OTAMV 2: A Prima escrita por Azzula


Capítulo 6
Lágrimas e cicatriz. Parte 3


Notas iniciais do capítulo

Demorei, bem mais do que o previsto, sei disso :/ Não sei bem o que dizer sobre esse capítulo... Escrevi ele mais com a preocupação de bolar coisas para os capítulos seguintes, que serão mais e mais emocionantes, prometo! Entendo se não gostarem desse, ficou mais curto do que pensei, e eu ja tinha ele perfeito, inteiro e lindo pronto e salvo no bloco de notas, e este não abriu. Ai eu tive que escrever tudo no word e não ficou como o original, mas espero não ter esquecido de nada... Enfim, boa leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/216598/chapter/6

KI SEOP POV:


Certo, meu coração pulara para fora. Por mais que minhas intenções fossem boas no início, tudo fora em vão. E por mais que a adrenalina tivesse tomado conta de meu corpo por um momento, e encorajado-me a ferir alguém mesmo que por pura defesa, coragem no mundo não seria capaz de lutar contra uma arma de fogo. Estava entregue a morte.

Pior do que a sensação de impotência, foi a frustração. Talvez, se eu tivesse pensado um pouco mais, ou se não fosse tão egoísta a ponto de achar que daria conta de dois criminosos sozinho, talvez assim teríamos alguma chance de sair dali com vida. Mas minha teimosia pois tudo a perder; eu morreria, e Ana teria o mesmo destino em seguida.

Encarei aqueles olhos lindos por milésimos que pareceram uma eternidade, despedindo-me silenciosamente. Nós estávamos chocados, surpreendidos pelo inesperado, de modo que não dissemos nada. Nem uma única palavra saiu de seus lábios cortados, mas seus olhos diziam tudo. Transpareciam seu desespero, e contagiavam-me.

Suspirei buscando acalma-la, mesmo sabendo o quão inútil seria uma tentativa de consolo. Não havia o que consolar, teríamos de nos conformar com aquele fim ridículo.

_ NÃO! POR FAVOR, NÃO! NÃO FAÇA ISSO! - ela gritou, seu tom de voz saindo completamente descontrolado enquanto debatia-se, livrando-se da amordaça. - Kiseop... - desta vez, saiu como um sussurro. Lagrimas jorraram de seus olhos cansados e eu a encarei.

Queria dizer para que se acalmasse, queria dizer que a amava e que tudo ficaria bem. Que logo sairíamos dali, e eu a faria feliz, mas ambos sabíamos o quão mentirosa era tal promessa.

Já havia ouvido muitas vezes que a vida passa diante dos olhos quando se esta frente a frente com a morte, mas a única coisa que via a minha frente, era um sorriso. Aquele sorriso de canto de lábios, seguido por uma gargalhada gostosa e descontraída que muitas vezes ouvira Ana dar. Era aquela a ultima coisa que queria ter em mente, quando finalmente fechasse meus olhos para sempre.

Fechei os olhos e suspirei pesado, hesitei com alguns passos para trás como se aquilo fosse ajudar-me. Segundos se passaram enquanto eu pensara em tantas coisas, e a arma apontada em minha direção continuava encarando-me, jurando-me a vida.

Mas talvez eu tenha feito algo de realmente bom, para merecer que algum tipo de milagre acontecesse naquele exato momento. E aconteceu. Diante de meus olhos, quando eu realmente não esperava e havia me conformado contrariado com meu destino frustrante, Onew apareceu.

Foi mais rápido que o tempo que levei para piscar, buscando saber se o que passava diante de meus olhos era verdade. Tão rápido que tive que lembrar-me de respirar.

_ E-eu... Eu achei isso em cima da mesa! - Onew disse após atingir a cabeça de Jung Shi com um metal. - Droga Kiseop! - pulou o corpo desmaiado no chão, encarando-o distraído por alguns segundos enquanto dirigia-se automaticamente em minha direção. – S-se eu não chego agora, o que acontece com você? – questionou-me com seus olhos.

_ Hyung! - murmurei, deixando-me cair sobre o chão úmido de madeira, todo manchado pelo sangue.

_ Não vai desmaiar né? - sua voz era tremula. - K-Kiseop! - abaixou-se a minha frente, procurando por meus olhos.

_ Ana! - apontei para ela, desacordada no canto do cômodo, ainda acorrentada.

Ele levantou-se rapidamente, e seguiu na direção de Ana, pondo-se de joelhos em sua frente, sentindo seu pulso.

