Ours Secret escrita por Princess


Capítulo 2
Capítulo 2 - O Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Heeeey! Desculpem a demora, :S A escola tá consumindo a minha vida x.x Mas tá aí o capítulo ;)



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– Me desculpe Scorpius... Mas não posso evitar. Eu o amo e vou me casar com ele. Eu sinto muito... Não queria iludi-lo, muito menos criar esperanças para algo que não vingaria. Me perdoe...

Aquela maldita ligação não saia de sua cabeça. Haviam se passado 17 anos - quase 18 - e ele ainda se revirava na cama sempre que descobria que ela estava prestes a chegar a Londres.

De todas as suas memorias, as que mais doíam eram as do verão de ‘94. Os momentos felizes, as risadas, os beijos trocados... Tudo se tornava um grande caos com aquela ligação. Lembrava-se de ter sofrido como nunca sofreu em sua vida antes. Lembrava-se do gosto salgado das lágrimas que escorreram por seu rosto ao descobrir que sua garota - sua Rose– estava prestes a se casar. Lembrava-se de como se sentiu ao descobrir que ela estava grávida. Grávida daquele que a roubará dele. A dor, a angústia, a raiva...

Eu o amo...

Por quê? Porque ele ainda se martirizava por ela ter escolhido outro? Ele seguiu com sua vida, certo? Estava noivo... Noivo de uma linda modelo. E não de uma ruiva Weasley. A Weasley que lhe roubava as noites e os pensamentos... A Weasley que havia lhe deixado, mas a quem ele continuava amando.

Amando... Engraçado como quando ele descobriu o que era aquele sentimento, ela o deixou. O deixou só para poder se casar com aquele surfista imbecil. Quem era Thomas Evergrenn se comparado à Scorpius Malfoy? Não passava de um surfista exibicionista que vivia à custa da herança dos pais enquanto Scorpius era um grande advogado que tinha negócios diretos com a Família Real Britânica.

De que importava tudo isso? De que importava os anos que perdeu estudando se no final ele era infeliz? Desde que a ruiva passara por sua vida não havia mais motivo para acreditar em amor verdadeiro ou felicidade... Todas as mulheres com quem se envolveu ao longo de seus 36 anos – inclusive ela – lhe trouxeram uma grande decepção. Elas estavam mais interessadas em se divertir ou tirar proveito de sua extensa conta bancaria. Nenhuma delas deu à ele seu merecido valor...

Mas não importava. Realmente não importava... Ele seguiu em frente. Enterrou Rose Weasley e todas as outras em seu passado. Agora apenas Emilly preenchia sua mente e sua cama. Bom, nem sempre era ela a única... Mas essa não era a questão.

~*~

A realidade lhe bateu a porta exatamente às cinco da manhã. As olheiras já eram tão parte de seu rosto quanto os olhos azuis. Não era para menos, já que dormia cerca de cinco horas por dia. Quando tinha essa oportunidade, é claro. Scorpius já havia perdido inúmeras noites de sono por conta dos intermináveis papéis que precisava ler.

Levantou-se com disposição e se dirigiu ao banheiro de seu quarto. Lavou o rosto lentamente, permitindo-se se olhar atentamente no espelho. Sorriu ao se lembrar do pesadelo que tivera naquela noite mal dormida.

Lembrava de ter acabado de chegar em casa quando o telefone tocou. Não era costume que ele atendesse ao telefone, afinal os empregados o faziam. Mas atendeu daquela vez. Tamanha foi sua surpresa ao escutar aquela voz chamando por seu nome...

– Gostaria de falar com Scorpius Malfoy, por favor... – Rose disse.

– Sou eu, minha ruiva. Diga o que quer de mim. – ele disse sentando-se ao sofá e sorrindo abertamente.

Estava com saudade do timbre da voz fina que Rose possuía. Estava com saudade dela como um todo, mas não tivera oportunidade alguma de ir vê-la... A faculdade lhe sugava todo o tempo.

– Preciso conversar com você. – respondeu de maneira direta, a voz fria.

Ele se endireitou no sofá, o sorrindo sumindo da face. O que havia acontecido?

– Espero que entenda Scorpius, mas não posso continuar com essa brincadeira. Viajarei para a Austrália amanhã... Eu vou me casar. – Rose disse ainda com aquela voz doce, mas com a amargura na ponta de sua língua.

Não conseguia acreditar. Scorpius não podia acreditar. Seus ouvidos estavam lhe enganando. Rose... Ela não podia dizer aquilo. Ela... Ela não podia. Ele precisava dela.

– Rose, do que você está falando? Isso... Não pode ser verdade. Nós...

– Nós nunca devíamos ter nos envolvido. Nunca daria certo, de qualquer maneira... Me desculpe Scorpius... Mas não posso evitar. Eu o amo e vou me casar com ele. Eu sinto muito... Não queria iludi-lo, muito menos criar esperanças para algo que não vingaria. Me desculpe...

