A Pedra Vermelha escrita por Cambs


Capítulo 8
VII. Acampamento


Notas iniciais do capítulo

Tô merecendo umas porradas pela demora né? A atualização aqui está praticamente sendo mensal e peço desculpas, juro que tentarei agilizar as coisas ok? :3
MAS HOJE É DIA DE FESTA CAMBADA, hoje o capítulo é dedicado para a Geovana (G Lefay) porque, oi, é aniversário dela hoje. Parabéns sua coisinha ♥
Enfim, espero que gostem ♥



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A dor nas pernas havia melhorado, mas a cabeça por sua vez piorara. Ah, como ela odiava suas enxaquecas e os momentos importunos em que ela se manifestava. Sentada na grama ao lado de Carfax e Amara, Lyra passava os dedos pelas têmporas, apenas acompanhando a discussão que se desenrolava.

— Ele sempre faz isso — Amara cruzou os braços, mas logo desfez o gesto. — De que adianta me tirar das decisões sendo que eu faço parte disso tanto quanto ele?

— Eles agem como se não soubéssemos decidir de acordo com a situação imposta — Carfax concordou.

Lyra aumentou o ritmo dos círculos que fazia nas têmporas, a pele ficava cada vez mais avermelhada enquanto os círculos se aceleravam acompanhando o calor da discussão.

— Por que os dragões não estão se comunicando como você disse? — Pietro apontou para Brandon.

— É só uma teoria! — Brandon defendeu-se.

— Precisamos de um plano — Allan disse.

— Já sabemos disso — Drake revidou.

E assim foi seguindo a discussão, ficando mais acalorada e cada vez mais ecoando na cabeça de Lyra. Cadê silêncio quando se precisa? Vendo que a discussão não estava proporcionando nenhuma solução para qual fosse o problema que sentiam, os dragões voltaram a se agitar. Os barulhos dos dragões somados aos da discussão resultavam em uma Lyra cada vez mais irritada. Até que decidiu fazer alguma coisa e gritou.

— CALEM A BOCA!

O efeito foi imediato. Com a discussão encerrada abruptamente, todos os rostos e olhares voltaram-se para Lyra, até mesmo os dragões ficaram em silêncio. Bem melhor.

— Você... — Aaron estava surpreso com a ação de Lyra. — Você nos mandou... calar a boca?

— Mandei. A discussão não está tendo resultado algum, além de piorar minha dor de cabeça — ela parou de fazer círculos nas têmporas e levou a mão até os cabelos. — De qualquer maneira, não vamos conseguir fazer mais nada por hoje.

— O que sugere então? — Brandon cruzou os braços.

— Devemos ter mais uns dez ou quinze minutos de sol e depois, obviamente, é noite. Sugiro passarmos a noite aqui e pela manhã bolar um plano, realmente melhor do que bater boca e acusar erros alheios, para sairmos daqui.

— Temos três pessoas desaparecidas e você quer ficar aqui assando marshmellows? — Aaron resfolegou. Lyra suspirou, sabia que a situação era uma mais pessoal para Aaron, mas ele não precisava ficar tão alterado. Porém, pensado bem, Lyra não poderia reclamar, pois se fosse Carfax ou Allan desaparecidos ela certamente estaria igual a Aaron, ou, certamente, muito pior que o guardião.

— Ela está certa — Amara intrometeu-se. — Sair agora é suicídio e eu não quero ter que procurar por você também Aaron.

Aaron engoliu em seco e suspirou. Elas têm razão. Pensou amargurado enquanto passava os dedos pelo cabelo castanho, que sob a luz do pôr do sol parecia bronze.

— Se tivéssemos, pelo menos, algum tipo de comunicação com eles — Derek murmurou.

— Na verdade... — Katrina tateou a jaqueta e de um dos bolsos internos retirou um celular.

— Kat, isso não é hora de mexer no... celular — Pietro pareceu entender e foi até a loira. Parando atrás de Katrina, ele observou a tela do eletrônico junto da garota.

— Está vendo isso? — Katrina apontou para o canto superior esquerdo da tela do celular.

