OTAMV 2: A Prima escrita por Azzula


Capítulo 26
Show de Talentos


Notas iniciais do capítulo

~voltei gente, arrumei um tempinho pra postar a fic e não vou tagarelar muito por motivos de: não posso mesmo. dsofihdsf Morri de saudade de vocês, mas nessa semana ainda, voltarei com outro cap ♥ Obrigada meus amores, e uma ótima leitura ♥



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   Depois de uma semana cheia de acontecimentos e surpresas, as coisas tornaram-se mais calmas e eu finalmente pude voltar a me concentrar nos estudos. Era difícil, uma vez que no intervalo entre as aulas, Kiseop usava de seus truques para tentar fazer com que eu perdesse alguma matéria e matasse aula com ele em algum lugar onde os inspetores não nos encontrassem. Pelo menos posso me orgulhar por nunca ter caído em um desses truques, era o penúltimo bimestre e, não que minhas notas fossem ruins, mas eu precisava me esforçar muito mais em coisas que ainda não entendia muito bem. A velha e problemática matemática.

_ Ya! Brookie, DooJoon vai enjoar de receber tantas mensagens de texto, da pra você se concentrar na matéria? – disse cutucando seu braço.

_ Olha só quem fala... – riu – você por acaso esta entendendo alguma coisa? Por acaso está prestando atenção, ou está viajando sobre você e seu namoradinho frescurento? – brincou. – Ta... Ok – disse após meu olhar de reprovação – É que ele está tão fofo hoje que... Enfim, pronto, não vou mais tocar nesse celular até o recreio! Preciso mesmo aprender essa matéria! – deixou seu celular na mochila, concentrando-se no professor rabugento que explicava sobre coisas que eu sequer entendia no idioma coreano, as palavras me eram estranhas e tornava meu aprendizado muito pior, inclusive.

   E quando eu estava começando a entender e pegar o jeito dos cálculos, algumas meninas do grêmio entraram na sala arrancando suspiro de alguns garotos.

_ Com licença Professor Kim, podemos passar um recado pro pessoal? Prometo que será rápido! – o professor apenas revirou os olhos, encostando-se em sua mesa e dando espaço para que as meninas dissessem o que tinham a dizer. – Então gente, bom dia... – sorriu – Hoje eu vim aqui junto com as meninas pra dizer sobre o show de talentos, que é tradição de todos os terceiros anos, e não seremos nós os petulantes a quebrar esse ritual tão divertido... – juntou as mãos acanhada.

_ Então, pelo que eu bem conheço, pouquíssimas pessoas estarão dispostas a participar, então vamos ver quantas pessoas se habilitam, e se não for o suficiente, faremos um sorteio e o aluno estará comprometido a participar! – a ruiva de cabelos ondulados disse.

_ Como assim, seremos obrigados a participar? – perguntou um dos garotos, um tanto revoltado.

_ Sim, isso se você não quiser receber uma diminuição de um ponto na média em cada matéria. – sorriu cínica.

_ O que? Um ponto? – disse outra garota no fundo da sala. – Nós fazemos no mínimo três trabalhos pra conseguir apenas um ponto, e só recusar participar desse concurso idiota pode acabar com todo o nosso esforço?

_ Basicamente, então eu aconselho que participem... – a de cabelos curtos disse pela primeira vez, seu uniforme estava bem mais alinhado que o das outras, e sua expressão bem mais exausta, ela parecia ser a “líder” das três. – Ok... acho que já sei a resposta, mas alguém vai se candidatar de boa vontade, ou teremos que fazer o sorteio? – silêncio – É, foi o que eu imaginei. – suspirou.

_ Certo, professor Kim, pode nos emprestar a lista de chamada? – a ruiva perguntou, tomando a lista em mãos. – Faremos o seguinte, vou dizer cinco números aleatórios e os alunos que corresponderem a esses números serão solicitados a participar, caso queiram suas notas justas no boletim...

   A sala tornou-se tensa, e senti um frio estranho na barriga por estar sujeita  a um sorteio. Eu definitivamente não tinha sorte, principalmente em sorteios, mas como não se tratava de sorte e sim do mais puro azar, aquilo soava atrativo demais à minha pessoa.

_ Qual seu número? – ouvi Broo perguntando-me em um cochicho.

_ Meu número é 4, e o seu?

_ Acho que é 25, estou na letra S, de Shin... – respiramos fundo em sincronia e olhamos para a garota, pedindo com toda a força para não sermos escolhidas.

