Dama Negra escrita por Laryssa Costa


Capítulo 4
Capítulo 4 - Bela? Não. Necessária. Parte I


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais, por favor. Boa leitura meninas *-*



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Edward narrando.


Depois de algum tempo com Tânia, estávamos conversando. Eu já tinha colocado a minha roupa e estava sentado ao seu lado na cama, ela por outro lado, ainda estava coberta apenas pelos lenções, descansando suas madeixas onduladas pelos travesseiros fofos e me olhando e ouvindo com interesse.

- Quer dizer que será Rei? – Ela se sentou, levando o lençol junto de si para não ficar nua. Ela me olhou com tristeza – Quer dizer que quem será Rainha, será aquela sem sal e sem graça Isabella? Você sabe Edward, que ela, não sendo daqui, poderá colocar o reino abaixo. 

- Infelizmente sou casado com ela, meu amor, e ela se tornará rainha de um jeito ou de outro. Minha mãe Esme por incrível que pareça já tem um carinho absurdo por aquela insignificante.

- Mas isso é injusto Edward, você me ama, e não a ela. Eu deveria ser a Rainha, não aquela mulher que se casou com você só por reconhecimento para o pai! – ela fez beicinho e voltou a descansar nas almofadas.

- Não se preocupe Tania, assim que eu virar rei, minhas regras prevalecerão. E uma das primeiras coisas que quero fazer é jogar Isabella em uma masmorra qualquer e colocar você como minha esposa.

Ela me olhou novamente, e seus olhos brilhavam. Ela sabia que eu adorava quando isso acontecia.

Bella narrando.


Tentei passar o dia inteiro fugindo das minhas damas, mas não deu muito certo. Quase morri de falta de ar, com aquele objeto de tortura chamado espartilho. O jeito foi as ouvir ficarem reclamando que o dia estava ensolarado de mais e me paparicando dizendo que meus cabelos estavam mais belos do que qualquer dia. A verdade era que eu nem estava com eles soltos, Esme agora, estava com a mania de querê-los ver amarrados, pois disse que assim ficava mais conveniente e eu me acostumaria mais rapidamente.

Já era de noite, o jantar foi silencioso, principalmente porque Edward não tinha chegado, pois seriam reclamações e olhares estranhos. Assim que consegui subir para o meu quarto fui logo tirando as minhas roupas desconfortáveis. Coloquei meu vestido-camisola branco e deixei meus cabelos caírem confortáveis até a cintura. Tirei todas as joias que eu usava, e lavei meu rosto com um pano úmido que a criada deixara pronto.

À noite e de madrugada eram os únicos momentos em que as damas me deixavam a sós. Eu queria sentir liberdade pelo menos em alguma hora da minha vida, nem que fossem apenas em sonhos, mas até meus sonhos viraram pesadelos. Eu queria sair, respirar o ar livre sem aquelas roupas insignificante, sem aquelas pessoas atrás de mim e girar sem ninguém para me criticar. Chorar sem ninguém ficar preocupado comigo, dançar sozinha, cantar... Eu lembro que enquanto eu não vivia aqui, eu sempre fugia de manha para um lugar só meu em que fazia meus planos.

Que nunca deram certo.

Coloquei meu agasalho por cima do vestido-camisola e uma sapatilha branca e sai do meu quarto, descendo rapidamente as escadas. Parei assustada quando ouvi umas vozes em uma sala reservada. Estavam falando baixo, mas a porta não estava fechada por completo, com medo de ser pega em flagra preferi ver quem estava lá dentro.

- Tudo irá dar certo, minha rainha. – Carlisle falava de forma carinhosa, enquanto beijava a mão de Esme. Ela o olhou com um brilho nos olhos e deu um belo sorriso.

- Realmente, é uma besteira minha. Enquanto estivermos juntos, estaremos felizes. Não importa se o mundo ao nosso redor desmorone. – ela falou baixo, mas como estava muito silencioso o eco foi bem maior.

Eles se olharam apaixonadamente e então ela encostou sua cabeça no ombro dele. Suspirei baixo, e sorri um pouco. Tudo para eles parecia tão perfeito, que bom, que pelo menos nem todos os casais são infelizes.