— Tem rede — Pietro franziu a testa e olhou para os outros. — Algum deles tem celular?

— Evelyn tem — Aaron disse e Katrina ergueu seu celular para ele. Com o celular em mãos, ele discou o número de Evelyn e esperou até que a ligação caiu na caixa de mensagens. — Nada.

— Posso? — Derek pediu e Aaron entregou o celular de Katrina para ele. — Jesse também tem um celular, mesmo que praticamente nunca o use — Derek discou os números e esperou. O número foi dado como inexistente. — Drake?

Drake confirmou e pegou o celular. Ele discou o número de seu pai, desligou após a ligação ter ido para a caixa de mensagens e devolveu o aparelho para Katrina. — Nada.

— Eles podem estar longe do celular — Carfax disse. — Ou então não tiveram a mesma sorte que nós e o local em que estão não tem rede.

Era, de fato, uma possibilidade, mas o pessimismo estava vencendo qualquer esperança.

— Vamos nos arrumar para passar a noite aqui e amanhã bem cedo sairemos daqui — Allan disse, quase que ordenando, e suas palavras foram recebidas sem mais reclamações. Com o vento se tornando mais frio com o chegar da noite, Allan suspirou alto e mexeu-se em direção às mochilas. Revirando-as, ele encontrou uma das que tinha trazido e tirou de lá um equipamento para acampamento, que contava com uma barraca inflável e três sacos de dormir. — Infelizmente, eu só tenho isso.

— Tenho praticamente o mesmo — Brandon informou, seguindo as ações de Allan e pegando sua mochila, a diferença era de que no lugar da barraca inflável, Brandon trouxera um saco de dormir. Com o total de sete sacos de dormir e uma barraca, o grupo começou a se dividir enquanto Lyra voltava a se sentar na grama e encostava-se a Liem, que resolvera se aproximar.

— Eles vão passar a noite discutindo para ver quem dorme aonde e porque, quer ver? — ela murmurou para o dragão, que resfolegou e pousou a cabeça em um lugar onde Lyra conseguisse passar a mão. — Hey, você pode cuspir fogo não é?

A boca de Liem abriu-se enquanto ele resmungava, mas logo voltou a se fechar, mesmo que o animal continuasse com os resmungos. Lyra tomou aquilo como um sim e voltou a prestar atenção na divisão de sacos de dormir. Esperava pela hora em que alguém iria perguntar sobre comida, água e fogueira e pelas reclamações sobre quem teria que dormir na grama. Seria engraçado.

Fazendo Lyra interromper os círculos que fazia com a ponta do dedo indicador em seu pescoço, Liem levantou a cabeça e olhou para o céu, aspirando fundo o ar quase noturno e começando a agitar-se novamente. Por Deus, essa coisa não para?

— O que foi agora? — Pietro perguntou quando percebeu a volta da agitação de todos os dragões. — Estou começando a não gostar dessa agitação toda deles, sério.

Alguns balançavam a cabeça, outros balançavam as asas, mas todos tinham o olhar ao redor, como se estivessem olhando para o fim das paredes de terra e grama da tigela em que estavam, porém sem a intenção de ir para lá. Liem e Elsen eram os únicos que produziam sons, resmungos e rosnados, até que apenas o dragão negro continuou.

— O que ele está fazendo? — Kerry perguntou.

— Tentando dizer algo — Aaron respondeu cerrando os olhos. Lyra levantou-se e parou entre Drake e Pietro, olhando quase sem piscar para Liem. Pietro, Allan, Derek e Amara olharam para Lyra, esperando por alguma resposta.

— Por acaso eu pareço alguma tradutora de dragões? — Lyra cruzou os braços, com o desdém transbordando em sua voz.

— Acho que descobri o que Liem está querendo dizer — Carfax apontava para uma direção, no topo da parede de terra a frente deles. — Olhem bem para lá.

Descendo calmamente por ali havia um homem, os cabelos curtos e escuros davam contraste com sua pele branca, o terno cinza de risca de giz estava perfeitamente limpo e em seus olhos totalmente negros a ameaça pôde ser vista de longe.



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