Ours Secret escrita por Princess


Capítulo 13
Capítulo 13 - Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Que tal começar 2016 com um capítulo cheio de surpresas?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/217698/chapter/13

– Não se esqueça da reunião hoje a noite! – Rose ouviu seu filho gritar antes de sair apressado pela porta.

Maximillian estava atrasado para a aula, assim como esteve durante os três meses que começou a estudar em Hogwarts e pegar caronas frequentes com Scorpius. O garoto havia criado um vinculo com o pai que impedia a ruiva de leva-lo ou busca-lo na escola. Era a tarefa dele e apenas dele. Seu filho agora passava as tardes de sábado com os amigos na dele. Quando não estava com ela ou com a família, pedia para sair com os primos dele.

Uma mãe insegura pensaria que estava perdendo o filho, mas ela sentia que estava ganhando com a relação do filho com o pai. Ela e Scorpius haviam decidido que a hora de contar a verdade à ele finalmente tinha chegado e pediram para que Thomas estivesse presente. O Malfoy agora não via o ex-marido da Weasley como uma ameaça. Ele sentia uma certa gratidão pela forma como ele havia criado e educado seu filho.

Obviamente, levou um certo tempo e muito empenho por parte de Rose, mas – finalmente - , tudo estava se encaixando em sua vida.

Seu filho estava tendo um relacionamento saudável com o pai, o amor de sua vida e seu melhor amigo estavam se dando bem, sua família estavam em perfeita harmonia... Rose não poderia pedir mais nada.

Ela estava limpando o quarto de hospedes para a estadia de Thomas quando a campainha tocou. Imaginou que seria Max, ele vivia esquecendo seu chaveiro.

– O que foi desse vez, esquecido? – perguntou ao abrir a porta, mas surpreendeu-se ao ver uma mulher sorridente do outro lado da porta.

– Bom dia, Rose. Pronta para o nosso chá? – perguntou Astrória Malfoy.

– Bom dia, senhora Malfoy... – respondeu envergonhada; ainda usava pijamas. – Eu estou um pouco ocupada no momento.

– Não se preocupe, não vou tomar muito do seu tempo. – disse entrando no apartamento.

– Sinta-se a vontade. – a ruiva disse fechando a porta.

– Encontrei o seu filho entrando no carro do meu filho agora a pouco... – disse sentando-se a mesa. – Você se importa se eu me servir? – perguntou apontando para o bule.

Rose negou com um balanço da cabeça. Sabia que esse momento chegaria, mas esperava que Scorpius estivesse ali também.

– Imagine a minha surpresa quando vi nossos filhos juntos pela primeira vez, Rose. – a senhora disse servindo-se de chá. – Apenas uma mãe poderia ver o que eu vi... E apenas uma mãe pode saber tudo sobre a vida de seu filho sem que ele abra a boca. E eu sei que vocês tiveram um breve romance antes do seu repentino casamento.

A Weasley agarrou seu celular em cima da mesa e discretamente mandou uma mensagem para Scorpius. Ela precisava que ele estivesse ali em um momento como esses.

– Eu acredito, pela atual aproximação entre vocês, que sabe da condição do meu filho.

– O acidente. – Rose respondeu. – Ele não pode ter filhos.

– Desde o acidente, eu e meu marido torcíamos para que em algum momento uma antiga namorada aparecesse em nossa porta com um lindo bebe loiro e dissesse... – ela se cortou no meio da frase. – Quando vocês romperam, pensei que teria sido por algum motivo familiar. Sei do rancor histórico entre nossas famílias. Então você se casou e logo depois teve um filho. Eu não cobria menos de minha mais nova nora. Entretanto, você apareceu de novo em nossas vidas com uma cópia do meu filho.

Onde estava Scorpius? Ela não podia passar por isso sozinha!

– Eu entendo agora... Você se casou para esconder a gravidez? Teve medo da sua família? De Draco? Por favor, me diga, ele é meu neto? – a mulher pediu quase chorando.

Nesse momento, a porta foi aberta com força e dois homens desesperados entraram.

– Mãe, você está bem? – Maximillian perguntou correndo até a ruiva.

– O que você está fazendo aqui? – ela perguntou desesperada.

– Você mandou várias mensagens pedindo socorro para Scorpius, eu acabei vendo e viemos correndo. O que aconteceu? – o loiro mais novo disse verificando se a Weasley estava bem.

– O que você está fazendo aqui? – Scorpius perguntou a senhora mais velha.

– Olá, querido. – disse secando algumas lágrimas. – Passei para te ver e acabei vindo tomar chá com Rose.

– O que está acontecendo? – Max perguntou. – Você está bem, senhora Malfoy?

– Estou, querido. – Astória disse sem conseguir resistir as lágrimas.

– Eu não consigo passar por essa pressão sozinha! – Rose disse apontando para Scorpius. – Onde você estava? E porque deixou uma criança ler suas mensagens?