Virei-me e fui diretamente para fora, correndo praticamente, indo em direção aos fundos do castelo com medo de ser pega por algum criado, claro que vi alguns pelo caminho e desviei, mas eram poucos e estava um pouco escuro.  Assim que consegui sair e avistar um lugar escondido o bastante fui até o local. Era uma arvore grande, aconchegante e iluminada pela luz da lua. Sentada embaixo dela, eu poderia ainda ver as luzes do castelo. Mesmo um pouco frio eu aguentaria mais um pouco, mesmo àquela hora. Deveria lembrar-me da próxima vez, em trazer um livro para passar o tempo. Fiquei sentada observando a propriedade que dava para ser avistada da árvore, pensando em tolices, relembrando lembranças boas... Até que notei que deveria ser bem tarde. Resolvi voltar para o castelo.

Pelas portas do fundo. Algumas criadas estavam conversando baixo na grande cozinha, já todas vestidas apropriadamente para dormir.

- Pobre princesa Isabella. Tenho realmente pena dela, não sei se ela apenas ignora as ignorâncias e as rejeições do marido, ou é totalmente inocente a esse ponto. Parece que tão cedo ela não terá um filho herdeiro. – uma criada falou baixo para três outras que estavam na cozinha e então parei na porta para escutar.

- Ele não quer nada com ela, deixou isso bem claro. Mas também, é apaixonado por aquela meretriz que já visitou os aposentos de quase todos os príncipes, duques e lordes da Europa. – outra falou e as outras que ouviam acenaram afirmativamente com a cabeça.

- É bem provável que essa pobre criança enlouqueça, ou seja, maltratada por Edward, caso eles virem rei e rainha. Espero que ela seja bem forte para tudo que poderá acontecer com ela.

- Bom... Eu agora, só espero que ela tenha um sono bem profundo. Pois Edward está com uma de suas damas de companhia em seu quarto agora, e como ele gosta de vê-la sofrer fará o possível para isso.

- As pessoa já estão comentando. Os nobres dizem, os plebeus descobrem e daqui a uns dias ela será chacota em toda cidade, e sua fama de rejeitada poderá atravessar nossas fronteiras.

Não conseguindo mais escutar nada corri para meu quarto, subindo as escadas apressadamente ignorando se estava sendo vista ou não. As lagrimas estavam prestes a descer, mas eu não deixaria isso acontecer ainda. Enquanto corria até meu quarto, parei no quarto de Edward apenas para contestar se o que as criadas falavam eram verdades, e com os meus ouvidos provei que não mentiam, os gemidos eram audíveis e então tampei minha boca não acreditando no que minha mãe me dissera uma vez de “Vida perfeita”. Será que apenas morta eu teria paz?

Entrei no meu quarto as presas e assim que fechei a porta me senti mais segura. Quer dizer, apenas um pouco mais segura. Pois lá ninguém poderia falar alguma coisa de mim e eu poderia chorar a vontade.

Encostei minhas costas na parede e fui descendo até sentar no chão, gelado pelo tempo. Chorei silenciosamente tentando não soluçar para caso alguma criada passasse no momento não me atormentasse. Depois de alguns minutos de um choro desesperado, levantei-me do chão e fui lavar o meu rosto, ele estava inchado e meus olhos estavam vermelhos. Amanha acordaria com alguma sequela – eu previa – um ponto positivo nisso é que com uma desculpa muito boa eu não precisaria sair da cama. Tirei meu agasalho e minhas sapatilhas e deitei na cama. Nem hoje e nem amanha queria ser atormentada por alguém.

# # #


- A senhora está ardendo em febre. – A criada me olhou preocupada, ela tinha acabado de pegar em minha testa e arregalou os olhos de espanto. – Falarei com a rainha, não sairá da cama e muito menos receber visitas de muitas pessoas. Está com mais alguma dor?

Compartilhei sozinha minha alegria internamente. Finalmente um dia de paz e sossego.

- Apenas uma leve dor de cabeça. Mas não é nada preocupante.

- Irei trazer seu café da manha, enquanto isso mandarei alguém ir falar ao rei e a rainha que está indisposta. O príncipe poderá visitar a senhora em alguma hora do dia então...

- Por favor, não deixe ninguém vir visitar-me. Não estou no quarto em que deveria estar e a rainha Esme em hipótese alguma poderá saber esqueceu?  Diga a todos que não quero visitas, pois estou me sentindo mal. Apenas isso, ao final do dia até poderei me levantar um pouco para falar com alguns.

Acenei com a cabeça levemente e infelizmente ela não demorou muitos minutos para voltar com uma bandeja bem grande com diversos alimentos.

- A senhora deverá se alimentar. Falei com a rainha Esme e ela realmente ficou bem preocupada com a senhora, me mandou fazer tudo que você quiser e disse para lhe avisar que era uma pena estar desse jeito, pois iria passear com você, logo agora, ao amanhecer. E disse que queria lhe mandar a uma visita aos seus pais, pois deveria estar com saudades. Mas disse que deixaria para depois.