E antes que pudesse dizer mais alguma coisa, ela desligou. Continuou com o telefone em suas mãos... Ainda não conseguia acreditar no que acabava de escutar. Era uma mentira... Uma mentira deslavada... Ela não estava falando sério. Era uma brincadeira.

Era sempre naquele momento em que a realidade se misturava com a ficção e seu pesadelo tinha inicio... Em seus sonhos, naquele momento, ele se levantava e corria até a porta, mas ao abri-la encontrava-se a beira de um precipício. Olhava para trás e não via nada, apenas o vazio. Virava-se para o precipício e o não via mais... Tudo deixava de existir. Ele estava sozinho.

Era engraçado como o reflexo no espelho era tão diferente daquele garoto perdido e indefeso com quem sempre sonhava. Eram os mesmos traços faciais, as mesmas marcas, o mesmo tom de azul dos olhos... Mas ainda assim eram completamente diferentes.

Tentou deixar de lado as amenidades e se concentrar, pois havia pouco tempo para muitas coisas serem feitas. A primeira delas era enfiar-se dentro de roupas o mais rápido possível e voar até o Aeroporto Internacional. Deveria buscar a filha de um dos Duques com os quais tinha um contrato. Ele via mais como um favor pessoal, pois o homem em questão lhe concedera muitas brechas para o mundo dos negócios.

Não se vestiu com muito recato. Apenas uma calça jeans, camiseta branca e a inseparável jaqueta de couro. Pegou as chaves do carro pelo caminho e uma fruta quando passou pelo balcão da cozinha. Fechou a porta do apartamento e se preparou para um longo dia.

Enquanto esperava o elevador, notou algumas caixas espelhadas pelo corredor. Havia alguém se mudando, foi o que a senhora Collins – sua vizinha do andar de baixo – disse ao encontra-lo alguns dias antes no elevador. O único outro detalhe que soubera da idosa era que a mulher a comprar o apartamento G13 tinha um filho.

– Como se precisássemos de mais barulho! – exclamou irritada ao descer do elevador com o auxilio do advogado.

Scorpius não se importava... Quase não ficava no apartamento. Passava a maior parte do dia no escritório e preferia o aconchego da imensa casa de seus pais ao frio apartamento no centro da cidade. Vinha ao prédio somente em casos de extrema necessidade, como na noite anterior. Havia saído muito tarde do escritório então decidiu ficar na cobertura, pois dali teria um acesso mais fácil ao Aeroporto.

Ao entrar em meu IX35, senti uma imensa saudade de meu camaro. Não o dirigia há tanto tempo... Não vivia há tanto tempo... Scorpius não se lembrava da última vez em que tivera uma refeição com seus pais. Sempre que chegava em casa eles já haviam se retirado e quando saía eles ainda estavam dormindo.

Teve que fazer muitos sacrifícios para estar onde estava, isso ele precisava reconhecer. Mas nada lhe faltava. O dinheiro estava trazendo de volta tudo o que o destino levou. Bem, poderia trazer tudo de volta menos aquilo que mais almejava. Ser pai.

Já havia ficado bem claro para os médicos que, depois do acidente de carro, Scorpius se tornou estéril por algum motivo cientifico que ele tentou – em vão – entender. Maldita hora em que aquele caminhoneiro quis fazer uma ultrapassagem... Não levou apenas seu carro direto para o lixo, mas também seus sonhos e esperanças de ter um filho.

Muitas vezes ele imaginava que alguma namorada do passado – o passado de antes do acidente – lhe presenteasse com a notícia que ele era pai. Tudo bem... Qual a possibilidade de isso acontecer? Uma em vinte? Afinal, quantas foram as mulheres com quem dormiu antes de bater com o carro? Foram três, certo? Claire, Dominique, Eva e... Rose. Mas Rose era carta fora do baralho. Ela tinha sim um filho, mas um filho de um surfista idiota que o Malfoy odiava com todas as forças.

Ao chegar ao aeroporto exatamente no horário de desembarque, Scorpius imaginou que o avião estaria atrasado – como sempre. Mas enganou-se dessa vez. O avião havia chegada fazia dez minutos e, provavelmente, havia uma adolescente de 15 anos à sua procura, perdida entre as milhões de pessoas que passavam por ali.

Quando pensou que teria que procurar a segurança do aeroporto, avistou uma garota de cabelos escuros, olhos claros e que olhava para tudo apreensiva. Exatamente como a encontrava das outras vezes. Scorpius caminhou o mais rápido que pode, tentando não esbarrar nas outras pessoas que zanzavam pelo desembarque.

– Selene... Me perdoe pelo atraso. – apressou-se a dizer quando estava perto o suficiente para que a garota o ouvisse.

