Eu te amo escrita por Isamu H Ikeda


Capítulo 4
Eu te amo - Parte 04


Notas iniciais do capítulo

* Yo! o/ Demorei um pouco para atualizar, mas a culpa é toda das provas (;^;) e do meu sono fora hora. ~
* Boa leitura para todos ♥



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Estava em choque. Seu corpo inteiro paralisou-se em um segundo e tudo se interrompeu. Aniversário do Tanuma? Como Natsume não sabia disso? Não eram amigos? Amigos não sabem a data de nascimento uns dos outros? Não comemoram juntos? Ao constatar isso, percebeu que nunca parara para conversar normalmente, sobre coisas comuns, com o maior. Nem quando se conheceram. Apenas trocaram meia-dúzia de palavras brevemente. Mas o início da amizade foi aí, não foi? O que estava faltando?

— Natsume? – Tanuma o chamou.

— Ah, sim! É mesmo? Que legal, não é? Quantos anos? – Perguntou tentando disfarçar sua surpresa angustiante.

— 16 anos... Acho que nascemos no mesmo ano, não? – Disse voltando-se alegre para ele, com aquele lindo sorriso estampado em seu rosto fino.

Mas uma tristeza profunda abateu o loiro bem em seu íntimo e forçou os músculos de seu maxilar a simular outro sorriso e por menor que fosse, o esforço fora enorme. Estava completamente decepcionado consigo mesmo. Tanuma se esforçava tanto pela amizade deles e por mais que Natsume se preocupasse com ele, não era o suficiente. Pois esta preocupação de não querer compartilhar seus problemas, com medo de envolvê-lo em algum perigo, os afastava. Na realidade, um abismo se abriu entre eles e Tanuma estava cada vez mais inalcançável.

E Natsume também. Precisava fazer algo e com urgência.

— É mesmo... Aliás, eu sempre fui tão na minha que nem lembrava de contar a vocês quando era o meu aniversário...

— Como assim? – O mais alto o fitou tristonho. Nunca tinha conhecido alguém que esquecesse de contar aos amigos sobre o próprio aniversário, mas logo imaginou o motivo.

— Como eu estava sempre mudando de casa... E de família, nunca mais tive tempo para comemorar e acho que muitos de meus tutores, na época, não se interessavam. – Um sincero sorriso escapou do interior das lembranças de Natsume, logo sobrepujando o de outrora.

Tanuma presumia que esse fosse o motivo e isso o deixou imerso em uma mistura de amargura e raiva. Não admitia que adultos tivessem tão pouco respeito pelos sentimentos de uma criança e que fossem alienados diante de seus problemas ou datas especiais. Mais importante do que isso, era de que a criança em questão era Natsume e queria protegê-lo de todas as crueldades que sofrera. Queria cuidar para que nada mais o afetasse negativamente, que o deixasse triste ou que o fizesse sofrer. Ele não merecia isso, de forma alguma. Sempre que se deixava imaginar as coisas pelas quais o menor passou, ficava enraivecido e por vezes, chorava. Ele respirou fundo e continuou a conversar.

— Bom... Eu só queria te avisar. Kitamoto deu a idéia de irmos todos comer no restaurante do tio dele, depois da aula de amanhã. E eu gostaria muito que você fosse...

— Mas é claro que eu vou, Tanuma! Será um prazer.

Tanuma sorriu pelo canto da boca e sentiu-se aliviado, mas isso não durou por muito tempo. Repentinamente, uma voz quase estridente ecoou pela praça e na direção deles.

— Kaname-kun! Kaname-kun! – Uma garota de cabelos castanhos que ultrapassavam os ombros, mas que também não eram muito compridos, se aproximou correndo até onde os dois rapazes estavam.

— Fukuda-san...? – Indagou Tanuma. A garota era da sala dele, tendo em vista que usava o mesmo uniforme seifuku de Sasada e Taki.

— Ah, Kaname-kun! Que bom que consegui te encontrar antes! – Ela o puxou para um abraço, o que fez com que o garoto deixasse o crepe cair no chão, ficando a mercê das formigas.

— Fukuda-san, o que aconteceu? - Ele perguntou, tentando se livrar daquele abraço exagerado. O que Natsume estaria pensando sobre isso?

— Ouvi dizerem na sala que amanhã é seu aniversário! Vim correndo te perguntar o que você gostaria de ganhar de presente! – A garota ia falando, empolgada, e sequer tinha percebido que havia mais outra pessoa no lugar.

— Ahn... Claro...

— Hmm? O que foi?

— Ah, não! Nada não... – Tanuma suspirou. Não queria ser grosso com a colega, mesmo que fosse uma hora inoportuna. – É que fui pego de surpresa, só isso...

Natsume, quieto, os observava. Por fora parecia contente em ver que Tanuma parecia ter facilidade de se enturmar, mas por dentro estava se sentindo extremamente ruim com a cena. Era como se o melhor fosse ir embora e deixar os dois juntos e pensando assim, se levantou.

— Tanuma, já estou indo. – Disse sorrindo.

— Mas, Natsume...

— Oh, você é o Natsume?  – Perguntou a garota, agora notando a presença do loiro.

Tanuma fitou o outro, quase que implorando para que ele não fosse. Mas se ficasse, seria difícil distribuir atenção. Afinal, sabia que Fukuda era do tipo carente e iria monopolizá-lo e poderia até ignorar Natsume e o clima ficaria chato para os garotos. Optou então por aceitar a decisão do amigo e esperaria vê-lo no dia seguinte. – Está bem, Natsume. Nos vemos amanhã... Certo?