Acenei com a cabeça um pouco cansada e ela então deixou a bandeja encima da cama e me olhou.

- Quer mais alguma coisa?

- Não, muito obrigada.

- Daqui a uma meia hora, ou uma hora voltarei para buscar a bandeja, sei que coloquei muita coisa. – ela sorriu para mim, que retribui imediatamente.

- Tudo bem, pode retirar-se agora.

- Com sua licença princesa. – Ela curvou-se e saiu do quarto silenciosamente.

Visitar meus pais... Seria um pesadelo rever meu pai, admito. Mas eu realmente estava com saudade do meu lugar de origem. Todos os criados conhecidos, minha ama, todos os lugares secretos que consegui ir sempre quando eu tinha meu tempo livre e eu precisava falar com minha mãe. Ela podia ser do jeito que era, mas sempre que notava que algo que eu falava era de seriedade ela me ajudava em algo, e eu realmente preciso de uma base para sobreviver neste lugar. Realmente, acho que hoje poderia ser um mau dia para ficar doente.

A porta abriu-se sem nenhum aviso prévio, me assustando. Não tinha tocado muito na comida, e a bandeja estava meio que de lado, o que por sorte não a derrubei.

- Então realmente está doente? Achei que estava mentindo pra não ver aquelas suas damas de companhia hoje. – Edward falava num tom zombeteiro, que incrivelmente me fez sentir mais nojo dele do que eu sentia antes. Mas eu tinha que ser uma boa esposa, porque afinal, não podia ser devolvida pra minha família. Em hipótese alguma. – Fiquei bem surpreso por não fazer mamãe vir aqui e saber que não está dormindo no mesmo quarto que eu. Achei que você era daquelas que faziam fofocas.

Ele me olhou esperando alguma resposta ao meu favor, mas recebeu o silencio em resposta. Deu pra ver em sua face, um desconforto aparente. O silencio continuava persistente naquele local, então ele simplesmente sugeriu melhoras para mim e foi-se embora. Melhor para mim, mas pensando melhor... Posso estar doente, ardendo em febre ou morrendo, que não me deixarão em paz; Tomei meu café da manha bem reforçado e esperei a criada vir atrás da bandeja.

- Gostaria da sua ajuda para me arrumar. – falei enquanto ela tirava a bandeja da minha cama e ia em direção à porta. Ela me olhou desconfiada. – Quero ir à igreja, fazer minhas orações. Quando voltar, estarei melhor.

A criada sorriu para mim e depositou a bandeja em um criado mudo.

- A princesa tem toda razão. Poderá escolher a roupa que quiseres que irei apenas avisar a rainha de sua saída, pois ela pediu para ser comunicada a qualquer ato seu. – ela falou aliviada e voltou a pegar a bandeja, caminhando apressadamente pela porta e de dentro, pude ouvir seus passos apressados.

Coloquei meu cobertor de lado e andei preguiçosamente para a janela. O dia estava nublado e cinzento. Nada incomum para o meu novo lar... Alguém bateu timidamente na porta e abriu em seguida. Era Alice, acompanhada por Rosalie.

- Desculpe incomodar princesa. – Rosalie falou, enquanto elas faziam uma pequena reverencia a me ver em pé. – É que nos informaram que você estava doente, e ficamos preocupadas.

- Bom vindo de vocês não é incomodo algum. – andei para perto delas – É bom que estejam aqui, quero que me ajudem com uma roupa para ir à igreja.

- Mas Princesa, a senhora esta com uma aparência bem decadente. – Alice falou em um tom meio envergonhado e depois olhou para Rosalie que confirmou com um sorriso amarelo.

- Por favor, meninas, eu só quero sair daqui. – Olhei suplicante para as duas, Rosalie suspirou e Alice foi diretamente ao quarto de minhas vestimentas. Voltou com um vestido branco com bordados dourados envolta da saia e da no final das mangas.

- Acho que esse ficará bom em você. É pouco perceptível e de um tom de elegância impecável... – Ela sorriu ao olhar para mim e novamente ao vestido. – Sente-se, Rosalie irá fazer um penteado em seu cabelo, enquanto eu acho algum chapéu que combine com esse vestido.

Enquanto me aprontavam, a criada entrou no quarto, surpresa por duas de minhas damas estarem em minha companhia, perguntou se eu queria que chamasse todas e eu pedi que não. O vestido que Alice escolhera para mim era de cetim com renda branca, um chapéu não muito escandaloso, mas em um tom agradável. A trança feita por Rosalie era de lado, no qual combinava perfeitamente com tudo.