– O que? Eu estava levando ele para a escola, como faço todos os dias! E assim como eu faço todos os dias, estava dirigindo! – disse levantando o tom de voz. – Eu não arriscaria a vida dele tirando uma das mãos do volante! Que tipo de pai você acha que eu sou?

– Pai eu não posso dizer, mas seria um péssimo marido! E se fosse alguma coisa intima, você o teria deixado ver? – Rose gritou de volta.

– O que você quer que eu faça, mulher? Esconda mais coisas dele? Pensei que eu estava construindo um relacionamento baseado em confiança. – o loiro rebateu. – Ou você esqueceu das suas próprias palavras?

– Eu posso interromper? – Maximillian perguntou confuso com a discussão.

– Não! – seus pais gritaram em uníssono

– Não ouse dar ordens ao meu filho. – a ruiva disse.

– Seu filho? Você por acaso o fez sozinho? – o loiro gritou.

– Pois eu deveria ter feito, quem sabe ele não fosse menos teimoso?

– A teimosia é sua, sardenta!

– Não ouse me chamar de sardenta nunca mais na sua vida, Scorpius Malfoy! Ou eu juro que... – a ruiva parou no meio da frase.

Max estava confuso, mas começava a entender a discussão de sua mãe com seu vizinho. A senhora Malfoy agora sorria enquanto tomava seu chá. Se não fosse pelo vibrar incessante em seu bolso, o garoto teria confrontado a mãe e exigido explicações sobre o que estavam falando.

– Catherine? - perguntou ao atender o telefone.

A mulher havia voltado para Austrália após duas semanas em Londres alegando que, se não fosse por ela, Thomas não saberia qual cueca usar.

– Desculpe, mas Catherine seria uma mulher de vinte e poucos anos, morena e com inconfundíveis cabelos multicoloridas? - disse um homem do outro lado da linha.

– Sim. Quem fala? – disse o loiro.

– Eu sou policial. A senhora Catherine sofreu um grave acidente de carro.

– Ela está bem? Acidente? Onde? – disse mais alto.

Isso chamou a atenção de Rose.

– Alguém sofreu um acidente? – a ruiva perguntou ao filho.

– Sim, é o meu pai. Thomas. E a minha avó paterna. – ele disse e virou de costas pra Rose. – Eu entendo. Não, ninguém além de mim.

– Max, o que houve com Thomas? – a Weasley exigiu.

– Eu estou a caminho. – falou e desligou o telefone.

– O que aconteceu, Maximillian?! – Rose gritou.

– Um acidente... – o loiro mais novo disse se sentando. – Um animal na estrada, se entendi bem.

– Quem estava no carro, querido? – Astória perguntou, preocupada.

– Meu pai, minha avó e Catherine. Eles estavam indo viajar...

– Eles estão bem? – Scorpius perguntou tirando o celular do bolso.

– Catherine está indo para um hospital, está gravemente ferida. Meu pai... Ele... – o loiro engasgou. – Ele não sobreviveu.

– Oh meu Deus. – Rose gritou. – Não, não, não! Ele não pode fazer isso! Ele não pode nos deixar... – ela disse olhando para o Malfoy.

O loiro cruzou a sala e abraçou a ruiva em choque. Rose se apoiou nele e balbuciou coisas intangíveis enquanto chorava. Max olhava a mãe sem saber o que fazer. Nunca soube o que era perder um ente querido. Na verdade, jamais entendeu o conceito de morte. Mas ali estava ela, arrasando sua mãe e fazendo-o sentir algo que ele nunca sentiu antes.

Em sua curta vida, nunca sofreu grandes perdas, nunca se machucou gravemente, não poderia entender o significado da palavra angústia... Mas agora ele entendia. Era um sentimento horrível. Como se alguma coisa tentasse sair de dentro de seu corpo ao mesmo tempo que o faz querer ficar deitado para sempre.

E havia o rosto de Thomas. Aquelas nuances de verde e azul nos olhos dele, a forma como sorria quando Max dizia alguma coisa mal criada a mãe ou quando destruía as coisas da avó... O jeito sempre protetor como tratava o filho. Desde a primeira vez na bicicleta a primeira vez em que surfou ou quando dirigiu um carro pela primeira vez. Ele sempre esteve lá, para ele, por ele e agora... Não estaria mais.

Quando veio para Londres, estava furioso com o pai. Ele não era seu legítimo pai, segundo a discussão que ouviu, e havia traído sua mãe. Sempre contou a verdade a Thomas e agora ele estava mentindo sobre toda sua vida, sobre quem ele era! Mas durantes aqueles meses... Aqueles meses fizeram Max ver tudo de forma diferente. Ele tinha novos amigos, novas interações sociais, novas perspectiva sobre a vida, sobre como deveria lidar com emoções e situações, ele queria se desculpar com o pai pelo comportamento. Tentou ligar algumas vezes, mas não teve coragem. Esperava que em algum momento seria bravo o suficiente... Agora não importava mais.