– Tudo bem senhor Malfoy. – a garota respondeu de maneira doce.

Scorpius se surpreendeu – mais uma vez – pelo tratamento. Os poucos adolescentes com quem tinha contato normalmente falavam de outra maneira, usando gírias e nunca se dirigiam aos mais velhos como senhor ou senhora.

É reconfortante saber que ainda restam jovens com educação, pensou ao sorrir.

– Diga-me Selene, onde estão suas malas? – Scorpius perguntou olhando para o relógio em seu pulso. Ainda precisava comparecer em algumas reuniões.

– Estão aqui... – a garota respondeu, deixando a mostra duas malas; uma de tamanho médio e outra menor, ambas azuis.

– Só isso? – o loiro perguntou confuso.

– Deveria ter trazido mais alguma coisa? – Selene perguntou corando.

– Oh, não! É que pensei que garotas de sua idade tivessem muitas roupas. – Scorpius tratou de dizer.

– Não gosto de acumular roupas... – a garota respondeu baixinho, pegando as malas – Podemos ir...?

– Claro que sim! Permita que carregue isso senhorita. – Scorpius disse deixando a garota um pouco mais vermelha.

Após pegar as malas e tentar guiar – desajeitadamente – Selene pelo aeroporto, Scorpius conseguiu começar a caminhar na direção da saída. Contava à Selene sobre as coisas que haviam acontecido no tempo em que ela esteve fora. A garota havia passado seis anos em um colégio para moças na Suíça, vindo para a Inglaterra apenas em ocasiões especiais. Agora ficaria permanentemente, pois seu pai gostaria de passar mais tempo na companhia da doce garota.

– ...E Madeleine está noiva. – Scorpius disse deixando que Selene passasse primeiro pela porta de saída do aeroporto.

– Isso é maravilhoso! – exclamou a garota com um grande sorriso no rosto.

– É realmente... – Scorpius começou a dizer, mas a frase perdeu-se.

Ele estava passando pela porta, indo na direção da sorridente Selene, quando a mala que trazia prendeu em algo o fazendo virar-se. Olhou primeiramente para a mala azul de Selene, depois para a outra mala presa à da garota e então para a pessoa que a segurava.

Scorpius sempre foi o tipo de homem que nunca se intimidava por mulheres facilmente – nem mesmo sua mãe conseguia intimida-lo –, mas ali se encontrava alguém que ele temia ver. Não por temer que esse alguém fizesse algo contra sua integridade física, mas que machucasse-o como havia feito 18 anos antes. Ali estava a mulher que o fez chorar durante várias noites, que o deixou feliz para logo depois deixa-lo infeliz... Ali estava ela. Com um sorriso que se desmanchava ao reconhecê-lo, mas ainda assim linda. Aquilo o tempo não modificou. Os traços finos, a beleza estonteante e singela ao mesmo tempo... Scorpius não pode conter o pequeno sorriso que se formou em seu rosto, muito menos as batidas descompassadas de seu coração. Como podia? Depois de todo aquele tempo... Ela ainda exercia aquele magnetismo em seu corpo. Ela o fazia parecer um garotinho bobo e apaixonado.

A brisa fresca bateu no rosto de ambos, trazendo não só o cheiro de jasmins, mas também lembranças...

Tudo o que Rose não queria era ter que reencontra-lo tão depressa. Seria inevitável, ela sabia, que se encontrassem em algum momento. Mas não pensou que seria tão rápido assim. Vê-lo tão próximo trouxe a incerteza de volta a sua vida. Por alguns instantes não teve certeza se a conclusão em que havia chegado – a de que não o amava – era válida ou não. A pulsação acelerada, o coração rápido demais e a respiração descompassada a denunciaram.

Sua mente estava ciente de que não o amava, mas o corpo não podia compreender as informações enviadas. Por alguns segundos, Rose pegou-se observando como ele estava mais bonito do que da última vez em que o viu... E aquilo trouxe consequências. Um tremor sutil atingiu seu corpo. E outro, logo em seguida, ao lembrar que seu filho estava a estava esperando. Não podia permitir de Max e Scorpius se encontrassem. Não tão depressa.

Rose puxou sua mala, andando de maneira elegante para longe do loiro assim que ela se soltou. Parecia indiferente ao se afastar, mas por dentro milhões de coisas martelavam em sua cabeça. Uma delas é quem seria aquela garota e qual a relação dela com Scorpius Malfoy.



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Notas finais do capítulo

Me desculpem pela demora, tá? ;// Mas espero que gostem do capítulo, foi feito com muito amor :3
Deixem reviews, por favor *--* E muito obrigada pelos do capítulo anterioor, vocês são uns amores ;*
#e se houver algum erro, me perdoem :s não tive tempo para revisar ;//
Beijos ;*