OTAMV 2: A Prima escrita por Azzula


Capítulo 23
9 setembro (parte 1)


Notas iniciais do capítulo

TADÃÃÃ
Bem pessoal, minha tendinite está uma maravilha o/ (todos pulam) em dois lugares dessa vez, está bem difícil escrever com ela me enchendo o saco mas escrevi de pouquinho em pouquinho, e cá estou com um capítulo que deixara alguns pontos de interrogação em aberto :s
Espero que vocês gostem, e tenham uma boa leitura ♥



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   “Em meu coração, não restava um pingo de esperança sequer. Sabia que o dono naqueles olhos insanos, tinha minha vida em suas mãos. A faca afiada rasgava a pele, perfurando-me de fora a fora enquanto meu corpo queimava.

   O soar das correntes me deixavam apavorada, enquanto uma gargalhada estrondava em meus ouvidos.

_ Grite! – acariciou minhas maças, cortando-me a face – Grite para mim! – sussurrou. Aquele rosto familiar roubou-me um beijo, enquanto a lâmina desfazia-se do resto de roupa em meu corpo.

_ Kiseop...

_ GRITE! – e após um tapa, pude sentir os vergões de seus dedos formando-se em minha bochecha. – Eu mandei gritar! – apertou-me pelo queixo.

   Embora aquele pedido parecesse simples, eu não conseguia faze-lo. Meu corpo estava paralisado de pavor, de modo que não obedecia aos meus apelos desesperados de acabar logo com aquilo. Só conseguia implorar – em pensamento – para que Kiseop tivesse piedade, pelo bem de nossos filhos (...)”

   Abri os olhos sonolenta, meu coração pulando para fora do peito enquanto eu procurava confusa pelo causador de tanto barulho.

_ Yeoboseyo... – murmurei com os olhos fechados, organizando meus pensamentos e acalmando meu coração.

_ PARABÉNS PRA VOCÊ, PARABÉNS PRA VOCÊÊÊÊÊ! – a voz de Brookie cantarolava a canção muito familiar. Me virei sobre o colchão ainda perdida entre o sonho e a realidade.

_ Ãh? Broo... – murmurei.

_ Seu aniversário! Hello! Por acaso você acabou de acordar? Dia nove de setembro, a dezessete anos atrás, nasceu Chiao Ana. Uma mestiça incomum, estabanada teimosa e pouco convencional... – suspirou – Você se esqueceu, não é? – disse em tom de decepção.

_ Aham. – disse automaticamente, calculando os dias em pensamento. Era mesmo dia do meu aniversário? Mesmo, mesmo?

_ Aish... Realmente, você... – parecia indignada – De qualquer forma, agora você já sabe, então o que vamos fazer hoje? – ameaçou entusiasmo.

   E antes que eu pudesse responder, Hyori bufou na esteira, resmungando qualquer coisa por eu estar falando enquanto ela dormia.

_ Me desculpe! – cochichei a ela, deixando o cômodo em passos cuidadosos. – Então... – disse a Brookie. – Não faço idéia do que fazer! Eu sequer me lembrava disso, e ainda estou confusa... tive um sonho estranho... sei lá, estou com mau pressentimento, entende?

_ Sonho? Sonho com que? – perguntou, seu tom mudando completamente.

_ Com o seqüestro, de novo ou ainda... Não me lembro muito bem, mas Kiseop estava no sonho, mas ele não me ajudava, ele estava me machucando... – disse confusa, refletindo sobre o sonho – Ele era quem  mais me fazia mal, e nós tínhamos filhos e... – arrepiei – Estou me sentindo mal Broo, muito mal com esse pesadelo.

_ Amiga, você deve estar confundindo a realidade como sonho... Desde quando você vem tendo esses sonhos, quantas vezes foi procurar ajuda? – disse já sabendo a resposta. – Você poderia ser menos teimosa e procurar ajuda... – bufou.

_ Você iria comigo? – perguntei afundando-me no sofá.

_ Claro! – parecia sorrir do outro lado da linha. – Mas hoje? – confusa.

_ É, não sei! Quer dizer... Não sei o que fazer hoje! Não quero que ninguém saiba que dia é, se lembrarem, tudo bem... Mas se esquecerem eu não quero que se lembrem! Entende?

_ Porque isso, sua doida? – indignada.

_ Porque não quero presentes, nem dar trabalho pra todos... Já são muito atarefados! Kiseop disse ontem que tinha ensaio hoje, não quero que ele falte, nem nada assim... Seremos só eu e você, tudo bem? Necessito urgentemente te contar o que aconteceu ontem! – disse segurando um riso, minhas bochechas queimando de vergonha ao me lembrar.

_ OMO, O QUE?

_ Calma, quando sairmos eu te conto! – ri – Nos encontramos na porta do cinema, pode ser? – sugeri.