- Ainda está com cara de doente. – Alice riu um pouco. – Mas não podemos fazer mais nada a não ser isso.

- Rainha Esme ordenou que preparasse uma carruagem para a senhora, princesa. – A criada informou na porta. – O cocheiro a espera na entrada do castelo. Poderá ir sozinha se quiseres, mas poderá ir com uma de suas damas de companhia que conheça a cidade.

- Irei preferir escolher isso após chegar à sala para falar com Esme, mas obrigada. – peguei-lhe a mão e sorri. Desci as escadas acompanhada de Rosalie e Alice que me ajudavam para não cair ou algo do tipo, por causa da minha situação.

- Ainda acho que não seria bom sair daquela cama quente e confortável Isabella. – Esme colocou o livro de lado que estava lendo e veio ao meu encontro. – Você está com uma aparência bem abatida, minha menina. Isso não pode acontecer, não podem ver a princesa Isabella, deste jeito pelas ruas da cidade.

- Eu quero ir à igreja. – E conhecer a cidade, queria completar. Mas ela nunca deixaria se descobrisse que queria isso.

- Leve Ângela! Ela é uma dama de companhia sua e conhece muito bem a cidade, pois é daqui. – Uma menina muito branca, com cabelos pretos se aproximou de mim timidamente e a olhei. Nunca a tinha visto antes. Suas vestes eram azuis e ela estava com uma pequena sombrinha na mão.

- Certamente rainha. – Todos fizeram uma reverencia formais a nós duas e sai com a minha mais nova conhecida dama, Ângela.

No caminho, eu olhava Ângela com um pouco de cautela. E se ela fosse como aquela que ouvi cochichos ontem à noite? E se ela fosse uma pessoa altamente detestável e só estava sendo gentil por causa da boa impressão? Sinceramente, este lugar está me deixando louca. 

- Então... Gosta daqui, Ângela?

- Sim princesa. Rei e rainha cuidam muito bem do reino deles. – ela falou baixo, quase inaudível.

- Há mais lugares interessantes a serem visitados?

- Bom, senhora, temos muitos. Lojas de vestidos, sapatos, loja de doces na qual rainha Esme adora, tem o teatro que toda noite tem apresentações magnificas! Pena, claro, que poucos são os que costumam ir ao teatro, a não ser Rainha Esme vez ou outra. Temos vários Bailes, feitos pela rainha e algumas pessoas autorizadas da corte. Os mais conhecidos são os de máscaras. Há onde podemos alugar algum pintor para pintar um quadro seu, senhora.

- Gostaria de ir a algum lugar como este. – falei na esperança de visitar alguns destes locais e não parar na igreja.

- Rainha Esme falou que poderia comprar roupas quando quisesse. Vamos ao Ateliê mandar fazer um lindo vestido para um baile de mascaras para a senhora. – Ela falou empolgada e eu vibrei por minhas expectativas terem dado certo.

Passamos direto pela igreja e fomos ao lugar onde Esme me levou da ultima vez, era um lugar muito bem frequentado pela alta sociedade. Várias mulheres estavam fazendo suas medidas e não precisei de muito para ser atendida pela própria dona da loja, como de costume.

- Princesa Isabella! – Ela fez uma referencia formal, sorri um pouco para ela.  – Em que poderia ajuda-la?

- Gostaria de um vestido para um baile, por favor.

- Então por favor, espere-me ali – ela apontou para um lugar onde tinham apenas três moças, sendo medidas por duas mulheres cada para encomendar um vestido – volto em um minuto para atende-la pessoalmente.

Assenti e fui para o lugar apontado pela senhora. Parei enfrente ao grande espelho, enquanto Ângela sentava-se em um sofá confortável colocado para as visitas e esperas. Olhei mais uma vez para a minha feição e pele altamente clara. Meu rosto ainda estava pálido, admito... Mas o que eu poderia fazer? Não estava feliz. Minha feição não seria agradável nestas condições.

- Então quer dizer que Rainha Esme dará um baile no palácio? – Uma moça que estava ao meu lado perguntou, como estava concentrada apenas respondi sem olhar para ela.

- Não, estou mandando fazer apenas para ficar guardada para caso ela queira fazer um.