— Claro. – Sorriu de volta e tomando o rumo de casa. Assim que deu as costas, pôde escutar a garota comentando sobre como ele, Natsume, era estranho. Coisa que já estava realmente acostumado a ouvir. Porém seu círculo de amizade atual era tão bom e fechado, que se esquecia de como socializar era algo extremamente penoso para ele.

Conforme ia caminhando, percebia que esfriava e Natsume enfiou as mãos em seus bolsos, para esquentá-las. Atento a qualquer coisa anormal que pudesse lhe acontecer, andava cautelosamente pela calçada quando se deparou com ninguém mais, ninguém menos do que Taki.

— Natsume-kun, que bom que te achei! – Disse a garota, correndo em sua direção.

— Taki? Aconteceu algo? – Como sempre, o garoto achava que algum youkai poderia estar atrás de seus amigos ou algo assim.

— Não, nada – Sorriu – Apenas venha comigo comprar um presente para o Tanuma-kun! – Ela o levava pela mão, enquanto continuava a falar. – Você deve estar indeciso quanto a um presente não é? Então eu vou te ajudar! Venha!

Totalmente pego de surpresa, Natsume deixou-se levar pela amiga entusiasmada e mesmo indo de maneira desajeitada, tentava ordenar seus passos e idéias.

— Taki, não precisa disso...

— É claro que precisa! Eu sei que você não quer aparecer sem um presente pra ele!

— Taki... Todos vocês sabiam do aniversário dele, não é?

A menina parou e virou-se para Natsume. Achava que Tanuma já teria dito para o amigo sobre isso há tempos. Mas pelo visto, as coisas eram ao contrário do que pensava.

— Sabíamos. Você não...?

— Não... Bom, eu nunca perguntei dele... Então...

— Ah, sei... Mas você quer dar algo para ele, não é? Vamos! Eu te ajudo a escolher. Sei exatamente o que ele quer. – Disse Taki, desta vez empurrando o maior para ir em frente.

— Sabe?

— Um CD!

— CD?

Taki o levou até uma loja de CDs, onde começaram a procurar por um presente para o amigo. Mas Natsume mal sabia por onde e por qual gênero musical procurar. Estava se dando conta de que não sabia o essencial sobre Tanuma. Olhava os CDs de música Enka, os internacionais, rock, pop, tecno, inclusive heavy metal. Inúmeras possibilidades de escolhas e não sabia qual. O ambiente era agradável por não ser uma loja de grande porte, mas não deixava de ter bons lançamentos. A garota afastou-se um pouco, procurando em outra sessão. O loiro então começou a vasculhar entre os produtos e tentava ler os nomes das bandas estrangeiras e assustou-se com a capa de uma banda alemã. Os integrantes tinham uma aparência um tanto quanto bizarra.

Ra...Ramms...tein? Que nome estranho... Eles parecem bem polêmicos, julgando pela capa... – Recolocou o objeto no lugar, olhando outros. Pensava em que tipo de música Tanuma ouvia e se tinha alguma preferida. Músicas calmas pareciam combinar perfeitamente com ele ou músicas animadas e divertidas. Nada muito barulhento. Se assim fosse, eles teriam o mesmo gosto e Natsume animou-se ao imaginar isso.

— Natsume-kun, aqui está! – Taki voltou com um cd em suas mãos. A capa era linda: Fundo preto e flores e pétalas de cerejeiras enfeitando-a enquanto o nome da banda ficava ao centro.

Kagrra? – O rapaz leu o nome em voz alta. – O Tanuma gosta?

— Gosta sim! – Ela respondeu super animada. – O estilo musical deles mistura rock com música tradicional japonesa. O som é muito bonito e o Tanuma-kun disse uma vez que gostava desse tipo de composição e, se me permite dizer, combina com vocês dois.

— Ele disse?

— É... Uma vez, quando você tinha saído para resolver seus assuntos com youkais... – A menina desviou o olhar para um ponto qualquer no estabelecimento.

Natsume amaldiçoou-se por perder tanto de seus amigos, mas a segurança deles vinha em primeiro lugar.

“Eu gostaria de ser um pouco mais egoísta...”

Comprado o presente, os estudantes se despediram, com a promessa de fazerem Tanuma feliz em seu aniversário. Natsume voltou para a casa, jantou normalmente e deitou-se, sem perceber, em cima de Nyanko, que reclamou até consegui se livrar e sair pela janela, gritando que iria beber o melhor sake do mundo. O garoto mal se importou, já era de costume seu guarda-costas sair para se embebedar e isso não era relevante no momento. Amanhã, definitivamente, deveria mostrar que era um bom amigo para Tanuma.


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Notas finais do capítulo

* Meu gosto musical se fazendo presente na fic, oh God xD
*Para quem não conhece, Kagrra é uma banda japonesa ( duuuuh Isabella ...ops,disse meu nome! ('O') )que foi desfeita em 2011 e logo depois, o vocalista morreu ): Uma pena por que as músicas e a voz do Isshi são/eram excelente, eu recomendo ouvir. Eles quem inventaram o gêneio Neo Japanesque ( eu acho -q )
Achei que as músicas combinariam por causa que algumas contam histórias de oni's e fábulas japonesas. O que não deixa de ter a ver com youkais, certo? Enfim!
Reviews A_A



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