_ Ok, vamos lá... Números 16, 27, 32, 13 e 5, quem são? Por favor, apresentem-se...

   E pouco a pouco, quatro dos cinco alunos foram se levantando. Três meninos e uma garota, que talvez estivesse destinada a participar do show de talentos, já que era muito boa em comunicação e fazer as pessoas rirem. Mas faltava alguém...

_ Que número está faltando? – a ruiva perguntou.

_ O número cinco, JunHee-shi. – um dos garotos disse.

_ Quem é? Quem é o número cinco? – disse impaciente.

_ Eu. – uma outra garota levantou-se, com uma expressão nada amigável. – Não vou participar...

_ O que?

_ Isso mesmo, eu não vou participar... Além de não ter talentos eu... Eu não quero. – a garota disse, sentando-se novamente.

_ Você é quem sabe... – suspirou – Então ok, vou chamar um número antes... Número quatro, quem é?

   O QUE? NÃO... COMO ASSIM, ISSO É INJUSTO, NÃO NÃO NÃO NÃO... NÃO PODE SER...

_ Hm... eu. – levantei-me, controlando todos os meus sentidos para não deixar transparecer meu surto interno.

_ Ah, você... – olhou-me de cima a baixo, revirando os olhos em seguida. – Então, boa sorte a todos e obrigada, Professor Kim... – virou-se e imediatamente pudemos ouvir o soar do sinal para o intervalo.

   Sentei-me um pouco, respirando fundo para não surtar. Brookie controlava-se para não rir, enquanto eu queria chorar de desespero. Juntei meu material e guardei-os na mochila lentamente, enquanto a sala tornava-se cada vez mais vazia.

_ Ana, você vai ficar bem? – perguntou-me ambígua.

_ É-é, vou sim! – suspirei – Droga, o que eu vou fazer... Que talento eu tenho?

_ Temos uma semana pra pensar no que você pode fazer, se acalme... – acariciou minhas costas – Preciso ir, vou me encontrar com DooJoon, ele disse que tem algo pra me mostrar, estou tão curiosa... – disse entusiasmada, apertando minha bochecha contra minha vontade antes de sumir pelo corredor cheio de alunos.

   Eu sequer sabia pra onde correr, ou por quem procurar. Honestamente, estava apavorada, pois nunca antes precisei mostrar algum tipo de talento, e a idéia de me apresentar diante de uma multidão de alunos que não iam muito com a minha cara, me deixava ainda mais apavorada. O que eu tinha de especial?

_ Veja só quem temos perdida por aqui... – fui surpreendida com mãos franzinas em meus ombros, abri um sorriso involuntário aos perceber que era Kevin. – Porque essa cara de desespero, criança? Vai me dizer que você e Kiseop estão brigados, de novo... – disse já reprovando tal idéia.

_ Não... É, nós estamos bem até... – forcei um sorriso em meio a minha confusão.

_ Então o que aconteceu? – riu.

_ Duas terríveis e assombrosas palavras: Show de Talentos. – bufei – Acredite se quiser, mas eu fui intimada a participar, mas não tenho o que mostrar, detesto multidões, não tenho talento e ninguém aqui vai com a minha cara e

_ Como assim, não tem talento? – bateu seu ombro no meu de uma forma amigável, enquanto passávamos pela multidão. – Nunca vou me esquecer de como sua voz estava fofa, quando cantou ‘Someday’ na primeira vez que nos vimos.

_ Está sugerindo que eu cante? – perguntei incrédula, ele só podia estar brincando.

_ Claro, você por acaso tem outra opção? – piscou. – Certo, você pode não ser a maior cantora, mas é só achar uma música que combine com seu tom de voz e você vai se sair bem... Uma música que não exija muitas notas altas e que não seja muito complicada... Aprenda uma coisa querida, todos sabem cantar, é só encontrar a música que foi feita pra sua voz. – sorriu glorioso por fim.

_ Ah, não tenho certeza quanto a isso... – suspirei – Omo, isso vai ser tão vergonhoso... – escondi o rosto entre as mãos, sentindo meu corpo ser atingido por um calafrio só de pensar na situação.

_ Não tema meu bem, eu te ajudo! – passou seu braço por meus ombros e seguimos pelo pátio.

__

_ Quer dizer então que vai participar do show de talentos? – Onew encarou-me com os olhos arregalados, segurando uma possível gargalhada.

_ YA! Não é tão engraçado assim! – disse. – Na verdade, chega a ser trágico, até...