- Bom, princesa, pelo menos comprar vestidos distrai-nos quando não há nada melhor do que fazer. – Ela falou em um tom estranho, não era rude... Mas parecia até um pouco... Irônico. Finalmente virei o rosto para olhá-la melhor e deparei-me com uma pessoa que eu gostaria, realmente, de nunca ter que conhecer.

Tânia Denali. Ela estava sorrindo debochadamente para mim.

- O que a senhorita quer dizer com isso? – Olhei-a meio temerosa. Uma mulher desse nível não poderia fazer gracinhas com alguém da realeza, como ela ousava?!

- Bom, o que eu quis dizer foi que como o príncipe Edward não está nem um pouco interessado na nova princesa, e muito menos em desposar a princesa rejeitada, você não tem mais nada a fazer a não ser perder seu tempo com essas coisas. Mas aproveite sabe, você terá sorte se continuar neste reino por muito tempo. – Terminando de dizer, ela deu um sorriso e virou-se para reclamar com a mulher que costurava alguma coisa em sua saia.

Eu não tinha nada o que falar. A metade daquela sala tinha escutado o que Tânia, tinha dito. E como consequência, todas estavam me olhando esperando uma resposta a altura para ela. Mas a verdade era que eu não tinha nada, completamente nada para falar para aquela mulher.

- A propósito, princesa. – ela falou a ultima palavra com deboche – sou Tânia Denali, com certeza já deves ter ouvido o meu nome em algum lugar. Bom, pelo menos eu espero que sim. Porque aí saberei que esta a par da verdade. Tenha um bom dia. – Ela falou virando-se para pegar seu guarda-chuva e desceu calmamente do batente e saiu andando despreocupadamente para fora da loja. Senti minha garganta fechar em um sinal de choro próximo e então ouvi cochichos por toda a extensão da loja.

Sem ter nada o que fazer, virei-me para Ângela que me olhava com agonia nos olhos, como se quisesse dizer “vai ficar tudo bem, tudo bem.” Foi nesse momento que percebi que ela preocupava-se comigo.

- Quer ir embora princesa? – Ângela falou baixo apenas para eu ouvir.

- Princesa Isabella, está pronta para as medidas? – A mulher voltou perguntando um pouco desconfiado. Eu estava enganada, não foi apenas metade das pessoas presentes no ateliê que ouviu. Todas as pessoas que estavam lá presentes ouviram.

- Sim. – Respondi em voz baixa para Ângela, já mexendo em meu chapéu para ir embora. – Espere. – Falei novamente para ela antes dela se levantar.  – Fique, vou terminar uma coisa.

Virei-me de costas para o espelho e andei com passos firmes para o mesmo lugar onde a tal meretriz tinha acabado de sair. Assim que saí do lugar a avistei falando algo para o homem que estava no comando de sua carruagem.

- Senhorita Tânia Denali, não é? – Falei um pouco alto para ela me escutar, e deu certo. Ela virou-se surpresa, e colocou um sorriso debochado nos lábios. Continuei a andar em sua direção. – Como não tive oportunidade de responder suas gentilezas lá dentro, achei melhor vir aqui dizer a você que tenha mais cuidado com o que diz a determinadas pessoas. Pois não se esqueça de que você está em um nível bem, mas bem baixo do que eu. Com certeza. Se meu marido prefere deitar-se com você, que seja. Eu continuo sendo a princesa, e você, simplesmente uma meretriz.

Ela me olhou com fúria nos olhos e eu simplesmente sorri, virando-me em direção a porta Ateliê.

Assim que encontrei Ângela, ainda no mesmo lugar que estava anteriormente falei em um bom tom:

- Agora sim, vamos embora. – Virei-me para a dona do lugar que me esperava – E bom, gostaria que a senhora visitasse o castelo para fazer um vestido exclusivo para mim, não me sinto muito confortável quando tem várias mulheres aqui dentro.  Tenha um dia. Ângela querida, vamos.

[Continua ... ]


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Notas finais do capítulo

Meninas vocês não sabem o quanto eu estou feliz com os comentários de vocês! Sério, muito obrigada por estarem me acompanhando aqui. E desculpem pela demora, é que aqui tá mesmo tudo uma correria. Então o que eu queria fazer: Esse capitulo tem pouco menos de 3.000 palavras, nos próximos capítulos eles vão almentar consideravelmente. Pelo simples fato de que posso demorar a postar, mas quando postar vocês estarão bem satisfeitas com o cap. Anterior certo? *-*
Fiz um formspring para caso vocês tenham alguma duvida, pois infelizmente o meu blog AINDA está em reforma( eu sou um caso perdido no html) k , Beijos :*
http://www.formspring.me/laryssaescritos