_ Aish... Esse ainda esta acordado ó! - Onew apontou para o Ching Woo, largado sobre o chão, transpirando e perdendo muito sangue. - O que faremos com ele? - levantou-se rapidamente e chutou a costela do homem, quase desacordado. - Eu chamei a polícia! Quando liguei pra você e você não atendeu, eu chamei a policia, logo eles estarão aqui!

_ Eu vou matar vocês seus filhos da puta! - Ching Woo murmurou.

_ Cala sua boca! - Onew chutou-o mais uma vez. - O que é? - disse encarando-me. - Não tem noção da adrenalina que esta correndo em meu corpo agora! - suspirou. - Minha vontade é chutar tudo aqui! Essa cadeira, esse cara desmaiado... - dizia eufórico. Eu pisquei lentamente, sentindo meus olhos inchados pelos ferimentos e a dor terrível voltando a queimar-me o corpo.

_ Onew Hyung, a Ana! - lembrei-o, quase desacordado.

_ Ah, é... - abaixou-se novamente e a livrou das correntes.

Não sei como dizer com clareza o que se passou depois. Não demorou muito para as sirenes soarem perto dali, e logo os policiais já estavam dentro da casa. Minha visão tornou-se turva, até que passei a contemplar o breu, nada além disso. Os sons e sensações foram abandonando-me também, até que eu estivesse completamente desacordado.


__



CHIAO ANA:



Abri os olhos com um pouco de dificuldade, sendo cegada pela luz fluorescente logo em seguida. Levei as mãos aos olhos, protegendo-os e reparei nos aparelhos clínicos pregados em meus braços. Passei os olhos pelo cômodo, e reconheci o quarto de hospital. Arfei, tentando livrar-me dos aparelhos pregados em meu nariz, incomodada por dificultarem minha respiração.

_ É melhor não tirar isso! - era uma voz tão familiar, que soou doce e melodiosa a meus ouvidos. Segui com os olhos à esquerda do quarto, sentindo meus olhos marejarem por finalmente encontrar Onew. - Finalmente acordou minha pequena. - sorriu.

_ Onew! - murmurei.

_ Boa dia encrenqueira! - levantou-se da poltrona em que estava sentado. - Kiseop, Ana acordou! - ao proferir tais palavras, senti meu coração batendo mais forte que o normal. Olhei para onde apontavam os olhos de Onew, e vi Kiseop ocupando uma maca à meu lado.

_ O q-que... – entrei em pânico. – O que aconteceu com ele? – despejei tais palavras, tentando ordenar meus pensamentos.

_ Agora não é nada demais... – suspirou. – O pior já passou, ele só esta dormindo!

_ Como assim “O pior já passou”? – não entendi.

_ Não se lembra de nada? – sentou-se na maca, pousando sua mão sobre a minha.

_ Hm, vagamente. – vasculhei minha mente a procura de algo. – Quase nada.

_ Você ficou desaparecida por quase dois dias... Kiseop salvou você, e eu salvei os dois. – disse perscrutando meus olhos, procurando fazer minha memória voltar.

_ Lembro-me vagamente disso. – entrei em pânico com as memórias. – Um quarto e... – lágrimas escaparam de meus olhos.

_ Não precisa se lembrar! Não precisa mesmo, se isso machuca tanto você, não se esforce! – seu tom preocupado.

_ Eu quero me lembrar Onew, por favor, me conte! Quero saber por que ele esta assim, e como você nos salvou. Como ele me encontrou e se estão todos bem agora... – enxuguei as lagrimas, afoita.

_ É normal você não se lembrar! – abafou um riso. – Ficou sobre o efeito de remédios muito fortes, tanto que ficou dopada até agora. Os médicos temeram um coma, mas você finalmente acordou! – sorriu mais largo desta vez, iluminando todo o ambiente. Vou contar o que aconteceu...

A medida que Onew prosseguia com a história, eu me sentia ainda mais culpada. Contou-me de todo o desespero, sobre a busca e a forma inusitada como Kiseop chegou até mim. Contou-me coisas sobre os psicopatas que eu desconhecia, como por exemplo, que eram procurados pela polícia à 5 anos, e que eu fui uma exceção no perfil de suas vítimas. Contou-me absolutamente tudo, cada detalhe e os flash’s vinham a tona em minha mente, torturando-me. Contou a maneira desastrada como salvou nossas vidas, e mesmo ditando um acontecido trágico, Onew conseguia arrancar-me alguns risos.

Foi uma pena estar revendo-lhe pela primeira vez depois de minha viagem, em circunstâncias tão nefastas. Mas aquele sorriso quente nunca abandonava o rosto de Onew, que automaticamente contagiava-me.