_ Ok, já decidiu o que vai aprontar? – ergueu uma sobrancelha enquanto nos sentávamos em uma das mesas.

_ Não faço idéia... Kevin sugeriu que eu cantasse, mas não sei se posso fazer isso, me soa estranho demais, cantar na frente de tanta gente.

_ Não é tão ruim! – abriu um outro sorriso delicioso.

_ Ah, já deve estar acostumado, e sua voz é linda então digamos que você não tem muito o que temer, não é? – rimos.

_ Do que estamos falando? – Key aproximou-se com sua bandeja, sentando-se ao meu lado.

_ Ana vai participar do show de talentos. – Onew disse levando sua refeição a boca.

_ WHAT? – disse assustado. – Por quê? Que talento você tem? – disse indignado.

_ Ya, não a assuste. – Onew disse de boca cheia.

_ Na verdade, Key, estou sendo obrigada a participar...  – resmunguei constrangida.

_ É, estou sabendo do sorteio, acho que depois do intervalo vão convocar algumas pessoas da nossa sala também, mas não tem como recorrer?

_ Não, ou participamos, ou perdemos um ponto na média em cada uma das matérias...

_ Isso é tão injusto. – o comilão disse engolindo a comida com certa dificuldade.

_ Concordo, mas caso eu seja sorteado a participar, tenho certeza de que me sairei bem... – rimos. – Mas diga, o que está pensando em fazer? – perguntou-me perto demais, apreensivo e até interessado a me ajudar, eu diria.

_ Não sei gente, como você mesmo disse, que talento eu tenho? Quando penso nisso só me vem uma palavra em mente, catástrofe!

_ Aish... – Onew encarou-me com uma careta. – Como você é trágica... Algo de legal você deve saber fazer, só pense com calma!

_ É, pensando bem Ana, tem algo que você sabe fazer bem... – encarei-o com uma ponta de esperança. – Você sabe deixar os garotos dessa escola bem apaixonados, e as meninas com muito ódio de você! – riu enquanto minhas bochechas e as de Onew coravam. – E falando em garotos apaixonados, onde está seu namorado chatinho?

_ No laboratório, ele ficou pra ajudar Eli em uma experiência. Não entendi muito bem.

_ Hm, e o outro garoto apaixonado, o JunHyung depressão? – Onew gargalhou, fazendo com que o arroz em sua boca voasse sobre a mesa. – AI QUE NOJO, SEU OGRO!

_ Ya, não fale assim dele Key. – disse.

_ Eu o vi sozinho pelo corredor quando vinha pra cá, depois o perdi de vista. Sabe, eu acho que tudo bem ficar magoado se a garota que você ama escolheu um cara mais bonito e menos inteligente – riram – mas não precisa ficar dando uma de coitadinho pela escola, isso só faz com que as garotas daqui te odeiem ainda mais, por fazê-lo sofrer...

_ Como você é perverso, Key... – neguei com a cabeça em reprovação. – Sabe gente, não posso impedi-lo de ficar triste, não posso pedir a ele que se contenha, só pras pessoas daqui me suportarem ou não me acharem a vilã da história. Mesmo sem querer, eu já tirei coisas demais de Jun, seria egoísmo demais pedir pra ele fingir estar bem, só pra eu me sentir melhor. Acho que eu mereço isso...  – bufei.

_ Aish... Chiao Ana, um dos seus milhares de defeitos é ser boazinha demais, péssimo! – Key brincou, acariciando meus cabelos.

_ Vejo vocês daqui a pouco. – segurei a mão de Key, abrindo-lhe um sorriso e despedi-me de Onew com o olhar, rindo ao ver sua boca novamente cheia.

_ Vai atrás dele? – Onew perguntou.

_ Aham. – sorri, deixando os dois a comer em paz.

   Toda aquela situação era um tanto complicada, e eu já havia deixado JunHyung ir, mas meu coração precisava de uma certa paz. Paz que eu só conhecia quando estava com ele. Aquela coisa de show de talentos estava a ponto de me enlouquecer, e talvez fosse egoísmo pensar em estar com ele só pra me livrar das preocupações, mas me deixava mais tranqüila pensar que ele também gostaria de estar comigo, naquele momento. Afinal de contas, éramos amigos.

   Passei pelo corredor principal, ansiando por estar logo na frente do grande portão azul. Aquela quadra de esportes fazia uma quantidade considerável de sentimentos transbordar em meu coração, aquilo me deixava angustiada, mas apesar de tudo, aquele lugar era muito especial pra mim.