_ Pode, cinema no seu aniversário... Que legal! – disse irônica. – Sou muito mais uma noitada das boas, você, Kiseop, Doojoon e eu, mas se acha que cinema é comemoração digna, não vou dizer nada! – bufou.

_ Você já está dizendo Broo... – comentei – Já está reclamando! – ri. – Mas é isso que quero, então fique feliz por mim! Vejo você as três horas em ponto, sim? – despedi-me, deitando-me sobre o estofado e pensando sobre o sonho.

   O dia do meu aniversário chegara e eu sequer me dei conta. Dezoito anos finalmente, ou não. Responsabilidades, e assumir compromissos que eu nem sabia se estava pronta para assumir, como os negócios do Brasil.

   Bufei sonolenta, xinguei até a trigésima geração de Brookie quando vi 06:45 no relógio do celular. O que ela estava fazendo acordada àquela hora, em uma manhã de sábado?

   Liguei a televisão preguiçosa, apenas para que ela embalasse meu sono. As pálpebras pesavam aos poucos, até que acabei por adormecer, novamente.

   “_ Você vai assumir, não vai? – uma voz feminina ecoava ao longe. – Porque eu não fiz isso sozinha, você me ajudou, você quis também! – ameaçava chorar.

_ Eu não fiz nada, você é quem não fez as coisas certas, e não tomou a droga do remédio no dia certo! Aposto que fez de propósito, aposto que fez pra me prender nessa sua obsessão idiota... Não vou assumir nada disso! – eu parecia testemunhar de longe, a discussão de um casal do qual não podia ver o rosto, embora as vozes fossem muito familiares.

_ Mas é uma menina! É linda... Pelo menos, eu imagino assim! – disse em meio à lagrimas – Já até pensei em um nome. Chiao Ana, não é lindo? Ela pode ser nossa, você pode me ajudar e ama-la também, assim como eu te amo!

_ Não me interessa o que vai fazer com a criança depois que nascer, eu não sou responsável por isso! Tire o bebê, dê a alguém... Se vire!

   E o homem alto abandonou o cômodo, deixando a mulher fraca e de coração partido, curvando-se rente à uma cômoda, apoiando-se em uma das paredes. Eu podia sentir sua dor, como se fosse eu ali.

_ Mamãe vai cuidar de você Chiao Ana. Ninguém vai e fazer mal, pois eu te amo. Papai também vai amar. – acariciava sua barriga. – Ele só está chocado, mas também vai amar você. (...)”

_ Ya, se você se mexer mais um pouco, vai me derrubar do sofá! – Kiseop bufou, a tigela de cereais em suas mãos.

   Assustei-me ao abrir os olhos, sequer me lembrando de ter pego no sono tão facilmente. Enxuguei o canto dos lábios, eliminando qualquer vestígio de um descuido, e passei as mãos pelos cabelos, sentando-me sobre o móvel.

_ Me desculpe. – disse confusa, a voz mais rouca que o normal.

_ Olha... – riu – Dormiu tanto que sua cara está até inchada! – gargalhou. – Parece uma bolinha...

_ Porque você... Não vai pra outro sofá? – disse sentindo meus olhos realmente inchados, suspirando com sono. Chutei-o.

_ Ei... – abriu um sorriso mais lindo que o normal. – Vá com calma, sua agressiva! Eu só queria ficar perto, enquanto você dormia...

_ Hm... – disse descabelada, me ajeitando ao seu lado. – Da um pouco? – olhei pra ele, e para a tigela em seguida. Ele apenas estendeu-a em minha direção, com um sorriso contrariado.

_ Você murmurou tantas vezes que me amava, no seu sonho... – sorriu – “Kiseop, eu te amo! Eu te amo Kiseop, não me deixe, volte!” – imitou minha voz.

_ Mentiroso. – Me lembrava muito bem do sonho.

_ O que você tem? – perguntou. Eu apenas comi um pouco de seu cereal, sinalizando com a cabeça não ter nada. – Não fique franzindo a testa desse jeito, dá rugas! – implicou, dando-me um peteleco em seguida.

_ Aish... – soquei seu braço, encostando minha cabeça em seu ombro. – Que horas são? – perguntei baixo.

_ Uma e quarenta e cinco. – disse preguiçoso.

_ OMO! – afastei-me rapidamente. – SÉRIO? V-você está comendo cereais a essa hora? E omma, onde está? Hyori... – disse ameaçando me levantar, mas ele puxou-me de volta pelo braço.

_ Eu não cozinho bem, omma foi trabalhar como sempre... Hyori disse que ia ao shopping e está tomando banho no seu banheiro, usando seus shampoos... – sorriu irônico. – Appa também foi trabalhar. – espreguiçou-se no sofá.

_ Kiseop, sua preguiça me irrita! – me levantei – Você sabe fazer comida, mas quer que eu cozinhe pra você!

_ Tsc... Não é isso – levantou-se também – Eu acabei de acordar também, não quero comer comida agora... – bufou segurando em meu braço.