Descobri que Kiseop quebrara uma costela, e passou até por uma cirurgia, mas que estava bem. Como se apenas aquelas informações fossem me acalmar! Enquanto não o visse acordado, falante e reclamando, não conseguiria deixar de preocupar-me. A culpa de tudo afinal, era minha.

Onew me disse também que eu estava desacordada há quatro dias. Que JunHyung passava todas as noites comigo, e que ele ficava durante o dia. Omma os levava comida e ficava por algumas horas, mas que naquele momento, estavam todos trabalhando e ainda assim, preocupados.

_ Estou atrapalhando você não é? – disse. – Você deveria estar trabalhando, e curtindo o ultimo ano com seus amigos, mas esta aqui... – ao dizer isso, lembrei-me que as aulas já haviam começado, e eu começara o bimestre com faltas em exagero.

_ Não, eu estava preocupado demais pra ficar muito tempo longe! – sorriu encarando nossas mãos já entrelaçadas. – Fiquei tão preocupado pequena! – suspirou. – Além do mais, esta me fazendo um favor...

_ Hm...? – vasculhei seus olhos, procurando onde ele queria chegar.

_ Recebi uma notícia triste anteontem. – encarou meus olhos. – Mas não falemos sobre isso... – forçou um riso.

_ Onew, pode confiar em mim! Se quiser, é claro!

_ Só acho que agora não é hora para isso, mas realmente não consigo mais guardar para mim! Esperei ansioso para que acordasse, e eu pudesse finalmente contar a alguém, e juntamente convidar você... Não tive coragem de contar aos meninos ainda! – lamentou. Eu não entendia bem o que ele queria dizer.

_ Onew? – disse confusa.

_ Park Min se casará daqui alguns dias! – despejou tal noticia sobre meus ombros. – Teve a coragem de me convidar, enviou o convite para o dormitório e eu tive a sorte de vê-lo antes dos meninos!

Não consegui expressar reação alguma ao saber aquilo. Mas só depois de entender a situação, consegui enxergar a ponta de tristeza nos olhos de Onew. Antes, associei aquilo ao cansaço, mas só agora entendia. Ele sofria em silêncio, de tal forma que pude compreender seu afobamento em contar-me.

_ Não sei o que dizer... – murmurei. Era péssima em consolar.

_ Não diga nada, apenas continue segurando minha mão... – acariciou minha mão com seu polegar. – E por favor, peço que vá comigo a este casamento!

_ O que? – indignei-me. – Você vai? Onew? Porque?

_ Não me olha assim! Eu preciso ir! Preciso ver, testemunhar e só assim a enterrarei dentro de mim... Pode pensar que eu sou louco, mas preciso ver o fim disso.

_ Não vai fazer nada? Não vai correr atrás... Nada?

_ Pra que? Ela vai se casar! Não é apenas um namoro, uma relação fugaz como a que tivemos... Ela de fato ira se casar, não há o que eu possa fazer! – seus olhos marejaram. Não estava pronta para ver toda a minha alegria desfazendo-se em lágrimas. Onew era minha alegria.

_ O-onew, não...

_ Além do mais... – espantou as lágrimas, suspirando. – Não preciso mais suspirar por ela! Eu tenho você! – sorriu. – Tenho você mesmo que não me ame como eu te amo, e sei que no fim das contas, por pior que isso termine, ainda seremos amigos!

Deitou-se ao meu lado na maca, escondendo seu rosto em meu pescoço, e conversamos baixinho enquanto eu afaguei seus cabelos com certa dificuldade.

Ele disse exatamente como se sentia, sobre tudo. Sobre Park Min, sobre o SHINee, seus amigos e ter sido meu herói. Detalhou a adrenalina, fazendo-me rir de suas viagens. Sorriu novamente, diversas vezes, tranqüilizando meu coração.

Sinceramente, não sei o que seria de um mundo onde Onew não sorrisse mais.


–x-x-x-x-x-


De fato, recebi muitas visitas. Após a saída de Onew, as enfermeiras rondavam o quarto de meia em meia hora. Charlie e Brookie foram me ver, omma e appa. Descobri que SoonHyun estava a ponto de ligar para meus pais quando finalmente encontraram-me. Kiseop no entanto, permaneceu dormindo.

Realmente tive oportunidades de acorda-lo, mas por medo do que viria a sentir em seguida, não o fiz. E naquele momento, tinha aqueles orbes castanhos concentrados em meu rosto, encarando alguma coisa perto de meus olhos.

_ O que foi Jun? – perguntei inquieta.

_ Nada... – suspirou sentando-se ao meu lado. – É só que... Você continua linda, mesmo assim!

_ Assim como?