   Entrei na quadra, passando imediatamente por JunHyung com os olhos. Sabia que ele estava ali, onde mais ele se esconderia do assédio de algumas fãs, e principalmente, de mim?

_ Se escondendo de novo... – disse, seguindo para a fileira em que ele estava sentado.

_ De jeito nenhum! – sorriu, endireitando-se na cadeira. – O que te traz aqui? – perguntou com um olhar amigável e confortante.

_ Preocupação demais... – bufei, sentando-me ao seu lado e pegando um dos fones. – Posso? – perguntei, recebendo uma afirmação em seguida. Jun ouvia uma música calma, eu poderia dormir facilmente com ela.

_ O que te preocupa, pequena? – encostou sua cabeça no encosto da cadeira novamente, fechando os olhos.

_ Acredita que fui convidada a participar do show de talentos? Na verdade, intimada seria a palavra mais apropriada. – disse, arrancando-lhe uma gargalhada.

_ Parabéns... – disse irônico. – Já sabe o que vai fazer?

_ Não faço idéia! – ri – Eu por acaso tenho algum talento? – rimos.

_ Você deve ter algum, só pense com calma e vai encontrar... Não posso dizer que será talento o suficiente pra te fazer ganhar a competição, mas pelo menos não será uma grande vergonha na frente de todos!

_ Aish... Nem me diga isso, estou apavorada. Multidões me apavoram, na verdade.

_ Quando estiver lá no palco, só pense que está sozinha... Se bem que, eu com certeza estarei com você, então apenas pense que somos só nós dois lá, e você vai se sair bem.

_ Obrigada. – disse, fechando os olhos também. – Sinto falta daqui... – deixei escapar.

_ Eu imagino... Aqui é um bom lugar, muitas coisas aconteceram, e é sempre um bom lugar pra pensar, para estar de bem com sigo mesmo e colocar os pensamentos em ordem. Antes de você chegar, aqui costumava ser um lugar de muita paz... – riu.

_ Está querendo dizer que...

_ Estou dizendo que desde que você chegou, chorando e fazendo aquele escândalo básico por causa de Lee Kiseop, esse lugar jamais foi o mesmo para mim. Quando não está aqui tagarelando, eu estou pensando em você ou em como você poderia estar aqui também.

_ Ah... – corei – Devo pedir desculpas por estragar seu cantinho de meditação e sossego?

_ Sim, de joelhos! De preferência com uma caixa de chocolates, porque eu mereço... – debochou – Sua idiota, claro que não... Por acaso esse lugar é meu? Pra falar a verdade é até interessante, pois quando você se sentiu triste, esse foi o primeiro lugar pelo qual procurou... Acho que vemos o mesmo sentido pra essa quadra, um lugar de sossego.

_ Tem razão... – calei-me, ouvindo somente a música alta em meu ouvido. – Vai acabar ficando surdo desse jeito!

_ Eu deixo nessa altura quando meus pensamentos incomodam demais.

_ Sobre o que estava pensando quando eu cheguei.

_ Não é bem algo que eu queira falar sobre agora... – suspirou.

   Então ficamos ali até o soar do sino estragar nosso momento de meditação. Até a forma como Jun respirava me deixava calma, e aquilo havia aliviado boa parte da tensão sobre a qual eu estava. Apesar de sempre sentir um grande sentimento de culpa, a paz que ele transmitia era o suficiente para me fazer ficar. Para me fazer suportar toda a culpa.

   As aulas seguintes foram um tanto recheadas de “show de talentos”, assunto do qual eu sequer queria ouvir falar. Apenas me concentrei nas matérias e ignorei as conversas paralelas até o fim do período. Precisava fazer isso, para não enlouquecer.

___

_ Acho que você não precisa ter medo, eu estarei torcendo por você e sei que vai se sair bem meu amor... – Kiseop disse passando os braços a minha volta.

_ É impossível não me desesperar, que tipo de talento eu tenho? As pessoas vão

_ Não pense assim Ana! – disse após selar seus lábios aos meus rapidamente, interrompendo-me. – É normal você ficar preocupada, mas você vai conseguir, eu acredito em você! Quanto mais pensar em fracassar, mais chances têm de isso acontecer. Só pense positivo! – disse, libertando-me para que eu pudesse ir até a geladeira.

_ Tem razão, acho que eu preciso me acalmar. – respirei fundo, vasculhando a geladeira em busca de ingredientes para o almoço.

