A Pedra Vermelha escrita por Cambs


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

And here we go.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/217812/chapter/1

Vancouver, Canadá


— Vamos papai, mais alto! — a garotinha de olhos verdes gritou animada no balanço. Seu pai riu e colocou um pouco mais de força quando o corpo da filha voltou com o ritmo do balanço. Ela ria enquanto o vento brincava com seus cabelos escuros. — Mais alto!

— Não prefere um algodão-doce?

— Algodão doce! — a garotinha pulou do balanço e quase caiu.

— Claro, venha, vamos lá comprar um para você.

Os dois foram para a barraca de algodão-doce, o clima quente de julho tinha ajudado a manter a pequena quermesse ali. Enquanto seu pai falava com o encarregado da barraca, a garotinha avistou um pequeno e peludo gato, branco como a neve que cobria a cidade no inverno, entre os arbustos mais ao longe. Ela correu atrás do animal, passou pelos galhos retorcidos no chão e chegou até uma pequena área plana onde tudo o que entrava eram alguns raios solares que conseguiram passar pela densa copa das árvores ao alto. Ali demasiado quieto ali. Não havia som de pássaros, roedores, nada. Era um silêncio mortal preenchido apenas pela respiração um pouco acelerada da menina.

Ela pôde perceber alguns detalhes novos naquele local, estava mais frio ali, a súbita vontade de recuar, de fugir do que estivesse ali a preencheu, mas a menina ignorou esses sentimentos e deu alguns passos ficou quase no centro do lugar.

Foi então que a figura apareceu. Encapuzada, sombria, fria e poderosa, flutuava a alguns centímetros acima da grama verde e uma névoa negra pairava ao seu redor ocultando totalmente seus pés. A figura retirou o capuz e revelou o belo homem que havia ali em baixo, pele branca perolada, cabelos brancos e luminosos descendo pelos ombros e olhos que pareciam prata líquida.

— Ei, você é a Lyra certo? — o homem perguntou com sua voz melodiosa ecoando no lugar. A garotinha confirmou com a cabeça. — Pode guardar uma coisa para mim? — o sorriso que apareceu a seguir revelou os dentes brancos e perfeitos.

A garota confirmou com a cabeça novamente, encantada com o homem. Ele retirou de dentro do manto preto um colar com a corrente dourada fina e um pingente em forma de uma gota gorda vermelha.

— Eu volto para buscá-la depois — ele sorriu novamente e estendeu o colar para a criança, que o pegou e colocou-o no pescoço.

— O que está fazendo aqui, mocinha?! — o pai da garota apareceu.

— Olha só papai, eu tenho que guardar isso para o moço, não é bonito? — ela mostrou o colar ao pai.

— Que moço filha?

— Aquele com a capa bonita. — ela apontou na direção do homem.

— Filha, não tem ninguém ali.

Seu pai estava certo. Não havia ninguém ali, o homem de olhos prateados e capa bonita sumira, mas a presença de seu poder continuava ali. Fria e indestrutível.

— Mas papai, o moço estava ali — ela choramingou.

— Claro filha, — ele sorriu docemente e se agachou encarando a menina. Assim que olhou a joia, ele ignorou o arrepio na espinha que sentiu e a familiaridade com o objeto — é claro que ele estava ali.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vocês sabem escrever mais do que um "amei continua" não é? rs.