_ Assim... – não entendi bem, mas deduzi que deveria estar horrível. Não havia nem ao menos tido a coragem de olhar-me no espelho, com medo. Aceitei sua resposta incompleta, e voltei a ter seus olhos preocupados sobre mim.

_ Jun, esta tudo bem agora! – reconfortei-o, mesmo não sabendo se era aquele o motivo da preocupação em seu olhar.

_ Por pura sorte! – murmurou. – Não faz idéia de como eu ficaria, caso o pior tivesse acontecido! Não faz idéia de como eu morreria...

_ Só... N-não pense nisso agora... – buscava as palavras certas. – Não faz mais sentido!

_ Ta. – beijou minhas mãos, acariciando minha face. – Só não sei se você vai conseguir esquecer isso...

_ Aos poucos, sei que consigo... – forcei um riso.

Como eu sentia falta daqueles olhos. Mesmo cansado, JunHyung não deixava de ser maravilhoso, e lindo. Odiei-me por estar dando tanto trabalho, sendo um incomodo. Ele parecia não dormir bem a dias, e a culpa parecia ser minha.

_ Me desculpe. – disse.

_ Pelo que exatamente?

_ Por tudo Jun, por tudo! – disse sinceramente. – Sei que poderia ter evitado tudo se não fosse tão inconseqüente! Quase morri e deixei todos vocês preocupados. Kiseop quase morreu se não fosse por Onew, e a única coisa que posso fazer é me desculpar, sinceramente, com todos vocês! – despejei as palavras.

_ Eu desculpo! Só não posso deixar de estar bravo com tudo... – suspirou pesadamente. – Quantas vezes pretende visitar esse hospital? Você age tão despreocupada, que nem sequer pensa no efeito que suas ações podem causar sobre os outros. Onde você estava com a cabeça saindo aquela hora? – eu merecia aquilo. – E ao mesmo tempo, me odeio! Me odeio por não ter sido eu quem a salvou... Fiquei tão preocupado e confuso que nada pude fazer, fiquei somente esperando esperançoso enquanto corria risco de vida! Me odeio por não tê-la salvo, por nem sequer ter ajudado...

_ Não diga bobeiras JunHyung! Porque você é sempre assim? Tão preocupado e severo consigo mesmo? Me xingue! Me ofenda, me humilhe, mas não se culpe! A culpa não é sua! Você não é policial, não cabia a você me encontrar! Kiseop deu sorte, e se não fosse por Onew, teríamos morrido! Os dois!

_ Mas eu queria ter a sorte dele... – fitei seus olhos marejando.Droga, JunHyung não! – Queria ser tão sortudo quanto ele, e ser tão amado por você o quanto ele é. Queria eu ter arriscado minha vida por você, assim você teria uma divida comigo e jamais me deixaria! Mas o futuro parece tão óbvio para mim que... – cobriu seus olhos com as mãos, impossibilitado de falar.

_ Droga Jun, não chora... – minha voz falhando, mas precisava permanecer forte, mesmo que não fosse muito pratica naquilo. – Por favor, não pense nisso agora ta? Só não pense... – senti seus braços envolvendo-me em um abraço acolhedor. Senti algumas lagrimas atingirem-me os ombros enquanto ele tentava repreender seu pranto.

Aquilo acabava comigo. Me matava. Tinha certeza que Junhyung pouco chorara na vida, e não queria ser o motivo de uma delas. Era um fardo pesado demais, fazer alguém tão bom e perfeito chorar. Principalmente pelo puro egoísmo de não conseguir mantê-lo longe de mim, não podia viver sem. Jun era como o ar, sempre voltando-me à meu lugar, puxando-me de volta para a vida, a realidade, e fazendo dela algo mais seguro e terno.

Ficamos ali por alguns segundos, até a noite cair. Jun dormiu sobre a poltrona desconfortável de couro logo que jantamos – aquela comida horrível hospitalar. Kiseop permaneça dormindo. Como alguém podia dormir por todo o dia?

Ouvia música tranquilamente no celular de Jun, esperando o sono chegar, e ele não chegava. Quando inesperadamente ouvi a porta abrindo-se; quem seria a uma hora daquelas? Um dia superlotado de visitas.

_ Estou entrando... – a voz melosa e mais irritante do que me lembrava invadiu o cômodo. Hyori carregava com sigo algumas sacolas e um sorriso enorme. – Ana, você acordou! – disse irônica.

_ Oi Hyori. – encostei minha cabeça sobre a cabeceira, preparando-me para a tagarelice.

_ Ah, veja meu Seoppie! – aproximou-se da maca do outro, beijando-lhe a testa. – Está tão pálido! – encarou-me. – Vou dar bastante beijinho pra sarar! – disse à Kiseop desta vez, selando-lhe varias vezes os lábios. O que ela estava fazendo?