_ Que foi? – perguntei assustada, ao notar seu olhar diferente sobre mim.

   Ele aproximou-se ainda mais, segurando em minha cintura ao finalmente me dar um abraço apertado. Olhou em meus olhos e seu um sorriso sem jeito, lindo. Uma de suas mãos deslizavam por minhas costas, enquanto a outra arrumava minha franja.

_ Bem que a gente podia terminar hoje o que começamos ontem, o que acha? – selou um beijo em minha bochecha, próximo de meus lábios e sorriu. – Depois que Hyori sair, vamos estar sozinhos, e nada impede que

_ De jeito nenhum hoje tenho c-c-compromisso e-e vou sair com a... com a... a B-Brookie! – afastei-me rapidamente, seguindo pelo corredor apressada enquanto ele me seguia.

_ Ya! – agarrou-me pelo braço. – Não precisa agir como se eu fosse obrigá-la a fazer alguma coisa! – disse perto demais. – Não precisa ter medo, ok? Alguma vez eu te machuquei? – perguntou, colando nossas testas.

_ Quer mesmo que eu responda? – ri – Mesmo assim, não é de você que eu tenho medo... – bufei, deslizando minhas mãos por seu tronco e pousando-as em sua cintura. – É de mim, e do que eu posso fazer! – disse enquanto ele arrumava minha franja. – Deixa eu ir apressar a Hyori, e tomar banho. – disse, livrando-me de seus braços.

_ Não sei até quando vou agüentar você me evitando assim! – disse com um senso de humor amargurado.

_ Não estou evitando! – mas eu estava.

   Ao entrar no quarto, Hyori já penteava os cabelos em frente a penteadeira. Revirou os olhos assim que entrei e seguiu com o que estava fazendo.

   Entrei no banheiro sem dizer uma palavra, respirando fundo ao ver as roupas espalhadas pelo chão, e o que eu fazia de tudo para manter em ordem, um completo caos. Queria gritar e dizer para ela arrumar, mas não valia o estresse. Afinal de contas, era meu aniversário; e mesmo que ninguém soubesse, eu merecia pelo menos o presente da paz.

   Entrei no Box, ligando a ducha quente e desfrutando daquele momento. Foi inevitável não pensar em Kiseop, e no quanto devia estar sendo difícil para ele, mas logo tal pensamento me levou até o sonho.

   Talvez eu precisasse mesmo de ajuda, não para entende-los, mas sim para me livrar deles. Senti um calafrio subindo-me a espinha, e enrolei-me na toalha, com os cabelos encharcados terminando de bagunçar o que Hyori havia começado.

   Optei por usar um vestido florido, em tons de vermelho. Infantil até demais, mas eu iria ao cinema com Brookie comemorar meu aniversário de 18 anos, então não me importei em vestir algo mais especial. Sequei os cabelos, prendendo a franja que tanto me atrapalhava para trás. Delineei os olhos, rosei as bochechas e passei um dos perfumes que havia trazido do Brasil. Estava pronta!

_ Hm, eu estou indo, ok? – disse a Kiseop, largado no sofá.

_ Onde você vai? – arrumou sua postura.

_ Sair com Brookie. – sorri. – Vou ao cinema, volto antes do escurecer... Qualquer coisa me ligue, ok? – disse pegando a bolsa próximo a porta, calçando minha sapatinha e saindo.

     *mensagem*

  “Estava incerto sobre dizer ou não isso, mas não podia deixar de te desejar um feliz aniversário! Quero que saiba que eu te amo muito, e desejo as melhores coisas na sua vida... Que as melhores oportunidades apareçam, e que você seja muito feliz mesmo! Que continue tendo essa luz maravilhosa, que eu prefiro chamar de sorriso. Eu te amo ♥

                                            JunHyung-sshi.”

   Senti um pesar no coração. Ainda estava ali, parada próxima ao jardim segurando o celular contra o peito totalmente angustiada. Queria ligar, dizer para nos encontrarmos no cinema e conversar sobre qualquer coisa, mas não era o certo. A decisão de ser feliz com Kiseop, incluía o fato de me afastar de JunHyung, mesmo totalmente contrariada.

_ Eu te amo Jun, eu te amo muito! – sussurrei agoniada, segurando para não borrar a maquiagem.

   No final das contas, a pessoa que menos tinha motivos, foi a única a se lembrar do meu aniversário.


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Notas finais do capítulo

Bem, esse é um capítulo curto, como disse na ultima postagem. Mesmo assim, ele é apenas um teste, se vocês acharem que vale a pena esperar um pouco mais para capítulos maiores, me avisem ok? *---* Pretendia ter postado esse a dois dias atras, mas essa tendinite complicou até eu ir ao médico, mas o proximo cap vem daqui 2/3 dias ok? beijo beijo em vocês, e não me matem ♥



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