Moonlight Sonata escrita por letter, Joke


Capítulo 1
Único.


Notas iniciais do capítulo

A one é baseada no ponto de vista do Peeta, em um momento específico dentro da arena. Escrevemos em conjunto, esperamos que gostem tributos, boa leitura.



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Moonlight Sonata


Eles me disseram que a arena muda a todos, mas esqueceram de mencionar de que forma ela muda.


Eu falhei. De diversas maneiras, simplesmente falhei. Prometi a mim mesmo que trabalharia de todas as maneiras para garantir que Katniss saísse viva da arena, prometi que não deixaria que a Capitol me fizesse de peça de seu jogo, prometi a meu pai que tentaria vencer, prometi que cuidaria de Katniss. E agora? Estou eu brincando de Carreirista, ao lado de cinco profissionais, que deixaram a Capital os transformarem em cães selvagens, que farejaram Katniss e agora ladravam para ela que, ferida, está inconsciente sobre as árvores.

Torço para que de alguma forma, ela saia ilesa. Torço por uma ideia, uma estratégia, uma luz. Algo que me mostre como ajudá-la.

A lua estava a pino, reluzindo de forma tênue uma sombra sobre as arvores. Bem iluminava meus “companheiros”, dormindo tranquilamente, com sombras de sorriso em seus lábios. Pensam que Katniss é uma ameaça para eles, e se esquecem de ver que eles mesmos são suas próprias ameaças, devo lembrá-los que pode haver apenas um vencedor?

O calor da fogueira os aquece, o medo é uma palavra que não existe em seus dicionários. Se tivessem fome comiam, se tivessem frio se aqueciam, se quisessem ganhar matavam, as regras era simples para um Carreirista, que cresceu com a ideia de que apenas por ser selecionado para os Jogos, já era um vencedor.

Cogito a ideia de que poderia matar um a um enquanto dormem, mas quais as chances de enquanto finalizo um, os outros quatro acordarem e me finalizem? Quem ajudaria Katniss? Se ela ousasse pular do galho em que se encontrava, eu poderia conseguir segurá-los por um tempo para que ela fugisse, mas quanto tempo seria? Ela seria capaz de prosseguir sozinha, depois das queimaduras que as bolas de fogo lhe causaram?

O fato é, ela precisa de uma dádiva.

Não para curá-la, mas para ajudá-la a sair daqui.

A garota do Distrito 2, Clove, murmura algo inteligível em seu sono, enquanto mergulhada na inconsciência se remexe e pressiona suas mãos em volta de uma afiada e inseparável faca.

Não vou dormir. E essa promessa eu pretendo não quebrar, não posso dormir.

Forço meus olhos a ficarem abertos à medida que posso senti-los pesados conforme o tempo passa. Tudo estava tão silencioso que parecia que a arena me convida para tirar um cochilo, algo rápido para restabelecer minhas energias e cessar minha luta contra o sono.

Não, eu continuaria acordado, precisava proteger Katniss.

Fico por mais alguns segundos repetindo para mim mesmo para ficar acordado, até que percebo que sou vencido pelo cansaço e sinto minha mente ir para longe da arena.


Acordo com um barulho de um graveto se quebrando, arregalando meus olhos para ver qualquer sinal de mais movimentos.


Amaldiçôo-me por ter dormido, mas tenho que admitir que senti certo alívio em perceber que ainda era noite e que nada parecia ter saído do normal, os Carreiristas continuavam a dormir tranquilamente com suas armas abraçadas contra seus corpos.

De repente escuto outro barulho.

Olho para os lados com minhas armas em mãos, esperando para atacar o dono dos ruídos.

Mais barulhos, estes cada vez mais perto de mim.

Me levanto devagar, tentando reduzir o máximo dos ruídos inevitáveis dos meus pés tentando se equilibrarem no chão lotado de gravetos.

Mais barulhos e dessa vez, sei de onde estão vindo. Vou em direção a árvore próxima da onde Katniss se encontra, e com cautela me preparo para uma possível luta contra um tributo, eu já podia ver sua silhueta encolhida rente ao tronco da árvore, abaixada e sendo camuflada pelo manto escuro da noite.

– Eu sei que está ai. – eu sussurro para a sombra encolhida. – Quem é você?

Nesse momento a sombra se levantou e revelou ser uma menina pequena e magricela, completamente indefesa, seus olhos escuros me fitam com terror e súplica e devo dizer que sinto pena dela, da menina de 12 anos do Distrito 11:

– Rue, certo?

Ela se encolheu quando pronunciei seu nome:

– Por favor, não me machuque.

Eu abaixo a minha lança:

– Não vou te machucar, mas o que está fazendo aqui?

Ela olhou para os lados:

– Não sabia que caminho tomar...

– E decidiu seguir os Carreiristas? – Eu pergunto a ela sem acreditar em sua ideia, aquilo era suicídio.

– Vocês não. Ela. – e aponta para a árvore onde Katniss se encontrava dormindo.

– Katniss? Por quê?

Rue dá de ombros:

– Ela parece saber o que está fazendo.

– Acho melhor você ir embora. – eu logo digo a Rue. – Os Carreirista não vão gostar de ver você aqui.

Eu me viro para voltar para meu lugar, até que Rue solta:

– Você só se juntou a eles para ajudar ela, não?

Aquilo me faz parar e me virar para encarar Rue novamente:

– O que?

– Os Carreiristas, você só se juntou a eles para proteger Katniss, não?

Não respondo, apenas fico de olho na minha “equipe”, ninguém ainda deu sinal de que iria acordar. Olho para cima, imaginando se Katniss dormia, provavelmente sim, ela não se mexia muito nos galhos.

E ainda bem que não o fazia.

Um ninho gigantesco de teleguiadas estava logo em cima da cabeça de Katniss, dando-me um nó na garganta só de pensar em vê-la sendo picada por aquelas vespas, ouvir seus gritos de agonia, implorando pela morte.

Eu tenho que avisá-la. Tenho que tirá-la de lá, mas como?

Katniss não iria me escutar, não pensando que eu era um Carreirista.

– Peeta? – Rue sussurra, fazendo-me lembrar de que ela estava lá.

Uma ideia vem em minha mente.

– Rue? – Eu a chamo. – Quer me ajudar a salvar Katniss de uma enrascada?

Rue faz que sim com a cabeça:

– O que eu tenho que fazer?

Aponto para o ninho de teleguiadas:

– Você precisa avisar Katniss sobre esse ninho. Espere mais um pouco, e quando ver que ela acordar, mostre o ninho. – Eu volto meus olhos para a copa da árvore de Katniss. – Ela saberá o que fazer.

Rue assente sorrindo enquanto lhe passo os mínimos detalhes e em questão de segundos desaparece em meio à escuridão da noite, mas o farfalhar das arvores e dos galhos me avisam que ela está fazendo o que pedi, e por algum motivo confio nela.

Por um tempo, olho para tênue sombra de Katniss inconsciente sobre a arvore, não ouso tirar os olhos dela enquanto volto a me encostar na arvore próximo de minha equipe. Cedo à fadiga, e sinto a inconsciência me assolar, apenas torço por um bom sonho. Se tudo corresse bem, talvez fosse meu último, mas apenas quando abro os olhos e ouço os gritos de meus “companheiros”. Os seus gritos eram como músicas para meus ouvidos, e essa canção narrava que Katniss estava salva.


 


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Notas finais do capítulo

Se você leu, diga-nos o que achou, e a gente realmente fica muita grata por ter lido, obrigada.