_ Não acha melhor irmos comer fora? – sugeriu.

_ A idéia não é ruim, mas preciso deixar comida pronta pra quando Hyori chegar da escola, e provavelmente Jaesoon appa estará cheio de fome quando chegar do trabalho. Omma não ligou pra você? Veja se tem algum recado na secretária eletrônica... – disse isso enquanto colocava os legumes sobre a pia.

_ Não sei por que se preocupa com Hyori... – disse irritado, seguindo para a sala.

_ Não me preocupo com ela, me preocupo com a casa... Ela por acaso sabe cozinhar alguma coisa? Capaz de botar fogo na cozinha e só causar prejuízo a seus pais. – disse, ouvindo em seguida uma gargalhada vinda da sala.

_ Você tem razão.

_ Mas não é só isso, é que ela precisa se alimentar direito e não custa nada fazer a comida... Todos nós vamos comer!

   Lavei todos os legumes com calma, deixando-os em vasilhas separadas. Cenouras, batatas, pimentões, nabos e uma variedade engraçada de algas. Peguei a carne no congelador e temperei da mesma forma que minha mãe costumava temperar, com alho um pouco de cebola, sal e pimenta do reino. Cortei-a em tirinhas e preparei a panela para frita-las.

_ Meus pais não deixaram nenhum recado, e omma não atende o celular. – Kiseop disse entrando na cozinha, sem uniforme desta vez e apenas com uma calça de moletom cinza.– Hm, que cheiro bom!

_ É a carne. – disse virando-me para ele. – Ya, não está frio pra ficar andando sem blusa pela casa?

_ Eu só vim aqui perguntar se você não quer almoçar mais tarde e ir pro quarto comigo. – sorriu sem um pingo de vergonha na cara.

_ Você não presta! – disse sorrindo, virando-me para a pia novamente.

_ Ah, é que vai ser gostoso... – aproximou-se, passando seus braços a minha volta. – Está tão friozinho, a cama está gostosa, e você está linda... – beijou meu pescoço – Vamos... – murmurou.

_ Some daqui! – ri tentando empurrá-lo. – Aish... não, não e não! Já coloquei a comida no fogo, se eu desligar o arroz agora e ligar de novo mais tarde ele vai ficar horrível, a carne vai ficar dura e preciso por os legumes pra cozinhar antes que tudo fique pronto...

_ Então vamos fazer aqui rapidinho. – riu.

_ Ai você não presta! – ri – Me solta Kiseop, não me atrapalha!

_ Depois do almoço então?

_ Vai pro inferno! – brinquei. – Tira seu corpo do meu caminho! – pousei a mão em seu abdômen, empurrando-o para longe de mim. Kiseop fez um bico como resposta, aproximando-se novamente.

_ Então vou cozinhar junto com você! – disse.

_ Ta, mas ponha uma roupa, por favor... – pedi encarecidamente, sentindo meus pelos arrepiados.

_ Não, estou bem assim... – passou seus braços a minha volta novamente, seguindo com suas mãos até meus braços, segurando em minhas mãos e manuseando a faca que cortava os legumes. – Podemos fazer assim? – murmurou em meu ouvido.

_ Você gosta de vencer pelo cansaço, não é? – rimos. – Se eu disser que não, vai adiantar? – perguntei.

_ Não. Não mesmo...

   Ele estava conseguindo me infernizar. Enquanto uma de duas mãos ajudava-me a cortar os legumes, a outra segurava-me pela cintura e acariciava minha barriga lentamente. Ele distribuía alguns beijos esporádicos em minha bochecha, sorrindo vitorioso cada vez que eu suspirava alto demais.

_ Aish... Onde você quer chegar com isso? – perguntei quase me irritando, por me sentir cada vez mais presa em seu truque barato.

_ No quarto. – sorriu.

_ Podre!

_ Eu te amo.

_ Não adianta vir com essa! – ri.

_ Não entendo como você consegue ficar tranqüila, faz tanto tempo que a gente não...

_ Quem te ouve falar ‘tanto tempo’ pensa que estamos falando de meses, mas faz só três dias, Kiseop! – disse indignada.

_ Só? – seu tom saiu engraçado – Hoje é o quarto dia, pra mim parece uma eternidade.

_ Você viveu muito tempo sem isso, amor.