Eu apenas ignorei. Continuei ouvindo música, mas no fundo sentia como se tivesse perdido algo no tempo em que fiquei desacordada. Vi JunHyung dormindo ao meu lado, tão sereno que foi impossível não sorrir. Desejei que seu coração estivesse mais calmo.

_ E então, satisfeita? – a pergunta de Hyori acordou-me de minha hipnose.

_ Hm?

_ Você... – levantou-se sobre a maca de Kiseop. – Esta satisfeita agora? Kiseop quase morreu por sua culpa! Você é uma bastarda mesmo, não acredito na forma como cegou meus tios... Uma mestiça aproveitadora... – sorriu. – Mirou certinho não? Escolheu bem! Primeiro Kiseop, depois JunHyung e Onew em seguida, vagabunda!

_ Aish... Hyori eu não vou

_ Não vai o que vadia? Acha que sou idiota? Eu vi você e Kiseop se beijando no dia em que chegou do Brasil... – sussurrou, assegurando-se de que ninguém nos ouviria – Mal chegou de outro país e se atirou pra cima do meu primo, ele é meu! Meu primo, meu futuro marido! Se algo de ruim acontecesse a ele, a culpa seria toda sua! Acha certo ser uma vagabunda que coloca a vida de pessoas tão importantes em risco? Você é uma vadia Chiao Ana, eu odeio você! Acho bom ficar longe de Kiseop, e menos que queira que meus tios descubram o tipo de prostituta eles guardam sobre aquele teto! – ameaçou.

Eu não conseguia dizer nada. Aquele beijo, sabia que deveríamos ter sido mais cuidadosos, mas mesmo assim, nada do que ela dizia fazia sentido. Quer dizer, talvez fizesse... Eu havia mesmo colocado a vida dele em risco, e não me perdoaria por aquilo tão cedo, mas eu merecia realmente ouvir aquilo?

_ A única coisa que me tranqüiliza agora – aproximou-se – é ver o quanto você se assemelha a uma aberração, ainda mais do que antes, com essa cicatriz horrível em seu rosto! – cicatriz? O que ela dizia? – Tão feia, que parece uma prostituta violentada! – riu abafado enquanto eu pouco entendia. – E é uma questão de tempo até que eles parem de fingir estar preocupados, e vão esquecer você aos poucos, envergonhando-se por algum dia terem conversado com um monstro que você se tornou! Ridícula nojenta!

_ Para com isso Hyori, olha... – por mais que estivesse irritada, mais uma vez humilhada por tão pouco, procurava acalmar a mim mesma, e a garota que me dirigia histérica. Só não entendi a parte da cicatriz. Levei a mão direita a meu rosto discretamente – pela primeira vez – e senti algo sobrepondo-se por minha pele. Estendia como um risco do canto de minha sobrancelha até minha bochecha, e eu encarei a garota, confusa e com olhos tomados por lágrimas.

Uma cicatriz. Eu tinha uma cicatriz, que marcaria para sempre aquele dia em minha memória. Entendi então sobre o que JunHyung se referia, dizendo que apesar de tudo eu estava linda. Como ele poderia mentir tão descaradamente até para si mesmo? Não tive coragem de encarar-me pelo reflexo do celular, tive medo.

_ Espero que assim, você saiba se por em seu lugar! Você não passa da mestiça que faz intercambio, e espero que continue comportando-se assim... Eu pretendo namorar Kiseop, vou esperar ele se recuperar e propor isso a ele! Já você, para o seu próprio bem, espero que não se envolva mais com ele. Se não quiser ter um fim trágico, voltando para o Brasil, espero que se comporte, e eu não contarei nada. E você pode ficar ai, aproveitando do que restar de sua fama de vagabunda... Isso se alguém naquela escola se dispor a conversar com uma aberração!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Acho que dessa vez ficou com um formato bom oooo/ TADÃ (: Ok, não me matem POOORF .-. foi um fim meio idiota, mas estou com tantas ideias que não sei qual aproveitar... enfim, vou adiantar dizendo que Ana vai sofrer só mais um pouquinho, mas é para um futuro melhor kkk postarei logo, me esforçarei para isso! Me desculpem se não correspondi as espectativas de vocês :/
Quem gosta de Lemon, escrevi um sobre EXO M o tempo que fiquei no tédio sem internet;
https://www.fanfiction.com.br/historia/224281/Insatiable_Promiscuous espero que leiam caso se interessem, obrigada *--* Boa noite e kiseus ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "OTAMV 2: A Prima" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.