Ele não estava mais ali. Nunca veria o quanto Max havia progredido na escola ou como pessoa. Nunca veria o sorriso maravilhoso no rosto de Rose quando ela acordava todos os dias. Nunca veria Selene ou faria alguma piada inapropriada sobre o relacionamento dos dois, porque Thomas era esse tipo de homem que faz tudo para te envergonhar e essa era sua forma mais sincera de demonstrar o quanto amava e se importava com alguém.

Max sentiu o sofá ao seu lado afundar quando alguém sentou ao seu lado e começou a acariciar seus cabelos.

– Está tudo bem, querido. Você pode chorar. – ouviu as bondosas palavras da senhora Malfoy e seguiu seu conselho. Afundou o rosto no colo daquela mulher desconhecida e chorou como nunca havia chorado antes.

Talvez meia hora tenha se passado desde que Astória começou a consola-lo. Durante esse tempo, Rose trocou de roupa e fez um pequena mala enquanto Scorpius falava ao telefone.

– Não me interessa, eu o quero pronto em 20 minutos. – o loiro disse. – Diga ao meu pai que é uma questão de urgência!

Com essa frase, Astória tirou o próprio telefone da bolsa e fez uma ligação.

– Eu preciso do jato pronto em 20 minutos. Avise o hangar para prepara-lo para dez pessoas. – ela disse de forma rígida. – Não me venha com negócios em um momento desses, Draco! E estou consolando Maximillian Weasley neste exato momento, ele acaba de saber que Thomas Everdenn morreu em um acidente de carro. Prepare o avião para mim agora.

Max levantou com o tom de voz da senhora. Se ela falava daquela forma com o marido, imagine como era com os filhos. Ela desligou o telefone e sorriu para ele.

– Você se importa em pegar uma carona conosco? Os voos para a Austrália são demorados. – ela disse de forma bondosa.

– Obrigada, senhora Malfoy, é muita gentileza.

– Nós devemos cuidar dos nossos, querido. – ela respondeu sorrindo e se levantou. – Seu pai vai liberar o voo. Acredito que seria mais confortável que seus pais voassem conosco, Rose. Temos cinco assentos livres. Espero que não se importe que meu marido e eu acompanhemos vocês três. – questionou.

Rose a surpreendeu com um abraço e sussurrou algo em seu ouvido. Quando se afastaram, Max pode perceber que ambas choravam com simbólicos sorrisos no rosto. Mulheres eram um mistério para ele.

– Max...? – Scorpius chamou ao seu lado. Ele havia ocupado o lugar onde sua mãe estava momentos antes. – Sei que quando chegou aqui tinha grandes dúvidas sobre seu pai, mas quero que saiba que ele amou muito você. Independente de ser biologicamente seu pai ou não.

– Eu sei, eu só... Queria poder dizer isso à ele.

– Eu e meu pai nunca vivemos em harmonia, sempre discordávamos e acabávamos em uma briga sem fim. Mas quando aprendemos a lidar com nossas diferenças, não precisamos dizer nada um ao outro. – o Malfoy disse. – Thomas não precisava que você dissesse que o amava ou quão bom pai ele era, ele sabia pelo homem que você se tornou.

– Ele não morreu pensando que sou um péssimo filho? – o mais novo perguntou.

– Se ele pensasse dessa forma, porque estaria vindo ver você e sua mãe? Porque ele teria pago toda a sua formação educacional em Hogwarts? Thomas o amou de formas inimagináveis, Max. E ainda existem pessoas o amam da mesma forma. Seus avós, tios, primos, amigos, sua mãe... Eu. Vou estar ao seu lado sempre que precisar de mim e você sabe disso.

– Eu sei que você e minha mãe estão me escondendo alguma coisa de mim. – ele fez uma pausa. – Em alguns momentos eu acho que sei e em outros fico tão perdido quanto antes, mas a verdade é que se estão escondendo... Talvez eu não esteja preparado para saber ainda.

– Você não é o que eu esperava, Max. – Scorpius disse com um sorriso. – Pensei que você fosse um garoto, mas vejo que você é um homem.

– É uma péssima hora para dizer, mas eu preciso... Você é meu fã número um.

– É claro que eu sou. – o mais velho respondeu com um sorriso.

– Vamos? – Astória perguntou. – Temos muito o que fazer. Vamos preparar a Thomas e sua mãe a despedida que eles merecem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quase chegamos ao clímax da história, quase...
Agradeço pelos comentários, vocês são os melhores leitores do mundo!
O próximo capítulo já está quase pronto e posso adiantar: um personagem muito relevante descobre o grande segredo de Rose Weasley... Quem será? Façam apostas e aproveitem o fim de semana.
Beijos