_ Não sei como sobrevivi! Sem contar, que é você! – disse, provocando-me a encará-lo. – Olha só, sua boca... – disse mordiscando meu lábio inferior. – Essa boca é deliciosa, e seus olhos... – passeou com os dedos por minha bochecha – Seus olhos são lindos, seus cabelos, você inteira é tão sexy e... – suspirou – Aish, é terrível estar tão perto de você e não poder fazer nada...

_ Tem hora e lugar pra isso, Kiseop... De noite, ok? Hoje a noite nós brincamos... – brinquei, arrancando-lhe um sorriso.

   Finalmente pude terminar o almoço, e comemos em paz conversando sobre coisas aleatórias até ele começar a me dar idéias do que cantar no show de talentos. O que eu queria mesmo era esquecer esse bendito, mas não podia, já que tinha sete dias contados pra escolher o que fazer, ensaiar e dar minha cara a tapa.

_ O que vai fazer agora? – perguntou-me calmo.

_ Vou lavar os pratos, tirar esse uniforme, tomar um banho e estudar, por quê?

_ Podíamos ver um filme, sei lá... Se bem que preciso estudar agora também.

_ Podemos ver a noite. – sugeri.

_ Mas a noite nós não vamos...

_ O criatura, por acaso vamos transar a noite inteira? – rimos.

_ Até que não é má idéia...

_ Não sei porque, vindo de você isso não me surpreendeu... – fiz uma careta.

_ TIA? ALGUÉM? ESTOU EM CASA... – ouvimos da cozinha, Hyori gritando da sala. – Tem alguém em... Ah, vocês estão ai... – fez sua cara de tédio.

_ Sim, estamos aqui. – Kiseop disse grosso.

_ Almoce Hyori, quando terminar vou lavar os pratos...

_ Ok, o que fez hoje? – olhou dentro de uma das panelas. – Essa carne está com cara boa... – sorriu. – Kiseop oppa, já comeu? Por favor, fiquei aqui me fazendo companhia enquanto eu como? – pediu de maneira amigável.

_ O que você quer? – perguntou enquanto eu me levantava e desocupava a mesa.

_ Ana dongsaeng, você poderia algum dia me ensinar a fazer essa carne? – perguntou. Claro que estranhei o ‘dongsaeng’ e toda a delicadeza.

_ Claro... – sorri desconfiada.

_ Quando nos casarmos oppa, farei coisas deliciosas pra você comer...

   Claro que além de embaraçosas, essas situações eram constrangedoras, de modo que eu preferia não me pronunciar.

_ Você é ridícula Hyori, não se cansa de fazer esse papel de idiota? Enfie uma coisa na sua cabeça, nem se Ana não existisse, eu teria coragem de ter algo com você!

_ Mas oppa... – disse manhosa – Você irá me tratar assim até quando? Quando eu fui conveniente pra você tudo bem, quando éramos mais novos e você

_ Tenha santa paciência Hyori não é possível que você acreditava quando sua mãe dizia que poderíamos nos casar, alguém alguma vez me perguntou isso? Essa idéia está na sua cabeça porque você é louca e interpreta tudo errado, não me culpe...

  “Gente, eu estou aqui” – pensei.

_ Você diz isso agora, mas quando essa vaca estava longe tudo era diferente, agora você quer simplesmente esquecer tudo o que me prometeu? NÃO ADIANTA,  EU NÃO VOU ESQUECER NUNCA! – disse ameaçando vomitar. – O cheiro dessa comida está horrível! – saiu correndo em direção ao quarto.

   O clima tornou-se estranho, principalmente porque milhares de pontos interrogativos surgiam em minha mente.

_ Ok Kiseop, juro que das vezes anteriores eu tentei ignorar essas manhas da sua prima, mas ela continua dizendo coisas desse tipo e estou realmente curiosa. Que tipo de esperança ela tem? O que aconteceu enquanto eu estive fora? – perguntei seria, forçando-o a encarar meu rosto.

_ Que eu me lembre, nada! Hyori deve ter algum problema psicológico, pois nada aconteceu, não sei porque ela insiste tanto em dizer que eu dei esperanças a ela quando você não estava aqui... – suspirou – Quando você foi embora, eu estava sem condições de viver, quanto mais dar esperanças a mina prima insuportável! – encarou sério em meus olhos.

_ Ok... O que será que ela tem agora? – suspirei. Eu acreditava em Kiseop, mas aquilo continuava soando como algo que me daria fortes dores de cabeça. 


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Notas finais do capítulo

E ENTÃO *---------* ? ASfodsfijadfjaçfka~fAFsd façam suas apostas kk ♥



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