falou - E olha que eu sempre vou atrás. Não sei se é porque a temporada não está tão boa assim, mas os plebeus estão reclamando. Não consigo chegar para pedir impostos, ou meus homens, pois somos recebidos com descaso.

- Temos que averiguar para o que está acontecendo. Os burgueses estão furiosos. Se eles começarem uma rebelião, Carlisle, você terá que fugir. Pois os nobres são poucos aqui. Os plebeus fazem a maior parte da população, você sabe. - Outro homem falou e eu parei para olhar meu pai.

Ele não estava com um semblante preocupado. Mas eu tinha certeza, de que além de as coisas estarem indo na pior, meu pai estava de mãos atadas e desolado. O que faríamos agora?

- Temos que saber porque o dinheiro está tão pouco assim. Temporada baixa ou roubo. Não sei... Temos que ver. Se não conseguirmos dinheiro não vamos nos sustentar, nem sustentar os burgueses e muito menos os plebeus que dependem de nós. Não quero decepcionar o meu povo. Nem que pra isso eles me odeiem.

- A situação está critica. Temos apenas duas, três semanas para resolvermos isso Carlisle. O povo está furioso. Altamente furioso. E você sabe o que acontece quando uma rebelião dá certo.

Morte do Rei. Ninguém precisou falar nada, todos sabiam que o destino do rei era a própria morte, pois apenas assim o povo seria "livre". Se a situação piorasse, meu pai teria que fugir. Teria que fugir para as Américas.

Assim que a reunião acabou, entramos tensos e saímos desesperados. Mas como nobres devem sempre, sempre manter a calma, estávamos apenas esperando. Alguns foram pros seus aposentos, outros ficaram dentro da sala de reunião ainda conversando, meu pai disse que ia dar uma volta. Desci as escadas e estava andando pelos cômodos, tentando encontrar um lugar para ficar por um momento, até que ouvi uma melodia abafada, executada pelas notas de um piano. Como era uma parte, pelo que parecia, pouco movimentada pelos criados da casa e um pouco distante das salas principais, decidi ir ver quem estava tocando. Quem sabe apreciar um pouco a musica em silencio, escondido por um tempo.

Mas me surpreendi com quem eu me deparei sentada tocando uma melodia triste, assim como seu próprio semblante. Era Isabella. Ela estava perdida em pensamentos, pouco olhando para o piano, apenas tocando, como se fosse a coisa mais fácil de todo mundo. Ela cantava em sussurros o que tocava, então não soube distinguir qual música seria, mas devia ser assim como seu estado. de espírito. Ela estava sozinha, o que era uma raridade. Pois sempre estava acompanhada e sufocadas por as damas, que as mulheres tinham a obrigação de ter. Nunca intendi o pra quê disto.

E pela primeira vez, fiquei com pena por ter deitado com não só uma das damas delas, mas com umas cinco. Nós não tínhamos culpa deste futuro abominável que estávamos destinados. Não tínhamos culpa de termos nascido nesse mundo feio. Nesse mundo em que o dinheiro valia mais que o caráter.
 

# # #

Tânia narrando

Atravessei algumas pessoas que não se preocupavam muito com minha presença. Mais uma vez, ajeitei o capuz que cobria meu rosto para não ser reconhecida. Finalmente, uma carruagem de cor escura que eu tanto conhecia parou em minha frente.

- Entre. - Um homem com voz grave falou, e fiz prontamente.

- Não sou muito acostumada a fazer minhas negociações com você. Onde está seu chefe? - Falei enquanto abaixava meu capuz e o olhava com indiferença. Odiava ter que negociar com aquele homem, ele era extremamente imbecil e insociável.

- Ele está ocupado, bastante ocupado. Mas mandou-me lhe dar isso. - Ele tirou um envelope cheio de dentro do casaco, sorri instantaneamente. Meu pagamento tinha chegado. - E mandou-me dizer também que daqui uma semana precisa falar pessoalmente com você. Você não está fazendo seu trabalho tão bom quanto ele queria.

Fiz uma careta para o homem. Peguei o envelope que estava em sua mão.

- Diga ao seu chefe que será muito melhor falar com ele do que com um dos seus "ajudantes" - enfatizei a palavra - E diga também que estou fazendo o melhor que eu posso. Afinal de contas, se ele não tiver paciência comigo, nunca conseguirá nada em troca.

- O que ele tinha para fazer, está sendo feito. Você não se contenta em cumprir suas ordens por pura desobediência e descrença. Sabe muito bem o que ele pode fazer com você.

- Não tenho tanta certeza disso. - Disse convicta. Ele necessitava de mim mais do que qualquer outra coisa.

- Tenha. Ele sabe muito bem como fazer alguém sofrer. - Ele falou e deu um sorriso zombeteiro. A carruagem parou. - Até mais, Tânia Denali.

- Nunca permiti que chamasse pelo nome, Marcus.

Levantei novamente meu capuz, e sai da carruagem o mais depressa possível, e assim como fiz rapidamente andar pelo lugar, afastando-me da carruagem, ela fez o mesmo, seguindo seu destino.

                                      * * *


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Notas finais do capítulo

Oi amadas! Antes de tudo, quero dizer que vocês são umas divas e que eu estou muito, muito feliz pelos 61 comentários nesses cinco capítulos postados. Porque pra mim não são só 61 comentários, são MEUS 61 comentários kkk, e sim, estou morta de felicidade!!! Agora quero dizer que eu tinha escrito esse capitulo antes, mas eu escrevi ele de novo, porque não gostei do que eu tinha escrito e não achei que estava a altura de vocês, já que são minhas amadas, amadíssimas. FIZ O BLOG, alias, um blog muito humilde viu gente? E VOU POSTAR PRÉVIA DO CAPITULO 7 NELE. Além claro, das minhas outras fanfics. Bônus e extras também viu, pra quem quer saber.
Gostaram? Adoraram? Amaram? Odiaram? Bora meu povo, quero saber a opinião de cada um de vocês. EEEE, para aqueles bonitinhos que não gostam de comentar, achei uma solução pra vocês. SIM. Vou fazer uma pagina no face para atualizações das fanfics. Assim que terminar, eu posto no blog. Blog, pagina no face... Coisa ta profissa. ;) Comentem, e podem brigar pra eu responder! Recomendações também são aceitas tá?kkk
BLOG - http://escritosdelaryssacosta.blogspot.com.br